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Uma leitura rápida e instigante que questiona por que aceitamos aquilo que o capitalismo nos impõe como verdade, nosso papel no mundo e como podemos ver nossa sociedade de outra forma. Gostei!
Que estamos num caminho de destruição de nossa própria espécie, e levando várias outras formas de vida inocentes conosco, não há dúvidas. Krenak nos oferece algumas saídas paliativas, um modo de ver o mundo diferente do status quo. Foi meu primeiro contato com seus pensamentos e adorei.
Em poucas páginas Ailton Krenak nos faz refletir sobre assuntos importantes como a atuação situação dos povos indígenas, meio ambiente, ancestralidade, capitalismo, por exemplo. Ao mesmo tempo que nos mostra a diversidade que há no Brasil e no mundo e que aos pouco está se perdendo em uma busca desenfreada para criar uma sociedade padrão e a importância de nos reconectarmos com nossas raízes.
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Este é aquele livro que a gente nem sabia que precisava até ter a oportunidade de lê-lo.
Uma leitura extremamente necessária. A visão de um dos maiores pensadores indígenas contemporâneos sobre o desastre ambiental que estamos vivenciando. Ailton Krenak nos faz refletir sobre todo esse cenário assombroso e sobre a necessidade de nos reconectarmos com a natureza.
Resenha ao estilo "lendo e aprendendo" do quadro "Ali Lendo e Aprendendo":
O QUE APRENDI COM IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO?
“SOMOS MESMO UMA HUMANIDADE?”
Eis uma das perguntas que o ativista indígena Ailton Krenak faz no texto homônimo do livro, transcrito da palestra feita na Universidade de Lisboa em março de 2019. Ao questionar o que conhecemos por humanidade, ele elucida sobre o quando somos alienados ao que é imposto desde a colonização, afastando-nos de nossa ancestralidade, da conexão com natureza, da subjetividade, condicionando-nos a seres homogêneos e a simples consumidores da Terra. Isso me fez repensar minha relação comigo mesma e com o planeta; se estou conectada com a natureza ou se só sigo o fluxo da sustentabilidade conveniente às grandes corporações.
O PENSAMENTO COLONIAL NOS DESCONECTA DE NÓS MESMOS
Na segunda parte do livro, “Do sonho e da terra”, que foi uma palestra feita em maio de 2017 em Lisboa, Ailton fala sobre a conexão do povo Krenak com a Mãe Terra, de como a relação com a natureza é de familiar para familiar e o quanto a forma de pensar perpetuada pelo colonialismo não só impõe que tal relação seja desfeita como também os obriga a contribuir com a degradação do que lhes é caro. Vi como somos levados a ver o lugar que habitamos simplesmente como “lugar” e tal desconexão faz com que não sintamos tanto impacto quando a indústria destrói a natureza.
PERMITAMO-NOS CAIR
No último texto, “A humanidade que pensamos ser”, de uma entrevista feita em Portugal também em maio de 2017, Krenak comenta sobre o medo de sair do padrão, do que já se está condicionado, e a humanidade desandar e cair. Com isso, ele nos propõe permitir a queda e, para isso, criarmos paraquedas coloridos que são possíveis através dos sonhos, do reencontro com a verdadeira humanidade; só assim poderemos criar um mundo no qual as futuras gerações queiram viver. Eu concordo com ele, mas também preciso me permitir a queda.
Maravilhoso a forma como Ailton Krenak descreve nossas ações com aquilo que desfrutamos gratuitamente todos os dias; o planeta.
Adorei o texto, com certeza irei indicar para muitas pessoas.
#resenhaminhavidameuslivros 《Ideias para adiar o fim do mundo》《@ailtonkrenak 》《@companhiadasletras 》
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Oi pessoal tudo bem por aí?
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Hoje trago mais uma resenha do autor Ailton Krenak, o livro "Ideias para adiar o fim do mundo" traz alguns textos que o mesmo utilizou em sua palestra na Universidade de Brasília no encontro sobre desenvolvimento sustentável.
