Member Reviews
This book is...... WOW! I I wanted to be the author of the interview and get to know each one of the band members and the aggregates. Everything about Daisy Jones and The Six is incredible, really rock 'n roll. To Taylor: Didn't the band really exist in a parallel universe? I wish I had lived in that universe, if your answer is yes.
Interessante como o livro não segue uma história para "agradar o leitor" e sim para contar uma história "verídica". O clima de anos 70, vida de estrelas famosas e doses de feminismo foi algo que também me agradou na leitura (assim como aconteceu em Evelyn Hugo). O excesso de cenas relacionadas à drogas, por vezes me causaram incômodo, mas a soberba e a confusão na vida dos protagonistas foram retratadas maravilhosamente bem. O estilo da narração em forma de entrevista também foi um diferencial nessa experiência.
Eu sou completamente apaixonada pela escrita da Taylor Jenkins Reid e desde quando eu terminei de ler Os sete maridos de Evelyn Hugo, no final do ano passado, fiquei postergando para ler Daisy Jones & The Six, porque eu não sabia o que esperar e ainda bem que eu não sabia. Eu li em menos de 24h pois, esse é o efeito Taylor, não fazer você querer parar de jeito nenhum!! Alguém me diz que esses álbuns existem para que eu possa ficar ouvindo as músicas até enjoar?! Que história arrebatadora de amor, drogas e rock’n roll no auge dos anos 70.
GENTE! COMO ESSA MULHER PODE GANHAR MEU CORAÇÃO ASSIM???
Esperei tanto pra ler esse livro e quando vi aqui no NetGalley pulei de alegria, e que surpresa meus amigos!!!
Daisy Jones e os seis é simplesmente maravilhoso, não tem outra palavra, quero conhecer tudo dessa autora.
Amei, amei e amei <3
Até hoje não sei bem o que pensar a respeito desta leitura. Por um lado, achei a proposta interessante: um livro todo narrado em formato de entrevista. Por outro, achei a narrativa tendenciosa... até que ponto os fatos narrados ocorreram daquela maneira? Em todo caso, creio que tenho que reler para tirar esta impressão, mas não poderia dar uma nota menor que quatro, pois a história tem mais méritos que deméritos.
Quem aí queria ter uma experiência Rock n' Roll na vida?
Taylor Jenkins Reid consegue nos transportar para o mundo dos anos 70, no auge do Rock, para acompanharmos a maior banda de sucesso da época: Daisy Jones & The Six!
Infelizmente essa é uma banda fictícia! Sim, meus caros, meu maior desejo é que ela tivesse sido real. Queria poder escutar as músicas durante a leitura!
Em uma narrativa extremamente oral, Taylor nos conta os percalços dessa banda na forma de entrevista! Nunca tinha lido um livro nesse formato e adorei. A leitura fica leve, rápida e milagrosamente não se perde o fio da meada entre a fala de um dos personagens e outro. A linha cronológica dos fatos se mantém extremamente evidente.
É uma história pesada também, pois envolve o mundo das drogas e o descontrole de alguns personagens. Eu confesso que sou bem careta e fiquei bem em choque, a ponto de ficar com muita raiva de alguns deles por estarem estragando a vida dessa forma (mas cada um sabe o que faz, né?)
A narrativa tem por foco a banda, claro. No entanto, temos os dois principais personagens que vivem em eterno conflito. Estamos falando e Daisy (vocalista da banda) e Billy (também vocalista e guitarrista). Daisy é jovem, linda, imprudente e o que mais admirei: segura de si mesma. Billy é casado, com filhas, extremamente competente e foi um dos principais responsáveis pelo estouro da banda.
A experiência lendo esse livro foi muito especial e os personagens nos ensinam muito. Vocês nem imaginam quanto eu aprendi!
Super recomendo essa leitura! Valeu cada minuto! Obrigada @netgalley e @editoraparalela pela cópia digital do livro!
Daisy Jones e The Six é aquele livro que eu vou indicar para todo mundo que, assim como eu, ama de paixão o universo da música e do Rock n' Roll! E Taylor Jenkins Reid conseguiu traduzir em papel a vibe e o cenário da música setentista para esse livro.
Daisy Jones e The Six foi um daqueles livros que quando lançado não parava de aparecer para mim nas redes sociais. Parecia que todo mundo estava lendo o danado do livro. Acho que muito do sucesso dele foi que a Reese Witherspoon leu e acabou decidindo fazer uma produção com a história. Mas o que que quero falar aqui é que essa obra me surpreendeu de tal maneira que se tornou um dos melhores livros lidos em 2019 até agora.
Eu não vou falar aqui sobre sinopse e tal porque acho que é algo que vocês encontram em qualquer lugar. É por isso que todas as minhas resenhas coloco a sinopse da editora logo no início para vocês já saberem do que se trata o livro em questão.
O que gosto de falar nas minhas resenhas é como me senti ao ler aquela obra e Daisy Jones foi aquele livro que me prendeu, me surpreendeu e agora enquanto escrevo essa resenha, quero ler de novo só porque a sensação que ficou após a leitura.
O livro para começar é escrito em forma de entrevistas. Os fatos são contados a partir de diferentes pontos de vista das pessoas que viveram aquele acontecimento. Sabe aqueles documentários sobre um assunto ou até mesmo documentários de artistas ou bandas musicais? Então, o livro é feito desse jeito, ele tem essa estrutura. Enquanto eu lia, passava um filme na minha cabeça, parecia que eu estava assistindo TV e aqueles personagens eram reais.
