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O livro é bem escrito, dá para notar. Assim como a história é emocionante. Mas, sinceramente, não consegui concluir a leitura. Foi me tocando muito emocionalmente, fui me sentindo mal pelos personagens e pausei. Talvez em outro momento eu consiga terminar.

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Não consegui ler ainda essa obra, e acabei priorizando outros livros, devido as parcerias que estou em atraso. Um dia quem sabe ainda leia ou assista ao filme.

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Violet e Finch se conhecem de uma forma nada convencional: ambos estão no alto de uma das torres do colégio onde estudam, olhando para baixo, ensaiando pular, mas sem vontade real de fazê-lo. Por uma manobra de Finch, tratado por todo o colégio (equipe pedagógica inclusa) como um garoto problemático, Violet se torna uma heroína, com todos acreditando que ela o convencera a não pular.

A partir desse ponto, e também por causa de um projeto da aula de geografia que eles precisam entregar, os dois desenvolvem uma amizade, que vai se transformando em algo mais. Em suas andanças por Indiana, para descobrirem os tais lugares incríveis, vamos conhecendo suas dores e seus dramas pessoais, provocando a empatia do leitor e da leitora e nos fazendo compreender melhor suas motivações para agirem como agem.

Não posso dizer que foi uma leitura difícil, já que a escrita empregada é bastante tranquila, o livro é voltado ao público mais jovem (os próprios protagonistas são adolescentes). Assim, é possível devorar muitas páginas em poucos minutos. Ao mesmo tempo, não posso dizer que foi uma leitura fácil, pois a temática é forte e os dramas complexos, tornando tudo ainda mais profundo pela idade pouca das personagens.

Assim, o livro me despertou sentimentos extremamente contraditórios. Em alguns momentos, eu estava me divertindo e até sonhando com os dois. Em outros, estava possessa com a autora, acreditando que sua forma de lidar com ideação suicida fosse leviana e, talvez, até perigosa. Em outros ainda, me convencia de que aquela forma aberta, mas delicada e empática, pudesse ser uma das melhores formas de tratar o assunto.

A verdade é que eu não sei e provavelmente não conseguirei dizer se foi uma boa forma de fazer isso ou não. Muitas coisas ali me incomodaram, como as estatísticas e a forma de descrevê-las. Mas, ao final do livro, o olhar sobre aquelas personagens, sobre seus dramas e suas dores, nos mostrando o quanto estamos cegos, muitas vezes, para o outro, foi o que prevaleceu.

Esse é um livro que contém gatilhos e não recomendo sua leitura se você estiver em um momento vulnerável. Se você está passando por um momento de depressão, ideação suicida e semelhantes, procure ajuda! Busque um psicólogo. As universidades costumam oferecer serviços gratuitos para a comunidade local..

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Dificilmente leio sinopses. Gosto de ser surpreendida pelas ficções nas quais me aventuro, sejam elas literárias ou audiovisuais. Qual não foi a minha surpresa, então, quando percebi que Por Lugares Incríveis não é um romance adolescente - o que ele também é -, mas uma história sensível sobre questões psicológicas e suicídio. Eu não estava preparada para isso, porém foi uma bela viagem.

Nele, somos apresentados a Finch, um rapaz meio desprezado na escola por ser considerado esquisito. Logo, ele conhece Violet, uma menina popular que recentemente sofreu uma perda na família e que, agora, passa por um momento de estranheza também, ainda que seja socialmente aceita. Poderia facilmente ser uma história de amor e, de certa forma, é. Mas não há amor que baste para acabar com o sofrimento psicológico de quem possui algum transtorno. A autora foi bem incisiva nesse ponto e, embora a trama realmente seja pesada, o que pode chocar alguns leitores, por tratar-se de uma obra com personagens adolescentes, é importante que seja dito que a depressão, a bipolaridade e tantos outros transtornos psicológicos podem levar a resultados desastrosos caso não recebam tratamento adequado. Transtornos de humor também são doenças, não podemos esquecer disso.

