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A era da escuridão é o primeiro volume de uma trilogia e apresenta muito bem os personagens, a mitologia e o ambiente que a história se passa sem ter uma narrativa arrastada. Os capítulos de intercalarem entre os protagonistas nos ajudam a entender melhor a motivação dos personagens e de certa forma nos conectarmos com eles. Senti que no início a leitura demorou um pouquinho para fluir, mas depois de algumas páginas a leitura flui de maneira rápida sendo bem difícil lagar antes do fim. Outro detalhe é que apesar do livro apresentar alguns elementos comuns nas histórias de fantasia a autora conseguiu surpreender em vários momentos trazendo algumas reviravoltas interessantes.


A era da escuridão é perfeita para quem está começando no universo da fantasia e os fãs do gênero de modo geral!

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A trama narrada promete uma história épica enquanto explora até onde dá para ir com seus personagens, porém parece que a autora tem um pouco de medo em ir além no potencial do que está criando e a historia acaba ficando apenas "ok".
Mas ainda deixa aquela pontada de curiosads acerca de onde isso vai dar.

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Você já leu algum livro com diversos narradores?

Esse é o caso de A Era da Escuridão, primeiro livro da trilogia fantástica com o mesmo nome, escrito pela autora Katy Rose Pool.

A narrativa acompanha a história de 5 personagens centrais com os destinos entrelaçados por uma terrível profecia: um príncipe exilado, uma assassina brutal, um líder da Ordem, um jogador com o poder de encontrar qualquer coisa e uma garota à beira da morte.

A profecia prevê a Era da Escuridão, provocada por 3 arautos. Esse fim apavorante só poderia ser evitado com o nascimento de um novo Profeta, destinado a salvar o mundo.

Também acompanhamos o desenvolvimento dos Agraciados, pessoas abençoadas com uma das quatro Graças do Corpo: a graça do coração, que aumenta a força e agilidade, a graça do sangue, que dá o poder de curar ou ferir, a graça da mente, que permite criar objetos mágicos ou, por fim, a graça da visão, que concebe o poder de sentir e localizar seres vivos.

O Hierofante, vilão da narrativa, é seguido por Testemunhas, que defendem os seus princípios de que os Agraciados não deveriam existir, devido aos seus poderes anormais e perigosos.

A autora conseguiu introduzir todos os personagens de forma brilhante, evitando desorientação em relação à ambientação e histórias pessoais de cada um. Em nenhum momento me senti confusa quanto a isso.

Não posso negar que sou apaixonada por enredos com personagens poderosos, ainda mais quando isso é bem desenvolvido e distribuído. As classificações das Graças de Corpo são bem interessantes.

Preciso confessar que acabei me precipitando e “shippando” um casal errado logo no começo da leitura, o que me proporcionou uma pequena frustração. Também peguei aversão a um personagem em específico, por conta do seu caráter nobre demais. Mas, nenhum desses pontos atrapalhou minha experiência de leitura, que foi ótima.

Indico esse livro para todos os amantes de fantasia. Apesar de não fugir muito do que estamos acostumados dentro desse gênero, é uma obra muito bem desenvolvida.

Ansiosa para ler a continuação, que foi lançada recentemente, O Domínio Das Sombras. Aposto que vou gostar tanto quanto gostei do primeiro volume.

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O livro é muito bom foi uma surpresa, super recomendo, agora quero um físico na estante. Se querer uma leitura rápida, esse é o livro.

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Aqui temos uma fantasia com 5 protagonistas, e os capítulos vão se intercalando entre eles (adoro narrativas assim!). Vou falar um pouco sobre cada um deles, só para vocês sentirem o gostinho. Hassan, um príncipe que está exilado do seu país após uma invasão e golpe com tomada de poder de rebeles. Ephyra, uma assassina que faz de tudo para manter a irmã viva. Beru, a irmã de Ephyra, que está entre a vida e a morte. Anton, um habilidoso jogador de cartas, que está fugindo de algo ou alguém. Jude, um paladino honrado com uma grande missão pela frente: encontrar e proteger o último profeta. E quem é o último profeta? Os profetas existiram no passado, e há 100 anos desapareceram, porém deixaram uma última profecia:
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Quando a Era dos Profetas desvanecer
E a sombra encobrir o destino do mundo,
Apenas a última profecia há de permanecer
Entregue ao defensor, o Guardião da Palavra.
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O enganador enreda o mundo em mentiras
E os ímpios caem sob a mão pálida da morte
Quem jaz no pó se reerguerá
E em seu encalço vem a escuridão.
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Mas nascido sob um céu iluminado,
Um herdeiro com a visão abençoada,
Uma promessa quebrada do passado
O futuro obscuro é clareado.
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A peça final da nossa profecia revelada
Em visão de graça e fogo
Para derrotar a Era da Escuridão
Ou destruir o mundo de todo.
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Esta importante profecia que prevê a Era da Escuridão está prestes a se concretizar, e nossos protagonistas estarão todos envolvidos de alguma forma. O que achei? Muito bem escrito, uma premissa muito interessante e mais do que isso, com um bom desenvolvimento. Fiquei muito envolvida com os personagens, e acredito que os próximos livros terão grande potencial. Se você é fã de fantasia, esta com certeza será uma ótima opção de leitura.

