Member Reviews

Esse é um livro de contos do King e eu acho que gosto mais dos livros de contos dele que dos romances em si.



Os dois primeiros contos contam com uma atmosfera mais leve, são contos que abordam situações até cotidianas. O primeiro deles fala sobre companheirismo entre um pai e seu filho. É uma atmosfera mais leve, que eu acho que nunca vi em nenhum livro do King que eu li antes.



O segundo traz uma temática jovem sobre o momento em que Jared toca sua bateria e Chuck e Janice dançam. Confesso que esse foi o conto que eu gostaria que virasse livro ou uma novela. Acho que a proposta dele era mesmo captar um momento, mas eu queria mais desenvolvimento.

O terceiro conto é de uma personagem conhecida pelos fãs do autor: Holly, em Em Sangue a personagem aborda mais pensamentos e sentimentos em relação as suas relações familiares.



O último conto intitulado O Rato e conta a história de Drew que é escritor. Acho que esse é o conto que mais aproxima do King que conhecemos de outros romances dele.



Enfim, é um bom livro que vai satisfazer os fãs do autor.

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Com Sangue é mais um livro de contos de Stephen King. Temos aqui 4 histórias inéditas do autor, sendo elas:

1 - O Telefone do Sr. Harrigan: O livro já abre muito bem. Craig e o Sr. Harrigan me cativaram e consegui me importar muito com o protagonista. A amizade entre eles é bonita, mas o que vem depois disso é melhor ainda, conseguiu me dar alguns arrepios.

2- A Vida de Chuck: Fiquei um pouco dividida com esse conto. é sem dúvida bem único e a forma de contar essa história foi bem interessante, porém não sei bem se tudo fez sentido suficiente pro meu gosto. Fiquei sabendo que vão adaptar para um filme e fiquei bem curiosa para ver como isso será feito.

3 - Com Sangue: Aqui temos o prazer de encontrar Holly Gibney mais uma vez, enfrentando algo familiar, que ela esperava nunca mais ter de lidar. é o maior do livro e com certeza vale a leitura. não recomendo a leitura para quem ainda não leu Outsider, pois pode conter spoilers.

4 - Rato: Este foi o que menos gostei entre os 4. Não que seja ruim, mas foi o que menos me conquistou. Chega a ser um pouco previsível a partir de certo ponto, o que tira um pouco o brilho da história.

No geral é mais um livro sólido do autor, que vai mais uma vez encantar seus fãs. Não acho tão boa porta de entrada para novos leitores, devido ao conto Com Sangue. Fora isso, muito recomendado!

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Nem todas as novelas são boas. A primeira e a terceira são excelentes, mas as outras duas são um pouco fracas. Achei assustadora a história do garoto com o iPhone e o cadáver, fiquei muito feliz de reencontrar Holly e seus amigos, e achei o conceito da segunda história, dos mundos que morrem com as pessoas, bem interessante. Pena que não gostei tanto da novela. A última foi a que menos gostei, mas é... Ok.

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If It bleeds não é exatamente um livro de contos, ele contém 4 novelas de tamanhos variados. A maior dá nome ao livro e serve como continuação do livro Outsider.⁣

Além dela temos Mr Harrigan's phone, sobre um adolescente, sua amizade com um vizinho idoso e um iPhone de primeira geração.⁣

Em The life of Chuck temos três histórias interligadas por um personagem, o Chuck do título. Foi a minha preferida do livro.⁣

Na última história, chamada Rat, um contista tem uma ideia brilhante para um romance, porém o resultado da sua última tentativa foi tão desastroso que todos tem medo que se repita. ⁣

O livro tem histórias para todos os gostos e a leitura foi tão rápida que me deixou querendo mais. ⁣

The life of Chuck com certeza entrou pra minha lista de preferidas do King e Rat ficou na minha cabeça por bastante tempo.

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Em Com Sangue, Stephen King nos apresenta quatro histórias independentes, nas quais os seus personagens são confrontados por forças sobrenaturais e terão que tomar decisões difíceis.

O primeiro conto O Telefone do Sr. Harrigan conta sobre a amizade de Craig e do Sr. Harrigan, um idoso que contrata o jovem para ler para ele, durante alguns dias da semana. Além de falar sobre amizade, o conto também levanta várias reflexões acerca dos benefícios e malefícios das novas tecnologias. Foi meu conto favorito do livro! A adaptação da Netflix ficou bem fiel à história original.

Em A Vida de Chuck, segundo conto do livro, conhecemos a vida de Chuck desde o seu término até o início. Achei super interessante a forma como o autor escolheu contar essa história. O grande questionamento levantado por esse conto é: queremos realmente saber como tudo acaba? E como viveríamos após essa descoberta? Gostei muito desse conto também.

No terceiro conto, Com Sangue, temos como personagem principal, Holly Gibney, que já apareceu em livros anteriores do autor, enfrentando uma força sobrenatural já conhecida pela personagem. E, por fim, o último conto, Rato, conta a história de um autor que deseja escrever um romance. Quando ele tem uma ideia promissora, decide ir para uma cabana isolada para escrever. Mas, até onde ele estará disposto a ir para concluir esse livro?

Os meus contos favoritos foram O Telefone do Sr. Harrigan e A Vida de Chuck. Acredito que poderia ter gostado mais do conto Com Sangue, que dá título ao livro, se eu tivesse lido antes a trilogia Bill Hodges, já que temos vários spoilers e referências a esses livros no conto. Não gostei muito do último conto, começou bem, mas não gostei do rumo que tomou.

No geral, eu achei um bom livro de contos, com algumas histórias melhores que outras. Em Com Sangue, Stephen King consegue mostrar, mesmo com histórias curtas, várias facetas dele como autor. Super recomendo a leitura!

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Primeiro conto do livro Com Sangue, O Telefone do Sr. Harrigan vem mais uma vez mostrar a versatilidade de Stephen King, se afastando um pouco do gênero terror para entrar no sobrenatural triste e dramático.
O foco aqui é o relacionamento pessoal, a elaboração do luto, a aceitação do outro e nossa relação com a tecnologia.
Craig, nosso protagonista, é contratado pelo misterioso Mr. Harrison, idoso que paga para que o garoto leia para ele. Com o passar do tempo, lições são trocadas e comunicações são feitas, livros e iPhones são conectados; e essa conexão não pode ser quebrada. Nem mesmo com a morte.
Com certeza uma ligação que ficará para sempre na cabeça do leitor. A adaptação feita pela Netflix já está disponível.

