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Glória é ruína e o segundo livro de uma duologia distópica que nos apresenta uma sociedade em que as mulheres não tem voz alguma e são oprimidas de forma absurda.
É nesse cenário que conhecemos duas mulheres que vão ter suas vidas tranformadas por essa intolerância.
Bem, se você ainda não conhece os livros dá uma conferida em Graça e fúria, o primeiro volume, tenho certeza que se voce gosta de distopia, vai gostar bastante destes.
5🌟❤️
O segundo livro continua dividindo a narrativa entre os pontos de vista das duas irmãs. O momento que ambas ansiavam estava para acontecer: as duas se reencontrariam, porém em uma situação totalmente diferente: Nomi estava a caminho da ilha com o príncipe herdeiro Malachi praticamente morto, enquanto que Serina havia tomado Monte Ruína e era líder de uma revolução.
Depois de se reunirem, as duas planejam retornar, primeiro para ajudar o irmão, que com certeza estava sendo perseguido por Asa, o verdadeiro assassino do rei, que é tão ou mais cruel quanto seu pai. Sério, se o rei anterior parecia horrível nas poucas vezes em que aparecia, Asa é três vezes pior.
Malachi tem uma participação mais ativa, principalmente no começo da história, em sua recuperação. Ele sente tanto pela traição do irmão quanto pela de Nomi, mas entende que ela também foi enganada pelo irmão e que para derrotar Asa, ele terá que abrir várias concessões em favor da luta daquelas mulheres por uma vida digna.
Claro que o plano, embora seja bem elaborado, não sai como o esperado. Então, tanto Nomi quanto Serina correm contra o tempo para conseguir salvar o irmão e também livrar Virídia de um novo tirano…
A história tem o mesmo ritmo de Graça e Fúria. A escrita da autora flui muito facilmente, mas senti a falta de um aprofundamento maior. Embora a trama seja boa, o desfecho se deu de forma bastante rápida, porém isso não tirou o prazer da leitura nem o brilho das heroínas, principalmente de Serina e as mulheres de Monte Ruína.
Serina me surpreendeu novamente. Ela foi muito guerreira e aprendeu a ter bastante sangue frio desde o último livro. Ela se mostrou mais sábia do que a própria Nomi, que sabia ler e conhecia a história das antigas rainhas de Virídia.
Uma leitura muito bacana que mostra o empoderamento feminino de um regime que tenta podar seu conhecimento e seu poder de decisão, mas que poderia aprofundar muito mais algumas questões, inclusive a luta em si. Recomendo.
O final perfeito para a duologia das irmãs Tessaro , elas evoluem muito. O final foi meio apressado mais gostei muito.
Glória e Ruína é o segundo volume da duologia criada por Tracy Banghart. Se você ainda não leu Graça e Fúria, deixe essa resenha para mais tarde, porque é impossível não soltar um spoiler ou outro. Pois bem, tendo isso em vista, a segunda parte da história das nossas heroínas começa exatamente onde termina a primeira: Serina liderando um motim contra os homens que dominavam Monte Ruína — e vencendo com honra, diga-se de passagem — e Nomi chegando à Monte Ruína exilada após o assassinato do superior.
A atmosfera de Glória e Ruína permanece extremamente tensa, já que as mulheres continuam sem um pingo de dignidade. Assim, o foco das protagonistas é fazer com que as mulheres de Viridia, incluindo as sobreviventes de Monte Ruína, tenham um futuro digno. Então o foco das duas irmãs se torna o mesmo: mudar o sistema, ainda que seja necessária uma revolução. É claro que as coisas não são fáceis, principalmente levando em conta o tirano que assumiu o governo — o filho mais novo do antigo superior, aquele que tirou a vida do próprio pai unicamente para conseguir poder.