Um projeto de aula acaba sendo a chance perfeita para uni-los, o que acontece por um certo período de tempo. Eles parecem inseparáveis. Vão a lugares comuns, porém incríveis nos pequenos significados e particularidades de cada um. Nisso, assemelham-se a O escolhido foi você, de Miranda July, encontrando pequenos tesouros em pessoas que muitas vezes passam despercebidas no dia a dia. É tudo muito bonito e inspirador. Há trechos que destaquei e reli algumas vezes antes de prosseguir a leitura. A jornada de Violet e Finch é repleta de contratempos, mas eles conseguem extrair o melhor do ordinário - porém, isso não os exime da dor, não os permite fugir de si mesmos.

Finch é bipolar. Violet está em depressão. Embora sejam transtornos diferentes, talvez a real diferença entre ambos é que Violet vem de uma família acolhedora, possui uma rede de amigos, tem com quem conversar, se quiser. Finch não. Sua mãe mal fala com ele, o pai é um agressor, as irmãs são distantes... Ele se tranca no quarto e quase ninguém nota sua ausência. Ninguém mais presta atenção às "esquisitices" de Finch e o reduzem a "maluco" ou a "weirdo".

"De acordo com a minha experiência, as pessoas são muito mais compreensivas se conseguem ver a sua doença, e mela milionésima vez na vida eu desejei ter sarampo ou varíola ou alguma outra coisa facilmente verificável só pra ficar mais fácil pra mim e pra todo mundo."

Por Lugares Incríveis é um livro muito triste e delicado. Mexeu comigo de diversas formas, talvez pelo momento que eu estava vivendo, com um encerramento de ciclo e início de uma grande incerteza, semelhante a Violet, de certa forma; talvez por todo o clima de chegada da pandemia e da leitura ser repleta de reflexões sobre vida e morte, sobre saúde mental e cuidados emocionais que precisamos ter para sobreviver. Embora ele tenha suas falhas - e, honestamente, não sei se o recomendaria a todos, por ser realmente um livro repleto de gatilhos sobre suicídio, bipolaridade e depressão -, possui acertos necessários, especialmente para o público mais jovem. São temas que precisam ser discutidos.

O final é devastador. A vontade era de entrar no livro, segurar a mão do Finch e não largá-la mais. No fim, há sempre muitos questionamentos e culpa - teria feito a diferença se ela tivesse estado com ele? Ninguém sabe, porque assim é a vida. É um sentimento horrível que a autora escolheu eternizar na narrativa justamente por ter passado por algo semelhante quando tinha a idade dos personagens. Mas saber disso não torna a leitura mais fácil, muito pelo contrário.

O suicídio mostrado no livro é brutal. Nunca é bonito ler ou assistir a um personagem suicidando-se, mas quando se trata de adolescentes, tudo fica ainda mais difícil. Não considero esse um livro com uma lição de moral, embora seja possível extrair uma dele: transtornos mentais são coisa séria, não banalize aquilo pelo qual as pessoas à sua volta estão passando. Contudo, apesar de essa ser uma mensagem audível no livro, parece que Jennifer Niven o escreveu para aliviar algo que a atormentou durante muito tempo. Ela, assim como Violet, sobreviveu. E sobreviver a uma situação dessas é traumático.

Violet e Finch são adolescentes que se conhecem durante uma tentativa de suicídio. Eles passam tempo juntos, saem e apaixonam-se. Mas o amor não salva ninguém de um transtorno psicológico. Não sozinho, não sem ajuda. E isso dói demais.

“Não preciso me preocupar com o fato de Finch e eu não termos filmado nossas andanças. Tudo bem não termos recolhido lembranças nem tido tempo de organizar tudo de um jeito que fizesse sentido pra outra pessoa.
O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa.”

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Violet convive com a culpa pelo acontecimento com a sua irmã, que morreu em um acidente de carro. Finch convive com um pai violento e uma família distante. Os dois se conhecem no alto da torre da escola, onde ambos procuravam uma forma de lidar com suas dores.
Com o objetivo de fazer um trabalho de geografia, eles embarcam em aventuras para conhecer os pontos turísticos de Indiana, mas a jornada que os dois percorrem vai muito além de um simples trabalho de escola.
O livro tem ligação com a literatura, a qual gostei bastante.
Encontram-se também dados reais sobre suicídio no livro. Um grande ponto de atenção, principalmente para que todos estejam mais atentos com o que acontece ao nosso redor.