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Cuidado, este livro é dinamite!
O lançamento do novo título de Stephen King é muito discutido todos os anos, e por um bom motivo: é difícil não se emocionar com o talento de um cavalheiro.
Se sangrar não vai ser exceção à regra: vai deliciar os fãs e embarcar os que ainda não o são.

Este ano é uma coletânea de 4 contos que ele nos oferece. E que novidades!
Quer nos façam sonhar, tremer ou pensar, o certo é que não vão deixar ninguém indiferente.
Existem temas caros ao autor: o processo criativo, a amizade, o imaginário individual ou coletivo.
E, como sempre, cada um dos enredos nos atrai e nos retém com uma facilidade desconcertante.

Pequeno bônus, o terceiro conto (não tão pequeno, já que sozinho tem 190 páginas!), É a sequência de The Outsider, que apareceu há dois anos.
Este conto, inteiramente centrado em Holly Gibney (que os leitores conheceram da trilogia do Sr. Mercedes), pode ser lido de forma independente.
Porém, conhecer esta trilogia e The Outsider trazem um verdadeiro valor acrescentado à leitura, seria apenas compreender a evolução desta heroína tão original.

As diferentes histórias são igualmente emocionantes e sua atmosfera individual é única, como sempre com o Mestre do gênero.
Aqui estamos com 458 páginas de puro deleite, quer decida ler as notícias de forma intermitente ou prefere devorar o livro na íntegra.

Uma coleção a não perder, portanto, quer já seja fã do autor ou queira descobri-lo.
Então, tudo o que você precisa fazer é esperar ainda mais impacientemente pelo próximo lançamento.
Leia agora

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Sou fã do autor, mas prefiro seus romances aos contos, preciso confessar.

O telefone do Sr. Harrigan foi uma ótima abertura para o livro, bem típico de histórias mais antigas do autor, me agradou bastante tanto em sua temática como estrutura. Ali o elemento principal está em uma amizade pouco provável que se estende ao longo de anos.

A vida de Chuck não me agradou muito, é um conto que no começo parecia ter potencial, mas faltou algo que costurasse a trama de uma forma mais envolvente.

Com Sangue tinha tudo para ser excepcional, até eu perceber que o autor parecia comentar sobre acontecimentos que o leitor deveria saber e descobri - tarde demais - que ele estava realmente falando sobre fatos de outras histórias, ou seja, eu fui metralhada com spoilers de livros que ainda não li (The Outsiders e trilogia Bill Hodges).
Não custava nada ter colocado um aviso antes, Sr. King!

Rato é mais um enredo onde temos um personagem escritor que precisa se isolar para conseguir escrever seu romance. Um dos meus preferidos do livro.

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Gosto muito da escrita de King, principalmente seus contos e essa obra não decepciona. Ótimos contos.

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Com Sangue traz quatro contos do Stephen King, e como falei no podcast recente eu costumo não gostar muito de histórias curtas, mas nestes contos pra mim ele teve mais acertos do que erros, apesar de não ter achado tão aterrorizantes assim. Ou eu já estou acostumada a ler terror, pode ter sido isso também.
Nestes quatro contos conhecemos protagonistas que vivenciam experiências sobrenaturais (será?) e que tentam ao máximo ficarem vivos e entender, ao menos um pouco, o que está acontecendo. Desde histórias que parecem bem loucas até mesmo a animais que não parecem nem um pouco amigáveis.

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É engraçado como, no final de dezembro do ano passado, eu havia me programado para ler Com Sangue, livro de contos de Stephen King, antes do Ano-Novo. Acabei lendo outras coisas, mas iniciei a leitura do livro ainda no início de janeiro. Pensei que, por ser um livro de contos e por eu gostar tanto do autor, seria tranquilo lê-lo, que não demoraria nada.

Corta para dois meses depois.

Terminei agora a leitura do último conto de Com Sangue. Também é engraçado dizer que esse livro me fez companhia durante muitas quedas de luz. Aqui no verão, sempre cai bastante a energia, e não foi diferente neste ano. Tivemos muitas noites sem luz - e eu, insone, aproveitava para ler. Curiosamente, foi esse o livro que me fez companhia nessas noites. Hoje não faltou luz, mas está trovejando e talvez falte. Decidi terminá-lo antes disso.

Não sou uma pessoa de contos. Também é engraçado dizer isso (uma constante no texto, claramente), já que quando escrevo ficção, geralmente é em formato de contos. As únicas coisas que publiquei até hoje, fora críticas e reportagens, foram contos. Mas, no geral, sou uma pessoa de romances. Existe algo em contos que simplesmente não me atrai como leitora. Acho que gosto mesmo é de ficar numa só história, longa e bem trabalhada, por um bom tempo.

O que é bobagem já que não é porque a história é curta que ela não seja boa ou bem trabalhada. Foi o caso dos contos presentes em Com Sangue. São quatro e são ótimos. O livro tem quase quatrocentas páginas e cada conto tem mais ou menos quase cem - sendo que um deles tem suas duzentas páginas. A matemática é estranha, mas bear with me. O importante é que o livro é bom.

Publicado em 2020, o livro possui quatro contos inéditos do autor. O primeiro se chama O telefone do sr. Harrison e acho que é uma boa abertura para um livro de contos. Naquela narrativa calma de Stephen King, que vai indo muito devagar em sua ambientação até atingir o clímax, conhecemos Craig, um jovem que começa a história já adulto, lembrando do passado. Nesse passado, em meados dos anos 2000, ele era um menino pago para ler livros para seu vizinho, o sr. Harrison, um velhinho que morava naquela rua e era muito solitário. Leitura vai, leitura vem, o vínculo entre eles acaba se estreitando, o que leva a ocorrências estranhas no futuro de Craig.