O que eu mais gostei em Graça e Fúria foi o desenvolvimento de Serina, que foi se tornando cada vez mais forte e terminou o livro de forma magistral. Nesse segundo volume, a personagem continua perfeita, sem defeitos. Obviamente também me apaixonei pela forma como as mulheres são unidas, lutam juntas por um único objetivo. Ainda bem que Tracy Banghart seguiu essa mesma linha em Glória e Ruína.
E por falar em luta, quem se incomodou com a ambientação brutal das cenas que se passavam em Monte Ruína, ficará ainda mais impactado com as batalhas desse segundo volume. Lutas estão presentes o tempo inteiro, desde o momento em que as mulheres estavam se organizando para sair do cárcere em que viviam até o momento em que chegaram, de fato, onde queria chegar. Apesar de não gostar dessa violência toda, estaria mentindo para mim mesma se dissesse que não gostei. Concordo que é muito triste que elas precisassem matar pessoas para se libertarem, mas cada tiro, cada facada, foi sinceramente uma satisfação pessoal.
Eu sei que é um sentimento muito pesado, mas foi a forma como a autora conseguiu erguer todas as personagens contra a opressão. A história inteira se passa em uma sociedade que simplesmente apagou as mulheres — que, inclusive, chegaram a governar Viridia —, transformando-as em meros objetos. A força física está presente o tempo inteiro, mas existem outras ações envolvendo sororidade e empatia que mostram que as mulheres têm poder.
Falando em sororidade, é impressionante os laços que as mulheres de Monte Ruína criam no decorrer da história. Por mais que tivessem suas diferenças e desavenças, eram muito unidas e respeitavam umas as outras acima de tudo. Existem várias cenas emocionantes no livro que provam isso, "detalhes" que contaram muito para mim. Eu dou muito, muito valor à essa união, porque acredito que ninguém segura mulheres que caminham juntas para alcançar um objetivo em comum.
Glória e Ruína é um livro bastante rápido, mas mesmo com o final aberto bem no estilo de conto de fadas — convenhamos que depois de tanta luta, não é possível que as pessoas não pudessem sonhar, não é mesmo? —, dá um desfecho para as irmãs Tessaro e todas as outras coadjuvantes que fizeram essa história acontecer.
Em uma sequência direta dos acontecimentos de Graça e Fúria, Glória e Ruína mostra as irmãs Nomi e Serina, cada uma em sua jornada individual para acabar com a opressão que há em cima das mulheres de Virídia. Serina com o objetivo de libertar as mulheres de Monte Ruína e Nomi com o objetivo de se vingar dos acontecimentos finais do livro anterior (se você não leu o primeiro volume, esta resenha conterá spoilers), procurando salvar a vida de Malachi e descobrir se seu irmão Renzo está vivo, além de matar Asa. Porém, o objetivo central de tudo envolve dar liberdade e voz a todas as mulheres, tornando Virídia um lugar melhor. A dinâmica continua igual ao primeiro volume, alternando entre acompanharmos Nomi e Serina.
Esta continuação e conclusão da duologia tem uma narrativa mais fraca e arrastada que o primeiro volume e, o final não fornece nenhuma surpresa. Apesar de ter gostado bastante do final, achei bem previsível e me decepcionei um pouco. Porém, se você já leu o primeiro volume e está em busca da conclusão da história, recomendo que leia. É uma duologia que vale a pena ser lida.
Glória e Ruína é o segundo volume da duologia Graça e Fúria, de Tracy Banghart, lançada no Brasil pela Editora Seguinte.
Em Viridia as mulheres não têm direito a nada. Não podem opinar, trabalhar, ter dinheiro, escolher o marido ou mesmo ler. Serina Tessaro deveria ser uma das graças de um príncipe (espécie de concubina), mas acabou condenada e jogada em uma ilha presídio por ter um livro. Sua irmã Nomi foi quem acabou entre as mulheres do herdeiro do país e presa as regras que não aceitava.
Serina sempre foi a irmã dócil e conformada, que aceitava o destino das mulheres e Nomi a rebelde que queria a revolução. No entanto, quando jogadas nestas situações inesperadas, os papéis se inverteram.