Um outro aspecto que adorei no livro foi o assunto música. Na obra conseguimos ver como é a formação e ascensão de uma banda de rock nos anos 1970. Para uma fã de música como eu, foi uma delícia entender os processos de criação de canções, como são as gravações de um álbum e todo o desenrolar para que um disco chegue as lojas e se transforme em sucesso. Acompanhar a turnê também também foi algo muito gostoso de ler e conhecer o que acontece os bastidores do mundo da música. Sexo, drogas, vícios, amor, fama e tantos outros assuntos que acabam envolvendo uma banda de música estão presentes nesse obra.
Jenkins Reid foi brilhante ao construir os vários personagens que compõem essa história. Cada um tem uma personalidade muito bem construída e a maneira como isso foi feito deixou o leitor mais envolvido com a narrativa. É fácil se identificar com alguns personagens, odiar outros e querer bater em mais alguns. Acho que esse envolvimento é peça fundamental para que a leitura alcance o objetivo. Em vários momentos parecia que estava lendo a biografia de uma banda real e não uma ficcional.
Outra coisa legal são as letras da música. A autora escreveu todas elas e no final do livro dá para conhecer todas as músicas completas. A editora original do livro criou uma playlist no Spotify que serve de inspiração para o livro. Uma boa pedida para ouvir enquanto lê o livro.
Se você está procurando um livro envolvente, com personagens marcantes e que ainda por cima fale sobre música, Daisy Jones e The Six é a sua escolha. Um livro divertido, leve e emocionante que irá fazer você correr para ouvir muito Rock 'N' Roll!!
" Na estrada não dá tempo de pensar na vida real. É meio que um botão de pausa que congela tudo ao redor."
No final dos anos 60 e início dos 70, a banda Daisy Jones & The Six, surge em meio ao frenesi das groupies, sexo, drogas e muito Rock And Roll. Com letras na maioria das vezes autobiográficas e cheias de sentimentos, ela consegue seu lugar ao sol numa época que estouravam bandas do mesmo estilo por todos os lados.
Iremos acompanhar a história da ascensão da banda por meio dos depoimentos dos integrantes da banda, antes mesmo de serem Daisy Jones e The Six. E também iremos conhecer Daisy, uma garota livre e determinada que vivia sua vida sempre como se fosse o último dia.
" A gente pega uma linha divisória muito clara e transforma numa zona cinzenta. E de vez em quando acaba indo longe demais de novo, e essa zona cinzenta vai ficando cada vez mais difícil de distinguir, e a gente pensa: tinha um limite claro aqui, só não sei onde."
O começo parece bem desconectado , mas do meio para o final a narrativa se torna interessante e fica difícil largar a leitura, pois a curiosidade para saber o que houve para que a banda se separasse no auge do seu sucesso, é muita.
A leitura dessa obra nos faz mergulhar na história, pois é rico em detalhes como as cidades por onde passam, datas, nome das músicas da banda , backstages e até mesmo algumas pessoas famosas são citadas ao longo da narrativa.
Uma das coisas que mais gostei foi a interação de Billy, vocalista da banda, quando conhece e começa meio que dividir a banda com Daisy. Eles são muito parecidos, sem freios, teimosos, talentosos e meio arrogantes, porém com um grande coração,no caso mais de Billy do que Daisy...rsrsrs, e os diálogos deles são perfeitos! Como se um fosse a versão do outro, só que do gênero oposto!
Não tenho muito o que comentar sem estragar a experiência de leitura para vocês, mas para ter uma ideia mais ou menos do clima criado para historia, assistam o filme Quase Famosos, é bem aquilo ali mesmo.
Ah, no final tive um surpresa, tem as letras das músicas da banda!!! Mas antes que você saia procurando por elas nos app de música , já digo que é tudo fictício. Isso mesmo, Daisy embora uma força da natureza a se considerar não passa de fruto da imaginação da autora. E Billy e sua adorável esposa Camila, que esteve sempre ao lado dele, também não existe... O final é bem agridoce, pois não imaginava quem era a autora do livro.
"Eu não tinha o menor interesse em ser a porra da musa de alguém.
Eu não sou a musa.
Eu sou esse alguém.
E assunto encerrado." (Daisy Jones)
Então é isso...até a próxima!
Daisy Jones & The Six foi uma banda de rock que teve um sucesso inesperado e astronômico em sua época, mas do nada, quando estavam no auge, sumiram. Para onde foram? O que aconteceu? São perguntas que serão respondidas no decorrer da leitura.
A história começa nos apresentando Daisy Jones e sua infância/adolescência solitárias. A autora vai, através de depoimentos da própria Daisy e de pessoas que a conheceram, construindo a trajetória da jovem que se aventurou pelas noites da Califórnia em busca de algo, em busca de si mesma.
Daisy tinha uma voz linda, mas gostava mesmo de escrever canções. Desde cedo se viu envolvida com várias pessoas do cenário musical, mas demorou um pouco para se inserir neste meio. A principio queria levar ao público apenas suas músicas, mas teve que engolir esse desejo e se contentar em gravar um álbum com letras de outros compositores. Ela tinha uma trajetória longa para seguir e nesse meio tempo o álcool e as drogas foram companheiros constantes.
De outro lado temos a banda The Six, que também tem sua trajetória mostrada através da compilação de depoimentos dos membros da banda, família e conhecidos, incluindo a equipe de trabalho. Se Daisy tinha dificuldades para emplacar suas composições, o Six desde cedo se acostumou a trabalhar com as letras escritas por seu vocalista. Ele também afundou na drogas e bebidas, mas conseguiu sair desta mais rápido que Jones.
Seguimos a leitura acompanhando Daisy Jones de um lado e o Six de outro, até o momento que ambos se encontram e algo explosivo acontece.
Se seguindo separados já chamavam atenção, depois de juntos foi impossível largar o livro. A dinâmica de Daisy Jones com o Six foi cheia de altos e baixos. Com a banda no geral ela se entendia, até mesmo por conta de eu achar difícil não gostar dela. Por outro lado, com Billy, vocalista do Six, a história foi outra. Os dois viviam um eterno conflito de personalidades e egos, mas vê-los trabalhando juntos era algo que nenhum conflito poderia superar, o brilho desta dupla ofuscava qualquer problema.
