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Um curioso livro de como se fazer e de como não se fazer um thriller. Os personagens são carismáticos ao ponto do leitor se sentir nervoso ao vê-los em situações de perigo. A trama tem um bom desenvolvimento, mas ao ,embora tempo deixa algumas pontas soltas e/ou mal explicadas o que me incomodou bastante ao fim da leitura.

Entretanto, acredito que seja um bom livro para quem está começando a conhecer os romances nórdicos. As paisagens descritas me deixaram saudades das aventuras de Kurt Wallander, por exemplo. Agora não posso negar que é uma leitura muito fluida e que desde a descoberta do corpo em Copenhague que o ritmo se desenvolve de maneira crescente. Outro ponto extremamente positivo são as descrições dos ambientes, das pessoas e de como elas se portam ou se sentem.

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Eu sou fã de livros de investigações policiais cercadas de mistério, e a premissa desse livro me deixou muito impressionada. Eu gostei bastante do que foi apresentado nele, contudo, não o achei à altura de todo o burburinho gerado nas redes.
É um livro bom, tem narrativa sólida e desenvolvimento interessante, mas, pra mim, ficou preso no modelo já bastante conhecido de histórias escandinavas, sem apresentar novidades ou gerar entusiasmo.
E não há nada de ruim nisso, foi só uma questão de expectativas pela fama do autor e toda a hype com a adaptação para a Netflix.

Acho que ele vai agradar muitos leitores que ainda estão descobrindo o noir escandinavo, mas para aqueles já veteranos, talvez ele não atenda a todas as expectativas.

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O livro é muito bom foi uma surpresa, super recomendo, agora quero um físico na estante. Se querer uma leitura rápida, esse é o livro.

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Acho que estou sendo repetitivo, mas, não é segredo para ninguém que tenho uma queda por thriller. Além do gênero, a curiosidade em me aventurar conhecendo autores de países que fogem do clichê EUA-Inglaterra, me dão um ânimo a mais para embarcar na viagem. Desta vez o destino foi a Dinamarca.

"As Sombras de Outubro" é um daqueles livros em que você não consegue parar de ler, até ser vencido pelo cansaço. Afinal, são mais de 400 páginas eletrizantes, de um embate de mentes brilhantes (tanto para o bem, quanto para o mal). Hess e Thulin são os grandes responsáveis pela nossa torcida, mas, a cada página virada, o sentimento de frustração vai tomando conta, pois, por mais que a investigação avance, o assassino mostra que está muitos passos à frente dos investigadores. O autor nos entregou uma trama acima da média. Ingredientes não faltam para o leitor perder a noção do tempo imerso em suas páginas.

Entre tantos pontos positivos, destaco a escrita do autor. É envolvente, ágil e bastante visual. São tantas riquezas de detalhes, que mais parecia estar diante de um telão assistindo as cenas. Sveistrup abordou também temas bastante pesados (violência doméstica, machismo), mas sem parecer didático. Se ampliarmos mais nosso olhar, podemos perceber essas e muitas outras nuances.

“A voz está sussurando bem perto do seu ouvido, mas, antes que consiga responder, uma chuva de golpes cai sobre ela. Nos segundos entre cada um deles, ouve a própria voz perguntar por quê. Por que ela, o que tinha feito de errado? Então a voz finalmente conta, e ela desiste de lutar. Uma bota força seu braço contra o chão, e ela sente a lâmina afiada contra o pulso. Implora e suplica pela própria vida, não por ela, mas pelas filhas.” Posição 1477

A construção das personagens também merece elogios. Temos um leque diverso de personalidades muito fortes e bem complexas. E o melhor de tudo, cada uma ganhou um destaque interessante, que agregou muito a toda a trama.

Outro ponto alto foi a surpresa ao descobrir a identidade do verdadeiro assassino. Minha reação foi um tremendo: "Como assim, Bial?" (risos). Realmente fui pego de surpresa, e, creio que uma boa parte dos leitores também tiveram essa reação. Fiquei bastante satisfeito com o desfecho da trama. Todos os nós foram muito bem amarrados, e fiquei com vontade de conhecer um pouco mais do trabalho do autor.