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"Ideias para adiar o fim do mundo" - esse título é uma provocação."
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Ailton nos traz em suas 88 páginas mais reflexões agora sobre a humanidade e em como as pessoas pobres se tornam consumidores e em como as instituições mais bem consolidadas, mais fazem mal do que bem. As instituições querem acabar com as reservas e com a natureza e nos a população ficamos a Deus dará...
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《Quotes》
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" Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados do mínimo exercício de ser?"
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"Nos a humanidade, vamos viver em ambientes artificiais produzidos pelas mesmas corporações que devoram florestas, montanhas e rios."
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"José Mujica disse que transformamos as pessoas em consumidores, e não em cidadãos. E nossas crianças, desde a mais tenra idade, são ensinadas a serem clientes. Não tem gente mais adulada do que um consumidor."
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"O Rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas."
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"O Watu, esse rio que sustentou a nossa vida as margens do Rio doce, entre Minas Gerais e o Espírito Santo, numa extensão de seiscentos quilômetros, está todo coberto por um material tóxico que desceu de uma barragem de contenção de resíduos, o que nos deixou órfãos e acompanhando o rio em coma. Faz um ano e meio deste crime - o que não pode ser chamado de acidente."
"Ideias para adiar o fim do mundo" é uma parábola sobre os tempos atuais escrita por Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista e autor brasileiro.
Ao longo das 64 páginas desse livro, o leitor encontrará uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019. Trata-se de um texto provocante que leva o leitor à profundas reflexões sobre a destruição do meio ambiente, resultado do consumo desenfreado da nossa sociedade, do abuso de grandes empresas e do descaso das autoridades políticas.
Ailton Krenak ainda reflete sobre a questão da humanidade, estabelecida por parte da sociedade que ignora completamente as diferenças entre os povos, e destaca a luta incansável dos povos indígenas pela sobrevivência.
Em linhas gerais, a leitura dessa obra publicada pela Companhia das Letras é extremamente necessária. Pensar no mundo que estamos deixando para as próximas gerações é o primeiro passo dessa longa e árdua jornada.
Um título impactante para ouvirmos os donos da terra brasilis, Ailton Krenak nos conta a sua luta, a luta do seu povo e que deveria ser de todos os brasileiros. Nos mostra como é importante parar para ouvir, para perceber os detalhes, se sensibilizar e entender o que há com esse mundo e o por quê devemos adiar seu fim. Leitura rápida, potente e imersiva. Recomendo!
Ideias Para Adiar o Fim do Mundo vai reunir algumas pequenas palestras sobre a necessidade de percebermos o impacto que causamos no planeta Terra.
Ailton é brilhante, ele conduz sua fala de forma extremamente didática e própria. O leitor imediatamente sente e fica impactado por tudo que é dito, o palestrante possui a propriedade necessária para essas palestras, ele está em constante contato com quem está vendo, mais que ninguém, os efeitos da humanidade no planeta Terra. Por que fazemos isso? Por que a nossa consciência não pesa na hora de fazer e sim só depois que o desastre está extremamente perceptível? Quem vai pagar pelo que fazemos ao mundo agora? Afinal, estamos pagando nesse momento por ações de gerações passadas, por quê não parar de agir da mesma forma para que assim as gerações futuras não sofram tanto? Isso realmente é bem-estar?
Todas essas perguntas e muito mais são respondidas nesse livro com menos de cem páginas que é capaz de mudar o mundo, ou pelo menos fazer sua parte tentando.
“Ideias para adiar o fim do mundo” é a reunião adaptada de duas palestras e uma entrevista em Portugal com Ailton Krenak, um dos maiores líderes indígenas do Brasil, responsável pela inclusão do capítulo sobre a proteção e direitos indígenas em nossa Constituição Federal, após seu discurso na Assembleia Constituinte de 1987, em que pinta sua face de tinta preta de jenipapo (símbolo de luto em sua tribo, Krenak) como forma de protesto, caso a emenda protocolada pelo Núcleo de Cultura Indígena não fosse aprovada.