Como mencionei, me vi presa na história desde o começo e assim segui até o final. A história destes músicos é muito envolvente e interessante. Eles vivem cercados por um turbilhão de emoções, por uma vida louca que exemplifica bem o universo de sexo, drogas e rock and roll.
Achei tanto Daisy, como os personagens do Six interessantes e surge uma ligação emocional com suas vidas, mas de longe é ela quem rouba a cena e dá o tom da obra e do show.
Quem está acostumado com narrativas em terceira pessoa pode estranhar a forma que este livro é narrado, todo em forma de depoimentos, mas eu até que curti essa abordagem e achei mais fácil me ligar a trama. Parecia que eu estava assistindo um documentário sobre Daisy Jones & The Six e foi uma experiência bem mais vívida do que ler algo em terceira pessoa, que soaria mais distante.
O que pode ser algo a se sentir falta é a descrição apurada dos cenários e época, mas por outro lado, o clima que os personagens estavam vivendo é mais palpável. Meu único sonho não realizado na leitura é em relação as canções compostas e citadas na obra, eu adoraria ter ouvido todas elas e na obra escrita isso não é possível e nem consegui achar uma playlist feita para complementar o livro. No entanto houve um esforço considerável para transmitir o que cada uma significava para Daisy Jones & The Six.
Há drama na história, há amor e sonhos realizados e desfeitos. Não seguimos apenas a carreira destas pessoas, mas suas vidas. O espaço dedicado ao desenvolvimento de cada personagem foi bem dosado, dá para saber mais sobre cada um deles sem perder o foco central que é o surgimento, a ascensão e o desaparecimento da banda.
Eu nunca tinha lido uma obra assim, mas achei espetacular. É cheia de sentimentos viscerais e personagens realistas. Em certos momentos parece mesmo vida real. Eu nunca tinha lido nada de Taylor Jenkins Reid, mas agora entendo todos os elogios rendidos aos seus trabalhos.
Estou ansiosa para conferir mais trabalhos dela e ver a adaptação para as telas de Daisy Jones & The Six. Com certeza minha sede pelas canções vai ser saciada e torço para que a escolha do elenco seja condizente com o que foi descrito no livro, ultimamente tenho me decepcionado bastante com as escolhas de atores para as adaptações. Acho que é essencial escolher alguém que tenha a capacidade de dar vida a personalidade daquele dito personagens, mas também acho essencial que as características físicas sejam mantidas, para não descaracterizar o personagem que conhecemos e nos tornamos fãs.
Ok! Desabafos a parte, Daisy Jones & The Six foi uma das melhores leituras que fiz este ano, me surpreendi totalmente com está história diferente e original. Super recomendo!
Daisy Jones era uma figura marcante. Todos diziam que sua beleza chamava atenção por onde passava. Enquanto seus pais se preocupavam em manter nome e dinheiro, Daisy atraía-se cada vez mais pelo mundo rock e tudo que proporcionava naquela época. Isso inclui o alto consumo de álcool e drogas. Na sua adolescência, alguns a consideravam uma groupie. Empoderada, logo decidiu fazer seu nome naquele cenário. Daisy sempre soube como se impor, e não se intimidava fácil. Mas o caminho de uma mulher sempre tem umas ciladas, não é?
Sua voz sempre fora bastante elogiada, mas ela sabia o poder que tinha em meio as composições. Ela poderia ter desistido de tudo quando um ex-namorado usou parte de sua ideia numa música e não lhe deu os créditos. Ela compôs mais e mais, até que surgiu a oportunidade de se lançar. Porém, teve que se mostrar persistente aos seus desejos; mostrar seu trabalho de forma completa. Discutiu bastante com a gravadora antes de ter seu primeiro álbum lançado.
Entretanto, Daisy era uma estrela que nem sempre brilhava. Se afundando cada vez mais no mundo das drogas, era difícil lhe conceder algum crédito em certos trabalhos. Quando foi obrigada a se unir aos The Six, para a gravação do famigerado álbum Aurora, teve muitos problemas com o vocalista, Billy Dunne, que estava se esforçando ao máximo para não ter uma recaída nesse mundo. A gravação do álbum, mais a problemática turnê, se tornariam um grande marco na indústria.
A banda The Six surgiu em meados dos anos 60. Fundada pelos irmãos Dunne, Billy e Graham, logo começou a se destacar no mundo do blues-rock. Após a entrada de Karen Karen, tecladista, eles oficializaram o nome e viram a coisa acontecer. Nem é preciso dizer que os caras desconheceram limites, ao notarem as grandes somas de dinheiro surgirem. Isso foi uma desgraça para Billy.
Naquela época, Billy Dunne estava apaixonado pela jovem Camila. Boa parte das composições de sucesso da banda eram sobre ela. Até que decidiram se casar. Camila vivia na estrada com a banda, até em maus momentos. Quando ela ficou grávida, conheceu o pior de Billy. O rapaz se entregava à luxuria, e a outros terríveis vícios, quase o levando a morte. Foi uma terrível época, mas ótima para que ele pudesse se afastar e se recompor. Tempo depois veio Daisy Jones e a participação em Honeycomb, mais uma música sobre Camila, e que traria o grande retorno da banda.
A ideia da gravadora era que Daisy - ainda lançamento - fizesse um dueto com uma banda sólida. O relacionamento dela com Billy nunca foi dos melhores. Imagina então, quando o dueto se tornou um sucesso e a gravadora lançou a ideia do álbum em conjunto? Billy queria fazer tudo sozinho. Várias composições sobre Camila, que Daisy jamais daria passe. Ela também queria compor, cantar, dar ideias e validar seu talento. Billy, muitas vezes egocêntrico em sua posição de vocalista, iniciou certos atritos com outros integrantes. Ao meu ver, foi a simples faísca, que foi se alastrando, até o dia fatídico que cada um seguiu seu caminho.
