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Agora um dos meus preferidos. Não pela ficção, mas pela identidade. De poder ter tido um espaço onde não me senti estranho. Uma narrativa que consegue tocar tantos pontos da vida de uma pessoa preta. A forma como a diferença de cor se torna latente em relacionamentos, pra mim, foi o ponto mais forte. E a forma como a culpa é questionada e pensada... simplesmente um livro imprescindível pra mim.
Após a morte do pai, Pedro escreve para reconstruir a história da família e a sua própria. Assim conhecemos Henrique, um professor negro que, vivendo em Porto Alegre, conheceu várias faces do racismo. Somo apresentados aos pais de Henrique, avós do narrador, também alvos do racismo. Por fim, há os conflitos do próprio Pedro ao descobrir seu lugar no mundo e perceber o lugar em que pretendem colocá-lo.
Li motivada pela censura que o livro tem sofrido nas escolas e, apesar da via torta, estou contente pela oportunidade de ter contato com essa história. A narrativa é dolorosa. A escrita é primorosa, sofisticada sem ser pedante. O uso da segunda pessoa do discurso, ou seja, o uso do "você" como voz narrativa, me incomoda em qualquer texto, e neste livro achei desnecessário, mas ainda assim a história é tão poderosa e bem contada que superei meu incômodo. Provavelmente é o melhor livro nacional contemporâneo (escrito no séc. XXI) que já li.
Recomendo a quem aprecia literatura brasileira, procura uma narrativa potente e tem coragem de ler verdades duras.
Premiado por um motivo.
Diante das novas polêmicas envolvendo esse livro, decidi aprovar a disponibilização das cópias de avaliação para, enfim, ler.
É uma obra bem escrita e que desperta reflexões importantes, uma leitura que nos ajuda a trabalhar nosso senso crítico, algo que, hoje em dia, anda em falta.
Excelente leitura, entendo por que desagrada tanto aos conservadores.
os temas abordados como o racismo estrutural, identidade, preconceito, violência doméstica, paternidade, etc e empatia.
É um livro muito pesado. É narrado pelo filho, mas o protagonista é o pai. É uma história que dói e te faz pensar muito.
"É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo. E por mais que sua vida seja medida pela cor, por mais que suas atitudes e modos de viver estejam sob esse domínio, você, de alguma forma, tem de preservar algo que não se encaixa nisso, entende? Pois entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único. E é nesse lugar que estão os afetos. E são esses afetos que nos mantêm vivos."
Um livro que trata de racismo, problemas familiares e foi um livro ridicularizado no sul por falar de palavras de baixo calão e sexo.
Sendo que tem muito mais coisas envolvidas e somente isso foi abordado pra quererem que um livro seja banido.
O avesso da pele carrega as memórias de Pedro sobre seu falecido pai, através dos objetos remanescentes, a partir dos quais tenta juntar os pedaços para criar uma narrativa que o faça entender sua identidade e sua própria história.
Embora a busca pela identidade seja a de Pedro, o narrador reconta a história de seus pais, mas através da própria perspectiva e leitura que faz, com tudo que juntou pelo caminho até a morte de seu pai.
O pai de Pedro era professor de literatura, negro, no sul do Brasil, onde episódios de racismo são descritos no livro, e que, embora fictícios, poderiam muito bem ser reais, e, infelizmente, sabemos que ocorrem. Fatos são apenas fatos, ainda que eivados de injustiça, até que tenha um olhar que nos guie. E é sob o olhar de Pedro que estes fatos, mesmo distante para muitos leitores, se transformam em tangíveis, e os atingem de forma dilacerante.
Esta é uma leitura sensível, onde vários problemas são denunciados, e gravitam em torno do mais contundente na história toda: o racismo. Há toda a grave situação em que se encontra o sistema de ensino público e seu sucateamento, as relações problemáticas das famílias, e até questões de gênero, que são abordados numa escrita impecável, onde dor, poesia e tristeza se encontram, tornando tudo tão denso e fluido simultaneamente.
