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Uma delicinha de leitura, me fez querer ler cada vez mais livros da autora! O reino de Zália tem uma capa lindíssima também e o livro nos envolve desde o começo.

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Luly Trigo criou uma narrativa encantadora com personagens cativantes e que ganham o coração do leitor desde os capítulos inicias. A ovra também aborda temáticas importantes que causam reflexão ao leitor. Essa é uma narrativa instigante, que carrega mensagens lindas e necessárias.

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Algumas coisas me incomodaram nesse livro, mas provavelmente duas coisas marcaram mais: o personagem gay caricato, quase um chaveirinho, e a narrativa que parece um pouco infantil considerando a idade dos personagens. É divertido, mas eu gostaria que tivesse mais atenção na construção do país que ela coloca, nas questões que traz de política... acaba ficando raso, então sinto que o leitor é subestimado. Dá para falar para o mesmo público, sobre as mesmas questões, com simplicidade, mas com mais profundidade.

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Toda garota e garoto já sonhou em ser da realeza. Como eu tenho certeza disso? Porque (sou ILUDIDA até hoje) somos alimentados com histórias bonitinhas enfeitadas com finais felizes e um lindo castelo sobre a montanha. Uma doce ilusão! Ninguém nos contou a verdade e a história de Zália é a prova definitiva disso. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
🌟 “Uma nova era começa, um novo Galdino surge.” ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Sob a proteção de ser a segunda filha do Rei, Zália teve a oportunidade de viver bem longe dos esquemas e intrigas políticas do castelo.
Até então, como princesa, seu poder era limitado e suas obrigações com a coroa eram pouco exigentes, permitindo que frequentasse um colégio interno e fizesse amigos. Mas com a morte inesperada de seu irmão e herdeiro do trono, Zália se vê obrigada a assumir um papel que antes jamais poderia sequer imaginar, ela se tornou princesa regente.
Uma loucura! Zália tinha apenas dezessete anos e nunca quis ser princesa, muito menos rainha, e ainda viveu tempo demais longe do palácio para saber como governar um reino!
Apesar de todos os fatores contra seu a favor, ela aceita relutantemente a regência. Com medo de falhar e desapontar seu pai, ela terá que aprender as regras do jogo, descobrir em quem pode confiar, desvendar o mistério por trás da morte de seu irmão e ainda remendar seu coração fragilizado com a volta de uma amor do passado. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
🌟 “Percebe? De um jeito ou de outro, você sempre vai desagradar alguém, então por que não ser você mesma?” ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ao ler este livro (juro) me senti jogada aos lobos, assim como acho que a própria Zália, e meu coração transbordava compaixão, dor e, a maior parte do tempo, ressentimento por ser apenas uma espectadora da história e não poder consolar Zália.
Mesmo com uma narrativa simples e sem muitos floreios, a autora conseguiu dar vida ao Arquipélago de Galdino e as personagens, de forma que é quase impossível distinguir o que era fictício e realidade.

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O reino de Zália, é atual. Uma trama simples que trás a luz um povo insatisfeito e cansado que exige ser visto, ouvido e respeitado. Políticos indiferentes à dor de uma nação, ocupados demais enchendo os próprios bolsos com recursos que deveriam ser usados em prol de um país melhor.

E em meio a tudo isso, uma princesa que emerge como aquela que pode reverter esse cenário catastrófico. Ao contrário do que se espera em uma trama como esta, Zália não é uma heroína pronta, nem foi calejada pelas adversidades da vida, ao contrário disso ela é alheia a muitas coisas importantes e a regência chegou para ela em uma bandeja de prata, mas nem isso torna sua jornada mais fácil.

Ser a pessoa que não se deixa corromper e que busca quebrar um sistema viciado é ainda mais complicado porque trata-se uma responsabilidade para a qual ela não foi preparada.

E mesmo indo contra todas as probabilidades a jovem princesa desabrocha o suficiente para mostrar a que veio. O desfecho é previsível mas nem por isso menos satisfatório. Sem sombra de dúvidas, este é o tipo de livro levará para as próximas gerações um pouquinho da nossa história atual.

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Zália tem dezessete anos e vive em um arquipélago chamado Galdino. A jovem passou boa parte da sua vida em um colégio interno na companhia de seus amigos e tem paixão por fotografia.
Victor - seu irmão - acaba vindo a falecer e a garota precisa retornar para casa, coisa que ela não faz com muita frequência.
O pai de Zália é o rei de Galdino e está com sérios problemas de saúde. Devido a morte de Victor, o rei precisa da ajuda de sua filha para colocar as coisas no seu devido lugar. Então Zália acaba sendo nomeada como regente.

A garota terá de tomar decisões muito difíceis. Existe uma resistência que está sendo acusada de planejar a morte de seu irmão e Zália precisa investigar mais a fundo, mas nem todos ficarão felizes com ela metendo-se onde não é chamada.
A nova regente terá de percorrer um longo caminho pela frente e juntamente com seus amigos - agora conselheiros - ela irá tentar resolver os problemas que assolam o reino e sua vida pessoal.

A mãe dela sempre desejou que a garota ficasse o mais afastada possível de todo esse mundo, talvez ela crescesse com uma personalidade distinta da personalidade do pai. No decorrer das páginas descobriremos se tê-la deixado afastada de tudo foi ou não uma boa ideia.
Enquanto várias coisas acontecem, a garota terá de lidar com seus sentimentos confusos em relação a Enzo.
Zália começa a ter provas/documentos suficientes para iniciar uma nova era em seu reino, mas isso não será nada fácil. A população parece estar do seu lado e começar uma revolução nem sempre é fácil, ainda mais quando isso envolve seu pai.