Eis que vem a pegadinha: todo esse resumo não se absorveu de uma narrativa comum de um livro. Não. A construção do enredo é feita através de ENTREVISTAS. Ao longo de oito anos, a autora - fictícia - recolheu depoimentos dos integrantes da renomada banda, pertencente ao cenário musical dos anos 70, Daisy Jones & The Six. A ideia é chegar a uma conclusão para o chocante rompimento da banda, no auge da fama, durante uma turnê de muito sucesso. A "autora" não entrevistou só a banda mais Daisy Jones, como também, produtores, amigos e amores...
Minha primeira experiência com a autora Taylor Jenkins Reid. Ela já tinha um outro livro publicado no Brasil, mas por outra editora, antes desse chegar. Fiquei muito surpresa com a maturidade de sua escrita, a maneira como se desenvolve todo mode das entrevistas e como tudo se revela. Daisy Jones and The Six é uma história empoderada, não só por Daisy, mas também pelas outras personagens femininas presentes na história: Camila, Karen Karen e também a melhor amiga de Daisy, Simone. Todas são donas de seus caminhos, seus desejos e principalmente, seus corpos. Esse último é o mais evidente, pelo fato de Daisy sempre mencionar que não pretende mudar "de roupa", pra que ninguém deixe de olhar pra ela. Ha! O maior:os incomodados que se mudem.
Daisy é uma personagem fascinante. A construção dela tem esses nuances "falhos" na personalidade, mas nossa, acredito que boa parte das coisas que marquei no Kindle, foi ela que disse ou me diverti com o que ela fez. Achei engraçado que na época de groupie, ela é apresentada como se não tivesse opinião formada, e daí vamos nos surpreendendo quando ela precisa se impor. Karen ~supostamente~ era pra ser uma rebelde sem causa, mas Daisy é mais vida louca que ela e acaba por deixá-la até espantada algumas vezes. Há uma parte na entrevista focada em Karen, um acontecimento durante a produção do álbum, que eu achei bem válido, pois só veio acrescentar nos tons feministas da trama. Notei que a ideia era fazer um contraste com um desejo de Daisy mais decisões da Camila, e cada uma seguiu feliz com o que queria. Um poder da mulher, que cada mulher decide o que faz e se satisfaz.
Um ponto que me deixou surpresa, além da narrativa ser estruturada por quotes de entrevistas, é que não é tudo sobre Daisy. A autora inicia apresentando a protagonista, sua vida e pessoas conectadas a ela. Logo, conhecemos os integrantes do The Six, além das pessoas da gravadora. Me surpreendeu ao descobrir algumas mortes e eventuais saídas da banda, ou quem ignore a existência, antes de toda explosão na turnê. E há muito de Billy e Camila, afinal ela sempre foi uma grande inspiração para as músicas, e era uma figura super presente nas turnês.
A ideia de Jenkins não é nos apresentar personagens perfeitos. Cometem erros a todo momento, até ficando calados. Ha! Mesmo assim, senti que alguns engoliam muitos sapos por causa de Billy, ficando no canto, só querendo se divertir e sem conflitos. Outros nos apresentam abordagens mais pesadas, que preciso destacar, que talvez não sejam tão agradáveis para mentes mais conservadoras.
Daisy Jones and The Six é uma dica perfeita para amantes, não só da música, mas também dos bastidores. E principalmente do cenário dessa época, que revelou tantas bandas legais. Aqui é apenas uma banda fictícia - que dizer pra vocês, dá pra duvidar, viu? - mas faz a gente parar e refletir como foi o processo de gravação daquela banda que a gente curte. A autora apresenta uma ideia válida, corajosa - pois necessitava transmitir certa veracidade - predominada por uma escrita deliciosa, que nos deixa ávidos para saber cada vez mais sobre os caminhos desses integrantes.
Edição lida em e-book, então não posso comentar muito sobre a física, e também não era a final. Recebi através do NetGalley. Mesmo assim curti do que vi da revisão, pois a leitura foi fácil e divertiu. A autora deixou sua criatividade fluir lindamente, então há partes das músicas da banda, e mais as letras completas do álbum Aurora nas páginas finais. Amei a capa, a fonte escolhida para o título e as cores ficaram ótimas.
Pelos comentários da autora pelas páginas finais, notei que a Stevie Nicks foi certa inspiração para a composição da Daisy. Mas olha, se ganhar mesmo uma minissérie - ou filme, quem sabe mudam, né? - adaptada, eu quero a Maggie Rogers de Daisy Jones!
E se você ainda estiver no embalo ao finalizar, pode encontrar a soundtrack do livro no Spotify. Só estranhei a autora enfiar música do Harry Styles num negócio sobre anos 70.
Ah, preciso dizer que a autora fictícia é um mistério. É revelado apenas nas páginas finais.
Daisy Jones sempre foi uma menina lindíssima e inteligente, chamando atenção desde cedo, mas isso não foi a garantia de ter muitos amigos na escola ou fora dela. Em casa não era diferente, já que os pais nunca deram atenção para a filha, nem percebendo quando a menina saía por aí. Apesar de tudo, a solidão de Daisy formou uma pessoa muito madura e talentosa.
A protagonista começa a compor músicas muito boas, e de groupie passa a ser a estrela. No entanto sua gravadora não quer que ela grave as próprias composições, e sim músicas famosas. Na verdade isso aconteceu bastante nos anos 70 com muitos cantores, sendo um caminho mais "curto" para o sucesso (mas a fama geralmente não durava tanto assim).