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Não sabia bem o que me aguardava ao iniciar a leitura de Por Lugares Incríveis. Incontáveis vezes li resenhas a respeito dele e do quão emocionante era a história. Contudo, mesmo com tantos elogios, eu ainda estava temerosa. Eu sabia que a história era intensa, que a autora tocava em assuntos fortes e que a história era emocionante. Só que eu não estava preparada para o que encontrei.

O primeiro encontro entre Violet e Finch não tem nada de romântico. Ele, que sempre foi taxado de aberração, dentre outras coisas pelos colegas, se encontra em pleno devaneio no alto da torre da escola. Muito embora deixe transparecer uma constante energia e se mostre sempre bem disposto, o que faz com que seus poucos amigos o achem excêntrico, a vida tem sido dura com Finch. Ele subiu na torre para pensar, só não imaginava que teria companhia ali.

Violet faz parte da turma de populares e, há mais ou menos um ano, perdeu a irmã em um acidente de carro. A culpa e a tristeza a consomem, Eleanor era sua melhor amiga e agora ela não consegue sentir mais a alegria que antes fazia parte de sua vida. Subir naquela torre foi um ato impulsivo e, quando o desespero toma conta, é Finch quem a ajuda. E isso acaba criando um vínculo entre eles, que acaba se estreitando quando os dois se tornam duplas em um trabalho escolar. E o que era pra ser apenas um trabalho de Geografia, acaba se tornando uma aventura capaz de mudar uma vida.

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Por Lugares Incríveis era aquele livro que todo mundo falava bem, mas que eu relutava em ler. Não que eu não goste desse tipo de histórias, longe disso. Mas eu meio que não me sentia preparada para ele. Foi somente quando a Editora Seguinte lançou a leitura coletiva que decidi dar uma chance a essa história. E o único arrependimento que fica aqui é o de não ter lido ele antes.

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Não sei dizer a vocês o que mais gostei, afinal de contas tudo me agradou. Gostei da construção dos personagens e me apaguei muito a eles. Finch, com seu jeito mais expansivo, com seu fluxo incessante de pensamentos e a forma mais despretensiosa de lidar com o que está ao seu redor, acaba passando uma imagem inicial bem diferente do que ele realmente é. Violet é dona de um jeito mais tranquilo, mas nem por isso mais intensa. Os dois formam uma dupla incomum, afinal ela é popular e ele não passa de um esquisito aos olhares de toda a escola, mas funcionam muito bem juntos.

Não vou me estender mais nessa resenha por receio de acabar falando demais e estragar, de certa forma, a sua experiência com o livro. Tudo que posso dizer é que esse livro é incrível! As reflexões e questionamentos que ele traz, a respeito do bullying, amizade, perda e sobre o papel da família na vida dos jovens, são muito importantes e foi um dos motivos de eu ter amado tanto essa leitura.

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Fica aqui a minha indicação de uma história forte e emocionante, que se tornou um dos melhores livros do ano e da vida.

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Finch e Violet se conheceram na torre do sino. Subiram alto, cada um com suas razões, olharam para baixo, para a imensidão de possibilidades infindas entre a torre e o chão. Não pularam. Viram um ao outro e desceram. Depois, o jornal da escola colocou Violet como a heroína. Como ela era boa em salvar Finch Aberração de acabar com a própria vida. Mas esse Finch sabia do segredo de Violet, ela não salvará ninguém, nem a si mesma. Foi ele quem a impediu de pular. Dessa confusão de quem salvou quem os dois acabam no mesmo projeto de geografia, obrigados a andar pelo estado (Indiana) e descobrirem mais sobre ele. O objetivo era que eles construíssem memórias de suas origens para levar quando eles voassem para longe do ninho.

No meio dessas andanças, Violet e Finch descobrem um no outro a companhia que estavam buscando. Ela, perdeu a irmã em um acidente de carro e vive com a culpa de tê-lo provocado. Ele, um "garoto problema" vive os dias com uma intensidade sem tamanho pois a qualquer momento pode sofrer outro apagão. Jovens como nós, como eu, como você. Com angústias e dúvidas que todos conseguimos nos identificar.