Nomi perdeu sua força, ajudou a pessoa errada e colocou o país em uma situação pior. Serina foi obrigada a lutar, literalmente, para sobreviver. Na ilha, ao lado de outras mulheres, ressurgiu como uma guerreira, uma lutadora que foi capaz de começar a revolução.
Agora as irmãs separadas brutalmente, têm a chance de se reencontrar e quem sabe ajudar as mulheres do seu país. Uma chance promissora se apresenta e as duas precisam se organizar bem para tentar uma vitória. Nomi vai ter que ajudar o herdeiro do trono de Viridia a recuperar seu lugar e confiar nele, em suas promessas, de que vai salvar a família dela e ajudar as mulheres. Serina precisa tirar as prisioneiras da ilha e guiar aquelas mulheres rumo a liberdade. Será possível mudar Viridia?
Eu amei o livro anterior e a personagem Serina. Esta moça que começou tão submissa me surpreendeu positivamente ao mostrar tanta força e resiliência para sobreviver e se adaptar a vida que foi obrigada a viver.
Na ilha de Monte Ruína suas ações e coragem fizeram meu coração bater acelerado. Nesta sequencia da historia ela manteve –se ainda mais forte e mais uma vez roubou a cena. Serina foi a personagem que teve, na minha opinião, o melhor desempenho, carisma e evolução.
Nomi foi aquela personagem que eu acreditei que seria minha favorita e acabou me decepcionando de diversas maneiras no volume um. Agora ela tenta se redimir, se esforça e admito que fez coisas bem importantes e corajosas, mas para mim ainda é uma personagem que causa incomodo por suas atitudes impensadas e até mesmo egoístas. Eu não consegui simpatizar como Nomi, confiar nela. E já adianto que o destino que teve eu desejei para Serina.
No entanto, apesar de minha ressalva com a personagem, a história em momento algum me decepcionou e a autora conseguiu trazer neste livro dois algo ainda mais grandioso e marcante. Eu adoro a forma brutal com ela conduz as mulheres na luta pela liberdade. Dá muita dor no coração ver ao que são submetidas, mas a alegria de vê-las se superando e não se deixando abalar sob o domínio dos homens é muito empolgante e emponderador. As mulheres de Monte Ruína lideradas por Serina são o que há de melhor nesta obra e não me importaria de ter mais um volume focado nelas e em como seguiram após a conclusão da história.
Não pensem, no entanto, que todos os homens aqui são ruins. Existem aqueles que se salvam, que ajudam e têm bom coração. O irmão de Serina e Nomi é um deles e foi um rapaz que me ganhou com sua gentileza.
Serina e Nomi são protagonistas bem desenvolvidas e seguem por caminhos árduos, mas têm muita força e vão lutar, mesmo que o preço desta luta seja suas vidas.
Em suma, a duologia Graça e Fúria é um tributo a força das mulheres na luta por seus direitos e anima o leitor por mostrar que elas seguem unidas, como irmãs na luta por uma causa. É tão bom ver o laço que as une por um objetivo em comum, de ver que a autora não quis abordar relações invejosas ou mesquinhas, mas a verdadeira sororidade. É uma história animadora, que faz vibrar e ter vontade de ajudar naquela luta. Eu adorei e recomendo!
Esperei muito por esse livro, um livro que fala sobre a luta das mulheres e que cumpri esse papel.
Personagens envolventes.
Nomi e Serina duas irmãs que precisam enfrentar seu medos e organizar uma revolução para mudar toda a sociedade, com a ajuda do herdeiro.
Muito bom ler sobre mulheres que vão em busca dos seus objetivos independente de qualquer coisa e mesmo assim não deixou o romance de lado que amo.