Na mesma gravadora de Daisy, a banda The Six foi ficando em evidência. Ela precisava de uma banda se quisesse cantar os próprios sucessos, e por coincidência os produtores decidiram que Daisy e o vocalista da banda, Billy Dunne, fariam um dueto. A grata surpresa foi que a música chegou no topo de todas as paradas, gerando um sucesso inimaginável. Sendo assim, agora a protagonista entraria para a banda, formando Daisy Jones and The Six.
Se de um lado temos a história de Daisy, de outro temos Billy. Uma pessoa cheia de culpa, teimosia, vícios e vontades. Talvez sua relação tão intensa com a protagonista seja justamente por serem tão parecidos e por amarem tanto a música, o que faz com que as pessoas os amem tanto e enlouqueçam ao seu som.
O legal dessa obra da Taylor Jenkins Reid é que ela é composta basicamente por falas, como se fosse um documentário sobre a banda. Não é algo como o Stephen King faz em Carrie, em que as vozes da narradora, os recortes de jornal e as falas dos personagens se cruzam, e sim algo muito mais separado e alinhado, onde os integrantes da banda tem seu espaço de fala bem alinhado. Ah, e se você curte, existe também o audiobook - que eu não tive oportunidade de ouvir, mas sei que está incrível, só elogios.
Daisy Jones and The Six pode até ser uma banda fictícia, mas a história é tão boa e vai sendo montada de um modo tão precioso, que vai fazer você desejar que tudo aquilo tenha sido real: a banda, os shows, os personagens, até mesmo as intrigas e o fim delas.
E sabe a melhor parte disso? A gente vai poder ver em breve uma adaptação do livro em formato de série, pela Amazon. Serão 13 episódios e a maravilhosa Daisy Jones ganhará vida através da Reese Witherspoon. Finalmente iremos ouvir os grandes sucessos da maior banda dos anos 70!
"𝑬𝒖 𝒏ã𝒐 𝒕𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒓 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒆𝒎 𝒔𝒆𝒓 𝒂 𝒑𝒐𝒓𝒓𝒂 𝒅𝒂 𝒎𝒖𝒔𝒂 𝒅𝒆 𝒂𝒍𝒈𝒖é𝒎.
𝑬𝒖 𝒏ã𝒐 𝒔𝒐𝒖 𝒂 𝒎𝒖𝒔𝒂.
𝑬𝒖 𝒔𝒐𝒖 𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒂𝒍𝒈𝒖é𝒎.
𝑬 𝒂𝒔𝒔𝒖𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒏𝒄𝒆𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐."
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Da mesma autora de The Seven Husbands of Evelyn Hugo.
Aqui conhecemos a jovem Daisy Jones colocando fogo no mundo da música na Los Angeles da década de 70; uma mulher linda, de grande personalidade e dona de uma voz arrebatadora que tenta se equilibrar nessa indústria dominada por homens e fazer sua voz ser ouvida. Daisy não leva desaforo pra casa, nem aceita não como resposta.
Também conhecemos a banda de rock The Six, que faz um grande sucesso, liderada por Billy Dunne, que tem que colocar seu orgulho de lado quando surge a possibilidade de Daisy Jones entrar para a banda. Uma coisa ele tem que admitir: juntos, eles são imbatíveis. E essa é a oportunidade perfeita para colocar a banda no topo das paradas musicais.
O livro é escrito em formato de entrevista, e conhecemos toda essa história por personagens centrais da trama; todos os integrantes da banda, amigos, produtores, empresários. Pode parecer desorganizado, mas não subestime a capacidade dessa autora de criar uma narrativa fabulosa a partir de fragmentos. É de tirar o fôlego!
E não é uma história de glamour. Conhecemos o lado ruim da fama, do descontrole, de toda a pressão. Conhecemos o cenário musical viciado, machista e predador através de personagens que conheceram ambos os lados dessa indústria. Conheceram o sucesso e o abismo. Fizeram música, amigos e tiveram paixões, tudo isso regado a álcool, drogas e muitas intrigas.
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É forte, bonito, envolvente e certamente apaixonante. Sei que já virou clichê, mas também quero deixar registrado que o tempo todo da leitura (um dia) fiquei desejando MUITO ouvir as músicas (incríveis e infelizmente não existentes na vida real) que a autora criou. É tão maravilhoso que fica a sensação de que Daisy Jones e os Six realmente foram um sucesso nos anos 70 e que hoje são ícones da música. No meu coração, eles são
Eu amei esse livro! Uma das melhores leituras do ano, deu vontade de ler toda e qualquer história escrita pela autora.
Minhas considerações sobre Daisy Jones and The Six, da autora Taylor Jenkins Reid, estão na resenha em vídeo no canal do youtube.
Link em anexo para conferir! :D
Com uma capa meio generica, e um titulo que sugere um biografia, não se deixe enganar essa é uma historia sobre seres humanos que se apaixonam, que estão perdidos, que se encontram e desencontram e no meio disso tudo cantam o bom e velho rock n roll; a narração faz com você se sinta assistindo um desses documentarios de bandas famosas que a Netflix tem produzido, logo no inicio sabemos que a banda já não exsite e que quem conduz as entrevistas está tentando entender como uma das maiores bandas da decada de 70 chegou ao fim.
Conhecemos primeiro uma garota, com pais ausentes que morava em holywood e que no auge da adolescencia começou a frequentar a sunset boulevard, Daisy Jones é impulsiva, talentosa e maravilhosamente linda, o depoimento sobre o passado da Daisy nos mostra o quanto a epoca de 70 foi frenetica, conhecemos Simone a melhor amiga da Daisy e cantora de sucesso da era Disco.
"Nós adoramos gente linda e destruida por dentro. E não dá para ser mais claramente destruida por dentro e ter uma beleza mais clássica que a da Daisy Jones."