Por lugares incríveis representa não só a descoberta dos dois de lugares diferentes e legais dentro de seu próprio estado, mas de lugares interiores a muito desabitados. É tudo uma grande metáfora. Será que realizamos andanças pela nossa própria vida? Será que saímos por aí tentando descobrir mais sobre cada pedacinho dela, cada parte do nosso eu que desabrocha dependendo de onde estamos? Violet e Finch certamente fizeram com que eu refletisse se estou turistando e buscando conhecer mais a minha própria vida.

O tema do suicídio percorre as páginas do livro a todo momento. É trazido à tona ligado aos sentimentos de Finch e ele cumpre um papel educativo muito interessante em relação ao leitor. E a autora teve muita sabedoria em colocar esses elementos porque eles poderiam parecer jogados ao léu no meio da história, mas como ela caracterizou a escrita no capítulo de cada personagem (que se alterna entre Violet e Finch) as informações mais pontuais sobre o suicídio estão dentro do turbilhão de pensamentos desordenados de Finch.

Aí entramos em um elemento muito interessante da história. A distinção de forma entre os dois. A escrita nos capítulos de Finch é extremamente corrida, angustiante e dinâmica, como os pensamentos dele que vem e vão a todo momento. Uma rapidez sem tamanho que a medida que os sentimentos dele foram se intensificando a escrita vai traduzindo ainda mais isso. O impacto que isso tem na leitura é tremendo. Não encontro palavras para conseguir organizar o que quero dizer porque realmente não há. Nem Finch conseguiu compreender a essência do que sentia.

Já os capítulos de Violet tem uma certa melancolia maior, uma vagareza comparada à eletricidade de Finch. Ela é mais comedida e analisa com mais calma as coisas então a escrita reflete isso. Isso demonstra um domínio muito grande da ferramenta da escrita por parte da autora.

Porém, como nem tudo se resume a coisas boas, o começo é mais arrastado e precisei de uma força de vontade homérica para permanecer na história, certa de que valeria a pena no final. E realmente valeu. Os personagens foram bem caracterizados e a narrativa em si saiu um pouco do clichê de livros que abordam a temática suicida. A autora pensou não só nos dois personagens principais, mas ela fez questão de desenvolver as características de todos os outros que rodeiam Violet e Finch.

Os dois me ensinaram que a vida é uma constante andança. E está nas nossas mãos fazê-la nos levar para lugares incríveis.

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Uma história encantadora e ao mesmo tempo triste.
A história também contém gatilhos perigosos para quem for ler, é bom ter um aviso sobre isso..
Violet Markey e Theodore Finch são de mundos completamente diferentes quando estão na escola. Violet é do grupo dos populares, namora o cara mais popular da escola, tem amigas que estão preocupada em dar festas e escrevia num site criado por ela e por sua irmã... Mas sua irmã faleceu em um acidente de carro em que ambas estavam. Violet sobreviveu e agora passa por consultas com uma psicóloga, tendo ficado deprimida.
Finch é o cara considerado "esquisito" na escola, ele arranja briga, mata as aulas, tem apenas dois melhores amigos, está sob supervisão, com risco de ser expulso, ele também costuma desaparecer por semanas sem dar notícias e tem uma fascinação pela morte. Além disso, Finch tem tendência a apresentar várias versões de si mesmo.
Os dois começam uma amizade por causa de um trabalho de escola. Aos poucos, essa amizade vai evoluindo com o trabalho escolar.
A autora conseguiu desenvolver os temas abordados de forma bastante delicada, não foi difícil me colocar no lugar do Finch ou da Violet para saber como me sentiria se estivesse na mesma situação deles e o fato de a narrativa ser dividida entre os dois protagonistas colaborou para isso.
Personagens são marcantes, tema bem trabalhado, mas ainda recomendo que a pessoa que for ler tenha cuidado.
Impossível ler sem chorar.

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Que livro lindo, cheio de mensagens marcantes, emocionantes, necessárias. Eu já havia assistido ao filme e chorei muito com o final, eu não esperava nada parecido, então já comecei a leitura com muitas expectativas e todas foram superadas, o livro é ainda melhor que o filme.