“Hess olha para ele. Cabelo, bochechas, nariz, queixo, boca. Todos os traços que mudam tão radicalmente na adolescência. O garoto é e não é familiar. Apenas quando dá um zoom e cobre o rosto do garoto para que apenas os olhos fiquem visíveis percebe para quem está olhando. Ele está vendo, mas a ideia é tão impossível quanto óbvia. Quando compreende tudo, seu primeiro pensamento é que é tarde demais para lutar contra aquilo.” Posição 4529

O livro inspirou a série da Netflix O Homem das Castanhas.
Finalizo a resenha indicando a amantes de thriller, e que apreciam uma ótima descrição de cenas, inclusive as mais pesadas.

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Agradeço ao Netgalley e à Suma pela cópia digital do livro em troca da minha opinião honesta sobre o livro.

Eu nunca havia ouvido falar deste livro até ficar sabendo que sairia uma série na Netflix baseado nele. Como boa viciada em livros que sou, quis ler antes de assistir à série.

O livro começa com a cena de um crime violentíssimo que aconteceu no passado. Vamos então ao presente acompanhar Thulin e Hess, encarregados da investigação de assassinatos que estão acontecendo por ali. Também temos o ponto de vista da ministra Rosa. Como é de se imaginar, todas estas tramas vão se conectar e eu gostei muito de como isso foi feito.

Por mais que o livro siga em geral a fórmula de livros do gênero eu gostei muito de como as coisas foram resoilvidas. Eu definitivamente não consegui prever quem era o assassino nem suas motivações. Ficou tudo muito bem amarrado neste caso. Foi um livro que eu não conseguia largar pois precisava saber o que aconteceria em seguida.

O final deixa um gancho que pode ser explorado em uma futura continuação, mas por enquanto, até onde sei, este é um livro único que se fecha perfeitamente.

O que me impediu de dar 5 estrelas pro livro foram os personagens principais, Thulin e Hess. Achei os dois pouco carismáticos e exceto quando em grande perigo, não estava me importanto em nada com eles, só com a investigação. Temos alguns vislumbres de suas vidas pessoais, mas acho que poderiam ter sido melhor explorados.

Outro ponto positivo para mim é a ambientação da Dinamarca (país de origem do autor), que foge do mais comum que é lermos livros que se passam em países de língua inglesa. O clima frio e chuvoso combinou muito com a história e deixou tudo ainda melhor.

Se você é fã de thrillers e mistérios, não deixe de conferir este livro.

Nota 4,5.

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Um suspense que é difícil não agradar os fãs do gênero, ele tem muitos elementos típicos dele, uma boa e detalhadíssima investigação, um asssassino invisível com motivações misteriosas que só são reveladas no fim, dramas familiares que levam a situações extremas e várias questões sobre os próprios investigadores.

Eu não consegui me envolver com os conflitos dos personagens e achei um pouco cansativo no geral. E parece que toda vez que uma cena era super emocionante e tinha tudo pra render, o autor cortava no meio e isso cortava junto a emoção.

Esse livro é pra quem ama acompanhar as idas e vindas da investigação mesmo, com todas suas nuances, erros e apostas da polícia.

O final achei muito bom, apesar de ser muito expositivo e explicativo nos diálogos, coisa que não curto muito, prefiro que o autor mostre, mas fluiu muito bem.

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Dica de Leitura : As Sombras De Outubro @editorasuma @netgalley

🎃 BORA PRA DICA PERFEITA PARA SE LER E ASSISTIR NESSE MÊS DE OUTUBRO

( SINOPSE NO CARROSSEL ➡️)

Esse livro nem estava na minha TBR. Mas o convite da @editorasuma para leitura coletiva e a curiosidade venceram.

Um suspense policial com mais de 400 páginas e capítulos curtos em que a todo momento o leitor é levado a criar teorias e levantar suspeitos, juntamente com os detetives do caso. Em que aos poucos as peças vão se juntando pra montar o quebra cabeça e descobrir como o serial-killer pensa e as motivações para tais atrocidades.