Zália é uma boa amiga, é inteligente, bastante empática e gentil, mas muitas vezes me vi irritada com alguns dramas e na falta de habilidade dela em colocar a razão ao invés da emoção. Ao invés de seguir conselhos valiosos, ela colocava a paixonite em primeiro lugar.
Eu consigo entender que Zália além de adolescente, cresceu privada de muitas coisas e por isso é bastante ingênua, mas não custa nada colocar o cérebro para funcionar em alguns momentos.

O enredo tem uma linguagem atual e bastante fácil de acompanhar, tenho certeza que agradará bastante o público alvo.
Eu gostei da leitura da medida do possível, mas infelizmente não consegui me conectar com os personagens.
Também não achei o início da história muito atraente, demorei para pegar o ritmo, mas no geral foi algo proveitoso.

O livro vem tocando em vários assuntos importantes e acho que vale a pena dar uma lida na história, talvez o leitor seja surpreendido. Pode não ter funcionado tanto para mim quanto eu gostaria, mas algumas pessoas apreciaram demais a leitura.
Não encontrei erros enquanto lia. Gostei da diagramação e da revisão, mas como li a edição em ebook, não posso falar sobre a edição física.

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Este foi um livro que me ganhou pela capa! Adorei, achei uma gracinha e, claro, não leio sinopses né...



Bom, a narrativa começa no internato onde Zália vive, totalmente alheia à vida de responsabilidades que seu pai, e depois seu irmão levam, seu pai é o rei de Galdino, depois de sofrer um derrame e ter que se afastar, seu irmão Víctor, que é o príncipe herdeiro, assume o trono.

“Me sinto egoísta por me preocupar com meu futuro quando deveria estar lamentando a morte do meu irmão. Mas os dois fatos estão tão entrelaçados que é impossível fugir. A morte de Victor é minha sentença.”

Tudo muda quando Víctor sofre um atentado e é morto, sobra então, para Zália, assumir o trono e todo um país. Sem sequer ter terminado o ensino médio.

"Finalmente entendo que é importante se permitir sentir. Só assim podemos superar nossos traumas e crescer. Transformar os obstáculos em lições e não em fantasmas."

Achando que vai ter apoio de seus pais, e sem ter mesmo outra alternativa, assume tais responsabilidades, sem imaginar que terá como um dos seus principais "inimigos" por assim dizer, seu pai. Ele é retrógrado, arrogante, conservador e acha que só ele está certo. Quer fazer da filha o que fazia do filho. Apenas um fantoche de fachada, onde ele continuará seus desmandos enquanto ela baixa a cabeça, faz a parte social e assina tudo o que ele manda.

"Em breve vou poder fugir para o quarto e deitar em posição fetal, fingindo estar no internato como a Zália que eu era antes."

Acontece que Zália não é a menina submissa que seu pai havia pensado, ela quer mudar as coisas. Melhorar o que tem que ser melhorado, acabar com a corrupção, ser justa. Tudo o que seu pai jamais fora. Ele queria que Antônio, seu assessor político assumisse a função de "fantoche", mas por ser a princesa, Zália tinha preferência e exigiu seu direito, o que não deixou seu pai nada satisfeito, porém, deixou sua mãe muito feliz, vendo oportunidades onde antes não existia. Existem mais mistérios em torno da mãe da menina do que podemos imaginar a princípio. Bom, o destino do rei também me surpreendeu, preciso dizer que nesse sentido, a autora foi genial, me enganou direitinho!

“Por que estou tão elétrica?, pergunto a mim mesma. E, como se existisse outra de mim, respondo: Porque acabei de sentir como é ter poder... e gostei.”

Junto com seus inseparáveis amigos da escola, que agora são seus conselheiros, sua professora, sua mãe e uma antiga paixão, Zália vai mudar seu reino para sempre, se sobreviver para isso, já que os descontentes não querem ver mudanças...



Uma leitura bem gostosa de fazer, previsível, até certo ponto, com personagens cativantes, um triângulo amoroso desnecessário porque eu não gostei do Antônio, e tinha razão, é um livro muito interessante, bem gostoso para ler agora, nessas épocas estressantes de fim de ano!

"Porque você lê jornais de má qualidade e acredita em tudo o que noticiam - rebate Julia, mais uma vez na defensiva. - Infelizmente, todos os movimentos, religiões e grupos idealistas têm extremistas, que querem ir muito além dos preceitos básicos, mas que não representam o todo."

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Zália tem dezessete anos e é apaixonada por fotografia. Ela vive em um arquipélago chamado Galdino. A menina passou parte da vida num colégio interno, onde tem a companhia de seus melhores amigos Julia, Gil e Bianca. Contudo, toda essa calmaria está prestes acabar.

Após receber a notícia da morte de seu irmão, Victor, Zália precisa retornar para casa. Aquela em que pisa uma vez ou outra. Seu pai é o rei de Galdino, mas por problemas de saúde, a regência estava a cargo de Victor. Como Zália se torna a única herdeira, à contra gosto, o pai a nomeia regente. Assim, ela se vê aos olhos de toda população, caminhando para se tornar rainha. A mãe sempre desejou que Zália ficasse afastada de toda monarquia e tramites, crescendo num mundo real que tornasse sua personalidade mais empática, diferente do pai. No decorrer das páginas, descobriremos se foi uma boa ideia ou não...