Finch precisa urgentemente de ajuda e ninguém consegue perceber isso, é angustiante ver o que ele está passando e sozinho, a família vê tudo acontecer e não se posiciona, a mãe ou a irmã mais velha não fazem nada, apenas deixam com que ela faça o que quiser, encaram suas atitudes como normais, afinal, ele sempre faz isso. Finch tem apagões, fica tempos fora de si, some sem dar notícias, mas elas deixam para lá, uma hora ele vai aparecer, logo vai passar e ele vai ficar bem. Theodore Finch a cada semana assume uma nova personalidade, mas ele não gosta de rótulos, já sofre demais para ter sobre si o peso dessas palavras.

Violet está enfrentando o luto, a morte da irmã acabou com a sua vida, ela se sente culpada por ter sobrevivido ao acidente e a irmã não. Quando ela ia pular da torre da escola, Finch apareceu e ajudou. O que ela não sabia era que Finch tinha ido até lá para fazer exatamente a mesma coisa, pular e acabar com a própria vida. Finch pesquisa diversos meios de cometer suicídio e até já tentou algumas vezes sem nunca conseguir ir até o fim, mas ele continua pesquisando e pesquisando. Um trabalho de geografia une os dois, eles vão precisar visitar os lugares mais incríveis de Indiana e juntos passam momentos maravilhosos.

Por Lugares Incríveis é um livro que nos emociona, ele aborda temas sérios de uma maneira bem intensa e ao mesmo tempo nos traz momentos mais leves. Enquanto o filme foca no romance entre Violet e Finch e traz a história pela perspectiva dela, o livro explora a complexidade de Finch e nos dá detalhes do que está acontecendo com ele, de como as pessoas ao seu redor não fazem nada ao vê-lo se afundar cada vez mais. Por mais que eu já soubesse o que iria acontecer no final, eu não estava preparada para ler. Quem ainda não leu o livro, apenas leia! Quem já assistiu ao filme e ainda não leu o livro, leia, não vai se arrepender.

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Resenha no blog em formato de vídeo, por Alessandra Gilos:
http://poressaspaginas.com/?s=por+lugares+incr%C3%ADveis

POR LUGARES INCRÍVEIS é um livro que surpreende de maneira positiva. Desde a escrita leve e deliciosa até a história que mostra como aproveitar bem um clichê, o livro nos traz sentimentos distintos e reviravoltas interessantes de uma única vez.

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Por Lugares Incríveis, um choque de realidade em formato literário

Originalmente lançado em 2015, o livro best-seller Por Lugares Incríveis (All the Bright Places), de Jennifer Niven, voltou a ser mundialmente comentado nos últimos meses com o lançamento de sua adaptação fílmica para a Netflix, que rendeu inclusive uma nova edição nas livrarias brasileiras, com lançamento novamente realizado pela Editora Seguinte e tradução de Alessandra Esteche.

Na história, Violet Markey sobrevive ao acidente de carro que tirou a vida de sua irmã, mas viver com o peso da culpa tornará o luto ainda mais difícil. Theodore Finch é chamado por todos de "aberração", mas sua figura aparentemente violenta esconde um jovem que sofre muito e não sabe como desabafar. Quando os dois se juntam para um trabalho de geografia, conhecer os lugares incríveis do estado de Indiana acaba se transformando na missão de se conhecer melhor (e um ao outro).

Tanto no livro quanto no filme, este perfeitamente adaptado para o streaming, a narrativa é de extrema delicadeza e sentimentalismo. Tratar de assuntos como depressão, luto e comportamento suicida nunca é fácil, mas Niven o faz com grande sutileza retirada de sua própria vida, revelando nas "Notas da Autora" que muito do livro foi inspirado em experiências pessoais — o que deixa a obra ainda mais comovente e, sem dúvida, realista.

Apresentar personagens tão complexos ao público com uma narrativa singular teria sido um desafio, mas a autora o driblou perfeitamente ao apresentar a história narrada sob o ponto de vista dos dos personagens principais, permitindo ao público uma visão mais subjetivista e intimista dos mesmos. Imagine, por exemplo, se a obra fosse narrada somente por Violet: com o fechado Finch sempre escondendo seus verdadeiros sentimentos e sofrimentos, como saberíamos mais sobre o rapaz? Ter as duas vozes presentes no livro é um dos pontos mais altos da obra.