Com várias cenas sombrias e revoltantes. Em que assuntos como : abandono parental, adoção, sequestr0, ped0filia, desequilíbrio mental, mutilaçã0, são abordados no decorrer da trama. Se tornando impossível ficar indiferente aos acontecimentos. Principalmente quando envolvia crianças.

Eu estou acostumada a ler suspense policial, mas essa pegada mais dark normalmente não faz meu gênero. Porem me surpreendi bastante com todo o enredo e me vi presa até o término do livro.

Sobre o responsável dos crimes em algum momento e devido a um spoiler, eu acabei desconfiando dele. Mas as últimas reviravoltas da história, o autor conseguiu jogar meu olhar para outro personagem.

As descrições forenses e da paisagem gelada de Copenhagen ajudaram e muito pra criar um ambiente sombrio e de mistério que permeiam toda a história. Complementando com a personalidade dos detetives. E claro, dos crimes narrados.

O final senti que tudo foi muito bem amarrado, com um plot que nos deixa com gostinho de quero mais na última página

Além do livro também recomendo a série lançada na @netflixbrasil “ O homem das Castanhas” Uma adaptação que segue fielmente a paisagem do livro e sua narrativa de suspense e horror.

▪️Agora é com vocês. Já leram ?! Ou assistiram a série ?! Oque pretendem ler ou assistir esse mês ?!

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Um livro bem construído com personagens sólidos. Gostei muito da trama e do desfecho da história, me convenceu.
A narrativa às vezes se perde em detalhes desnecessários mas isso não atrapalhou em nada minha experiência.

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#ResenhaCDM

Quando o corpo de uma mulher é encontrado no quintal de sua casa, Naia Thulin é chamada para investigar esse caso. A mulher foi brutalmente assassinada e teve uma das mais decepadas, o que chama muita atenção dos policiais. Próximo ao corpo foi encontrado um pequeno boneco feito de castanhas, que aparentemente foi colocado ali pelo assassino. Porém, ao analisar o boneco, a coisa fica mais misteriosa já que as digitais encontradas pertencem a uma garotinha que foi dada como morta no ano anterior.

Kristine Hartung era filha de Rosa Hartung, ministra do bem-estar social, e foi sequestrada quando voltava de um treino de handebol. Seu corpo nunca foi encontrado, mas o responsável foi preso e o caso encerrado. Contudo, com essa evidência das digitais surge uma dúvida: será que Kristine está mesmo morta?

Cabe a Thulin e Hess, seu novo companheiro de trabalho vindo da Europol, descobrir qual a ligação entre os dois casos. Não vai ser uma tarefa fácil, mas eles farão o seu melhor para desvendar esse mistério.

Com capítulos curtos e muita agilidade, As Sombras de Outubro foi uma leitura que me instigou do início ao fim. O autor tem uma escrita envolvente e vai trazendo pontos de vista de diferentes personagens a cada novo capítulo, o que nos da uma visão mais ampla de todo o caso. Gostei muito de Thulin e Hess, que formam uma dupla atípica, que não se entende muito bem, mas que acabam funcionando juntos.

Enquanto lia teci diversas teorias a respeito do crime, de quem era o assassino e qual a ligação entre os dois casos. Contudo, fui totalmente surpreendida! Achei que o autor foi coerente na história e trouxe um mistério bem trabalhado e que, ao final, foi totalmente condizente com tudo que apresentou.

As Sombras de Outubro foi uma leitura incrível e que me surpreendeu demais. Veio aí mais um livro para a galeria dos queridinhos! E pra quem gosta do gênero, ou está querendo começar a ler mais thrillers, fica aqui a minha dica. Leiam, não vão se arrepender.

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"Sr. Castanha, onde está? Sr. Castanha, o que tem para me dar? Aqui estou, aqui estou, tenho castanhas para dar..."

Uma mulher é encontrada morta, tendo uma de suas mãos amputadas. Na cena do crime, encontra-se um pequeno boneco de castanhas, contendo a digital de uma menina desaparecida a mais de um ano. Caberá a diligente policial Naia Thulin, juntamente com seu novo companheiro Mark Hess, descobrir como os crimes estão conectados e impedir o Sr. Castanha antes que ele faça uma nova vítima.