Cumprindo sua agenda, Zália se aproxima de detalhes sobre a Resistência, grupo ativista acusado de planejar a morte de Victor, e que as situações que eles expõem não são tão esquecíveis quanto parece. Ela é a mudança e como tal, começa a se importar com o assunto e investigar o que há por trás das acusações. Mas, não é todo mundo que ficará feliz com isso, né? Com ajuda de seus amigos, agora conselheiros, a futura rainha de Galdino aprende a se impor e questionar.

Por outro lado, a vida de Zália também trás conflitos para uma moça de sua idade, como o primeiro amor e a superação dele. Há anos ela nutre uma paixonite por Enzo, que ela descobre que será seu guarda-costas. Revira sua mente por completo. Daí aparece Antonio, que lhe ajudará com toda burocracia e render boas conversas, histórias e sedução. Difícil. Quem não fica nada feliz com a aproximação de Antonio é sua amiga, Julia.

Certa de que tem documentos o suficiente para iniciar a caça às bruxas, Zália sabe que pode corromper todo trabalho do pai. Eles nunca tiveram um ótimo relacionamento e o fato de ser a única herdeira não amenizou em nada. Porém, o povo começa a confiar que ela é a mudança e Zália só precisa provar a eles.

O blog teve a oportunidade de receber a prova da primeira fantasia de Luly Trigo, através da plataforma NetGalley, e de cara fiquei encantada com toda construção da autora. É fácil saborear os detalhes do fictício reino de Galdino e outras localidades próximas ao arquipélago. A ilha tem sua própria cultura, regras, alimentos... e flores - notou a capa? Pois é, Luly é muito criativa e sua escrita nos prende, numa trama política acrescentando questões familiares, amizade, mistério e claro, romance.

Afastada de tudo relacionado ao governo do pai, Zália tem de fingir que está tudo bem de um dia para o outro. Ressente e muito pelo fato de que parece a única a se deixar sentir o luto do irmão. Ela é uma garota legal, empática e uma ótima amiga. Talvez seus tons dramáticos incomodem, mas em certa parte há razão. Só me decepcionou um pouco em não ouvir os conselhos de Julia. Mais uma que põe crushzinho na frente de um conselho vindo de uma amizade de anos. Eu odiava quando minhas primas faziam isso comigo, então me chateia em leituras também. Ha!

Quem é mais assíduo nas redes, principalmente o Twitter, nota que o jovem moderno não tem medo de debater sobre questões políticas. Em outros tempos, talvez fosse um assunto que causasse certo asco, mas hoje, eles mantêm uma opinião forte sobre tudo. Zália e seus amigos são como esses jovens. Quando Zália recebe a notícia de que será regente, a trama dá espaço para várias discussões sobre a monarquia e o reinado de seu pai e irmão. Muitos fatos bem atemporais. Julia é sua amiga que foi criada em meio ao ativismo e possui opiniões avessas, que decerto incomodam a amiga. A autora não subestima seu público e trás sua protagonista batendo de frente com quem for preciso.

O enredo ainda nos presenteia com alguns mistérios. Sobre a morte de Victor é mais nítido, porém ao assumir tal posição, Zália lidará com vários assuntos que seus pais desejariam manter em segredo. Não só dela, mas um do outro. E as manifestações da Resistência não são bobeira, como o pai e seus aliados tentam fazer parecer. Zália viveu boa parte de sua vida longe de toda movimentação no palácio e agora, precisa ser forte a cada nova descoberta e decepção. E claro, isso também a coloca na mira do perigo.

Não vamos esquecer que nossa protagonista é uma adolescente que cresceu com certas privações e isso trás ingenuidade no que se trata de relacionamento amoroso. Enzo foi sua primeira e única paixão, mas o rapaz a decepcionou. Agora, Zália acaba por chamar atenção de Antonio, mais experiente e a encanta com conversas predominadas pelo conhecimento; a educando como ser uma boa rainha. Mas será que Antonio é realmente confiável? Porém, Zália não foi privada em ter amizades e a trama explora momentos bem divertidos entre eles, além dos compromissos reais. Alguns bem lindos também, como a maneira que ela decide ajudar um deles que está em conflito com os pais.

Vamos a parte que me pegou de jeito nessa história: a relação de Zália com o pai. Já na dedicatória a autora deixa claro sua inspiração para todos os conflitos entre os dois. Bom, já comentei algumas vezes que meu pai e eu não temos um relacionamento maravilhoso. Vi e muito dele no pai de Zália. Há uma cena em que Zália questiona algo a mãe, sobre os sentimentos dele, que me lembrou uma conversa que tive com a minha tempo atrás. O final dos dois tem aquele gostinho doce amargo.

O Reino de Zália nos trás uma narrativa atual e jovial. Luly Trigo nos deixa encantados com seu cenário. Quem não nutre esperança por dias melhores? Quem não torce para que surja alguém que acabe com todo caos? Não sou muito habituada com livros do gênero, mas a escrita da autora é deliciosa. O final dá aquele gostinho de que terá uma continuação.

Lido em e-book e apesar de não ser a edição final, gostei da revisão, a leitura foi bem proveitosa e compreensível. Deu para ter um gostinho da edição física, com um mapa nos apresentando o cenário da narrativa. Florais presentes pelos capítulos, nesse caso sou meio suspeita porque amo demais. E mais uma vez, a editora trás interatividade, com formatação das mensagens trocadas entre os amigos (isso vi em fotos da edição física).

