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Uma história intensa, com o amor adolescente problemático e um final muito realista. Adoro a história e a escrita da autora é muito fluida e envolvente.
Apesar de não ser uma obra nova, eu nunca tinha lido Eleanor & Park. Na verdade eu nunca li nada da Raibow Rowell, porque não tinha certeza se faria o meu estilo, mas decidi dar uma chance.
A história é divertida, a aproximação dos personagens é bonita, a forma como a relação deles se desenvolve também, é tudo muito fofo, apesar das adversidades, e a surpresa foi positiva em relação à escrita e ao enredo. O bullying, a gordofobia, a violência doméstica são temas importantes que a obra também aborda.
Mas algo estava me incomodando durante a leitura, e eu percebi que tinha a ver com alguns aspectos da representação dos personagens asiáticos, e não sendo eu mesma asiática, decidi me informar sobre. Uma rápida busca a respeito demonstrou que meu incômodo não era infundado, pois o tema em relação a esse livro já é polêmico há tempos.
Então o saldo final é: o livro é uma gracinha, trata de temas importantes e super pertinentes, mas peca na forma como abordou a diversidade asiática, e nesse sentido envelheceu mal. É quase impossível ler em 2020 e não perceber a problemática.
Agradeço à editora e ao NetGalley por terem disponibilizado esta cópia de leitura antecipada em troca de uma resenha sincera.
Narrada em terceira pessoa, a história fala sobre dois jovens completamente diferentes, mas que tem muito em comum. A história se passa em 1986 em Flats, um bairro considerado de baixa renda na época.
Park Sheridan é um adolescente quieto e tranquilo. Filho de um casal mestiço (o pai é um veterano de guerra e a mãe é coreana - os dois se conheceram no exterior e o pai de Park a trouxe para os Estados Unidos) e com um irmão mais novo, o Josh, a rotina de Park é calma e cheia de atividades, como por exemplo, o tae kwon. Apesar de ser um bom filho, a dinâmica entre Park e o pai nem sempre é das melhores, pois o adolescente tem a impressão de estar sempre decepcionando o pai por não ser "mais" - mais corajoso, mais determinado, mais empenhado.
Os pais de Eleonor são divorciados e seu pai nunca foi um homem apegado aos filhos. O pouco tempo que ele dedicava a Eleonor era para criticar o seu peso. Com o divórcio, a mãe de Eleonor casou-se novamente, com Richie, um verdadeiro perdedor. Richie vive bebendo e agredindo a mãe de Eleonor, que aceita tudo quieta. Richie até mesmo expulsou Eleonor de casa e agora que ela retornou, sabe que precisa se passar por invisível para sobreviver em um quartinho que divide com os outros três irmãos.
A família de Eleonor é desestruturada, emocionalmente abalada e vive em uma situação de pobreza, onde a adolescente precisa usar roupas encontradas em brechós ou em qualquer outro lugar. Eleonor não tem muitas opções, sendo assim, sempre chama a atenção com o cabelo ruivo, seu tamanho e as roupas excêntricas.
E é no primeiro dia de aula que Eleonor entra no ônibus do colégio e automaticamente se torna um alvo e acaba dividindo o banco com Park. O que começa sendo um grande incomodo para os dois, vai se tornando uma amizade silenciosa, com trocas de HQs e músicas. Park não faz ideia de quanto esses tesouros que empresta para Eleonor são preciosos, já que a garota vive uma vida doméstica tumultuada.
''E se Park percebesse que todas as coisas que ele achava tão misteriosas e intrigantes nela fossem apenas... tristes ?''
Park tem uma personalidade branda, até mesmo submissa e acaba se encantando com Eleonor, por ela não se importar com a opinião alheia, por usar roupas diferentes e por ter opiniões fortes. Essa dinâmica vai se aprofundando e os dois vão desenvolvendo sentimentos um pelo outro.
“Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou um coração a bater. Como segurar algo completo, e completamente vivo.”
É necessário ressaltar que o livro tem personagens bem estereotipados. Park e sua mãe são exemplos disso, mas também temos o vizinho Steve e sua namorada Tina, que representam os valentões da escola. Steve é descrito como um idiota e Tina, uma garota baixinha e cruel. Não sei se foi intencional por parte da autora deixar os personagens assim para reforçar a visão de um bairro de maioria branca e pobre (principalmente por conta da descrição da mãe do Park).