SOBRE O LIVRO

ENVOLVENTE: O leitor é levado a criar teorias desde o primeiro capítulo, e isso continua até a última página da história. Todo capítulo acontece algo importante para a história - seja para o caminho certo ou para a resolução errada, mas sempre acontece algo. Isso faz com que o leitor acabe um capítulo e já queira ler o outro logo em seguida. Além disso, todo o clima infantil por volta da cantiga do Sr. Castanha dá um Q a mais ao suspense da história.

PERSONAGENS: Eu confesso que odiei o Hess nas primeiras páginas, mas agora tô quase cantando a música do Cirilo pra ele! Brincadeiras a parte, eu achei muito maneira a forma como a interação entre ele e a Naia acontece, porque os dois não são um Sherlock e Watson, mas são bons no que fazem e a sagacidade de um vai completando a do outro.

O TRUE CRIME NA FICÇÃO: Para quem lê muito true crime, vai amar esse livro. Você consegue ir entendendo o modus operandi do assassino e pode começar a deduzir os motivos dele agir daquela forma. No meu caso, me senti investigando o caso junto com os personagens.

SOBRE A SÉRIE

Netlix, EU TE AMO! Em poucas palavras, a história está toda lá. A base inteira do livro está lá. Eles reduziram algumas cenas (lógico), fizeram mudanças MUITO sutis, mas no fim, nenhuma delas muda o foco da história, nem mesmo a resolução do caso. Foi nota 10/10. PLUS: se o Hess já era crush antes da série, depois dela está quase tirando lugar intocado de John Watson.

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Título: As sombras de outubro
Autor(a): Søren Sveistrup
Editora: Suma
Já começo dizendo que este livro tem um dos inícios mais chocantes de todos os tempos. Se você tem estômago fraco, te prepare, pois é bem descritiva a carnificina. Depois, passamos para outro momento, onde acompanhamos a detetive Thulin e seu novo parceiro, Hess. Hess foi transferido para Copenhagen (onde se passa a história) após uma suspensão da Europol, onde trabalhava. Ambos vão a uma cena de crime em que uma mulher é encontrada morta, com uma mão cortada e desaparecida. Além da mão faltante, outro detalhe estranho é um boneco de castanha na cena do crime. E aí tudo ganha proporções gigantes quando um novo crime acontece, novamente uma mulher é mutilada e um novo boneco de castanho é encontrado. O que era pra ser um crime isolado, se torna parte de uma série de crimes, e pra piorar a situação dos nossos detetives, surge uma ligação entre os crimes e a filha desaparecida de uma famosa política. A criança foi dada como desaparecida e morta há 1 ano atrás, mas suas impressões digitais são encontradas nos bonecos de castanha deixados nas cenas dos crimes. E aí? Qual a ligação? Ela pode estar viva? E o homem que confessou o assassinato dela 1 ano antes? Muitas perguntas, poucas respostas.
Minha experiência de leitura foi super positiva, eu gostei bastante. É um livro de investigação criminal muito bom, achei bem fechado e sem aquelas coisas mal explicadas, que costumam ter neste tipo de livro. O final foi ótimo, e eu não desconfiava, fui bem surpreendida. Então super recomendo. Comecei a assistir a série, vi 2 episódios e estou achando muito fiel, espero gostar bastante da adaptação.

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As Sombras de Outubro, lançado aqui pela Suma, é uma obra escrita por Søren Sveistrup, roteirista da série The Killing. A série é muito boa e eu estava curiosa para saber o que seu roteirista tinha reservado para nós nesta obra sobre assassinatos em série.

Eu adoro história de serial killers e comecei a leitura bem empolgada. Já alerto que esta história é bem violenta e traz um conteúdo pesado.

A história se apresenta como um enorme quebra cabeças e eu demorei para conseguir ir juntando as peças, ou melhor, demorei para ver o sentido do quadro que estava sendo formado. Embora o motivo dos assassinatos seja logo descoberto, sabemos que há algo mais além disso. O criminoso é movido por algo, mas o que não sabemos.