Muitas reflexões nos vêm após essa leitura, e deixa no título a sugestão de que a cor da pele é sempre a primeira barreira das pessoas negras, para que consigam vê-las além da cor. Depois de todos os prejulgamentos feitos, quem é aquela pessoa de verdade, muitas vezes só vêm a ser considerado quando já se é tarde demais. O avesso da pele traduz essa maldição, lançando nosso olhar para o outro lado, para o que há depois da pele, o avesso da pele.
Um favorito do ano.
Resenha O Avesso da Pele
192 páginas
Companhia das Letras
Hoje venho trazer a resenha do livro "O Avesso da Pele", do autor Jeferson Tenório, publicado pela Companhia das Letras e vencedor do prêmio Jabuti 2021, na categoria Romance Literário.
Antes, quero agradecer à Companhia das Letras por me enviar a obra e me dar a oportunidade de ler essa perfeição.
O livro conta a história de Pedro, um jovem negro que perde o pai assass1nad0 numa abordagem policial e busca resgatar o passado dos seus genitores através de memórias e suposições.
O cenário dessa reconstrução é o Brasil, país marcado pelo racismo e violên'cia. Por consequência, o autor aborda essas questões de forma crua e transparente, mas com sensibilidade, apontando as dores carregadas pelo povo negro.
O que mais me surpreendeu nessa obra foi a questão da desvalorização do professor e o sucateamento da educação. Como docente, me identifiquei bastante com as angústias narradas.
Um livro impactante, que causa revolta e empatia; provoca reflexões sobre os temas abordados, tais como: racismo estrutural, identidade, preconceito, violên*cia doméstica, paternidade, luto, etc. Com uma escrita poética, Jeferson Tenório concebeu uma obra-prima. Não é à toa que ganhou o prêmio Jabuti. Merece todo o reconhecimento.
Sendo uma narrativa que se aproxima da realidade, aviso que pode ser gatilho para alguns leitores. De qualquer forma, indico essa leitura para todos, sem excessão. Apesar de estarmos no primeiro semestre do ano, já a consagro como minha melhor leitura de 2022.
A literatura nacional contemporânea tem surgido com força e muita autenticidade. Livros que vem ganhando a devida atenção que merecem e isso me enche de orgulho.
É muito prazeroso ver nossos escritores em destaque na mídia como também em rodas de conversas e até mesmo na rede social de vídeos curtos. É lindo de se ver. Nomes como Itamar Vieira Júnior, Carla Madeira, Paulo Scott e Jefferson Tenório vem ganhando seus destaques, o que é louvável.
E hoje trago a resenha de um livro que me surpreendeu e impactou profundamente: O Avesso da Pele.
“Às vezes você fazia um pensamento e morava nele. Afastava-se. Construía uma casa assim. Longínqua. Dentro de si. Era esse o seu modo de lidar com as coisas. Hoje prefiro pensar que você partiu para regressar a mim. Eu não queria apenas a sua ausência como legado. Eu queria um tipo de presença, ainda que dolorida e triste. E apesar de tudo, nesta casa, neste apartamento, você será sempre um corpo que não vai parar de morrer. Será sempre o pai que se recusa a partir.”
Pedro é um homem negro e vive em Porto Alegre. Em virtude disso acompanhamos o preconceito sofrido por ele justamente por morar num país racista como o Brasil. Aqui fica muito claro as agressões, olhares, piadas e tudo que você puder imaginar de ruim sobre o racismo sofrido por ele.
É muito triste acompanhar esses acontecimentos e fica ainda mais forte pelo fato de Pedro conversar o tempo todo sobre os preconceitos com seu pai. Pai este que acabou sendo morto numa abordagem policial.
Em meio a isso, Pedro vai em busca da sua identidade, de seu lugar no mundo. De forma angustiante, ele vai reviver a história de seus antepassados, buscando compreender certas atitudes e o modo como tudo funciona.
“É necessário preservar o avesso, você me disse. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo.”