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Zália é uma adolescente quase normal: está no último ano da escola, tem amigos super legais e é a princesa de Galdino. As coisas vão extremamente bem com Zália — que sonha em ser fotógrafa —, até que seu irmão, o príncipe regente, sofre um atentado. Assim, a protagonista se vê obrigada a assumir um cargo que nunca desejou, e sem um pingo de preparo, para dar continuidade ao governo do pai.

Ser princesa regente nunca foi o desejo de Zália, pois nunca pensou em abrir mão dos próprios desejos para governar um país inteiro. Ainda assim, ela já se mostra uma pessoa formidável quando percebe que essa é a única opção segura para o povo. Porém, a princesa possui ideais completamente opostos ao do pai, que sempre coloca defeito em tudo o que ela faz e tenta diminuí-la de todas as formas possíveis. Eu não consigo calcular a raiva que senti do rei, principalmente pelo fato de ele não entender que, antes de qualquer coisa, ele é pai de uma pessoa como qualquer outra.

Para início de conversa, Zália seria apenas um peão na mão do rei. Mas não é exatamente isso que acontece. Depois de estudar um pouco e se envolver com algumas questões políticas, a princesa regente percebe que há muita coisa errada no reino e decide investigar, chegando ao ponto de questionar algumas atitudes do pai. A medida que as páginas passam, a gente vai ligando os pontos, vendo que algumas contas não batem e o pior é que ninguém no castelo parece 100% confiável.

Não bastasse a preocupação com o Reino, Zália ainda tem que lidar com seu novo guarda-costas, uma antiga paixão que nunca foi esquecida, e o seu novo professor particular que demonstra ter outros tipos de interesse por ela. O triângulo amoroso não é o foco da história e não é exatamente incômodo, mas não posso falar que faria falta caso não existisse. Enzo, apesar de parecer um cara legal, não é muito bem desenvolvido a ponto de fazer a gente torcer por ele. Por outro lado, Antonio é o próprio príncipe encantado, tão perfeito que é impossível não ficar com a pulga atrás da orelha.

O tema central do livro com certeza é o ponto alto da leitura: a corrupção em um governo que parece perfeito. É impossível ler O Reino de Zália sem se lembrar de toda a sujeira do nosso próprio país. Segundo a própria autora, a monarquia ajudaria a alfinetar todas as coisas erradas que acontecem por aqui. Luly Trigo inclusive uma Resistência maravilhosa para contrapor o governo e lutar contra ele. É ou não é pertinente, levando em conta todas as coisas que estamos vivendo aqui no Brasil?

Há muitas discussões sobre política, de uma forma bem clara e interessante — o que eu achei extremamente válido e importante, principalmente se levarmos em conta o público alvo, adolescentes, que não têm lá muito interesse sobre o assunto. Além disso, Trigo aborda assuntos como desigualdade social, força feminina e problemas familiares de uma forma muito bacana. Eu realmente gostei muito de como as mulheres têm papéis muito importantes em O Reino de Zália, e não estou falando só do fato de a protagonista ser detentora do poder maior.

Além da própria Zália, a personagem que eu mais gostei foi, de longe, a Mariah, a professora particular da menina. Gente, que exemplo de mulher! Inteligentíssima, super comprometida com sua profissão e uma militante incrível, sempre ao lado do povo. Os melhores amigos de Zália também são muito legais: Gil, Julia e Bianca dão um toque a mais na história, mostrando que amigos são muito importantes, principalmente nas horas mais difíceis.

Tirando o fato de todos os problemas da monarquia serem resolvidos de uma forma simples e bem rápida — o que a gente sabe que é impossível acontecer de uma hora para outra —, eu gostei muito da mensagem de esperança que Luly Trigo quis passar com Zália: uma pessoa realmente disposta a consertar os erros e fazer o melhor, e o melhor de tudo, do mesmo lado do povo.

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Em O Reino de Zália, primeiro livro de fantasia de Luly Trigo, Zália é a segunda na linha de sucessão no trono de Galdino. Ela sempre passou a vida sendo a filha que ficaria longe dos holofotes e das principais responsabilidades reais. Tudo o que mais queria era se formar no ensino médio, cursar fotografia e sair pelo mundo registrando momentos especiais. Porém, as coisas não saíram nada do jeito que Zália planejava.

A princesa nunca pensou em assumir o trono, mas no dia em que Victor, seu irmão, príncipe e regente de Galdino, sofre um atentado que acaba acarretando sua morte, a menina se vê cada vez mais longe de concretizar seus planos de ter uma vida quase normal.

Entretanto, quando percebe que seu pai não acredita na sua competência para ser regente até a renúncia dele, Zália fica tentada a provar que ela dá conta do recado e muito bem. Ela só não esperava que enfrentaria tantas mudanças e desafios de uma só vez: começando com a troca de toda a sua equipe e a volta de um amor do passado mal resolvido literalmente fazendo guarda em sua porta.

Pouco a pouco, enquanto tenta descobrir a verdade sobre a morte de Victor e qual a ligação da Resistência (grupo de rebeldes inconformados com a gestão da Coroa) com isso, a garota começa a perceber que o mundo -- o país -- que ela achava ser perfeito, não passava de uma ilusão e que nem tudo que lhe fora contado como verdade de fato era.

Em meio a mentiras e intrigas, Zália terá que decidir onde e em quem deverá colocar sua confiança tanto nas questões profissionais quanto nas pessoais e por onde deve começar a mudança para satisfazer o seu povo.