A história é muito envolvente. A leitura fluiu muito bem, com seus capítulos curtos que terminavam em mais enigmas, instigando o leitor a querer ler mais um e mais outro. Eu me vi grudada em cada página do começo ao fim. A história me deixou bem contente com seu desenvolvimento, com a forma minuciosa que cada ponto foi conectado e com o desfecho.

Para quem gosta de histórias de serial killers, em cenários cobertos de neve, com assassinatos chocantes e um ótimo mistério, vai com certeza curtir esta obra. Adorei!!!

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Tudo que Naia Thulin mais quer é dar o fora daquela corporação. Não por ser tratada mal ou algo do tipo, mas porque ela tem certeza absoluta de que ela tem muito mais a oferecer do que está sendo usado ali. Ela apenas quer que seu chefe a indique para a vaga que foi oferecida para ela em outra equipe para que ela possa dar o fora. E o mesmo acontece com Mark Hess. O homem acabou de ser “expulso” da Europol e foi mandado para a corporação como uma especie de castigo enquanto ele espera decidirem se vão aceitar ele de volta lá.

Então um dia, os dois como parceiros, vão investigar a morte de uma mulher e enquanto investigam isso, outras mortes ocorrem e eles começam a se ver presos em uma teia muito mais complexa de um assassino que, como diz a sinopse, parece estar anos luz a frente deles em tudo que eles estão investigando.

Na cena do crime, eles descobrem um pequeno bonequinho feito de castanhas e isso poderia apenas ser considerado algo normal, se não fosse pela parcial de digital encontrada no bonequinho, que levava diretamente a um caso já concluído pela policia: uma menina de 14 anos, filha de uma politica que trabalha cuidando de problemas familiares desapareceu um ano atrás e como nunca foi encontrado nada que levasse a ela, a menina foi dada como morta.

Então como a garota morta estava deixando por aí as suas digitais em cenas de crimes? E o que isso queria dizer para a politica Rosa Hartung? E mais ainda, porque todas as moças mortas pareciam ter tido um motivo para serem investigadas pelo serviço social pelos filhos sofrerem maus tratos? Tudo isso se torna uma bola de neve enorme e eles não conseguem se soltar, os dois querendo chegar até o fim dessa investigação, que eu asseguro a vocês, tem um encerramento de tirar o folego.

[Continua em: https://idris.com.br/blog/2020/01/10/resenha-as-sombras-de-outubro-soren-sveistrup]

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Resenha:

“Ela entende o que a voz está dizendo, mas não consegue acreditar. A dor das palavras é maior que a dos outros ferimentos. Não pode ser. Não pode ser. Ela ignora as palavras como parte da loucura que permeia aquela escuridão. Quer se levantar e continuar lutando, mas seu corpo desiste, e ela começa a chorar histericamente. Já sabia há um tempo, embora, de alguma forma, não soubesse – e só agora, enquanto a voz sussurra no seu ouvido, entende que é verdade. Ela quer gritar o mais alto possível, mas a bile já está subindo pela garganta, e quando sente a pancada do porrete no rosto ela despenca para a frente e mergulha ainda mais profundamente na escuridão. ”

As Sombras de Outubro, livro do autor dinamarquês Søren Sveistrup, que eu conheci através de seu trabalho como roteirista da série The Killing (Série maravilhosa, com 3 temporadas que esteve no catálogo da Netflix para a minha alegria, estou falando da série original Dinamarquesa que deu origem a americana).

Foi pelo fato de ter gostado bastante de seu trabalho como roteirista que As Sombras de Outubro me chamou a atenção, como fã de dramas policiais e suspense eu estava feliz em saber que a Suma iria publicar aqui.

Lançamento de 2019, o livro tem a qualidade já padrão da editora, com uma capa bonita e boa diagramação.

A trama acompanha a detetive Naia Thulin, jovem e talentosa ela se encontra insatisfeita no departamento de homicídios e deseja conseguir uma promoção para outro setor, quando é designada para um novo caso.
E não somente esse detalhe será novo, ela é colocada para trabalhar com Mark Hess. Um experimente detetive da Europol, que foi "expulso" da mesma e recolocado em Copenhague, como um tipo de punição temporária.