A narrativa de Jeferson Tenório é extremamente poderosa. É completamente impossível você ler esse livro e não ficar impactado com os absurdos do nosso dia a dia. Há momentos que precisei fechar o livro pra poder absorver o que tinha lido.
É uma estória linda, contada de forma seca, como de fato deve ser. Não é uma romantização do racismo, longe disso, é o retrato nu e cru da nossa realidade. O livro se tornou um dos meus favoritos da vida, e tenho certeza que por muito tempo essa estória continuará fresca na minha mente.
Indico fortemente está leitura. Livro incrível!
A trama acontece pelo ponto de vista de Pedro, um jovem que teve seu pai, Henrique, assassinado por uma ação policial desastrosa e incompetente. Ao visitar o apartamento de seu progenitor, ao olhar para as coisas que ele deixou, para a bagunça intocada, Pedro busca encontrar as peças do quebra-cabeças que formava seu silencioso, reflexivo, filosófico e ressentido pai. Mas, por mais que o leitor acompanhe as reflexões de Pedro, a narrativa é direcionada à segunda pessoa do singular: o protagonista “conversa” com Henrique enquanto relembra as informações de seu passado que conseguiu resgatar e tenta dar sentido à história da família.
De forma singela, mas impecável, Jeferson Tenório escreve sobre personagens com uma delicadeza ímpar. O foco é Henrique, cuja existência foi uma sucessão de dificuldades vencidas (e cansaço acumulado). Desde muito novo ele sentiu o peso que a cor de sua pele exerce, e as vezes em que foi parado pela polícia foram incontáveis – mesmo durante a infância, em uma partida de futebol inocente com os amigos, por exemplo. Conforme crescia, Henrique foi sendo exposto a diferentes formas de violência racial, demorando inclusive a entender que era vítima desse sistema. [...]
As memórias de Pedro sobre o casamento de seus pais são marcantes e intensas, repletas de cicatrizes psicológicas. É então que Martha, sua mãe, também ganha espaço na obra pra ter seu passado contado, o que auxilia o leitor a nutrir alguma empatia por ela, que causou diversas violências na vida de Henrique. A própria Martha teve uma vida de perdas, somadas à dificuldade de ser uma mulher negra em uma sociedade racista e machista: primeiro, ela perdeu seus pais, mortos em um acidente; depois, seus sonhos de um casamento feliz ao sofrer abusos de seu primeiro marido; e, por fim, o afeto de Henrique. A relação dos dois só perdura porque ambos sentem uma necessidade visceral de serem importantes para alguém. Essa necessidade dá espaço como uma “justificativa” para as ações descabidas e a toxicidade da relação, porque o ego de cada um se infla com a ideia de ser assim tão necessário. Por meio da voz de Pedro, o leitor navega por essa desestrutura familiar que foi a sina tanto de Henrique quanto de Martha, e que obviamente respingou em sua própria criação devido à posterior separação de seus pais.
Um aspecto muito marcante na vida de Henrique reside em sua decisão de se tornar professor. Jeferson Tenório se utiliza dessa escolha para criticar um sistema educacional falido, que invisibiliza o professor e o imenso abismo estrutural que existe entre as classes mais abastadas e as mais pobres. Henrique dá aula em uma escola de periferia e presencia as situações mais absurdas (como um aluno enrolando um baseado em sua aula), o que deixa explícito como nossos professores são expostos a situações extremas para as quais não foram preparados. É angustiante perceber como anos da vida de Henrique foram desperdiçados em uma triste resignação, especialmente quando consideramos a trajetória difícil que ele percorreu para chegar onde chegou.
Não posso falar de O Avesso da Pele sem mencionar a violência policial. Ao ler a sinopse, já conhecemos o desfecho de Henrique, mas ainda assim as páginas não nos preparam para o modo e para o terrível timing em que isso ocorre. Porém, não é apenas na morte que a violência policial marcou a história de Henrique. Como mencionei antes, desde a infância ele presenciou o modo como sua pele atrai olhares e provoca ações. [...] E é justamente por isso que o pai ensina ao filho a importância de preservar o avesso: aquilo que ninguém vê, aquilo que é só dele para ninguém tirar nem envenenar com ódio e preconceito. Porque, citando as páginas do livro, “não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo”.