Contudo, embora o conto seja sobre essa dinâmica entre o menino e o senhor, ele também fala sobre bullying, um tema bem comum nas obras de Stephen King, corrupção, injustiça e tecnologia. O último ponto é o que mais me chamou a atenção. É bem interessante como o autor consegue construir o terror mediante o crescente tecnológico. Lembrando que a ambientação da história é feita na época em que os celulares, e a rede móvel de internet, estavam começando a dar as caras (pelo menos, lá nos Estados Unidos). Por isso mesmo, é estranho pensar nas reflexões das personagens a respeito daquela tecnologia e na maneira como a sociedade é organizada hoje em dia. Até mesmo sobre paywalls o conto fala. É realmente muito interessante.

Quanto a história, ela é boa, mesmo. Não é nada que já não se tenha visto por aí, mas é bem construída e possui seus momentos de tensão. Particularmente, fiquei um pouco decepcionada com o final, pois consegui adivinhá-lo e o achei bem óbvio. Para mim, teria sido mais interessante se o autor tivesse tomado outra direção. Porém, isso não diminui o conto, que é bem escrito e redondinho - é apenas uma opinião pessoal mesmo.

Em A Vida de Chuck, há muitas histórias dentro de uma história. Eu estava empolgada lendo sobre o fim do mundo, sobre o mistério de Chuck, o fim da internet, do meio ambiente, de tudo... E então veio o plot twist - que não é ruim, mas é súbito. Gosto muito da construção de Chuck. A forma como Stephen King o apresenta é interessante, especialmente porque ele é uma pessoa comum vivendo uma situação horrível, porém comum.

Gostei mais ainda da parte centrada na infância de Chuck, com seus avós e a casa vitoriana. A ideia de fantasmas do Natal futuro é maravilhosa - e gostaria que ele a tivesse desenvolvido mais. A sensação que ficou é que Stephen King misturou dois contos em um. Eu teria amado ambos separadamente, mas juntos ficou apenas confuso e esquisito. Não é um conto ruim, mas poderia ter sido melhor. Poderia ter sido dois contos.

"O mundo está descendo pelo ralo e tudo que a gente consegue dizer é 'que droga'. Acho que pode ser que a gente também esteja descendo pelo ralo."

O maior conto do livro é o mesmo que dá título à obra: Com Sangue. Fiquei um bom tempo presa na primeira metade dele. Parecia que não ia para a frente. Até que, numa dessas faltas de luz, simplesmente foi. Preciso dizer que não esperava que o enredo desse a guinada que deu. Talvez por não conhecer a personagem Holly, a protagonista, que aparentemente é figura de uma trilogia de Stephen King - que ainda não li. Pelo que entendi, a ideia do monstro presente no conto é semelhante a que acontece num desses livros da trilogia. Terei que ler para entender melhor - e também porque adorei a construção dela, assim como fiquei bem curiosa para saber mais sobre o universo do monstro (que seguirei chamando de monstro para não dar spoilers a leitores desavisados).

O último conto, Rato, também me levou muito tempo para ser lido. Não é culpa dele: não li quase nada em fevereiro, mas tinha lido uma boa parte dele quando bateu o sono e só voltei a lê-lo um bom tempo depois. Embora eu sinta um certo ranço por histórias de escritores atormentados, gostei bastante do que Stephen King fez ali.

A história parece que será uma coisa, mas acaba sendo outra. O que começa dividindo semelhanças com O Iluminado acaba se transformando em um conto-de-fadas macabro. Um professor que passou a vida inteira tentando escrever um livro e quase enlouquecendo no processo tem uma ideia que precisa levar adiante. Para isso, ele deixa a família e vai sozinho até o antigo chalé para escrever, isolado no canto do canto do nada. Mas coisas acontecem. É só isso que direi.

Fiquei surpresa com o final do conto. É realmente bom e inesperado - o que me deixa feliz em vários níveis. Acho que uma das coisas que mais me atrapalha em contos, no geral, é como acabo sempre adivinhando o desfecho. Gosto de ser surpreendida, especialmente quando a história é bem construída.

Meus contos preferidos de Com Sangue, em ordem:

Com Sangue
O telefone do sr. Harrigan
Rato
A vida de Chuck

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Mais um livro do King super acertado! Impressionante como esse homem não erra nunca! Gostei de todos os contos e amei o terceiro que aparece a Holly, já estava com saudades dela! Adorei!

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Com Sangue foi meu primeiro contato com contos escritos por Stephen King. Isso considerando a escrita solo, pois li os que ele escreveu em parceria com o filho Joe Hill em Carrossel Sombrio.

No livro temos 4 contos, vou falar brevemente sobre cada um deles:

📱 O telefone do sr. Harrigan. De longe o meu conto favorito do livro! Tem aquela mistura que amo nas histórias do King: doçura com o assustador. O tom da narrativa é todo muito emocional, a relação do sr. Harrigan com o menino me encantou e traz aquele toque de realidade, de que as pessoas não são as mesmas com todos com quem convivem, é possível alguém ser intragável com muitas pessoas e um doce com outras.

🛣️ A vida de Chuck. Essa aqui deu um nó na minha cabeça, passei grande parte do tempo sem entender muita coisa e acho que terminei a leitura assim também.

🗞️ Com Sangue. Eu ADOREI esse conto! Fiquei querendo ler os outros livros em que a Holly aparece logo. É aquela mistura de realidade com o sobrenatural que dá muito certo na mão do autor.

🐭 Rato. Esse foi, pra mim, o conto mais divertido. Imagine um conto de fadas às avessas, em que a fada madrinha que vem realizar teus desejos não é nem um pouco boazinha e toma algo em troca.

Mais uma vez uma leitura do King que me conquistou!

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Com Sangue é o novo livro de contos do mestre Stephen King, lançado no Brasil pela editora SUMA.

Como podem ver pela capa, eu fui fisgada, e sendo um livro do King eu estava simplesmente ansiosa para ler esse livro.

Apesar de muitas pessoas acreditarem que King só escreve livros de terror, não é uma verdade, Com Sangue é uma seleção de contos bem eclética, temos uma leve dose de horror, sobrenatural e aventura.

O livro possui quatro contos:
O telefone do Sr. Harrigan

“Ele estava usando um terno escuro que eu nunca tinha visto. O cara da funerária tinha passado um pouco de blush para ele parecer saudável, só que pessoas saudáveis não se deitam em caixões com os olhos fechados e os últimos minutos de luz do sol brilhando nos rostos mortos antes de irem para debaixo da terra para sempre.”