“O luto é o amor que ficou sem lar, e é necessário aprender a viver com o luto e continuar seguindo adiante.”

Em seu primeiro dia trabalhando juntos são indicados para investigar a morte de uma mulher, deixada ao lado de uma casa de bonecas e sem uma das mãos. Na cena do crime, eles descobrem um bonequinho feito de castanhas (o nome original do livro seria em tradução literal O Homem Castanha), o que a primeiro momento parecia apenas bizarro, porém, as digitais encontradas nele, liga está morte a um caso considerado encerrado. Um ano atrás uma adolescente de 14 anos, filha da ministra Rosa Hartung foi sequestrada. Um acusado confessou o crime, mas nunca falou o que foi feito com o corpo da vitima.

“Sr. Castanha, onde está? Sr. Castanha o que tem para me dar?”

Com essa estranha ligação os detetives começam a investigar o que estaria por trás do crime, quando outras mortes começam a surgir, em todas as cenas dos crimes os bonequinhos de castanhas e mais descobertas ligando esse serial killers ao sequestro.

Com isso temos duas investigações que começam ser feitas paralelamente, as mortes das mulheres, (cujas vítimas são em si pistas que os detetives não podem deixar de lado) e o que liga a Ministra Hartung a esses casos?



As Sombras de Outubro tem uma trama bem escrita, que prendeu a minha atenção, em dado momento do livro eu simplesmente me vi duvidando de certa pessoa, e mesmo com as pistas que iam apontando para outros culpados esse sentimento não me abandonou, e olha que eu fiquei pensando que eu estava totalmente perdida. Felizmente acertei quem era o culpado, contudo fui surpreendida com os motivos complexos que levaram a toda violência e carnificina.

“E, antes que ele percebesse, estava em uma casa na qual o luto se prendia às paredes como piche. E aquilo sempre fazia com que ele sentisse vontade de fugir aos gritos de qualquer lugar.”

A escrita de Søren Sveistrup, é rápida, apesar de ter inúmeros pontos de vistas (inclusive eu não me incomodaria se ele tivesse restringido os POV a apenas uns 3/4 personagens), que podem em alguns momentos deixar um leitor mais desatento confusos, a escolha trouxe uma gama variada de pistas, que ajudam a desvendar o crime ou ajudam a tornar tudo ainda mais complexo e difícil. Mas também tornou mais evidente algumas burrices dos personagens, mas como todo bom suspense, o autor soube manter a minha atenção na trama e me conectei com Hess e sua jornada. E considerei a motivação do antagonista muito bem elaborada, o que tornou o final muito mais interessante.

“É uma coisa pequena, mas importante. Não se pode deixar que os mortos ofusquem os vivos. Foi o que disseram os psicólogos e terapeutas, e ele sente com todas as fibras do seu corpo que estavam certos.”

Os personagens principais são de certa maneiras bem diferentes um do outro, apesar de ser Thulin a protagonista, foi Hess que para mim se tornou a força motora do livro e de longe é o personagem que mais gostei. O livro é único, mas acredito que o autor conduziu a história de certa maneira para deixar em aberto uma possível franquia com eles, o que será ótimo, já que pouco sabemos sobre eles, com seus passados misteriosos e muito a ser explorados em suas dinâmicas.

Aqui está uma indicação para quem gosta de uma bom thriller de suspense, com uma investigação bem descrita.

“Ela entende o que a voz está dizendo, mas não consegue acreditar. A dor das palavras é maior que a dos outros ferimentos.”

Recomendo a leitura.


PS: pelo fato de Søren ser roteirista, foi impossível não imaginar esse livro sendo adaptado para o cinema ou para uma série. Resta esperar e ver se acontece.