O título surgiu de forma não pensada, mas carregada de indubitável provocação, por isso, não espere deste livro respostas ou lições para adiar o fim do mundo.
O livro é extremamente curto, dando até a sensação de que mais poderia ter sido dito, mas acredito que a intenção do ambientalista nunca foi o de aprofundar nenhum debate, e sim de plantar uma semente naqueles que tiverem interesse em entender sua crítica quanto à ideia de a humanidade estar de um lado e a natureza do outro.
Levei muitos tapas na cara com este livro, mas achei todas suas críticas muito pertinentes. Deveria ser do interesse de qualquer pessoa refletir sobre a ideia de natureza, já que ela permeia tudo e todos, e não se limita a espaços de preservação, como um museu a céu aberto, para que as futuras gerações possam apreciar como amostras de tempos de outrora.
Vocês podem conferir minha resenha completa no blog (link na bio), mas o fato é que não quis adentrar muito o livro porque a leitura dele é bem rápida e tranquila, embora muito impactante. Espero, assim, que com essa leitura, passemos a pensar diferente a nossa relação com a natureza, da qual fazemos parte, e questionemos se somos mesmo uma humanidade, se sempre partimos do pressuposto de que há uma humanidade "esclarecida" que precisa salvar uma outra humanidade "obscurecida".
Li 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo' em uma sentada, e algumas dessas palavras irão reverberar por muito tempo. O livro é um compilado de 3 textos adaptados (duas conferências e uma entrevista) dos últimos três anos, centrando em volta de um tema central: o planeta Terra e sua relação com a humanidade. A quantidade de coisas que marquei nesse livro é absurda, muitas reflexões sobre o quadro da nossa sociedade, não só no Brasil, mas no mundo.
Em 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo', Ailton discursa sobre o conceito de humanidade, se realmente agimos como uma, e como a modernização destruiu a memória ancestral das pessoas.
"Há centenas de narrativas de povos que estão vivos, contam histórias, cantam, viajam, conversam e nos ensinam mais do que aprendemos nessa humanidade. Nós não somos as únicas pessoas interessantes no mundo, somos parte do todo. Isso talvez tire um pouco da vaidade dessa humanidade que nós pensamos ser (...)"
Em 'Do Sonho e da Terra', pessoalmente meu favorito, vemos um retrato da relação política entre o Estado e as sociedades indígenas, movimento este que Ailton sempre foi um líder e um exemplo, além do impacto que os humanos causam no planeta, gerando o que conhecemos como Antropoceno (assunto o qual sou apaixonado e inclusive estudo na faculdade).
"O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar a nossa demanda."
Finalmente, em 'A Humanidade que Pensamos Ser', o autor retoma e combina o assunto dos textos anteriores, nos fazendo refletir sobre o mundo que foi encomendado a nós pelos nossos ancestrais, e qual o mundo que estamos a entregar para as futuras gerações.
"Há duzentos, trezentos anos anos ansiaram por esse mundo. Um monte de gente decepcionada, pensando: 'Mas é esse mundo que deixaram para a gente?'. Qual é o mundo que vocês estão agora empacotando para deixar às gerações futuras?"
Acho um livro absolutamente necessário, digno de ser trabalhado inclusive em escolas, pois a linguagem é super acessível e poderia gerar ótimos debates. Agradeço a editora por disponibilizar um ARC em troca de uma resenha sincera sobre a obra via Netgalley.
Esse livro traz ótimas reflexões sobre o estilo de vida que temos hoje e como isso impactará o nosso futuro. Uma parte que me chamou bastante atenção foi quando o autor falou de sonhos. Todos os nossos sonhos são de permanecer num sistema não-natural a nós e inventado para redirecionar pode e riquezas às partes interessadas, desprezando, por exemplo, a nossa real natureza, a de que fazemos parte. 10/10