O Avesso da Pele é um livro emocionante, intenso e envolvente. Mesmo tocando em temas tão difíceis, Jeferson Tenório mantém a narrativa fluida e poética, de forma a nos envolver e encantar, mesmo nas dificuldades. Esse é um daqueles livros que marcam a nossa experiência como leitores (sensação muito parecida com a que O Peso do Pássaro Morto me causou) e eu recomendo de coração que você dê espaço para conhecer a história de Henrique – bem como daqueles que o cercam.
A resenha completa foi publicada originalmente no meu blog, Infinitas Vidas. Te convido a conhecer! =)
Gostei, mas com ressalvas. Muitos pontos para escrever sobre a história em si. A questão racial prevalece.
Merece todo o reconhecimento que está recebendo.
Gostei de tudo nesse livro: a história, a forma como é apresentada, a maneira como a gente se envolve com a vida de cada personagem e por aí vai.
A linguagem é simples e toca a gente profundamente. É um daqueles livros que a gente panfleta para todos.
Resenha Jaci Clemente
“O avesso da pele” do Jeferson Tenório é aquele livro sensacional, lúcido, bem escrito, sem sobras, sem faltas, do tipo que se ler do dia para noite. Peguei ele numa manhã de sábado e na tarde de domingo já tinha encerrado a leitura embalada na melancolia e serenidade do Pedro que na condição de filho conta a história do Professor Henrique.
Em meio ao luto e a dor, Pedro tenta conferir sentido a vida do seu pai e de sua mãe e assim nos da a saber dos caminhos através dos quais Henrique foi criança, adolescente, jovem, homem em Porto Alegre ao longo das últimas décadas do século XX e das primeiras do XXI. Com ternura infinita e uma linguagem limpíssima, sem floreios ou insinceridades somos colocados diante das engrenagens do racismo, desde as mais sutis até as mais grosseiras. Uma narrativa implacável, sincera, fleumática, fatal mesmo que não fatalista.
É doloroso e bonito acompanhar Pedro fazendo a arqueologia das dores de seu pai e de sua mãe, nomeando os traumas deles, descrevendo situações dramáticas sem recorrer ao drama ele nos poupa de catarses melosas enquanto ilumina os muitos caminhos através dos quais vidas negras se perdem de si e da vida. É uma escrita fluida falando sobre as coisas que atrapalham a fluição da vida de tantas pessoas: homens, mulheres, adolescentes, crianças, bebê em idade de ocupar a creche.
Sou uma prof como o Henrique, sou uma mulher que cresceu nos morros do Recife, aluna de escola pública, meu prof de História chama-se Henrique, sou filha de um homem negro, sou mais clara que meu pai. Ler um livro assim gerou múltiplas identificações. Como prof por vezes me senti Henrique, como filha do meu pai me senti Pedro. Muitas vezes fiz e faço o exercício de organizar a trajetória de vida do meu pai, a arqueologia das dores moldadoras do homem que ele é hoje. É difícil! É difícil viver em um mundo tão racista que macula tanto e tão cedo as pessoas, que as cerca e as impede de florescer e viver como deveriam.
O Jeferson Tenório é um autor muito lúcido com uma narrativa muito fluida e precisa capaz de tirar as palavras da condição de dicionários e as transformar em literatura da forma mais magistral possível. “O avesso da pele” é um livro genial e maravilhoso, um mergulho no abismo muito bem conduzido.
Escrita bela e direta através da qual conta-se uma história que dói porque é real e mexe com a influência do racismo em toda a estrutura de uma vida.
“O avesso da pele”, livro do autor brasileiro Jeferson Tenório, publicado pela Companhia das Letras, nos apresenta uma narrativa comovente e necessária que aborda questões raciais vividas por uma família em Porto Alegre. Na narrativa conhecemos Pedro, que está (re)contando a história dos seus pais, ou melhor, do seu pai e tudo o que envolveu a sua infância, adolescência, vida adulta, até a sua morte.