Por muitas vezes com um pé no mistério, eu fiquei fascinada tanto com a escrita da Luly Trigo quanto com a fluidez do enredo (principalmente nas tarefas mais “burocráticas” do governo de Zália que foram tão bem explicadas e sem rodeios que não ficaram chatas em nenhum momento). É uma história sobre amizade, sobre amor, sobre empoderamento e sobre família. O conjunto perfeito na medida certa.

O Reino de Zália é uma leitura bem leve, mas enriquecedora que nos mostra o verdadeiro valor da amizade, que nada é difícil quando estamos ao lado das pessoas que amamos e confiamos e, principalmente, que não precisamos ser uma princesa ou uma rainha para começarmos a mudar o mundo. Podemos ser tudo o que quisermos ser ainda que nos digam que não estamos aptos ou que não somos os melhores para fazer algo, basta acreditarmos em nós mesmos.

"Não existe liberdade sem aqueles que amamos por perto." - Zália

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Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Luly trigo e foi uma experiência bem gostosinha, apesar de, durante a leitura, chegar a conclusão de que realmente não me encaixo no público alvo do livro ou no grupo de pessoas por quem ele será mais bem aproveitado. Isso, porém, não tirou o prazer de conhecer a história e por isso resolvi compartilhar minha opinião com vocês.

No mesmo estilo de escrita de Kiera Cass, em sua construção da trilogia A Seleção, temos aqui uma história leve, com uma protagonista jovem, triângulo amoroso, amigos inseparáveis e, a parte que diferencia a narrativa de todas as outras no estilo, um contexto político familiar. O reino é Galdino, mas se o Brasil vivesse uma monarquia, seria bem aqui que a trama se passaria.

Se você é adulto ou adolescente, espero eu, está inteirado com a situação complicada em que estamos metidos. Corrupção pra todo lado, desvio de dinheiro, novas leis trabalhistas, aumento de impostos… Pois bem, Luly Trigo pega tudo isso e coloca no colo de Zália pra resolver, já que vai ter que assumir o poder.

Tirando a parte ilusória onde tudo parece muito fácil, de forma geral, achei que a inserção desses elementos dentro de uma trama que deve conversar melhor com um público saindo do infantojuvenil e adentrando o young adult, tem muito a agregar, pois trará uma percepção “indolor” de algo que precisamos estar atentos e que, na maioria das vezes, não chega a ser assunto dentro da faixa etária, que cresce alheia aos problemas que os cercam, ou são levamos a acreditar nas mesmas crenças políticas de seus familiares, sem a oportunidade de descobrir pelo que realmente quer lutar.

Como eu falei, é uma ilusão achar que na vida real as coisas vão se revolver tão fácil, mas vale a mensagem de esperança que Zália propõe no livro, como alguém disposta a mudar, a consertar e a fazer melhor. Afinal, isso é o que gostaríamos de ter em nossos políticos.

Em paralelo com isso, temos essa jovem buscando a aprovação do pai, ainda rei, dos amigos que vão ajudá-la como podem e, claro, o triângulo amoroso que, para uma leitora calejada que nem eu, o problema estava estampado na primeira linha. Entretanto, como muitas vezes comento quanto vou ler um livro mais jovem, ao perceber que é essa a situação, eu visto a minha “capinha imaginária” de uma Tamirez de 15/16 anos, que estaria lendo a história em uma outra época.

Dada a minha experiência divertida com A Seleção, que fora o estilo de narrativa não compartilha mais muita coisa com a trama de Trigo (não tem uma seleção de garotas pra ver quem vai ser a princesa, ok? nem um príncipe bonitão, porém talvez tenha um guarda – ohhh), e o sucesso que a série fez por aqui, acho que a autora vai atingir um público interessante, desde que o direcionamento da história seja feito de forma correta, já que não acho que surpreenderá leitores mais adultos, pela simplicidade e clichês presentes na história.

A autora também dá uma arriscada nas questões de diversidade, mas é bem raso, assim como toda a questão da Resistência. Não há profundidade em nenhum âmbito da trama. Em contra partida, temos muitas personagens femininas que tem papel importante no livro, o que é sempre bom de se ver, principalmente em uma “monarquia”. E, vale dizer, que de “fantasia” o livro tem só o cenário inventado, porque não há nenhum elemento mágico ou realmente fantástico.

Mas, me surpreendi positivamente com a sutileza com que a autora inseriu as questões que marcam o nosso cenário, entre os problemas que Zália vai enfrentar. É de certa forma educativo e isso é sempre algo bacana, mesmo que disfarçado entre outras questões. Por isso, mesmo não tendo encontrado nada novo em relação ao arco ou grandes plot twists, tive uma experiência positiva e acho que é uma boa leitura para os jovens que ainda estão adentrando o mundo da literatura ou ainda não querem se aventurar em histórias mais complexas. Pra quem procura um livro ao estilo conto de fadas que tem algo a acrescentar fica aqui a opção nacional, nessa nova aventura da autora.

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Luly Trigo tem uma escrita leve que nos transporta totalmente para o universo que ela cria e em "O Reino de Zália" temos uma fantasia contemporânea que mostra a força feminina com uma linguagem simples e cativante. Um conto de fadas moderno, juvenil, e com um enredo que trabalha fortes temas sociais.