"Eleonor & Park" é uma obra que desperta nostalgia, pois nos traz uma série de músicas e bandas maravilhosas e deixa o leitor com um sorriso no final da leitura.
“... – Pode me perguntar por que preciso de você – ele sussurrou. Nem precisava sussurrar. No telefone, ali no escuro, bastava mover os lábios e soltar o ar. – Mas não sei. Só sei que preciso... Sinto sua falta, Eleanor. Quero ficar com você o tempo todo. Você é a garota mais inteligente que já conheci, a mais engraçada, e tudo que você faz me surpreende. E gostaria de poder dizer que esses são os motivos pelos quais gosto de você, porque isso me faria parecer um ser humano muito evoluído... Mas acho que tem mais a ver com seu cabelo ruído e suas mãos macias... E com o fato de que você ter cheirinho de bolo de aniversário.”
Apesar dos clichês, o livro trata de assuntos muito delicados como a violência doméstica, o bullying e o abuso de forma geral. Vale ressaltar que a trama se passa na década de 80, então a cultura era diferente da dos dias de hoje.
" A parte mais enlouquecedora era Eleanor querer que Park a tocasse de novo.Queria que ele a tocasse constantemente.Até se isso o fizesse entender que ela era parecida demais com uma morsa para ser sua namorada...De tão bom que era. Ela sentia-se como um vampiro que provou sangue humano e não quer saber de outra coisa. Uma morsa que provou sangue humano."
Caso você ainda não saiba da novidade, a Editora Seguinte vai publicar os livros da Rainbow Rowell, a escritora norte-americana já é conhecida pelos leitores brasileiros. Agora, na Seguinte, seus livros serão lançados com novas traduções, por Lígia Azevedo, e novas capas, além de uma série de brindes e conteúdos on-line. E o “Eleanor & Park” foi o primeiro lançamento, e eu claro já conferi e trouxe em primeira mão aqui para você.
A história se passa durante o ano letivo de 1986, talvez algumas pessoas nascidas depois dos anos 2000 tenha dificuldade com algumas referências como o "disquete" (já aviso que não é o doce, risos) mas garanto que é muito, muito legal para alguém que entendeu.
A narrativa acontece em primeira pessoa alternando entre Parker e Eleanor, nos dando a ideia do que está acontecendo na cena quase em 360º de uma forma tão leve que a leitura é super-rápida, escrita de maneira que torna tudo muito, muito real.
Mesmo os diálogos sendo curtos, o que acontece, envolve muito mais que se fosse dito de forma direta, e durante a leitura eu consegui realmente revisitar as minhas próprias memórias de como era ser uma adolescente e viver o primeiro amor, mesmo não tendo uma vida tão complicada quando Eleonor.
“Diga, por que Romeu e Julieta sobreviveu por quatrocentos anos? (...)— Porque… — ele disse baixinho, olhando para a própria mesa — porque as pessoas querem lembrar como era ser jovem? E estar apaixonado?”
Outro ponto alto são os personagens, que por mais que sejam humanos o bastante para serem comuns, ainda sim tem suas individualidades e características realçadas deixando a mostra aquilo que todos somos, únicos. Afinal, tudo entre eles começa com Eleanor sendo uma novata na cidade, com suas roupas inusitadas, cachos ruivos indomáveis e uma família problemática, ela sente que nunca vai conseguir se encaixar.
Eleanor tem uma autoestima quase inexistente e não se sente confortável nem mesmo com o próprio corpo. Mas ela nunca imaginaria conhecer um garoto como Parker, que senta sozinho no ônibus da escola, sempre de camiseta preta, fones de ouvido e a cabeça enfiada num livro, acha que consegue passar despercebido mesmo sendo o garoto coreano da escola.
“Eles concordavam em tudo o que era importante e discutiam por todo o resto.”
Sentar um ao lado do outro no ônibus escolar não foi combinado ou algo desejado por ambos, mas logo eles descobriram que era basicamente impossível ignorar um ao outro todos os dias estando tão próximos. E num acordo silencioso ambos acabaram por criar um método que os permitia dividir suas paixões: histórias em quadrinhos. Aos poucos, entre fitas cassetes gravadas (k-7), pilhas de histórias em quadrinhos e conversas até tarde da noite, Eleanor e Park se apaixonam.