Nessa perspectivas conseguimos perceber como o racismo é um projeto, não um acaso, quando vemos, por exemplo, a semelhança entre as situações vivências pelo pai e pelo filho, ou, até mesmo, por eles e por nós. Seja questionamentos sobre um relacionamento interracial, tentar dimensionar quando a luta passa a ser algo visto como “desnecessário” ou “exagerado” até a exclusão das pessoas negras em vários momentos da vida.
Também é importante ressaltar o lugar e as informações que temos sobre onde se passa. Porto Alegre e suas relações raciais são bem diferentes de, por exemplo, as relações raciais norte-americanas, portanto, esse livro é um mergulho nas questões raciais brasileiras e, algumas, regionais - mas que ecoam por todo o país.
Um dos pontos que não posso deixar de destacar é o papel do professor. Ser professor, no nosso país, é um grande desafio. Vemos filmes como “Escritores da liberdade” e nos enchemos de vontade de fazermos a diferença, esse dilema acompanha o pai do narrador e o desenrolar é intenso, impactante e importante.
Sob a óptica de Pedro, o livro conta a história de sua família: o pai, Henrique, e a mãe, Martha.
Narrado de forma peculiar e não linear, o livros nos mostra como foi a vida de cada um e o que o racismo influenciou em cada parte dela, e em diversas situações: amigos, família, casamentos, relacionamentos, trabalho, educação, interações sociais.
Para quem gosta da temática, é um prato cheio, pois contém as várias perspectivas sobre o tema, além da mudança de visão ao longo das décadas.
É difícil dizer o qual devastador e avassalador esse livro pode ser para um leitor preto, me vi representado em diversos parágrafos e capítulos e isso for de tirar o fôlego, a vida pode ser mais cruel do que a gente imagina, e por mais triste e doloroso que essa jornada seja, pensar que nossa voz tá sendo ouvida é algo que me alivia um pouco. Essa história é o que eu vulgarmente diria ser um open bar de gatilhos, e durante a maior parte dele mesmo sofrendo com a leitura foi importante e consolador sair que não estou sozinho nisso. As vezes é difícil manter a esperança em tempos tão difíceis, mas ver um livro como esse sendo publicado com tanto zelo, me faz sonhar com um dia poder viver em paz, sem medo e sem violência.
uma das obras mais incríveis que eu já li. profundo, dinâmico, cru e poético - tudo ao mesmo tempo.
obrigado ao time companhia das letras pela cópia antecipada. um dos meus livros favoritos da vida!
Não me lembro de ter lido nada tão tocante e bem escrito dentre os romances contemporâneos que aborde um tema tão pesado quanto o racismo sem pesar a mão para chocar o leitor. Essa narrativa é sensível e aí mesmo tempo bela, que expõe o pior da sociedade brasileira e o melhor da relação familiar: o respeito e a admiração. Por vezes me senti sem fôlego, mas valeu cada momento.
Como falar sobre esse livro?
Eu comecei, li 50% em dois ou três dias, depois passei umas duas semanas sem pegar nele. Precisei de tempo.
Quando retomei, finalizei em poucas horas, não sem muitas lágrimas.
As situações descritas por Jeferson Tenório na obra acontecem todos dias no Brasil. O que ele faz é pegar algo que é estatística e condensar na narrativa de vida de um grupo pequeno de pessoas com as quais nos conectamos. A narrativa nos envolve e faz sentir seus sofrimentos e dores.
Honestamente, está entre as melhores leituras que fiz em 2021 até agora.
Obriga à Cia das Letras e à NetGalley por me autorizarem a ler a cópia antecipada em troca de uma resenha sincera.
Livro essencial para um Brasil racista! História de uma família dilacerada pela separação e pelo racismo. Um filho que busca o que o pai representa na sua vida. Saber das angustias vividas pelos pais retintos morando em uma Porto Alegre. Escrita linda do autor Jeferson Tenório. Recomendo