Apesar de pertencer à família real de Galdino, Zália foi criada longe de tudo que envolvesse a Coroa, em um internato no qual conheceu seus três melhores e inseparáveis amigos. Por ser a segunda na linha de sucessão do trono, ela tem sonhos que não envolvem ser da realeza: fotografia e viajar o mundo. A responsabilidade de comandar o reino quando seu pai se for pertence ao seu irmão Victor, que é o atual príncipe regente.
"Não quero imaginar no que minha vida vai se transformar, mas é difícil evitar quando meus sonhos estão gritando 'socorro' dentro de mim."
Porém, a vida dela muda quando seu irmão sofre um atentado que o leva a morte e ela precisa assumir o seu lugar. Ainda em choque, Zália volta para o palácio para continuar o trabalho que Victor vinha realizando ao lado do pai. Assim é cercada por pessoas que a apoiam e a mostram como a administração de Galdino funciona. Quanto mais Zália estuda e conhece a realidade do povo, percebe que algo está errado e a visão que tinha sobre a Resistência, um grupo que cria protestos pelo país e que pode ser responsável pela morte de seu irmão, começa a mudar.

Cercada por tantas responsabilidades ela não sabe como agir diante de tanta pressão, tanto do seu pai quanto do povo. Sua nova e inesperada função traz também o grande amor de infância dela, surgindo para assombrar seu coração, ficando mais próximo do que ela gostaria e pior: ele aparece quando Zália finalmente se abria para um novo romance.

/mais no blog De Cara Nas Letras

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Estava curiosa para ler este livro, pois já tinha lido comentários sobre ele e acompanhei a Luly na Bienal deste ano. Aliás conheci a Luly na Bienal retrasada, então uma jovem acompanhada pela mãe, que começava a se destacar e já chamava a atenção pelo talento. Talento este que fica sedimentado e comprovado neste livro simplesmente delicioso!
Há tempos um livro de fantasia não me prendia tanta a atenção. Qualquer momento livre que eu tinha, eu corria para o Kindle para ler mais um pouco deste universo mágico que a Luly criou.
O Reino de Zália é um conto de fadas, uma fantasia deliciosa, que lembra a Seleção, mas que é muito peculiar e diferente. O livro é fofo, os personagens são carismáticos e humanos. Luly encontrou um tom muito bom para compor este universo especial.
Zália é uma princesa pé no chão, sensível e bacana, que estuda num colégio interno. Têm três amigos inseparáveis, Julia, Bianca e Gil. Mariah, a mãe de Julia e sua professora também tem um papel importante na história, ajudando no seu processo de amadurecimento. Após a morte trágica do seu irmão, que acontece logo no início da trama, vê sua vida transformada da noite para o dia. É preciso assumir o trono, amadurecer e se comportar como uma regente. Segredos, mentiras e conspirações também fazem parte do enredo. Luly aborda ainda o relacionamento de Zalia com seus pais.
Zália é uma heroína forte e ao mesmo tempo terna, doce, amiga, madura e com arroubos próprios de uma jovem de 17 anos. Idealista, luta pelo que julga ser certo e é destemida e corajosa. Luly destaca a moda na trama e eu adorei as passagens que descrevem as roupas usadas por Zália, assim como o papel das redes sociais na sua vida. Para completar, Zália encontra e adota uma cachorrinha fofa, adoro personagens caninos nas tramas.
Claro que não poderia faltar romance e aqui teremos um triângulo amoroso. Zália é apaixonada por Enzo, amigo do seu irmão e ao que tudo indica um amor impossível. Enzo é um moço correto, honesto e lindo. Por outro lado, seu coração também balança por Antônio, que trabalha com seu pai e parece ser um homem muito interessante. Quem ganhará o amor da nossa heroína? Não vou contar, mas te adianto que desde o início torci por um dos dois mocinhos!
A trama tem um ritmo muito bom, Luly explora temas atuais como política, corrupção, vinculados a outros clássicos como amizade, valores e princípios. Devorei este livro e terminei a história morrendo de saudades dos personagens. Tomara que tenha continuação.

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*Eu recebi uma cópia eArc do NetGalley e da Companhia das Letras em troca de uma resenha honesta. Obrigada*

Soube do lançamento de O Reino de Zália através da própria autora, Luly Trigo, durante a Bienal do livro SP 2018. Apesar de ter outros livros da autora na minha estante, essa foi o meu primeiro contato com um romance escrito pela Trigo. Até agora, só havia lido o conto As Valentinas, uma das primeiras histórias escritas pela autora.
Quando vi que a Editora Companhia das Letras estava disponibilizando a leitura prévia do livro através da plataforma NetGalley fiquei muito empolgada com a possibilidade de leitura. Fiz a solicitação do livro e fiquei bem feliz em ter sido aprovada para ler antes do lançamento.
O Reino de Zália irá contar a história da princesa Zália, uma típica menina de 17 anos cursando o último ano do Ensino Médio. Ela vive em um internato desde o inicio da adolescência e seu sonho é se formar e poder se dedicar a fotografia, que é a sua grande paixão. Mesmo sendo da realeza, ela não tem as responsabilidades que o seu irmão Victor, herdeiro direto e príncipe regente, possui. Zália cresceu longe do reino e sem conhecer a fundo como as coisas funcionam. Porém, tudo isso muda quando o seu irmão morre, vítima de um atentado. Zália vê o seu mundo se transformar totalmente, de repente.
A princesa precisa assumir o lugar do irmão, já que seu pai por motivos de saúde não pode reinar o país. Zália nunca foi preparada para se tornar uma regente (e futura rainha) e se vê totalmente perdida sem saber muito bem o quê fazer e como fazer. Conforme ela vai conhecendo o funcionamento do reino e da regência, ela começa a se inteirar dos problemas que estão acontecendo no seu país. O povo está insatisfeito há muitos anos com a maneira que os últimos reis estão governando a nação, a Resistência, que é um grupo que luta por melhorias em Galdino, está questionando o papel da coroa no país e é suspeita por trás do atentado que matou o príncipe regente. Zália diverge do pai em muitas questões referentes ao reino e quer entender porque vê tantas inconsistências nos discursos dos governantes e nas reais necessidades da população. Com tudo isso ela decide investigar o que de fato está acontecendo, mas essa investigação revela muito mais do que Zália pode imaginar.