Glória e Ruína traz o tão esperado desfecho da história das irmãs Nomi e Serina que tiveram seus destinos totalmente alterados porque uma delas cometeu o crime de ler. Ambas insatisfeitas com o rumo que suas vidas tomaram, cada uma a sua maneira, dará início a uma revolução particular no intuito de mudar não só o seu destino, mas também o destino de todas as mulheres oprimidas e sem voz da sua sociedade. Ao perceberem que seus objetivos são muito parecidos, Nomi e Serina passarão a lutar juntas e terão o apoio das mulheres escravizadas de Monte Ruína, cuja única saída será lutar mostrando que a sororidade é sentimento que precisa prevalecer entre todas.
Romance? Também temos, mas um romance maduro em que homem e mulher estão em pé de igualdade e dividem sonhos e objetivos.
A história desse livro é emocionante, cheia de reviravoltas e prende o leitor na história desde a primeira página, afinal precisamos saber como as irmãs vão sobreviver a todas as provações a que são submetidas. A autora não poupa cenas trágicas, lutas e mortes, o que torna tudo ainda mais real, pois toda rebelião tem perdas dos dois lados. Quanto ao final, eu só posso dizer que adorei, pois mostrou a garra daquelas mulheres, a união delas para enfrentar tudo que entrasse em seus caminhos, e também mostrou como estavam dispostas a se sacrificar se preciso para que Viridia pudesse mudar, pudesse um dia ser um lugar melhor para todas as mulheres.
Obs: Cuidado, por ser o segundo livro, poderá ter alguns spoilers do primeiro. tentei não fazer isso, mas é sempre bom avisar né...
Resenha: Não me aguentava de ansiedade para ler esse livro. Principalmente depois de saber que era uma duologia, então é claro, saberia o final dessa história loguinho né!
Eu li o primeiro livro ano passado e gostei bastante. Então, para ter tudo bem fresquinho na mente, reli antes de pegar o segundo... coisa de doida, eu sei, com tantos livro pra ler, fazer releituras como eu faço é meio estranho, mas considero as releituras fundamentais. Sempre percebemos coisas novas! Sabe quando você assiste um filme mais de uma vez e aí percebe os detalhes? É bem isso.
Bom, lá no primeiro livro conhecemos as irmãs Serina, que treinava desde sempre para ser uma das Graças do Superior e Nomi, que seria sua Aia se ela viesse a ser escolhida. Ela foi. As duas então rumaram para o castelo e lá, numa baita virada de sorte, acabou que o príncipe escolheu Nomi para ser sua Graça.
Explicando rapidamente, Nome era a irmã, mais nova e meio revoltada, sabia ler, o que era proibido que uma mulher fizesse. E Serina era a irmã obediente, dócil e submissa. Houve um engando e pensaram que Serina estava lendo, afinal ela estava com um livro em mãos e recitando a história, que sabia de cor. Por conta disso, foi enviada à Monte Ruína, uma prisão para mulheres.
"Monte Ruína não pertence a ele. Se nos ameaçar de alguma forma...se não for o homem que minha irmã alega ser, vai ser morto. Essa ilha é nossa, foi conquistada com nossos corpos e sangue. Não vamos ceder a ninguém. Nomi a encarou como se fosse uma desconhecida. Sua irmã tinha perdido todos os traços de suavidade e submissão."
Enquanto isso, Nomi ficou no Castelo, treinando para ser Graça e odiando Malachi. Se aproximou cada vez mais de Asa, o irmão de Malachi. Asa colocou na cabeça de Nomi, que eles deveriam montar uma armadilha para tirar Malachi da linha de sucessão, e fez a garota acreditar que o herdeiro era tão horrível quanto o pai. Só que não era e, por uma armadilha, o rei morreu, Nomi e Malachi foram enviados para morrer em Monte Ruína e o livro acabou. Assim, partindo nosso coração!
Dei rápidas pinceladas só para quem não leu não ficar muito perdido, mas não contei um décimo do que aconteceu.