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Duas irmãs tentando sobreviver, um príncipe sem reino, um profeta perdido e um guardião de uma profecia, esses são os protagonistas de A Era da Escuridão de Katy Rose Pool, 1º livro da trilogia Era das Trevas. Nele acompanhamos cada um desses personagens em suas jornadas pessoais, vivendo em lugares diferentes e com personalidades bem distintas, até que uma profecia perdida começa a acontecer e seus destinos se cruzam.

Há 100 anos atrás, os sete profetas que governavam o mundo desapareceram, causando caos e guerras. Entretanto, antes de partirem, deixaram uma última profecia sobre o destino das civilizações, guardada a sete chaves e de responsabilidade do Guardião e seus guerreiros. De geração em geração, eles procuram quem seria aquele capaz de impedir o fim de uma era e evitar a profecia.

Com uma escrita fluida e envolvente, fiquei presa no universo criado pela autora, gosto bastante de livros que trazem profecias e toda uma construção política/social em volta dos acontecimentos. Além disso, cabe destacar a caracterização de anti-heróis dos protagonistas, eles mentem, traem, são egoístas e moralmente questionáveis, isso os torna um pouco mais reais e me fez compreender grande parte de suas ações.

Achei um livro bem introdutório, com o objetivo de apresentar cada personagem e criar uma ligação entre eles, ao mesmo tempo que desenvolve a mitologia e nos faz ficar criando mil teorias sobre o futuro, principalmente quanto ao vilão. Esse por sua vez, foi uma incógnita para mim e sinto que vai ter muitas reviravoltas quanto a sua identidade, sendo um dos pontos que me deixa mais animada para ler o segundo livro.

Embora o início seja um pouco lento, o final é eletrizante e termina com ganchos e ótimas surpresas. Enfim, um livro com representatividade, um grupo de protagonistas com destinos entrelaçados e tratando sobre temas como a intolerância e o autoritarismo, essa trilogia promete surpreender.

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Por gerações, os Sete Profetas guiaram a humanidade com suas visões do futuro, até cem anos atrás quando eles desapareceram. Mas com esse desaparecimento o mundo virou um caos, tomado pela corrupção, pela morte e por pessoas de má fé. Mas antes de desaparecerem os Profetas deixaram uma ultima profecia que prevê a Era da Escuridão e o nascimento de um novo Profeta destinado a salvar o mundo. Essa profecia está guardada com os Paladinos e ela só deve revelada quando o novo Profeta for encontrado.

Entre o povo existem algumas pessoas que são Agraciados com alguns dons. A graça do coração (que aumenta a força, a agilidade, a velocidade e os sentidos), a graça do sangue (que é capaz de extrair energia para curar ou ferir), a graça da mente (capaz de criar objetos) e a graça da visão (capaz de sentir e localizar seres vivos). Mas assim como tudo o que é diferente gera oposição e existe um grupo intitulado como Testemunhas, lideradas por Hierofante, que atualmente governa em Herat, e eles querem acabar com todas essas pessoas que eles veem como aberrações.

E nessa história vamos conhecer e acompanhar cinco pessoas que vão se unir sem saber que entre eles um está destinado a salvar o mundo e o outro a destruí-lo. São eles: Ephyra, uma assassina conhecida como Mão Pálida que está fazendo de tudo para salvar sua irmã Beru, que está a beira da morte; o caminho delas vai cruzar com o de Anton, um jogador que tem a graça da visão e que pode encontrar um artefato que pode ajudar a salvar Beru; Hassan, um príncipe que está escondido após Hierofante tomar seu país e Jude, que acaba de ser consagrado Guardião da Palavra e capitão da Guarda Paladina e que será responsável pela segurança do novo Profeta.

