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Um excelente livro para quem deseja conhecer mais sobre a Malala e a luta de garotas refugiadas pelo mundo. O audiolivro também é muito bom!
Quando vi o lançamento de Longe de Casa, nas redes da Seguinte, minha vontade era pegar o livro naquele instante e começar a ler. Há algum tempo li o maravilhoso Eu sou Malala (resenha aqui) e fiquei encantada. A história da Malala Yousafzai é inspiradora e vai muito além do conhecido atentado no qual ela levou um tiro na cabeça ao retornar da escola. Mas, enquanto neste livro Malala contava a própria história, em Longe de Casa a ativista abre espaço para outras meninas e mulheres contarem suas histórias de refugiadas. E uma é mais emocionante que a outra.
Na primeira parte do livro, Malala conta, de maneira resumida, sua história de refugiada. Mas essa todos nós já conhecemos; por isso, a autora é breve, mas não menos emocionante, e relata apenas o necessário, sem jamais se tornar repetitiva. Ao final de sua história, começa a segunda parte do livro, na qual a autora abre espaço para as histórias de meninas e mulheres que encontrou através de seu ativismo pela educação no mundo, contadas por elas mesmas.
Desde o relato de Zaynab, que conseguiu fugir do Iêmen para o Egito e então para os EUA, mas não conseguiu levar a irmã, até o relato também da própria irmã, Sabreen, que desistiu de esperar e fez uma perigosa trajetória através do Mediterrâneo em direção à Itália. Interessante ressaltar aqui que, enquanto Zaynab construiu um futuro brilhante na escola e como jogadora de futebol, Sabreen escolheu se casar com um refugiado, e como julgá-la diante de sua situação extrema?
Ou talvez você se emocione mais com a história de Muzoon, que inspirou várias meninas a frequentarem a escola e foi chamada de “Malala da Síria”, mas que de forma bela Malala a chama de “Muzoon da Síria”. E o que dizer de Najla, que aos catorze anos fugiu (literalmente) para as montanhas, sozinha, e passou cinco dias em um monastério para mostrar ao pai que que queria continuar a frequentar a escola.
Já María, a luchadora, fugiu do conflito armado na Colômbia, que luta por uma vida melhor e educação e escreveu uma peça de teatro junto a outras crianças para cada uma contar sua jornada. E Analisa, que deixou a Guatamala e fez a perigosa travessia do México para os EUA, deixando para trás seu país e sua história, fugindo de um meio-irmão abusivo e um futuro sem esperança.
Ou talvez você chore, como eu, ao ler a história de Marie Claire, que saiu do Congo, passou pela Zâmbia e chegou finalmente à Pensilvânia. Ela viu a mãe morrer na sua frente, arrastada da própria casa na Zâmbia – onde eles não foram bem recebidos, vindos do Congo -, onde teve suas roupas arrancadas e recebeu, nua, inúmeras facadas, gritando para que não levassem seus filhos. A dor nunca foi embora depois disso, mas Marie Claire fez o que sua mãe deu a vida para que ela conseguisse: correu atrás da própria educação e foi a primeira em sua família a se formar.
E há ainda a história de Jennifer, o “anjo” e a “mãe americana” de Marie Claire, que recebeu a família refugiada do Zâmbia e se doou para que eles se estabelecessem no país. Uma das partes mais emocionantes do livro é quando ela relata ter dado um presente à garota e sua irmã, e elas contaram que sua mãe, Furaha, tinha se sacrificado para que elas pudessem ter aquela vida. O espírito daquela mãe permanecia em suas filhas, especialmente em Marie Claire. Nas palavras de Jennifer, “ninguém pode pará-la“.
Por fim, há a história de Ajida, que saiu de Mianmar em direção a Bangladesh, onde vive com a família de maneira precária, em um acampamento, mas encontrou forças para criar com as próprias mãos um forno de argila para cozinhar e depois forjou outros dois mil fornos para a comunidade de refugiados. Já Farah saiu de Uganda para o Canadá e não conhecia sua história de refugiada, a da sua família e o motivo pelo qual abandonaram o país até se tornar uma mulher adulta e investigar suas origens.
Ler Longe de Casa é um exercício de empatia e amplia nossos horizontes. Histórias como a de Malala e de todas essas refugiadas mostram que o mundo é muito mais que o pouco que conhecemos. Que os países são muito mais que terras divididas por fronteiras, mas sim conjuntos de pessoas, de culturas, de costumes, e o sofrimento de deixar tudo isso para trás é algo que sequer conseguimos começar a imaginar. É a dor de deixar sua história, sua família, sua casa e tudo o que você conhece para trás, e nunca sentir que realmente pertence ao lugar que o abrigou e muitas vezes nem ser bem recebido lá. Ler este livro também nos faz sentir vergonha – o Brasil está tendo a oportunidade de abrigar refugiados da Venezuela, mas não os recebe bem, não os abriga com amor e respeito.