Personagens secundários não são tão desenvolvidos: embora alguns nomes sejam recorrentes na página, não se sabe muito sobre eles a ponto de criar aquela conexão — e nem faz falta. O drama dos protagonistas é é denso o suficiente para ser explorado pelo leitor, e basta acompanhá-los com o mínimo de informações sobre as pessoas ao seu redor para entender a complexidade de suas narrativas individuais.

Entretanto, nem por isso o livro deixa de mostrar como as pessoas ao redor são afetadas, mostrando as diferentes reações de pais e amigos com as dores do luto e da depressão, nem sempre se mostrando compreensivos ou receptivos o suficiente, ainda que inconscientemente. Às vezes, quando nos damos conta, já é tarde demais. E o livro não romantiza essa dura realidade do sentimento culpa que acompanha quem fica para trás.

E como todo bom Young Adult com toque de Sick-Lit, essa é a verdadeira graça do livro: nos dar um choque de realidade. Colocar o dedo na ferida para conscientizar, sem romantizações, sem suavizações, sem açúcar no mamão. Porque nem sempre a vida vai ser só felicidades, e precisamos estar preparados para enfrentar seus desafios.

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❝ Como tudo que é finito, o dia de hoje está acabando, e foi bom. O melhor que tive em meses. ❞

Violet Markey tem sua vida transformada pelo luto e a culpa quando acontece um acidente de carro, que leva a vida de sua irmã mais velha, Eleanor. Em um momento obscuro, no topo da torre do relógio da escola, ela encontra Theodore Finch, um garoto que também passou por diversos traumas. Juntos, eles percorrem diversos lugares únicos no estado de Indiana e, o que era para ser somente um trabalho de escola se transforma em uma jornada de descobertas e aprendizados.

Esse livro foi um misto de emoções pra mim e provavelmente essa é a resenha mais difícil que já escrevi. Demorei cerca de 2 meses para finalizar a leitura de Por Lugares Incríveis. Ainda que eu estivesse gostando da história, não consegui criar um “vínculo”, uma conexão com o enredo e com as personagens. Por um tempinho atribui isso ao fato de que eu já conhecia o final da história, mas, conforme o andar da leitura, percebi que o final na verdade é bem previsível, então, mesmo se não soubesse, não seria surpreendida pelos acontecimentos dos últimos 20% da história.

Esse foi um dos únicos pontos negativos da história, que dificultou a minha experiência. A escrita de Jennifer é bem fluida, o que é algo que deve ser relevado neste caso, uma vez que escrever uma obra que fale o tempo todo de luto, um sentimento não apreciado pelas pessoas, é algo complicado. Dividir o POV foi um dos maiores acertos da autora para aprofundar os personagens. A variação de pontos de vista, intercalando entre a Violet e o Finch, deve ser ressaltada, pois ambos personagens são complexos e lidam com situações e sentimentos difíceis, que acabam por refletir na relação dos dois. O livro nunca teria o mesmo impacto no leitor se fosse lido somente pelo ponto de vista da Violet, por exemplo. Ela não sabe o que se passa pela cabeça de Finch, o passado que ele carrega e, por consequência, tem dificuldades para entender as atitudes dele. O mesmo acontece ao contrário, ainda que o trauma da Violet seja muito mais explícito do que o dele.

Finalmente, Por Lugares Incríveis é um livro triste e real, emociona o leitor e o faz refletir sobre suas atitudes para com os outros, mas acabou por não ser suficiente para me prender. Super recomendável, mas obviamente fazendo ressalvas às pessoas sensíveis à assuntos como luto, episódios depressivos e suicídio.

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Quando o caminho de Finch e Violet se encontrar algo incrível começa a ganhar forma. Com os capítulos alternando a narrativa entre os dois personagens conseguimos acompanhar como esse encontro vai impactando na vida de ambos. Ao longo da história conseguimos sentir através das palavras da autora toda a euforia e energia de Finch assim como momentos que a escuridão o assola e tudo se torna depressivo e triste. Também sentimos na pele a dor e desespero de Violet e como aos poucos ela vai recuperando sua luz e alegria se transformando em um versão melhor de si mesma.