Este conto talvez seja o que tenha os elementos mais clássicos de uma história de terror, porém, para mim não foi assustador, foi mais um conto onde temos uma amizade verdadeira entre duas pessoas, e mesmo após a morte este vinculo ainda é importante. É claro, que não posso dizer os elementos que fariam dessa história uma história de terror, porque quero que todos se surpreendam!

Aqui acompanhamos Craig, que desde a infância tinha um peculiar dom para a leitura e isso fez com que conhecesse o Sr. Harrigan e que fosse contratado pelo mesmo para ler para ele em sua velhice. O relacionamento deles vai se tornando mais e mais importante para ambos e nem a morte foi o suficiente para apagar a importância de um para o outro.

A vida de Chuck

“... as pessoas vão esperar.

- o que?

- o fim, cara. O fim de tudo. Estamos passando pelos cinco estágios do luto, você não percebe? Agora chegamos ao último. Aceitação.”

Neste conto temos um futuro próximo distópico. Algo aconteceu e o mundo como conhecemos está em colapso, mas isso apenas no primeiro ato...

Temos três narrativas interligadas por um mesmo personagem Chuck, porém, separadas em três atos distintos, mas curiosamente, somos apresentados a cada narrativa de trás para frente na ordem cronológica em que elas acontecem, o que não me recordo no momento se li algo assim, pelo menos não recentemente e gostei bastante da experiência de ler, as consequências de algo para depois ler os primórdios.

Gostei bastante principalmente do terceiro ato, que é o que podemos dizer onde reside elementos fantásticos e sombrios que eu aprecio tanto.


Com Sangue

“Qualquer notícia com sangue vende.”

Conto que dá nome ao livro, é uma história com uma personagem já conhecida dos fãs de King, Holly Gibney.

E por isso aqui vai meu aviso mais enfático. Se você não gosta de spoilers e pretende ler os livros The Outsiders, e a trilogia Bill Hodges (Mr. Mercedes, Achados e Perdidos e Último Turno) do autor, não leia esse conto. É tanto spoiler que vai estragar totalmente a experiência de leitura dos mesmos.

Para não correr o risco de dar spoilers, vou falar bem brevemente desse conto, Holly, acaba envolvida em uma caçada a um terrorista que atacou uma escola matando dezenas de crianças, essa caçada acaba revirando e reabrindo velhas feridas enquanto ela segue na investigação. É o conto com mais elementos fantásticos do livro, porém, ao bom e velho estilo do King: sombrio e realista até certo ponto.

Muito bom, mas só índico para quem já leu os livros citados acima, ou para quem não liga de spoilers.

Rato.

“Você precisa convidá-los, pensou Drew. Vampiros, Wargs. O diabo com as botas pretas de montaria. Você tem que convidar...”

Rato é um conto muito rápido de ler, o ritmo é bem fluido e temos uma trama que acaba por envolver. Eu li rapidamente.

Aqui temos Drew, um homem chegando a meia idade e que possui um sonho. Escrever um romance. Ele é um professor universitário que já publicou alguns contos, porém nunca conseguiu terminar de escrever um romance. E isso o deixa maluco. Digo com todo o respeito...

E diante de uma inspiração repentina, ele acha que essa pode ser sua última chance para realizar esse sonho. Ele deixa sua esposa e filhos e vai em direção a cabana de caça de sua família no meio do nada. Chegando lá tudo parece que está dando certo, a musa está sorrindo para ele e ele está escrevendo como nunca. A história está viva e forte em sua mente, as palavras jorram por seus dedos para o teclado.

Um sonho... obviamente, estamos falando de uma história do King. Uma tempestade forte se aproxima, e mesmo com sua esposa pedindo que ele volte para casa ele reluta em abandonar a cabana e correr o risco de perder a inspiração. E bom... não é somente isso que está ameaçando ele...

No decorrer da trama temos a inclusão de elementos fantásticos e uma escolha peculiar que Drew deverá fazer para realizar seu sonho.

É um ótimo conto e um final interessante. Já esperava algo do tipo, e não me decepcionei.

Um livro que indico para quem quer conhecer um pouco o estilo de escrita do autor (com exceção de Com Sangue, o que é uma pena, porque gostei bastante desse conto) e iniciar seu vicio pelo kingverso.



Eu li em ebook, mas o livro tem uma capa maravilhosa e pelo que vi em vídeo está muito bonito. Pretendo ter ele na minha coleção em breve.

Beijos e até a próxima.