Todos os dias, vemos as pessoas cada vez mais egoístas, fechando os olhos para a dor do outro. É difícil encontrar quem tenha empatia. Se as pessoas não conseguem compreender sequer os mais carentes dentro de seu próprio país, fica ainda mais difícil mensurar o sofrimento de pessoas de lugares tão distantes. Mas precisamos. Esse livro é uma joia preciosa, uma obra que resgata nossa humanidade, e todos precisamos lê-la.
Muitas pessoas conhecem a história de Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que foi baleada pelo talibã por defender a educação feminina na sua terra natal, o vale do Swat. Ela se tornou conhecida mundialmente por seu ativismo pelos direitos das mulheres, sobretudo ao acesso à educação, e por ser a pessoa mais nova a receber um prêmio Nobel. Essa história completa e em detalhes está no livro "Eu sou Malala", escrito pela própria Malala Yousafzai e pela jornalista Christina Lamb.
Já no livro "Longe de casa", o segundo escrito pela jovem, ela decide tirar o foco de sua história e dar voz a outras pessoas que não costumam ser ouvidas: as mulheres refugiadas. Ao longo de sua jornada como ativista, Malala visitou diversos campos de refugiados e conheceu histórias impressionantes de quem foi forçado a sair de casa e partir em busca de um lugar que, muitas vezes, não garante boas condições de vida, mas tem algo mais valioso: a paz.
Ainda assim, nos primeiros capítulos, Malala conta resumidamente sua trajetória e ressalta que, embora não seja uma refugiada, compreende perfeitamente a sensação de conviver com a guerra e a violência em seu país de origem e de estar longe de casa – atualmente, ela vive em Birmingham, na Inglaterra. Em seguida, a cada novo capítulo, somos apresentados à história de uma refugiada. Ao todo, conhecemos a vida e a luta de nove jovens de diferentes partes do mundo, do Oriente Médio à América Latina, como Iêmen, Síria, Iraque, Colômbia, Guatemala e República Democrática do Congo.
É muito interessante a forma como o livro é estruturado. Cada capítulo se inicia com a fala de Malala, nos contando como conheceu a jovem em questão e porque a história dela chamou a sua atenção a ponto de ser selecionada para estar neste livro. Em seguida, ela abre espaço para a fala da própria refugiada, que conta a sua trajetória em primeira pessoa. Todas elas explicam a situação de violência que vivenciaram em seu país de origem e como chegaram ao lugar onde vivem hoje, enfrentando, no caminho, muitas privações e risco de morte. Mas elas também falam de superação, de esperança e de sonhos.
E, entre tantas histórias tristes e difíceis, um dos últimos capítulos do livro mostra como a ajuda de cada um é importante. Nele, conhecemos Jennifer, moradora da Pensilvânia, o estado que mais recebe refugiados nos Estados Unidos. Depois de ver a foto de um menino sírio de três anos sem vida no mar Egeu, imagem que rodou o mundo, ela sentiu que precisava fazer algo diante da maior crise humanitária que enfrentamos neste século. Então, ela passou a ser voluntária em uma organização religiosa que ajuda os refugiados a se instalarem no novo lar, recebendo uma família do Congo. Ao ter contato com a realidade deles, ficou ainda mais evidente para ela o quanto todos podemos ajudar, mesmo que seja com tempo e atenção.
É isso que Malala reforça no epílogo, chamando a atenção para o quanto essa luta não é apenas dos refugiados, mas de todos os seres humanos: “Faça o que puder. Saiba que compaixão é a chave. E que atos de generosidade, tanto grandes quanto pequenos, podem fazer a diferença e ajudar o mundo a se curar”.
O novo livro da Malala gerou em mim muitas expectativas, acompanho a historia da garota há alguns anos e depois de entender quem ela era e como ela se tornou a garota mais jovem a receber o premio nobel da paz qualquer coisa que ela tenha a dizer vale a pena ser ouvida. Um livro autobiografico não tem plots mirabolantes, mas os fatos que aconteceram com a Malala nos serviu para abrir os olhos e o coração as outras milhares de Malalas que vivem no mundo, sem um poder de voz tão amplo; foi partindo exatamente dessa ideia de dar voz que o novo livro foi publicado.
"Nunca deixa de me chocar que as pessoas considerem a paz algo garantido. Sou grata por ela todos os dias."