Bom, começamos o segundo livro exatamente de onde o primeiro acabou. E agora vou dar mais detalhes. Revoltada com a maneira como as coisas aconteciam na ilha, Serina lidera uma revolta. Pois é, a frágil e submissa menina se transformou numa guerreira e com a ajuda de Val, o único guarda honesto de toda a prisão, e das outras prisioneiras, tomam a ilha para elas e é nesse momento que Malachi e Nomi chegam na prisão. Os guardas que os levaram não perceberam que alguma coisa errada tinha acontecido e jogam Malachi no mar (ferido com uma facada) e deixam Nomi na ilha. O cara é duro na queda e consegue sobreviver. Agora estão todos juntos no mesmo lugar e vão ter que unir forças para derrubar Asa do poder.
"... A verdade que ela estivera encarando desde o momento do reencontro se cristalizou em sua mente. Serina havia se tornado uma guerreira.
- Você... é a líder delas? - Nomi perguntou, assombrada.
- Ela é a razão de estamos livres - Anika respondeu..."
Serina é a líder das prisioneiras e vai se mostrar infinitamente mais forte do que era e Nomi precisará aprender a lidar com essa nova mulher que não baixa mais a cabeça, e que agora, sabe que precisa lutar pelos seus direitos. Se fazer ouvir agora é uma necessidade e ela vai brigar por isso.
É uma leitura super rápida e fluída. Os personagens são incríveis. Cada prisioneira tem uma história e elas não são bonitas. A vida das mulheres é carregada de injustiças. Elas não podem aprender a ler e escrever. Não podem escolher com quem vão casar, não têm direita à nada. Inclusive elas trabalham, e não é pouco, e quem recebe os salários são os maridos. É um regime de escravidão terrível e acabar com isso é a mola principal que move as irmãs e agora Val, Malachi e as prisioneiras também.
Fiquei louca para ler logo e saber como ira terminar toda essa trama e só posso dizer que não decepcionou. O final foi intenso e perfeito. Sei lá se é a minha veia romântica falando, mas um olho arregalado e uma cara feia no final do livro me levaram a pensar que poderiam ter mais livros. Para explicar como ficaram as coisas, já que mudanças assim tão radicais nunca são bem vindas por uma boa parcela das pessoas que antes, estavam no poder!
Contém spoilers de Graça e Fúria, primeiro livro da duologia.
“Na continuação de Graça e Fúria, Serina e Nomi Tessaro vão dar início a uma revolução que vai mudar a vida de todas as mulheres de seu país. As irmãs Serina e Nomi Tessaro nunca imaginaram que acabariam em lugares tão distintos: Serina em uma ilha-prisão, Monte Ruína; Nomi no palácio de Bellaqua, como uma graça, à disposição do príncipe herdeiro do reino. Depois de sofrer uma grande traição, Nomi também é mandada para a ilha e, ao chegar lá, para sua surpresa, encontra Serina à frente de uma rebelião das prisioneiras contra os guardas.
Agora as irmãs têm um objetivo em comum: mudar o funcionamento de toda a sociedade. Além disso, elas sabem que Renzo, gêmeo de Nomi, está em perigo. Relutantes, elas se separam mais uma vez, e Nomi retorna à capital, enquanto Serina permanece em Monte Ruína para garantir que todas as mulheres encontrem um lugar seguro para viver. Só que nada sai como o planejado ― e as duas vão ter de enfrentar os seus maiores medos para mudar o país de uma vez por todas.”
É tão bom ler uma distopia, que as mulheres superam todos os seus medos e lutam pelos reais objetivos das mudanças!!! A Serina foi o exemplo, de uma mulher criada para ser uma graça, e que para sobreviver, tornou-se uma grande líder guerreira. A Nomi, não mudou tanto como a irmã, na minha opinião, mas os seus ideais foram mantidos até o fim. Gostei muito dessa história. Recomendo a todos que gostam de ler uma boa distopia.