O mundo criado em O Reino de Zália
Todo o universo criado pela Luly Trigo em O Reino de Zália é fictício, porém bem verossímil. Eu não sou muito ligada na temática de reinados e coroas, reis e rainhas, da maneira bem tradicional que conhecemos. Mas falou de realeza nos moldes mais modernos, como o modelo britânico, eu já gosto mais. Acho que foi por causa disso que eu me interessei tanto pela história. A Luly não só criou o país Galdino como também, sua história e formação e achei bem legal os nomes que ela usou para descrever os lugares e regiões. Eles são tipicamente brasileiros o que, para mim, dá proximidade com a leitor. E isso pode ser notado no mapa-pôster de Galdino que vem como brinde para aqueles que compraram o livro na pré-venda. Ele consegue mostrar geograficamente o mundo idealizado pela autora.

Temas abordados
Uma grande surpresa para mim foram os assuntos presentes nessa história. Um livro que irá falar sobre política, corrupção, desigualdade social não é o tipo de livro esperado para o público jovem. Porém, a Trigo retrata sobre esses e tantos outros temas de uma forma que não fica pedante, cansativo, nem raso. Ela consegue fazer o leitor pensar e refletir sobre a sua própria realidade, sobre a sociedade em que vive. Mesmo que não toque diretamente, mas uma sementinha da reflexão ela consegue plantar na cabeça do leitor. Vi tantas semelhanças nas questões políticas e sociais brasileiras, que deixaram um sorriso no rosto enquanto lia. Dentro de mim, tinha uma vozinha que torcia “Isso, garota! Manda ver!”Acho muito importante temas como esses (e tantos outros) presente em livros voltados para o público jovem pelos mais diversos motivos.
O tema família também está presente no livro. Apesar de viver praticamente boa parte de sua vida no internato, Zália é muito ligada a família. Os personagens da mãe e, principalmente, do pai estão constantemente em foco e tem papéis fundamentais na construção de todo o enredo.
Claro que há romance no livro, mas não é algo que norteia a história. Tem um triangulo amoroso e o leitor fica dividido em qual casal shippar. Senti falta de um romance paralelo com outros personagens, mas acho que essa não era bem a intenção da autora. Teve algumas situações românticas que poderiam ter sido cortadas porque achei que não acrescentavam muita coisa para o enredo central, o que deixou o livro um pouco arrastado.

Os personagens em O Reino de Zália
Gostei muito da construção dos personagens e na forma como eles evoluem ao longo do enredo. Não achei que haviam personagens demais ou de menos. Acho que na medida certa. Os amigos de Zália apesar de serem bem construídos, eles podiam ter tido um pouco mais de voz ativa na história. Teve momentos que fiquei incomodada com o comportamento da Zália com a amiga Júlia. Estava me dando nos nervos os ataques de princesa mimada que ela estava tendo.
Me apaixonei pelo Enzo (desculpa Antonio, mas não fui com sua cara!). Fiquei idealizando-o a cada cena que aparecia. Doce, apaixonado e super profissional nos seus deveres como guarda real. Antonio tem um charme, mas não o tipo que me agrada. Eu quero debater mais sobre essa parte romântica do livro mas tenho medo de dar um baita de um spoiler e arruinar as experiência dos futuros leitores.
Falando agora da Zália, a nossa protagonista. Ela é uma personagem carismática que conquista logo de cara. É uma menina que se encontra em uma posição delicada tendo que se tornar adulta de forma muito abrupta. Esse processo é complicado porque ela ainda é uma garota, cheia de sonhos, querendo conhecer o mundo, mas de repente precisa assumir o papel de soberana e governar um reino no qual mal sabe seu funcionamento. O leitor consegue notar o seu crescimento. O livro começa com uma princesa que vive em sua bolha, em seu pequeno mundo, mas que ao longo da história vai deixando suas inseguranças de lado para poder ser justa com o seu povo. Ela não é uma personagem forte que passa por um amadurecimento forçado e se torna uma personagem forte, diferente e destemida. É uma pessoa comum (não tão comum assim já que se trata de uma princesa), que se descobre mais do que imaginava ser. Claro que em muitas partes podemos ver o lado jovem, ingênuo e inexperiente de Zália em algumas situações, mas acho que é exatamente isso que deixa ela ser tão real. Acho que é mais uma descoberta de si e do seu potencial que está em evidência nessa personagem.
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Um dos pontos que mais me encantaram na leitura, foi no primeiro evento que Zália teve como princesa regente, na parte sobre o vestido (não é spoiler, tá bem no início). Acho que foi aí que o livro me conquistou de fato. Eu me vi tão envolvida com a leitura e tão maravilhada de uma forma que não sei explicar. Eu ia lendo e ia sentindo tudo que os personagens estavam vivendo ali. Depois desse capítulo fiquei pensando como teria sido ler esse livro aos meus 15, 16 anos! Com certeza a experiência teria sido bem mais intensa do que foi.
Ainda não tive contato com a obra física. O meu exemplar foi solicitado na pré-venda, antes mesmo de ter a oportunidade de ler o eArc. A capa é muito bonita e chama bastante atenção com o vestido azul com os detalhes do bordado. Haviam poucos erros de revisão e a diagramação provavelmente irá seguir as características da editora. Eu li no kindle o que atrapalha um pouco avaliar nesse quesito.
O Reino de Zália é uma história que irá agradar públicos de todas as idades, mesmo sendo um livro voltado mais para o público jovem. Acho que todos irão se deliciar com a escrita da Luly Trigo e com a história da Princesa Zália.