Conforme a leitura avança e vamos nos aprofundando na vida de cada um, nos vemos envolvidos em seus dilemas e sonhos, como velhos amigos. Porém em algum momento algo muda e não estamos preparados para o que vem em seguida, ainda que a gente saiba que em algum momento tudo poderia ruir. A partir daí é impossível depois de toda a conexão que criamos ao longo do livro que a gente não se emocione por tudo que Violet e Finch vivenciaram. Assim como a vida de ambos se transformou a nossa também acaba se transformando.

Por lugares incríveis aborda temas que infelizmente ainda são considerados tabus, dolorosos demais para se falar sobre, mas que a cada dia se tornam a realidade de muitas pessoas, principalmente entre os jovens. Jennifer Niven transformou uma experiência traumática de sua vida em um livro que fala sobre transtornos mentais, a morte e o luto, mas acima de tudo nos fala não apenas da vida, mas de como viver. Sem dúvidas é um livro que merece ser lido, principalmente para ajudar a desenvolver a nossa empatia!

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Eis que eu me encontrei de cara com esse livro em resenhas de amigas dos blogs e todo mundo falava que era um livro que deveria ser lido, que deveria ter uma atenção especial, que era um livro especial. Eu acreditei e muito, mas não tinha o livro na época e também não sei porque não continuei a busca por ele. Ficou lá, num canto da minha mente que eu simplesmente deixei de lado. Até ganhar ele de aniversário. A curiosidade bateu, a vontade de conhecer também mas acabei dividindo com outras leituras. Mas o grande dia chegou: vamos dar uma chance para a sra. Niven, né?

Já no início do livro, logo de cara nos deparamos com Theodore Finch e Violet Markey. Eles estão na torre do sino do colégio, prestes a pular, pensando se seria o melhor método para acabar com suas vidas manchadas. Violet, com a morte de sua irmã num acidente de carro que ela pensa ter destruído toda a sua vida e assume uma nova característica com os óculos da irmã morta e o corte de cabelo diferente; Theodore com todos os seus problemas familiares e "apagões" internos, mesmo parecendo um garoto despojado e displicente. Mas pode ser a tentativa (e sucesso -?-) do suicídio o único meio de escape de suas realidades tão desgastantes e que provocam tanto desgosto e impedimento de seguir em frente?
Jennifer Niven resolveu trabalhar com dois pontos de vista - ou o que chamamos de point of view - e temos capítulos divididos entre Theo e Violet. O caminho de ambos se cruzam dessa forma inusitada e é aqui que começamos a desvendar um pouco desses personagens tão interessantes. Vou tentar não dar spoilers, até porque o que eu senti lendo o livro que eu acho que ficou mais impactante. A forma como a autora escreve e descreve, dentro da cabeça dos personagens e descrevendo exatamente aquilo que eles veem e a forma como o fazem.
Por Lugares Incríveis é o tipo de livro que trata de assunto pesado - o suicídio pode ser a melhor saída? O que desencadeia a vontade de arrancar com os dedos o próprio batimento cardíaco? - mas que faz você ter uma outra visão sobre o assunto. Pensei muito em uma amiga quando li - você sabe que é você, se estiver lendo isso, e, quero que saiba que tudo que você presenciou e me contou fez muita ligação e muito sentido. Não vou saber como você se sentiu realmente, até porque você viveu e viu isso na pele, mas Jennifer fez um trabalho maravilhoso que mexeu com meu coração e agora completamente entendo porque pode mexer com todos os leitores que fizerem uma leitura bem proveitosa dessa narrativa. Amiga, sinta-se abraçada, de todo meu coração.

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Por Lugares Incríveis é uma das mais lindas histórias de amor que já li. Finch e Violet se entregaram de tal forma ao seu sentimento e lutaram um pelo outro com garra e coragem. Nem tudo saiu como planejado e isso é o que mais dói, contudo não podemos negar que foi algo maravilhoso e inspirador. Aquelas mensagens escritas com trechos de livros, trocadas na madrugada exalavam emoção. Um sentimento agridoce e controverso me invadiu com o desfecho Eu mudaria o final e não mudaria, porque foi marcante, mas me deixou arrasada. Foi positivo e negativo, cheio de alegria e tristeza… amor e ódio… coragem e medo… vida e morte.

Não é fácil transmitir tanta emoção num texto, mas a autora conseguiu com maestria do começo ao fim desta história. No bom sentido, se jogue.

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