Quando li Graça e Fúria, o primeiro livro dessa duologia, fiquei impressionada com a ousadia da autora por criar uma trama tão intensa, cheia de ação e repleta de reviravoltas. Adorei o fato dela não ter poupado o leitor e ter incluída até mesmo cenas de violência e crueldade! Fui completamente cativada pela Serina e, mesmo tendo odiado a Nomi, achei a trama muito bem elaborada, envolvente e com uma mensagem incrível! Tá certo que achei que faltou um pouco de originalidade (expliquei isso lá na minha resenha), mas o final me deixou desejando a continuação!
Apesar de ter passado um ano entre a publicação do primeiro livro e desse segundo, não tive problema algum em dar sequência na história. De modo muito inteligente e sem perder a agilidade da narrativa, a autora conseguiu incluir algumas explicações do que tinha acontecido até aquele momento e minha memória foi rapidamente ativada!! Rs...
Glória e Ruína traz uma conclusão incrível para a história iniciada no primeiro livro. A trama continua envolvente e com um ritmo alucinante. Adorei as escolhas feitas pela autora, que conseguiu mostrar a força das mulheres sem denegrir os homens. É claro que as mulheres são as grandes heroínas da história, mas a autora não transformou todos os homens em vilões e nem em bobocas sensíveiszinhos! Rs.... A ousadia da autora em manter os toques de luta, violência, crueldade e morte continuou me agradando nesse livro. Tudo isso combinou perfeitamente com a trama e o universo criado pela autora. Nada de subestimar os leitores, que são perfeitamente capazes de lidar com coisas ruins!! Palmas para a autora!!!!
Minha opinião inicial sobre as duas protagonistas não mudou nesse segundo livro. Nem com a transformações de Nomi e todos os seus atos heróicos consegui gostar dela. Fiquei com menos birra, mas a Seria continua sendo a minha personagem favorita e entrou para a minha lista de "quero ser como ela se virar personagem de livro"! Rs... Ela consegue demonstrar força, liderança, feminilidade, respeito, elegância, compromisso com a justiça e empenho em mudar o mundo!! Adorei!!!!
Nem tudo são flores nessa história, mas no geral achei que a leitura valeu muito a pena. Para mim a autora acertou em cheio na abordagem, incluindo um tema de relevância para nossa sociedade, mas deixando de lado a chatice do politicamente correto! A duologia é, ao mesmo tempo, fonte de diversão e reflexão!
Assim que eu descobri que Glória e Ruína seria o novo lançamento da editora Seguinte, eu fui correndo pro NetGalley ver se a obra estava disponível para leitura, e foi assim que eu consegui por as mãos nessa belezura. Desde que Graça e Fúria saiu, eu estava louca para ler a obra e fiquei mais apaixonada ainda quando pude fazer isso. Aquele final me deixou ávida para saber como a autora iria desenvolver a reta final da história das irmãs Nomi e Serina e ela fez isso de maneira fenomenal.
Pra você que não sabe bem o que aconteceu, vou dar uma breve resumida livre de spoilers. Em Viridia, país onde a supremacia é dos homens, existe um superior que a cada ano escolhe três Graças, mulheres bonitas e de compostura que devem-lhe servir. Serina fora criada para se tornar uma delas, e Nomi, sua irmã mais nova, fora criada para ser sua aia quando esta conseguisse se tornar graça. Porém, após uma confusão envolvendo um livro, Nomi é escolhida no lugar da irmã e Serina acaba sendo presa e posteriormente levada a Monte Ruína, uma ilha isolada lar de outras mulheres rebeldes.
Nos últimos capítulos de Graça e Fúria, Nomi acaba indo parar em um barco que a leva para Monte Ruína justamente com Maris, outra graça, e Malachi, o herdeiro de Viridia que está gravemente ferido. E é a partir daí que começa Glória e Ruína. Eu não quero entrar em detalhes sobre o que acontece na história porque perderia totalmente a graça, mas é basicamente Nomi e Serina tentando resolver as tretas que deixaram no outro livro. Nesta resenha vou me focar mais no desenvolvimento das personagens do que nos acontecimentos que permeiam a história, e de toda forma, tudo o que eu disser aqui com certeza não conseguirá expressar todas as sensações que tive ao terminar essa obra.