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TEIA

Sempre que a oportunidade de ler um livro de contos de King aparece, eu não hesito um segundo antes de virar as páginas e mergulhar nas histórias, porque eu sei que a imersão será imediata. Em Com Sangue, sua mais recente publicação, isso não foi diferente. Composto de quatro contos, incluindo um prequel de Outsider e leve spoiler de Mr Mercedes, a nova coletânea me devorou por duas madrugadas seguidas, nas quais meus únicos três companheiros foram o livro, o desconforto extremo e a vigilância. King faz parecer que sou eu – e não os personagens – em perigo.
No primeiro conto, “O telefone do sr. Harrigan”, conhecemos o jovem Craig e a sua relação com o velho Sr. Harrigan, morador da casa da colina para quem trabalha. Durante o período passado em sua companhia, Craig acaba se tornando uma espécie de amigo (não tão próximo assim) para o idoso reservado e solitário que, no fim da vida, não parece ter conquistado tanto afeto quanto foi capaz de conquistar dinheiro. No entanto, com a passagem dos anos e a ajuda de um iPhone, Craig descobrirá que a conexão entre os dois é muito mais poderosa, inexplicável e bizarra do que poderia imaginar.
O segundo conto, “A vida de Chuck”, é a história de uma vida narrada ao contrário. Quando começamos a leitura, encontramos Marty, narrando e vivendo o fim do mundo como o conhecemos. É nesse contexto apocalíptico que ele e todos começam a ser bombardeados – de formas até mesmo impossíveis – por uma propaganda: “39 ótimos anos! Obrigado, Chuck!”. A partir daí, o que parecia apenas um evento bizarro acaba se provando uma porta de entrada para reflexões sobre a existência humana e o que fazemos de nossa vida.
Esse foi o meu segundo conto favorito do livro, não só pelas reflexões incríveis, mas pela proposta de narrar uma vida ao contrário. Além disso, o conto é dividido em três partes menores – cada uma narrando um momento da vida de Chuck –, as quais, segundo King, ele escreveu em momentos diferentes da vida, mas decidiu reunir em uma narrativa única agora. Essa forma de construção tripartida deixa muitas lacunas em branco, cujo preenchimento cabe ao leitor. Isso faz com que o processo de narrar seja quase conjunto – King e nós criando a história em parceria. Eu amei isso, a sensação de ser também a escritora da vida de Chuck.
O terceiro conto é o que dá nome ao livro. Para quem já tiver lido Outsider ou a trilogia de Bill Hodges, essa narrativa é um prato cheio. Em “Com Sangue”, acompanhamos Holly Gibney em seu primeiro caso solo. Após saber sobre o bombardeio ocorrido em uma escola, a detetive Gibney fica muito abalada, não só por ter suas feridas recentes remexidas, mas porque há algo de incômodo a respeito do jornalista que o noticiou, Chip. Por mais que tente esquecer o assunto, pois não há prova alguma de que algo esteja errado, a suspeita continua voltando a sua mente. Até que um telefonema a faz perceber que, talvez, não sejam suspeitas tão infundadas assim.
Por fim, no quarto e último conto, “Rato”, acompanhamos a viagem de um escritor em busca de terminar o seu primeiro romance. Para ele, escrever uma obra longa não parece ser uma simples procura por alguma satisfação pessoal ou compensação financeira, mas, sim, uma questão de vida ou morte. Isolado em uma cabana, sofrendo colapso físico e mental, ele tem um encontro peculiar que mudará o destino de sua obra e de sua vida para sempre.
Esse foi o meu conto favorito do livro. Eu adoro histórias que abordam como tema a produção literária, algo que King trabalha incrivelmente bem. Aqui, ele cria uma ressonância entre o colapso interno e o externo que nos faz refletir sobre o que significa ser escritor, sobre o próprio processo de escrita e sobre a quais extremos alguém é capaz de ir para criar literatura. A pergunta que me vem à cabeça quando penso nesse conto é: “o quanto vale o seu livro?”.
É claro que os resumos dão apenas uma vaga ideia do que as histórias realmente são. Isso porque – e quem já leu algo do autor deve saber disso – os contos de King são vastos em todos os sentidos: complexidade do enredo, construção dos personagens, desenvolvimento da tensão, etc. Tudo é feito de forma lenta e crescente, a cada página nos aproximando mais de um fim do qual, provavelmente, não vamos gostar muito. São contos de terror, mas não são apenas isso. São muito mais. Provocam muito mais reflexões, riso e nostalgia! Tudo isso coexiste com o terror, assim como na vida tudo isso convive com o medo.
O que, é claro, não significa de forma alguma que Com Sangue não gelou meu sangue em muitos momentos. Poucas vezes, eu experimentei a sensação de desviar a atenção das páginas por alguns minutos e ter medo do que ia encontrar em volta como aconteceu nesse livro. Ter medo do que ia encontrar fora do quarto, na tela do celular, do lado de fora da janela, ou mesmo em meus próprios pensamentos.
A verdade é que há algo de muito incômodo (e de muito fascinante) na forma como os contos de Stephen King conseguem ampliar minha lista de medos, como se tivessem sido escritos justamente para me assustar – e com coisas que, por si só, eu dificilmente acharia assustadoras. Mas, quando se trata dele, suas narrativas são como teias, tecidas de forma meticulosa por uma aranha que sabe exatamente como envolver a sua presa.
Eu acho que é isso que o torna tão bom no que faz: sua capacidade de apavorar com situações que, até então, não eram nem sequer um pensamento distante na mente do leitor. Não situações mirabolantes de todo. Na verdade, situações conectadas a coisas do cotidiano e que, talvez, quem sabe, não sejam tão impossíveis assim de acontecer – até mesmo das páginas do livro para fora.

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Uma das minhas melhores leitura de outubro foi, sem sombra de dúvidas, esse livro. Com uma narrativa muito ágil e histórias que prendem, me vi totalmente instigada a cada avançar de páginas, querendo ver como aquela história iria terminar e quais as surpresas que o autor me reservava.

Com Sangue é uma reunião de quatro contos escritos por Stephen King. As histórias não são aterrorizantes, não há nada que não te faça dormir a noite e cada uma possui uma proposta diferente da outra, o que tornou a leitura ainda mais interessante.

O primeiro conto, O Telefone do Sr. Harrigan foi o meu preferido. Ele narra a história de um garoto chamado Craig e do Sr. Harrigan, um homem misterioso e muito rico, para quem ele lê todas as tardes. A história é bem envolvente e é muito prazeroso acompanhar o desenvolvimento da amizade dos dois e perceber o quanto Craig traz novas perspectivas para a vida do velho senhor. E é através do garoto que ele tem seu primeiro contato com um aparelho celular e suas muitas utilidades. E é esse aparelho que vai trazer o tom de mistério ao livro. Me apeguei bastante a esse conto e, se dependesse de mim, ele poderia ter 500 páginas que leria com prazer. Foi envolvente, teve mistério e drama bem dosados e me conquistou.

O segundo conto foi o que menos gostei, mas que não deixou de ser interessante. A vida de Chuck começa de uma forma menos convencional e vai nos contando a história do nosso protagonista, que dá nome a história. Não vou entrar em detalhes pra não dar spoiler, mas já adianto que entre todos, esse é o que mais requer atenção do leitor pra não se perder "no meio do caminho". Eu gostei, achei original, mas não me fisgou tanto quanto o anterior.