Depois conhecemos os irmãos Dunne (Billy e Graham) e como eles com outras 4 pessoas (Eddie, Karen, Warren e Pete) formam o "The six", a dinamica no grupo funciona a ponto deles começarem a fazer bastante sucesso, até aqui temos duas potencias musicais que estão em rota de colisão, os depoimentos dos persoangens nos envolvem em flash backs e o cenario de Backstage do mundo dos musicos é fascinante, conhecemos Camilia e nos apaixonamos instantaneamente por ela assim como Billy o vocalista do "The six", dá para se envolver e torcer por todos os personagens (menos o chato do Eddie).
O cenario musical acaba fazendo com que os "The Six" e a "Daisy Jones" se encontrem e se transformem no maior fenomeno da musica dos anos 70, todo o processo deles se transformarem em 7 pessoas num palco é poderoso, as letras que eles compoem e descrevem fazem você querer comprar um ingresso pro show. Mas eles chegam ao fim e é o quebra cabeça de como isso acontenceu que compoe o plot dessa historia.
Tudo isso ainda tem como pano de fundo uma aura feminista MARAVILHOSA, Karen , Daisy e Camila são sem duvida as melhores persoangens que poderiamos querer num livro que mostra o quão poderosa pode ser a voz das mulheres no cenario musical, sem duvida o livro é uma celebração aos vários tipos de mulheres que existem.
"Eu magoei a Camila. Só Deus sabe o quanto. Mas o amor não se resume a perfeição, diversão, risos e sexo. Amar é perdoar, ter paciência e fé, e de vez em quando levar um muro no estômago."
Essa foi uma experiência de leitura que cheguei ao final da historia e me dei conta que aprendi umas lilçoes que nem eu mesma sabia que precisava, mergulhei em perspectivas novas tão subjetivas que naturalmente só percebi depois de ficar pensando sobre o livro, essa é o tipo de leitura que te dá varios conselhos sem nem que você peça.
"Muitas vezes a verdade não está nem de um lado nem de outro, e sim escondida num meio-termo"
"Daisy Jones And The Six" de Taylor Jenkins Reid, conta a história de uma famosa banda fictícia - cujo nome é homônimo ao titulo da obra - a qual, em meados dos anos 70 tornaram-se um dos grupos de rock 'n' roll mais famosos internacionalmente.
Todavia, sua inesperada separação no final de 1979, deixou os fãs dessas lendas do rock, completamente atônitos com o rompimento - sem explicação e cercado de rumores - da aclamada banda.
Mas, agora, finalmente o público conhecerá a verdade por trás de todos os conflitos ocorridos nos bastidores do grupo "Daisy Jones And The Six" quando os membros da banda, se reúnem para contar seus relatos pessoais a uma entrevistadora que irá compilar suas declarações e transformá-las em um livro.
Com direito a todos os principais fatores que parecem regerem o backstage das famosas bandas de rock da década de 70, "Daisy Jones And The Six" vem repleto de descrições sobre drogas, sexo, rock 'n' roll e drama, para entreter o leitor do começo ao fim. Mas, não é exatamente por esse motivo que permanecemos vidrados nos relatos da banda.
A narrativa de Taylor Jenkins Reid é ao mesmo tempo pouco usual e difícil de acostumar-se em seus capítulos iniciais. Apesar da escrita fácil e sem complicações - afinal, o livro é uma transcrição de relatos orais - é exatamente esse modelo oralizado que - a princípio - causa uma certa estranheza.
Acostumada a ler obras de narrativas lineares - sua maioria em terceira pessoa - a escolha da autora em "Daisy Jones And The Six" é viável e compreensível, fazendo o leitor sentir que está assistindo a um documentário na Netflix ao invés de lendo um livro. Mas, a diferença de assistir um verdadeiro reality show e ler uma obra de ficção é que nessa última opção, quando a autora escolhe escrever apenas os relatos, perde-se um pouco aquela ambientação da década em que os protagonistas estão inseridos. E esse, no meu caso, foi uma verdadeira lástima, pois adoraria ler mais detalhes sobre os anos 70 e toda sua diferente realidade, agora tão distinta da nossa. ("Só Garotos" de Patti Smith, surge como uma ótima indicação aqueles que adoram livros ambientados nesse mesmo período e que tratam sobre o mesmo assunto).
Mesmo assim, passado a estranheza dos relatos iniciais, o leitor engaja-se nos problemas, dramas, dilemas e paixões dos membros da banda e por mais que falte descrições da época o que move a leitura são as vozes de cada um dos integrantes que expõem a entrevistadora seus verdadeiros sentimentos. A escrita de Taylor Jenkins Reid, nesse sentido, chega a emocionar o leitor que acompanha essa conturbada banda e seus relacionamentos até o final da narrativa.
"Daisy Jones and The Six", como dito anteriormente, entra perfeitamente na questão de documentários e filmes sobre bandas de décadas passadas que atualmente veem populando nossos entretenimentos. Desde "Nasce Uma Estrela", "Bohemian Rhapsody" e até mesmo "Rocketman", todos apresentam uma temática semelhante, todavia - diferente das adaptações cinematográficas - senti que a obra de Reid pecou um pouco na construção de um suspense e revelações maiores envolvendo o rompimento da banda, tornando alguns relatos repetitivos e por vezes um pouco previsíveis. Talvez, esse problema seja causado já pela leve saturação de tal tópico.
No final, o que realmente move o leitor a continuar a leitura, é um misto de curiosidade e um certo apego emocional com alguns dos protagonistas por trás dessa jornada. Não há como diminuir o mérito da autora em criar - não só esse diferente livro - como também toda uma banda fictícia e ainda compor as letras de suas músicas.