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“Ela entende o que a voz está dizendo, mas não consegue acreditar. A dor das palavras é maior que a dos outros ferimentos. Não pode ser. Não pode ser. Ela ignora as palavras como parte da loucura que permeia aquela escuridão. Quer se levantar e continuar lutando, mas seu corpo desiste, e ela começa a chorar histericamente. Já sabia há um tempo, embora, de alguma forma, não soubesse – e só agora, enquanto a voz sussurra no seu ouvido, entende que é verdade. Ela quer gritar o mais alto possível, mas a bile já está subindo pela garganta, e quando sente a pancada do porrete no rosto ela despenca para a frente e mergulha ainda mais profundamente na escuridão. ”

As Sombras de Outubro, livro do autor dinamarquês Søren Sveistrup, que eu conheci através de seu trabalho como roteirista da série The Killing (Série maravilhosa, com 3 temporadas que esteve no catálogo da Netflix para a minha alegria, estou falando da série original Dinamarquesa que deu origem a americana).

Foi pelo fato de ter gostado bastante de seu trabalho como roteirista que As Sombras de Outubro me chamou a atenção, como fã de dramas policiais e suspense eu estava feliz em saber que a Suma iria publicar aqui.

Lançamento de 2019, o livro tem a qualidade já padrão da editora, com uma capa bonita e boa diagramação.

A trama acompanha a detetive Naia Thulin, jovem e talentosa ela se encontra insatisfeita no departamento de homicídios e deseja conseguir uma promoção para outro setor, quando é designada para um novo caso.
E não somente esse detalhe será novo, ela é colocada para trabalhar com Mark Hess. Um experimente detetive da Europol, que foi "expulso" da mesma e recolocado em Copenhague, como um tipo de punição temporária.

“O luto é o amor que ficou sem lar, e é necessário aprender a viver com o luto e continuar seguindo adiante.”

Em seu primeiro dia trabalhando juntos são indicados para investigar a morte de uma mulher, deixada ao lado de uma casa de bonecas e sem uma das mãos. Na cena do crime, eles descobrem um bonequinho feito de castanhas (o nome original do livro seria em tradução literal O Homem Castanha), o que a primeiro momento parecia apenas bizarro, porém, as digitais encontradas nele, liga está morte a um caso considerado encerrado. Um ano atrás uma adolescente de 14 anos, filha da ministra Rosa Hartung foi sequestrada. Um acusado confessou o crime, mas nunca falou o que foi feito com o corpo da vitima.

“Sr. Castanha, onde está? Sr. Castanha o que tem para me dar?”

Com essa estranha ligação os detetives começam a investigar o que estaria por trás do crime, quando outras mortes começam a surgir, em todas as cenas dos crimes os bonequinhos de castanhas e mais descobertas ligando esse serial killers ao sequestro.

Com isso temos duas investigações que começam ser feitas paralelamente, as mortes das mulheres, (cujas vítimas são em si pistas que os detetives não podem deixar de lado) e o que liga a Ministra Hartung a esses casos?



As Sombras de Outubro tem uma trama bem escrita, que prendeu a minha atenção, em dado momento do livro eu simplesmente me vi duvidando de certa pessoa, e mesmo com as pistas que iam apontando para outros culpados esse sentimento não me abandonou, e olha que eu fiquei pensando que eu estava totalmente perdida. Felizmente acertei quem era o culpado, contudo fui surpreendida com os motivos complexos que levaram a toda violência e carnificina.

“E, antes que ele percebesse, estava em uma casa na qual o luto se prendia às paredes como piche. E aquilo sempre fazia com que ele sentisse vontade de fugir aos gritos de qualquer lugar.”

A escrita de Søren Sveistrup, é rápida, apesar de ter inúmeros pontos de vistas (inclusive eu não me incomodaria se ele tivesse restringido os POV a apenas uns 3/4 personagens), que podem em alguns momentos deixar um leitor mais desatento confusos, a escolha trouxe uma gama variada de pistas, que ajudam a desvendar o crime ou ajudam a tornar tudo ainda mais complexo e difícil. Mas também tornou mais evidente algumas burrices dos personagens, mas como todo bom suspense, o autor soube manter a minha atenção na trama e me conectei com Hess e sua jornada. E considerei a motivação do antagonista muito bem elaborada, o que tornou o final muito mais interessante.

“É uma coisa pequena, mas importante. Não se pode deixar que os mortos ofusquem os vivos. Foi o que disseram os psicólogos e terapeutas, e ele sente com todas as fibras do seu corpo que estavam certos.”