Já o terceiro, Com Sangue, é uma história da trilogia Bill Hodges, portanto você vai encontrar alguns spoilers a respeito dos livros. Esse eu vou ser mais sucinta ainda: trama muito boa, instigante e com uma teia investigativa incrível! A personagem também é ótima e, quem já leu a trilogia (o que não é o meu caso) deve conhecê-la. Foi a história que mais mexeu comigo na questão "não consigo parar de ler " porque ele vai trazendo novos elementos e desenvolvendo a trama a cada novo capítulo. Achei fantástico!
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O quarto, e último conto, é Rato e ele também traz uma história que foge um pouco dos padrões convencionais. Aqui temos um autor que se isola em uma casa mais longínqua e acaba ficando preso em uma tempestade, doente e sem conseguir escrever como gostaria. Até que recebe uma visita inesperada que vai mudar o curso da sua estadia naquele lugar. Também é uma história interessante que, embora tenha um protagonista que não me despertou empatia, me instigou a continuar lendo pra descobrir o que aconteceria. Foi melhor do que eu imaginava e acabei gostando bastante.
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Com Sangue foi uma leitura incrível e não me surpreende, afinal King sempre consegue me agradar. Foram histórias que trouxeram mistério, elementos sobrenaturais e pitadas de drama muito bem trabalhadas, com aquela já conhecida agilidade narrativa do autor. Impossível não recomendar esse livro!

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Assim como em Quatro estações (um dos meus livros favoritos de King), Com sangue nos trás apenas 4 contos, mas que reúnem características únicas sobre o melhor e o pior do ser humano.

O primeiro conto, O telefone do Sr. Harigan, trata da amizade de um adolescente que está terminando o ensino médio e um senhor aposentado, morando numa cidadezinha escondida no mapa. Craig ocupa seu tempo e ganha um dinheirinho extra fazendo companhia, lendo e fazendo algumas tarefas para o Sr. Harrigan, um homem rico e um tanto sovina. Depois de ganhar seu primeiro e tão sonhado iPhone (isso lá pelos idos de 2007), ele fica tão encantado com aquela tecnologia que, depois de ganhar na loteria graças a um bilhete que foi presente do Sr. Harrigan, Craig decide iniciar o velhote no mundo da tecnologia, dando a ele um iPhone. Pouco tempo depois, o Sr. Harrigan morre, mas Craig sente falta de sua companhia.. e é aí que a história fica com a cara de um conto de Stephen King! Se você já leu, sabe do que estou falando. Se ainda não leu, não vou dar spoilers. :-p

O segundo conto no começo me deixou um pouco confusa, mas acho que era essa mesmo a intenção. Tudo começa com um ar apocalíptico, apagões, pessoas morrendo... então, vem a segunda parte, que muda completamente o foco. E aí na terceira parte você finalmente entende o que estava acontecendo. O autor fica cutucando a curiosidade do leitor. No fim das contas, para mim, como leitora, A vida de Chuck é exatamente uma forma de celebrar a vida da personagem título do conto. De cara, eu não tinha gostado muito, mas ao chegar ao final do conto, achei a estrutura dele genial!

Com sangue dispensa muitos comentários. Ele traz de volta Holly Gibson! Ela foi inicialmente apresentada na trilogia Mr. Mercedes. Depois voltou em Outsider. E agora tem um conto só pra ela. Mas pra mim, poderia ser um romance todo! Holly Gibson é uma moça retraída, com problemas de autoconfiança e TOC que tem sua vida completamente mudada ao conhecer o detetive Bill Hodges em Mr. Mercedes. Com sangue foca em Holly e sua relação complicada com a mãe e a amizade com os irmãos Jerome e Barbara Robinson (também apresentados na trilogia Mr. Mercedes). O conto é praticamente uma sequência de Outsider, quando Holly se depara com uma criatura muito semelhante àquela que ela e o detetive Ralph Anderson descobrem. Uma das melhores características de King são seus personagens muito bem construídos que parecem muito reais. Este conto nos traz em poucas páginas um “romance resumido”, com personagens e relações profundas. Não sei como seria a visão de alguém que nunca leu a trilogia e Outsider. Talvez bem diferente da minha. Mas para os apaixonados por King, acho que vocês teriam a mesma sensação que eu... Com sangue poderia ser só a sequência da história de Holly, e os outros contos poderiam ir para uma outra coletânea.

Rato, o último conto deste compilado, nos traz a luta de Drew Larson para conseguir escrever e publicar seu primeiro romance. Na verdade, só conseguir escrever um já estava bom. Ele teve contos publicados, mas nunca conseguiu escrever um romance. A última tentativa o tinha levado a um colapso nervoso e um incêndio em sua casa. Dessa vez, a ideia parece tão clara em sua mente e ele tem certeza que vai ser diferente. Para não ter distrações, ele resolve ir para a antiga cabana de caça que era de seu pai, praticamente no meio do nada. Ele fica preso devido a uma tempestade e é aí que algo muito peculiar acontece... ele recebe a visita de um rato que lhe oferece aquilo que ele tanto quer, mas, é claro que isso tem seu preço.

Como eu já disse por aqui antes, é muito difícil eu amar 100% um livro de contos. Sempre tem um que não é tão perfeito assim. No caso de Com sangue, como eu já disse acima, ele poderia ser um romance de Holly Gibson! Mas não tem nenhum conto que eu diga que é ruim.

Leitura obrigatória para amantes de King.
Se você não se encaixa neste grupo, mas curte contos com uma pitada de horror, leia que você vai gostar.

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“Com Sangue” é um livro de contos, mas não nos moldes como estamos realmente acostumados já como são somente 4 contos distribuídos por mais de 400 páginas, o que daria uma média de 100 páginas para cada conto – mas não realmente, já como o 3º conto, o que dá o título do livro, é o maior conto. Somente ainda para assinalar, os nomes dos contos são, em ordem: “O telefone do Sr. Harrigan”, “A vida de Chuck”, “Com sangue” e “Rato”. Agora sobre o que tratam esses contos é a questão, apesar de obviamente já ficar nas entrelinhas que são de terror, afinal, são contos do mestre do terror. Todos tem seus acertos e falhas, e vou falar sobre cada um deles, especifico, na sequência.

Claro que o livro já foi adquirido para adaptações cinematográficas – mas aqui está a grande pegadinha: cada conto foi vendido separadamente e será adaptado em diferentes filmes ou séries.

A seguir, cada frase inicial vem do conto que falo no paragrafo seguindo, tudo sem grandes spoilers.