Taylor Jenkins Reid, merece o famoso hype ao redor de suas obras e apesar de ter encontrado alguns pequenos problemas durante a narrativa de "Daisy Jones And The Six" é preciso reconhecer seu mérito, bem como admitir que essa obra seria perfeita para as famosas adaptações cinematografias. Definitivamente, "The Seven Husbands of Evelyn Hugo" - outra famosa obra da autora - já está na lista de leitura.
"Os homens parecem achar que merecem um prêmio quando tratam as mulheres como seres humanos"
The oral history format was an amazing way to convey the different personalities coming through when you work as a group. I fell in love with the characters, they're easy to connect to, even when they're wrong. Good portrayal of addixtion and recover and how success isn't a bright line upwards.
Taylor Jenkins Reid tem um gosto pelo jornalismo. Os dois livros que li dela, Daisy Jones & The Six e The Seven Husbands of Evelyn Hugo trazem histórias de pessoas famosas contadas por meio de entrevistas jornalísticas. E, apesar de eu ter gostado de Evelyn Hugo e seus dramas hollywoodianos, o que se encontra em Daisy Jones é singular, eletrizante e viciante. A história da maior banda da década de 70 e do ícone musical que foi Daisy Jones é algo de que não se consegue tirar os olhos até chegar à última página.
É impossível não se apaixonar por Daisy Jones. Essa não é apenas a conclusão de Billy Dunne, vocalista da banda The Six, mas também minha. Durante a leitura do livro, não foram poucas as vezes em que lamentei que Daisy e a banda fossem fictícios. Existem algumas coisas a que não resisto: um bom rock and roll, uma mulher liderando uma banda e pessoas que vivem sua verdade. Daisy Jones é tudo isso. A história da menina groupie que ficava seguindo bandas e pegando caras de bandas no final dos anos 60 e que percebeu que era usada por essas caras para ser a musa inspiradora de suas músicas quando, na verdade, ela é quem deveria estar sendo ouvida por aí é contagiante.
"Eu não tinha o menor interesse em ser a porra da musa de alguém. Eu não sou a musa. Eu sou esse alguém. E assunto encerrado."
Quando finalmente começa a escrever suas músicas e usar sua potente e grave voz para cantá-las, produtores do meio musical ficam imediatamente de olho nela, mas o problema é que sendo mulher o agenciamento nunca é apenas algo profissional, já que os agentes se aproveitavam de suas artistas em todas as formas. Não é fácil para Daisy se lançar na música e requer um bom tempo até que consiga autonomia para fazer as coisas do seu jeito, mas quando consegue ela se transforma em um furacão incapaz de ser contido. Infelizmente, esse furacão é abastecido com drogas e álcool, o que se torna um problema real na vida de Daisy.
Enquanto isso, as coisas estão finalmente deslanchando para a banda The Six. Formada pelos irmãos Dunne, Billy e Graham, eles estão conseguindo contatos e shows, vendendo muitos discos e criando novas músicas. Porém, apesar de todo o sucesso e o dinheiro, as drogas e o álcool falam mais alto para Billy, que não consegue se controlar e acaba se atirando numa espiral perigosa de abuso de substâncias ao casar com sua namorada, Camila. Após uma turnê regada a todo tipo de substâncias ilícitas, Billy se interna numa clínica de reabilitação, perdendo o nascimento da filha mais velha e seus primeiros meses de vida. Finalmente se recupera, sai da clínica e parte com a banda para gravar um novo álbum. Quando o pessoal da gravadora sugere que uma música em específico, Honeycomb, tem potencial para se tornar um hit estrondoso caso Billy a cante em dueto com alguma cantora e a cantora em questão é Daisy Jones, as coisas esquentam para o lado de Billy, que luta para se manter sóbrio e cumprir as promessas que fez à Camila enquanto lida com Daisy, deslumbrante, problemática e eternamente chapada.
Mas esse não é um livro sobre uma manic pixie dream girl aparecendo com toda sua loucura e espontaneidade para salvar um cara meio perdido na vida. Os problemas de Daisy são reais e Taylor os trata com seriedade pela perspectiva dos antigos integrantes da banda, com entrevistas em que rememoram os tempos passados e contam todos os detalhes sórdidos do mundo do rock e das drogas dos anos 70.
"A gente estabelece os limites. Mas aí acaba passando dos limites mesmo assim. E, de repente, surge aquela ideia perigosa de que dá para ultrapassar os limites sem que nada aconteça. O mundo não vai acabar por causa disso.
A gente pega uma linha divisória muito clara e transforma numa zona cinzenta. E de vez em quando acaba indo longe demais de novo, e essa zona cinzenta vai ficando ainda mais difícil de distinguir, e a gente pensa: Tinha um limite muito claro aqui, só não sei onde."
O vício é abordado de maneira muito real e horrível. De início, as drogas parecem apenas parte da diversão, algo simples e legal. Depois, aos poucos, os integrantes da banda vão percebendo o quanto elas estão estragando suas vidas e como os limites entre ser uma pessoa que está se divertindo e um viciado parecem não mais existir conforme afundam cada vez mais no uso de drogas. Para quem conhece a cena musical dos anos 60 e 70, não é difícil perceber a realidade do que a autora retrata no livro e de como, apesar de a banda ser fictícia, todos ali poderiam existir de verdade.
Outra coisa incrível no livro é que dá para perceber direitinho que ele foi escrito por uma mulher. Taylor faz questão de inserir personagens femininas e dar voz a elas, coisa que homens geralmente não fazem, especialmente em livros sobre música. Não é fácil ser mulher, mas naquela época era mais difícil ainda ser uma mulher no meio musical, especialmente dentro do rock, tão masculino e objetificador. Além de Daisy, que é a maior estrela do livro, também há outras personagens importantes: Karen, a tecladista da banda, e Camila, esposa de Billy. Todas as personagens são complexas e independentes. É incrível como a autora conseguiu criar personalidades distintas para tantos personagens e dar nuances únicas a cada mulher na trama, fazendo com que elas realmente pareçam verossímeis e vão muito além do estereótipo de esposa de rockstar ou mulher do rock que usa sua sensualidade para conquistar a fama. Elas não são assim e seus dramas são tangíveis a ponto de o leitor realmente conseguir se envolver.