Os personagens principais são de certa maneiras bem diferentes um do outro, apesar de ser Thulin a protagonista, foi Hess que para mim se tornou a força motora do livro e de longe é o personagem que mais gostei. O livro é único, mas acredito que o autor conduziu a história de certa maneira para deixar em aberto uma possível franquia com eles, o que será ótimo, já que pouco sabemos sobre eles, com seus passados misteriosos e muito a ser explorados em suas dinâmicas.

Aqui está uma indicação para quem gosta de uma bom thriller de suspense, com uma investigação bem descrita.

“Ela entende o que a voz está dizendo, mas não consegue acreditar. A dor das palavras é maior que a dos outros ferimentos.”

Recomendo a leitura.


PS: pelo fato de Søren ser roteirista, foi impossível não imaginar esse livro sendo adaptado para o cinema ou para uma série. Resta esperar e ver se acontece.

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Eu amo livros de suspense, ainda mais quando há uma investigação policial por trás da coisa toda. Li alguns títulos do gênero ao longo do ano e então quando vi a sinopse de As Sombras de Outubro fiquei ansiosa a respeito dele, principalmente por ter uma detetive mulher, uma ministra, e que claramente os crimes estão relacionados ao feminicídio; Além do detalhe da história se passar na Dinamarca, um local totalmente fora dos cenários literários.

Apesar de ter adorado toda essa premissa do livro, infelizmente, o livro em si não me agradou. Ocorrem crimes horrendos e, claro, que é isso que eu espero de um livro de suspense onde há mortes. Se você gosta desse gênero saiba que aqui irá encontrar membros amputados de mulheres que foram mortas sem um motivo aparente, assim como crianças traumatizadas pelos piores motivos que podemos imaginar. Sim, nesse aspecto o livro é pesado, mas não tão descritivo (o que é ótimo, pois com o pouco que é falado ali já fiquei enojada). Entretanto o que o autor soube inserir bem em relação aos crimes ele pecou totalmente com os seus detetives. Eu esperava que Thullin seria a detetive incrível e girl power da coisa toda, mas acaba que ela é apenas mediana, cética demais para correr atrás de pistas, até mesmo submissa em sua função. Os seus melhores momentos se dão por algo que Hess, seu parceiro, faz ou fala e ainda assim ela bate o pé em não ver o óbvio. Isso me deixou um pouco irritada, pois por mais que eu seja apenas uma expectadora dessa história é óbvio que existem coisas que precisam ser investigadas e é cansativo ter que ler o tempo todo somente um personagem insistindo nisso e sendo taxado como chato por todos ali.

Talvez por eu ser leitora de suspense eu tenha a impressão de que já vi de tudo, então até uns 70% do livro parece que nada novo foi escrito. Cenas de perseguição que dão para um falso suspeito, assim como o clichê do assassino que se esconde nas sombras, e missões que provam que os policias estão três passados atrás do assassino. É clara a intenção do autor em colocar pequenos plot twists, e talvez isso se deva ao fato de ele ser roteirista para uma série de TV, onde precisa dessas reviravoltas para entreter os expectadores a cada episódio, mas sua tentativa no livro foi falha, já que só passou a impressão de estar enrolando a investigação e deixando os detetives mais burros.

Claro que nem tudo esta perdido, já que o livro tem um ótimo plot twist com a revelação do assassino. Admito que eu nunca imaginei ser a pessoa que o autor escolheu e em nenhum momento ele nos deu pistas. A resolução do caso acabou sendo muito bem elaborada e crível; Ao contrário de muitos outros livros não foi um final onde tudo aconteceu rápido, pelo contrário, ele usou uns bons 30% do livro se dedicado as revelações finais, simultaneamente com três personagens, e isso me deixou um pouco ansiosa para saber o que iria acontecer. Tudo o que me desagradou durante o livro me deixou contente ao final da leitura.

As Sombras de Outubro é a aposta da Suma de Letras para deixar o seu Natal um pouco mais sombrio e mesmo com as minhas impressões não sendo 100% positiva é um livro que indico para quem procura um suspense mais pesado e surpreendente ao final.

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