“O telefone do Sr. Harrigan” se passa em 2004 e parte de uma premissa bastante simples: Craig, ainda criança, começa a trabalhar para o Sr. Harrigan, um senhor idoso que se mudou para sua cidade. O homem é claramente rico e paga o garotinho para ler para ele, além de fazer pequenos serviços de jardinagem. E algo tão simples assim começa a evoluir a medida que o relacionamento dos dois se torna o mais próximo possível que os dois conseguem, já como o mais velho é alguém que tem suas reservas e não está tão disposto a demonstrar qualquer tipo de afeto. Apesar disso tudo, Craig está disposto a continuar tentando, e um dia, depois de ganhar na loteria com um bilhete que sempre ganhava como presente do seu “patrão”, deu a ele um iPhone de presente e aqui está a grande sacada do livro: é o começo da tecnologia dos smartphones, e essa é uma versão 1 do que viria a ser o mais conhecido modelo do mundo.

Claro que o homem, bastante esperto e com grande tino para negócios, entende o poder do aparelho e logo a coisa realmente começa a andar para o terror real quando acontecimentos começam a se desenrolar, e, enquanto eu lia, eu pensava que era um plot tão original e ao mesmo tempo tão simples, que eu pensei que só King realmente conseguiria escrever algo tão bem assim. Estou sendo vaga de propósito justamente para não tirar a surpresa de onde o terror vem, mas só digo que o Sr. Harrigan é um personagem que provoca bastante sentimentos contraditórios nos leitor.

Logo na sequência temos “A vida de Chuck”, um dos contos mais originais que já tive o prazer de ler: ele é contado em ordem inversamente cronológica, dividido em 3 partes. Começando com as pessoas se perguntando quem diabos é Charles “Chuck” Kant, que tem outdoors espalhados para cidade e parece estar se aposentado depois de 39 anos de trabalho em um banco. Pelo menos é isso que você é levado a acreditar, já como a 1º parte é sob o ponto de vista de Marty, um cara separado que está vendo o mundo ruir ao seu redor enquanto ele só tenta chegar até a ex-esposa e checar como ela está.

Como em todos seus últimos trabalhos, não poderia faltar uma dose de realidade neste conto, que ainda menciona os desastres ambientais que acontecem e a nossa falha como sociedade, marca cada vez mais presente nos trabalhos de King. Sinceramente, é um conto brilhante, brilhante mesmo, de uma forma tão pura que me peguei pensando sobre esse conto bastante tempo depois de o ler. A forma genuína e simples que ele se completa e você entende toda dele no final é algo que fica com o leitor mesmo depois de lê-lo – e não há nenhum terror aqui, somente a vida acontecendo.

Holly Gibney. Sim, a mesma personagem de “Mr. Mercedes” e “ Outsider”, é a personagem principal do conto que dá nome ao livro. Adorei que ao ler as notas de King no final, ele confesso que ela roubou a cena em “Mr. Mercedes” e ele ainda a sente em sua mente porque a personagem também roubou a cena para mim nos dois livros, por motivos diferentes, já como ela é, supostamente, uma personagem secundária nos dois livros, mas termina ajudando os personagens principais. Aqui ela está no palco central, com seu próprio mistério para resolver, e apesar de ser um conto independente e você não precisar ter lido nada sobre a personagem antes daqui, confesso que há um grande link com “Outsider”, então se você não leu o livro ou sequer viu a série de TV, acredito que você possa não aproveitar o conto completamente.

Aqui a detetive particular se pega assistindo um atentado terrorista em uma escola, mas há algo no repórter, Lester Holt, na entrada ao vivo que incomoda a observadora mulher, que logo se vê em um mistério do tipo que sabemos que King sabe escrever com maestria. É um conto grande, repleto de detalhes e traz Holly em sua mais potente glória, mostrando mais do seu passado com sua mãe e a forma como a cabeça da personagem já está lidando com o sobrenatural e o reconhecer – sim, há sobrenatural neste conto, ao contrário do anterior. A única certeza que tenho é quero mais de Holly, Jerome e seus amigos.

E então chegamos a “Rato”, o conto que menos me agradou desse livro e olha que ele parece uma especie de… “tenha seu desejo realizado e se ferre na vida”, ou seja, um conto de fadas todo fora do lugar porque é bem isso que o personagem principal lida: Drew é um escritor que tem uma ideia (aparentemente) muito boa para um livro. Ele logicamente se recolhe para escrever e colocar no papel toda sua ideia, mas o famoso e velho bloqueio de escritor o atinge como um raio. E então… e se ele pudesse resolver todos seus problemas através de um desejo de uma especie de gênio sedento pela vida de alguém que ele ama e que tem a forma de um… rato.

Acho que você já pegou a ideia do conto, e por vezes eu me perguntei se Drew não estava simplesmente “só” surtando com não conseguir escrever, ponto que também entra na trama. Mas, vindo de King, podemos esperar o sobrenatural de alguma forma, mesmo quando o conto pode ser inspirado em um fato que aconteceu com ele próprio em sua vida – se bem que é difícil imaginar King com qualquer tipo de bloqueio literário com a facilidade que ele publica livros.

No final das contas, “Com Sangue” é um livro ótimo de contos, no qual não há transição entre eles já como eles não tem conexão alguma entre suas narrativas e nem são curtos o suficiente para lhe deixar pensando sobre como aquele universo poderia ser explorado. Mais um acerto do Rei do Terror, pronto para levar os seus leitores a mais uma divertida (e assustadora) aventura que pode te fazer ter mais medo dos elementos reais do que dos sobrenaturais.

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Essa é uma coletânea com quatro contos de terror do autor, alguns dos quais já inspiraram alguns filmes, como Conta comigo e Um sonho de liberdade. Os contos são O telefone do sr. Harrigan, A vida de Chuck, Com sangue e Rato, sendo o conto de mesmo nome do livro onde os fãs de Mr. Mercedes reencontrarão uma personagem bem conhecida.

Adianto que são contos de horror, mas que vão trazer algumas histórias sobre amor, amizade, talento, justiça mas com aquela distorção em alguns casos. Esse é um exemplo do primeiro conto, o único que li do livro: O telefone do sr. Harrigan. Aqui, vamos conhecer um garoto e um senhor que tem uma amizade incrível. Craig, o garoto, perdeu a mãe muito novo e vive com o seu pai e acabou sendo contratado para ler para o Sr. Harrigan durante as tardes e foi aí que criaram uma amizade bem bonita. Ele tinha o costume de enviar raspadinhas (de prêmios) em datas comemorativas e, numa delas, Craig ganhou o prêmio máximo de três mil dólares. Como agradecimento, ele resolve presenteá-lo com um celular. Mesmo a contragosto, ele acaba gostando da ideia de ter informações atualizadas facilmente na palma da mão.