"Era um mundo totalmente masculino. O mundo inteiro era dominado pelos homens, mas a indústria fonográfica... não era fácil. A gente precisava da aprovação dos homens para fazer qualquer coisa, e parecia só ter duas opções. Ou se comportava como um dos caras - que foi o caminho que resolvi seguir -, ou dava uma de menininha e tentava ganhar todo mundo na base do charme. Eles gostavam disso."
Karen virou uma das minhas personagens preferidas. Como uma mulher do rock em plena década de 70, ela tinha uma postura muito firme e decidida, se impondo para não ser mandada pelos caras à sua volta, que não tinham nenhum respeito por mulheres. Não usava roupas decotadas, não se envolvia em relacionamentos com caras da música e focava no trabalho. Daisy era seu oposto, saindo quase nua, se envolvendo com todo mundo e fazendo o que bem entendesse, inclusive se deixando ser usada pelos caras. As personalidades de Karen e Daisy mostram o que parecia ser os únicos dois caminhos que uma mulher podia seguir naquela época se quisesse fazer sucesso: ou abusava da sua sexualidade ou a negava. Não parecia haver meio-termo para ser uma mulher do rock na época.
Após alguns anos com a banda, quando finalmente decidiu que poderia abrir um pouco seus sentimentos e se relacionar com Graham, Karen teve de tomar uma difícil decisão. Ao engravidar de Graham, ela decidiu abortar o feto para continuar com sua carreira. Graham ficou ensandecido de raiva, mas Karen deixou bem claro para ele: "Contei para o Graham que tinha decidido abortar. E ele me falou que eu estava louca. Eu disse que não estava louca coisa nenhuma. Aí ele me pediu para não fazer aquilo. Eu perguntei: 'Você vai sair da banda para criar esse bebê?'. E ele não respondeu. E isso encerrou a conversa.". Ser mulher é uma droga. Homens raramente estão dispostos a fazer sacrifícios por suas carreiras em prol da família, mas é esperado que as mulheres o façam. A forma com que a autora traz o tema da gravidez, do aborto e da carreira da mulher no livro é incrível e, por isso, Karen é uma das personagens que mais se destacam na história.
Porém, sendo Taylor uma boa escritora, ela não se limitou a aprofundar apenas as personagens femininas, mas também deu profundidade suficiente aos homens da história, que falaram abertamente sobre seus desejos, medos e motivações. Billy é o líder da banda, vocalista, compositor e praticamente todo o resto porque não permite que ninguém faça nada além de tocar as músicas que ele determina. Ele tem sérios problemas como um cara viciado e tenta o tempo todo se redimir para proporcionar a vida que sua esposa, Camila, merece. Seu irmão Graham é o típico rockstar: festas, álcool, drogas e muitas mulheres ao redor dele, mas ele deseja sossegar e ter algo como o que Billy tem com Camila. Os outros caras da banda não ganham tanto destaque, mas Eddie tem sua quota de personalidade bem definida com seus rompantes de revolta - uma revolta justíssima, por sinal - contra Billy e sua mania de liderança incontestável. Contudo, apesar das nuances dos personagens masculinos, este é um livro em que as mulheres do rock brilham mais do que todo mundo e isso é satisfatório demais.
Outro ponto importante do livro é a forma com que as músicas são descritas. Todas as letras dos grandes sucessos da banda foram criadas pela autora, e são letras lindíssimas. É impossível lê-las e não querer ir no Spotify procurar por Daisy Jones & The Six para ouvi-las. Lamento muito não poder ouvir The Impossible Woman, que a autora descreve como visceral, atormentado, repleto de dor e raiva na voz grave e meio rouca de Daisy. Ou os duetos entre ela e Billy. A maneira com que as músicas são descritas a faz parecerem reais e totalmente desejáveis. Daisy Jones & The Six é a banda que eu queria que existisse.
O formato do livro é todo em entrevistas, bem jornalístico, e achei isso demais, já que quebra com a narrativa de romance tradicional e traz proximidade do leitor com as personagens, que contam a história em primeira pessoa. A única coisa de que não gostei muito foi do final. Não detestei, certamente não afetou a leitura, mas Taylor parece ter uma predisposição a finais dramáticos, já que o que ela fez nesse livro é bem similar ao que ela havia feito em The Seven Husbands of Evelyn Hugo. Achei desnecessário e fora de tom dentro da história. Mas, como disse, não prejudicou a leitura, apenas ficou sobrando.
As referências musicais estão presentes em toda a obra para os leitores que conhecem a cena musical do rock setentista - e no final a autora, em seus agradecimentos, revela algumas delas. Para mim, durante a leitura, vi Daisy Jones como uma espécie de Stevie Nicks, e a autora revelou que de fato o álbum Rumours, do Fleetwood Mac, foi uma grande inspiração para a banda. Mas também vi um pouco da Grace Slick, do Jefferson Airplane, na maneira com que a voz de Daisy Jones é descrita. Enfim, as referências são várias, mas particularmente quando terminei a leitura eu fui correndo ouvir o álbum Rumours para entender melhor o que a autora tinha em mente ao escrever as músicas e a vibe da banda e foi uma experiência maravilhosa. Recomendo.
Em um quote:
É por isso que eu sempre amei fazer música. Não pelo som, pela fama e pela diversão, e sim pelas palavras que a gente pode deixar fluir enquanto canta - as emoções, as histórias, as verdades.