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231 páginas para entender tecnopopulismo e o escândalo de marketing do governo Bolsonaro, assim eu descreveria o brilhante livro de Patrícia Campos Mello. Jornalista premiada com 25 anos de carreira e diversas matérias virais da Folha de S.Paulo, A Máquina do Ódio é a recente oportunidade da autora mostrar a que veio: cobertura política internacional livre de vieses e o mais próxima da verdade.
Nas primeiras páginas, tive a oportunidade de conhecer a Patrícia bem diferente da icônica jornalista que todos os podcasts e jornais políticos conhecem: uma mãe, explicando ao seu filho pequeno que os xingamentos na internet sobre ela diziam mais sobre os outros que sobre ela. Assim, em dois ou três parágrafos, o leitor, seja qual for seu viés político, é desarmado e tudo que já ouviu sobre ela; fica ndo pronto para ouvir a versão da jornalista dos fatos.
Com visceralidade e coragem, a jornalista da Folha de S.Paulo nos conta como deixou de ser uma redatora renomada para tornar-se uma figura pública e alvo de todo o ódio da legião de seguidores do Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Tudo isso após revelar o escândalo da campanha e disparo automático via WhatsApp de fake news e mensagens de pró-candidatura, que envolvia inúmeras agências de marketing digital e desonra à leis eleitorais brasileiras.
E é assim, com linguagem jornalística afiada, muitos dados que comprovam suas palavras e citações de autoridade que Patrícia dá uma verdadeira aula sobre fake news, tecnopopulismo e decadência do jornalismo frente a esse cenário. A brilhante jornalista nos ensina muitos verbetes políticos dentro de um contexto, sem cansar o leitor e com caráter educativo de alto nível.