O livro é um exercicio de empatia todo o tempo, depois de uma breve introdução de como a menina Malala tornou se conhecida pelo mundo, a garota compartilha o relato das situações que vem tomando conhecimento em sua jornada pelo mundo em prol de educação para garotas. Se compararmos o "Longe de casa" com o "Eu sou Malala" embora ambos tenham uma vibe documental muito forte o "Longe de casa" é mais siples e intimo na maneira que se escreve, é quase se estivessmos sentado numa sala escuntando os relatos de viagem da Malala.
Compartilhei minha trajetória para honrar as meninas que conheci.mas agora é hora de compartilhar as histórias de algumas delas.
Maria, Muzoon , Najla, Marie Clare são garotas como eu e você que viviam em alguma parte do mundo, com seus costumes e tradições mas que teviram seu mundo tiradado delas; o que nos diferenciam é que muitas delas foram e são obrigadas a fugir , muitas vezes apenas com a roupa do corpo para não serem estupradas, escravizadas, vendidas ou mortas.
As historias contadas são introduzidas como nome da garota refugiada, sua origem e seu persurso até o destino onde a garota está, cada "capitulo" é aberto com um mapa referente ao espaço geografico que aquela historia contempla e conta sempre com um relato de em que momento a Malala encontrou a garota e depois um pequeno relato em primeira pessoa da história da garota em questão, como os relatos são curtos, o livro flui rapido, é aquele livro que você consegue ler em apenas um dia apesar do conteudo causar um impacto que vai te acompanhar por muitos dias.
Depois de aprender com as vivências de outras garotas e plantar a semene do ajude você também no final do livro ainda existe a informação de que *A renda proveniente deste livro será usada no Fundo Malala para a educação de meninas. Se voce procura uma leitura para acrescentar nas metas essa sem duvida pode ser uma bela escolha. Somos um moisaco de experiencias e ao terminar essa leitura carrego comigo cada pedaço doloroso das historias que conheci e espero doar um pouco de esperança a aqueles que vivem um situações de total descrença na humanidade.
Alguns livros são escritos com o propósito de tocar o leitor, fazer com que ele reflita, se emocione e, acima de tudo, aprenda. Viver em uma guerra pode até ser uma realidade distante para nós (ou talvez não), mas é a realidade dolorosa e triste de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Muitos buscam refúgio em outros países, passam por maus bocados para chegar em um local mais seguro. Passam fome, frio, sentem medo, mas acima de tudo, sentem falta de casa.
A história de Malala — a pessoa mais jovem a ganhar um Nobel da Paz — já é conhecida por muita gente: ela foi obrigada a deixar seu país de origem, o Paquistão, quando foi atacada pelo Talibã. Malala lutava e luta até hoje para que todos, sem exceção, tenham direito e acesso à educação. Em Longe de Casa, Malala deu voz a várias garotas refugiadas de várias partes do globo, que contaram as dificuldades de viver em um país diferente, com culturas diferentes e normalmente cheio de preconceitos.
Após a leitura desse livro cheguei a uma triste conclusão: a gente pouco sabe o que acontece em outros países. Descobri que existem várias regiões em conflito que eu nem imaginava que pudessem estar. Sei muito pouco sobre a guerra, sobre as chacinas nas fronteiras entre países, sobre deixar toda uma vida para trás — casa, escola, trabalho. Acho que poucas pessoas realmente sabem. Em 2017 68,5 milhões de indivíduos foram obrigados a deixar seus lares, todos vítimas de guerras, violência e perseguições. Desses, pelo menos 52% são menores de idade, muitos são separados dos pais.
Eis aí a necessidade de livros como Longe de Casa, que abrem nossos olhos, nos mostram a realidade. Os relatos das meninas, apesar de breves, são extremamente emocionantes. Não sou capaz de escolher a que mais me marcou, porque todas o fizeram. Me questiono muito como algumas pessoas têm o disparate de dizer/pensar que direitos humanos e educação não são importantes. A história de todas essas meninas só mostra o quanto são cruciais e o quanto precisamos lutar para que mais pessoas tenham acesso à esses direitos básicos (mas muito difíceis de alcançar).
Existem várias formas de ajudar, como doar dinheiro ou se tonar voluntário em alguma ONG voltada para refugiados, mas também podemos fazer nossa parte conversando com as pessoas para alertá-las sobre a gravidade desse problema; podemos demonstrar respeito e acolher uma pessoa refugiada, pois ainda existe muita xenofobia em nossa sociedade. Além disso, podemos ajudar comprando esse livro: todas as meninas ganham comissão por contar sua história e toda a renda adicional será revertida pelo Malala Fund para educação de meninas. Juntem-se à força!