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Zália é uma jovem princesa de 17 anos que tem a sua vida virada de cabeça para baixo ao assumir a regência de Galdino. Ela foi criada longe dos problemas da realeza, estudava em um internato e lá conheceu seus amigos, as coisas iam muito bem, até que seu irmão sofre um atentado e ela precisa entrar em seu lugar. O rei, seu pai, não está bem de saúde e precisa de um regente, ele explica que Zália terá um posto de fachada, ele continuará comandando e ela apenas assinará os papeis e aparecerá em eventos.

Mas não é bem o que acontece, quando Zália se envolve com as questões políticas ela percebe que algumas coisas não estão certas e começa a questionar as atitudes de seu pai. Se por um lado o rei é rigoroso, por outro lado a mãe de Zália lhe dá total apoio e diz para a filha fazer aquilo que achar ser o certo, ainda que para isso deva ir contra o próprio pai. Há muitos anos a população de Galdino está insatisfeita com a coroa, a resistência quer melhorias para o povo e rei parece não enxergar a situação crítica na qual a população se encontra. Quando Zália assume o poder há uma clara divisão de opiniões.

As pessoas não esperavam que houvesse mudança e se surpreendem quando Zália chega com novas propostas. Ela quer ouvir os dois lados, já conhece a opinião do rei e precisa ver o que exatamente a resistência está pedindo, tudo o que chega ao seu conhecimento é mídia manipulada, então ela vai atrás da verdade. A jovem regente quebra todos os protocolos e deixa os mais conservadores preocupados, mas a população vê nela a esperança.

Zália faz suas próprias investigações e conta com a ajuda de pessoas de sua confiança, o que ela e sua equipe descobrem a deixa revoltada. A situação de Galdino está crítica, o serviço público é precário, a saúde é um caos, a educação é vergonhosa, até a merenda das crianças está em falta. Zália não pode permitir que isso continue e quer dar um basta. Porém, não é fácil combater a corrupção, são muitas pessoas que ganham com o desvio de dinheiro e elas não vão deixar Zália acabar com o esquema.

Enquanto ainda está se acostumando à nova vida e tentando colocar Galdino em ordem, Zália também enfrenta um dilema em seu coração. Ela sempre foi apaixonada por Enzo, ele foi o seu primeiro e único amor, mas também foi quem partiu o seu coração. Quando ela volta ao palácio Enzo deixa claro que não há mais anda entre os dois. Em contrapartida, Antônio (assessor político) se aproxima cada vez mais e Zália resolve dar uma chance a ele, mas fica dividida entre os dois.

Zália precisa ser forte para enfrentar todas as consequências de seus atos, seja na vida amorosa ou na política, nenhum outro membro da família real fez o que a jovem princesa está fazendo e isso é perigoso. Se a população está gostando, os governantes não estão. Tem muita gente que pode ir presa com a investigação de Zália. O rei toma providências para colocar um freio na filha, mas ela não vai parar. Zália vai lutar para defender o seu povo, custe o que custar.

Minha Impressão
O Reino de Zália vai além de um simples romance para jovens, é um livro que nos leva a pensar e desperta no leitor um senso crítico. Luly Trigo construiu um enredo encantador e envolvente, a autora levanta questões importantes e atuais e faz isso com maestria. Na trama nós temos muitas informações que podem ser ou não verdadeiras e a Luly as desenvolve de uma maneira que faz o leitor pensar por si próprio para descobrir quais são as certas.

Zália é uma personagem apaixonante, forte e decidida. No começo eu não acreditei no que ela era capaz e fiquei extremamente feliz em descobrir o quanto eu estava enganada sobre ela. Terminei a leitura orgulhosa dela! Quer empoderamento feminino? Aqui tem. Quer representatividade LGBT? Tem também. Os personagens secundários dão um show e trazem à trama ainda mais qualidade. Sobre Enzo e Antônio não dá para falar muito para não correr o risco de deixar algum spoiler, mas digo uma coisa, eu estava certa desde o início, um deles não é confiável.

Mesmo tendo amado demais o livro, alguns momentos ficaram um pouco cansativos devido ao excesso de detalhes que não eram necessários. Outra coisa que me incomodou no começo foi a Zália ter colocado seus amigos como conselheiros, eu entendi que ela queria se cercar de pessoas confiáveis e de gente da sua idade, mas não os vi tendo lá grande serventia para ela nessa função ao decorrer da trama, o Gil foi quem mais colaborou ao comandar a equipe responsável pelas redes sociais, mas nem tanto assim.

A política é bem explorada no livro, através de uma linguagem atual a autora fala diretamente aos jovens, mas é uma obra para todas as idades, para todos os públicos. O que vemos na obra é o retrato do Brasil, livros assim são cada vez mais necessários e sou grata porque a Luly Trigo escreveu uma obra tão completa. É preciso ter respeito pelo próximo, você pode não concordar com a opinião do outro, mas deve respeitá-la.

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