Vemos que é uma história bem bonita e com um tom de nostalgia e é muito interessante acompanhar a amizade entre esses dois e o amadurecimento do garoto. Mas os acontecimentos vão levando a uma aura sobrenatural e um pouco assustadora. É legal ver ele transformando coisas tão corriqueiras em um mistério, algo meio sem explicação, o que eu adoro!

Eu acabei não continuando porque cansei um pouco do tamanho dos contos. Mas gostaria de ler os demais em momentos diferentes no futuro, pois realmente parecem histórias que vão trazer algumas experiências legais e perturbadoras ao mesmo tempo.

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Com Sangue é o novo livro de contos do mestre Stephen King, lançado no Brasil pela editora SUMA.

Como podem ver pela capa, eu fui fisgada, e sendo um livro do King eu estava simplesmente ansiosa para ler esse livro.

Apesar de muitas pessoas acreditarem que King só escreve livros de terror, não é uma verdade, Com Sangue é uma seleção de contos bem eclética, temos uma leve dose de horror, sobrenatural e aventura.

O livro possui quatro contos:

O telefone do Sr. Harrigan

“Ele estava usando um terno escuro que eu nunca tinha visto. O cara da funerária tinha passado um pouco de blush para ele parecer saudável, só que pessoas saudáveis não se deitam em caixões com os olhos fechados e os últimos minutos de luz do sol brilhando nos rostos mortos antes de irem para debaixo da terra para sempre.”

Este conto talvez seja o que tenha os elementos mais clássicos de uma história de terror, porém, para mim não foi assustador, foi mais um conto onde temos uma amizade verdadeira entre duas pessoas, e mesmo após a morte este vinculo ainda é importante. É claro, que não posso dizer os elementos que fariam dessa história uma história de terror, porque quero que todos se surpreendam!

Aqui acompanhamos Craig, que desde a infância tinha um peculiar dom para a leitura e isso fez com que conhecesse o Sr. Harrigan e que fosse contratado pelo mesmo para ler para ele em sua velhice. O relacionamento deles vai se tornando mais e mais importante para ambos e nem a morte foi o suficiente para apagar a importância de um para o outro.

A vida de Chuck

“... as pessoas vão esperar.

- o que?

- o fim, cara. O fim de tudo. Estamos passando pelos cinco estágios do luto, você não percebe? Agora chegamos ao último. Aceitação.”

Neste conto temos um futuro próximo distópico. Algo aconteceu e o mundo como conhecemos está em colapso, mas isso apenas no primeiro ato...

Temos três narrativas interligadas por um mesmo personagem Chuck, porém, separadas em três atos distintos, mas curiosamente, somos apresentados a cada narrativa de trás para frente na ordem cronológica em que elas acontecem, o que não me recordo no momento se li algo assim, pelo menos não recentemente e gostei bastante da experiência de ler, as consequências de algo para depois ler os primórdios.

Gostei bastante principalmente do terceiro ato, que é o que podemos dizer onde reside elementos fantásticos e sombrios que eu aprecio tanto.


Com Sangue

“Qualquer notícia com sangue vende.”

Conto que dá nome ao livro, é uma história com uma personagem já conhecida dos fãs de King, Holly Gibney.

E por isso aqui vai meu aviso mais enfático. Se você não gosta de spoilers e pretende ler os livros The Outsiders, e a trilogia Bill Hodges (Mr. Mercedes, Achados e Perdidos e Último Turno) do autor, não leia esse conto. É tanto spoiler que vai estragar totalmente a experiência de leitura dos mesmos.

Para não correr o risco de dar spoilers, vou falar bem brevemente desse conto, Holly, acaba envolvida em uma caçada a um terrorista que atacou uma escola matando dezenas de crianças, essa caçada acaba revirando e reabrindo velhas feridas enquanto ela segue na investigação. É o conto com mais elementos fantásticos do livro, porém, ao bom e velho estilo do King: sombrio e realista até certo ponto.

Muito bom, mas só índico para quem já leu os livros citados acima, ou para quem não liga de spoilers.

Rato.

“Você precisa convidá-los, pensou Drew. Vampiros, Wargs. O diabo com as botas pretas de montaria. Você tem que convidar...”

Rato é um conto muito rápido de ler, o ritmo é bem fluido e temos uma trama que acaba por envolver. Eu li rapidamente.

Aqui temos Drew, um homem chegando a meia idade e que possui um sonho. Escrever um romance. Ele é um professor universitário que já publicou alguns contos, porém nunca conseguiu terminar de escrever um romance. E isso o deixa maluco. Digo com todo o respeito...

E diante de uma inspiração repentina, ele acha que essa pode ser sua última chance para realizar esse sonho. Ele deixa sua esposa e filhos e vai em direção a cabana de caça de sua família no meio do nada. Chegando lá tudo parece que está dando certo, a musa está sorrindo para ele e ele está escrevendo como nunca. A história está viva e forte em sua mente, as palavras jorram por seus dedos para o teclado.

Um sonho... obviamente, estamos falando de uma história do King. Uma tempestade forte se aproxima, e mesmo com sua esposa pedindo que ele volte para casa ele reluta em abandonar a cabana e correr o risco de perder a inspiração. E bom... não é somente isso que está ameaçando ele...

No decorrer da trama temos a inclusão de elementos fantásticos e uma escolha peculiar que Drew deverá fazer para realizar seu sonho.

É um ótimo conto e um final interessante. Já esperava algo do tipo, e não me decepcionei.

Um livro que indico para quem quer conhecer um pouco o estilo de escrita do autor (com exceção de Com Sangue, o que é uma pena, porque gostei bastante desse conto) e iniciar seu vicio pelo kingverso.

Eu li em ebook, mas o livro tem uma capa maravilhosa e pelo que vi em vídeo está muito bonito. Pretendo ter ele na minha coleção em breve.

Beijos e até a próxima.

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