Longe de Casa: minha Jornada e Histórias de Refugiadas pelo Mundo foi publicado em inglês ano passado e será lançado no Brasil em 19 de março pela Editora Seguinte, selo jovem do Grupo Companhia das Letras. Ótimo momento, pois como estamos no mês de comemoração ao Dia Internacional da Mulher, mais pessoas podem ser atraídas para esta obra. Nela, Malala Yousazai, a mais jovem ganhadora da História do Prêmio Nobel da Paz, organizou relatos de oito meninas e moças refugiadas de variadas partes do globo. O livro contém também outras duas mulheres como colaboradoras (uma refugiada e uma voluntária), além de informações e dados sobre a maior crise migratória da História. Malala também deixa seu depoimento pessoal sobre o assunto e sua experiência de vida, além de dar espaço às meninas convidadas. Ela conta somo se sente fora do Paquistão, como foi sua adaptação no Reino Unido e sua visita á sua terra natal após 6 anos. Mas esta não é apenas mais uma parte da história de Malala, mas também a de outras nove refugiadas. Se prepare para se emocionar e refletir bastante com a leitura, mas pare e pense agora mesmo sobre este dado atual: Mais de 68,5 milhões de pessoas, vítimas de guerras e conflitos armados, são obrigadas a deixar seus lares.
"Éramos uma multidão de desconhecidos marchando juntos rumo a um destino comum e também desconhecido."
Destas, 40 milhões são deslocadas internas, ou seja, que se encontram em risco dentro de seus próprios países, porém foram arrancadas de casa de alguma forma; 25,4 milhões de pessoas são refugiadas oficiais, pois cruzaram fronteiras internacionais; e ainda: existem 3,1 milhões de solicitantes de refúgio. De todas estas pessoas, 85% estão em países em desenvolvimento.
Resenha completa no blog Leitora Viciada www.leitoraviciada.com
Há livros que nos emocionam, nos ensinam e transformam; leituras que nos inspiram a dar o nosso melhor, que nos fazem não apenas tomar nota sobre algo, mas aprender sobre aquilo, enxergar uma realidade diferente da nossa, mas ainda assim uma realidade. "Longe de Casa" é exatamente esse tipo de livro.
A guerra é uma realidade. Os refugiados são uma realidade. A pobreza, a corrupção, a violência e o genocídio de pessoas inocentes, de crianças, é uma realidade. É uma realidade dolorosa, triste, aterrorizante. É a realidade de milhões de pessoas, violadas de tal forma que são obrigadas a deixar seus países, seus amigos e suas casas, se arriscando no mar e na estrada para chegar, enfim, a um lugar seguro.
Fazer essa leitura abriu meus olhos para muita coisa. Ainda sei muito pouco sobre a guerra na Síria, Paquistão, Afeganistão; os embates sangrentos nas fronteiras, os confrontos armados que acabam todos os dias com milhares de vidas. No meio de tudo isso, crianças e adolescentes são expostos a crueldade de não poderem estudar, andar livremente nas ruas ou dormir tranquilamente, pois há sempre, em cada esquina, o perigo real de terem suas jovens vidas abreviadas violentamente.
Malala Yousafzai sentiu na pele a intolerância e a violência. Tudo o que ela queria era estudar, mas de uma hora para outra a escola foi tirada dela pelos talibãs, que fecharam todas as escolas para meninas. Malala confrontou a situação, e em Outubro de 2012 houve um atentado contra sua vida. Ela sobreviveu, e hoje usa sua história e sua voz na luta por outras pessoas que, como ela, precisaram sair de seus lares para sobreviver.
"Se contando minha história posso ajudar a divulgar a história de outras meninas, é o que vou fazer. Sou parte do grupo de pessoas que não teve escolha a não ser deixar sua casa para trás. E, juntas, nossas histórias se espalham pelo mundo ao mesmo tempo que permanecem firmes em nossos corações."
A história de Malala já é conhecida, mas foi bom relembrar seus feitos e sua incrível história, que ela conta novamente antes de apresentar outras garotas refugiadas: Zynab, Sabreen, Muzoon, Najla, María, Analisa, Marie Claire, Ajida e Farah. Todas elas garotas que fugiram da violência e têm muito a dizer sobre a guerra, as injustiças que sofreram e como é viver em um novo país, uma nova cultura, tão longe de casa...
"Não deixei meu país por escolha, mas retornei por escolha. Ter uma escolha tão importante tirada de mim me deixou ainda mais apegada às escolhas que posso fazer. Escolho falar. Escolho defender os outros. Escolho aceitar o apoio de pessoas do mundo todo."
Recomendo fortemente essa leitura! Todos deveriam conhecer essas histórias, essas meninas corajosas e determinadas, e se inspirar a conhecer melhor os dramas vividos diariamente em países que estão em guerra.