Mas o que os adultos chamam de inconsequência, não pensar antes de agir, é a mesma impulsividade por viver que permitem aos adolescentes simplesmente tentarem. Apesar de todas as impossibilidades, essa é a história de dois jovens de dezesseis anos que, mesmo sabendo que o primeiro amor quase nunca é para sempre, têm coragem e esperança suficientes para tentar.
E assim, vemos que não é apenas sobre o primeiro amor que se trata essa história, e sim sobre como tudo ao nosso redor nos afeta diretamente em nossas escolhas ou nas simples ausências delas. E com uma maneira muito delicada e quase despretensiosa a autora trata de vários temas sérios e deixa a lição valiosa de que um pedido de ajuda, pode ser o começo de uma mudança radical de vida.
“Desespero era ruído branco ali, pelo que Eleanor podia notar. Foi a esperança que tocou seu coração com dedinhos sujos.”
Mas nem tudo são flores e já aviso que enquanto escrevo minha experiência de leitura, ainda estou tentando lidar com o final dessa história. Porque, mesmo sendo alertada pelo prologo, que começa do fim deixando a primeira pergunta de como chegou a esse ponto? O que aconteceu para que terminasse assim, ainda não me preparou o suficiente. Então, é sua vez de ler e me dizer o que achou da história e principalmente do final.
Sobre adição, eu li em formato digital, sem erros de digitação ou ortografia.
Eleanor é uma garota fora dos padrões das meninas da sua idade (ela tem 16), da sua cidade, da sua escola, da sua família, na verdade ela está fora dos padrões estabelecidos pela sociedade, mas quem se importa com isso? Eleanor não se importava que as pessoas debochassem do seu cabelo ser ruivo demais, encaracolado demais e que não saber ficar sobre controle, assim como também não se importava por seu corpo estar um pouco acima do peso e de suas roupas masculinas maiores que ele. Park é aquele tipo de cara legal que ninguém sabe muito sobre, mas que ninguém tem nada contra. Ao contrario de Eleanor ele não sabe não se importar. Park é mestiço, possuí praticamentos todos os traços da mãe que é coreana, a não ser pelos olhos verdes que herdou do pai. Ele sempre se sentiu deslocado devido a sua aparência, não porque fosse feio ou algo do tipo,mas ele se destacava em meio a tantas pessoas iguais. Até conhecer Eleanor...
Vidas nada perfeita que se cruzam em meio uma sociedade preconceituosa e com padrões pré- estabelecidos com uma trilha sonora para ninguém botar defeito e com cenas dignas das histórias em quadrinho, só que melhor, afinal é a vida real.
Este é aquele tipo de livro que é impossível ser apenas mais um na nossa estante, ele nos faz pensar em questões que geralmente passam despercebidas, nos faz querer viver algo tão bonito quando o sentimento que embala a vida dos protagonistas, enfim Eleanor e Park é inspirador.
Rainbow Ronwell construiu uma história tão rica em detalhes e sensação a partir de algo tão singelo, que nos cativa logo nas primeiras páginas e quando chegamos ao final é como se dois dos nossos melhores amigos nos dessem um adeus, mas daqueles com cara de até logo e que a gente não vê a hora de eles voltarem para nos contar as novidades, mesmo que elas não sejam assim tão felizes, porque convenhamos a vida real tem dessas coisas, altos e baixos, momentos tristeza e alegria...
Eleanor e Park sem dúvidas é um livro que todos deveria ler!
Quando pego um jovem adulto para ler, tenho sempre receio de não me conectar tanto com a história (o que quase sempre acontece). Para a minha feliz surpresa, com este livro foi totalmente diferente, tive uma ligação muito forte com os personagem e suas trajetória. A história vai além dos dramas adolescentes corriqueiros, o peso dos conflitos familiares dá um tom mais real e tridimensional tanto para os protagonistas quanto para o enredo. A leitura é fluida e prende o leito, é aquele tipo de livro para se ler de um fôlego só.
O livro é divertidíssimo e conta a história de dois jovens se apaixonando. A escrita da Rainbow é de se apaixonar, eu amei as referências geek e algumas piadas que ela espalha ao longo da história. Faz juz à fama que tem e ao tempo que eu passei pra finalmente lê-lo.