Serina é de fato a personagem que rouba a atenção. Uma mulher que aprendeu desde cedo a como se portar como uma graça, não levantar a voz, ser a imagem da beleza e da submissão, e ao longo da história se transforma completamente. Ela encontra a garra que nunca imaginou ter, uma fúria latente que a deixa mais revoltada com o sistema em que vive e com as diferenças entre homens e mulheres que é obrigada a perceber. Serina se tornou uma mulher tão forte, tão ousada que é quase como se aquela outra mulher nunca tivesse existido.
Nomi que desde o princípio se mostrou revoltada com a situação em que vivia, com o fato de não poder ter escolha, aprende que não é só disso que as coisas são feitas. Mesmo com a brutalidade da vida, ainda existe a gentileza, a educação. Em nenhum momento desde que fora escolhida como Graça a sua vida foi suavizada, pelo contrário, é muito mais difícil confiar nas pessoas que você não conhece e o preço que se paga por um erro desses é muito grande, algo que Nomi vai descobrindo aos poucos.
O que eu mais gostei nesta história é como todas as mulheres são protagonistas do livro. Apesar de termos homens na trama, Malachi e Val, não são eles que salvam as mocinhas, não são eles os heróis. Pelo contrário, a autora aqui optou por trazer um palco onde cada personagem feminina consegue se sobressair. Um lugar como Monte Ruína que tinha o objetivo de subjugar e dividir as mulheres, na verdade fez com que elas se apoiassem uma as outras e lutassem juntas. A sororidade entre elas vai sendo construída desde o primeiro livro, onde elas precisam confiar uma nas outras se quiserem mudar a situação na qual vivem. E é tão lindo ver tantas mulheres fortes, destemidas, algumas até com medo, que se preocupam com o futuro de todas, não somente daquelas que estão ali, mas daquelas que vivem em Viridia, em uma prisão que nem sabem que estão. O fato delas não poderem ler, manusear dinheiro, tomar decisões, votar... coisas que nós hoje em dia temos acesso mas que séculos atrás era impensável para uma mulher fazer. É por isso que cada personagem citada (Jacana, Petrel, Oráculo, Espelho, Penhasco, Âmbar, Anika) é tão imprescindível para a construção da obra, porque cada uma ali tem seu papel, sua importância e sua história sendo contada. Não é só a questão de serem mulheres "rebeldes" porque sabem ler, ou porque não queriam se casar, mas até a homossexualidade aqui é tratada como algo que precisa ser visto de outra forma. A autora soube trazer esses elementos de uma forma maravilhosa, crua e simples, e em nenhum momento ela usa um personagem descartável. Todos estão ali com um propósito que vai ser atendido ao longo da trama.
E tem romance sim! Não é porque a obra fala sobre luta que não pode ter momentos suaves ao longo da narrativa, mesmo que poucos. Os romances são desenvolvidos à parte, mesmo que não sejam o foco da trama, conseguem trazer esperança aos personagens e ao leitor também. Não é algo que atrapalha em nada o desenvolvimento da trama mas também não é algo essencial para a história. Se a autora optasse por não desenvolver os casais, provavelmente a obra não perderia em nada.
E por fim, Glória e Ruína é um livro que me causou muita angústia. São tantas situações absurdas que Serina, Nomi e as mulheres de Monte Ruína precisam passar que deixam o nosso coração pesado, de ver tanta injustiça propagada como algo "certo". Viridia é a personificação de uma sociedade apodrecida, machista e misógina. Um lugar que representa tudo aquilo que vivemos hoje em dia, infelizmente. Trazer histórias que contam isso de outra forma, mesmo que tão perto da realidade, é extremamente importante, principalmente no nosso estado crítico político atual. Se eu tinha amado Graça e Fúria, eu fiquei completamente ensandecida por Glória e Ruína e eu indico MUITO a leitura a todos!