Confesso que foi uma luta para eu conseguir terminar de ler esse livro. Mas essa dificuldade não tem nada a ver com a qualidade da história e sim com minha falta de vontade de ler livros de fantasia. Não sei se já aconteceu com vocês, mas assim que comecei a ler ele eu perdi completamente a vontade de ler livros do gênero. Eu lia dez páginas por dia na base do sofrimento porque a coisa não rendia. Mas consegui terminar finalmente depois de quase dois meses de leitura e como um todo gostei bastante do que encontrei no livro.

Tem alguns elementos no gênero que eu amo e profecia é um deles. Falou que tem uma profecia para se cumprir eu já quero ler. E ainda aqui temos outras coisas que gosto bastante, como as pessoas com dons e um grupo de pessoas prestes a cumprir um destino pré-determinado. Mas ao mesmo tempo em que já fico animada quando vejo alguns desses elementos, eu também já crio expectativas e não é sempre que elas são alcançadas. Além de tudo ainda tem aquela coisinha na cabeça da gente que fica comprando todos os livros que lemos com alguns do gênero que são nossos favoritos e acaba determinando minha opinião sobre o livro.

E eu gostei de bastante coisa nele, temos alguns plot-twist que me pegaram muito desprevenida e temos alguns personagens que acabaram me surpreendendo tomando algumas atitudes totalmente fora do que eu esperava. Mas por outro lado faltou um algo a mais na história para que eu ficasse desesperada para ler o próximo volume. Quero ler ele sim e assim que der vou começar a leitura porque já o tenho aqui e casa, mas não estou sentindo aquela necessidade boa de saber o que o futuro reserva aos protagonistas. Falando neles, os capítulos se dividem entre os cinco, ainda que o seja em terceira pessoa, o que eu prefiro na verdade.

Dos cinco meu personagem favorito foi Beru com uma doença incurável e que vê a irmã indo por um caminho sem volta para tentar salvá-la. E o que menos gostei foi Hassan, o príncipe exilado que ainda não entendeu a verdadeira situação em que se encontra. Ephyra e Jude eu fiquei em cima do muro porque teve horas que gostava bastante deles e outras que achava eles uns teimosos sem noção. E Anton também gostei bastante mas foi o personagem mais complexo e a autora não o desenvolveu completamente nesse primeiro livro. Mas não posso falar muito sobre eles porque todos eles fazem parte da profecia e grandes revelações são feitas ao longo da história sobre cada um deles.

Mas pode ser que essa minha preferência mude no segundo livro porque no final desse eles sofreram um grande impacto cada um a sua maneira e suas atitudes podem ser outras no próximo livro. Mas espero que um casal que eu shippei muito nesse vire de fato um casal no próximo porque por enquanto tivemos zero romance. Até tem uns beijos entre dois personagens que em minha opinião não conta porque não teve química nenhuma. Quanto a edição do livro está muito bem feita como em todos os livros da editora. Apesar de não ser uma das melhores histórias de fantasia que eu já li, ainda assim eu recomendo para quem gosta do gênero. E espero que no próximo essa nota aqui embaixo seja bem maior.

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Uma fantasia criativa e cativante, apesar de se enroscar em algumas questões e desenvolvimentos (o que acaba deixando a narrativa bastante arrastada). Gostei demais do Anton, a personalidade é ótima e dava gosto de seguir sua história. No geral, é um primeiro livro interessante e abre alas para o que pode ser uma história extremamente surpreendente, se souber aproveitar bem as sequências e crescimentos desse universo.

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Como primeiro livro da triologia, ele apresenta muito bem os personagens, suas características, o que os motiva, e todas as suas complexidades. O enredo é desenvolvido de forma que não fica entediante, já trazendo reviravoltas inesperadas. É maravilhosamente escrito, trocando os focos dos personagens nos momentos certos, mantendo o leitor na expectativa e sem conseguir largar o livro.
Em geral é um livro muito bom, mal posso esperar para ler os próximos!

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A Era da Escuridão é o primeiro livro da trilogia Era das Trevas. Essa história vai nos contar o ponto de vista de cinco pessoas diferentes e de como elas estão envolvidas em uma profecia. No passado, sete profetas comandaram a humanidade, fazendo com que ela prosperasse sem guerras e desigualdade. Porém, um dia eles sumiram, e uma profecia diz que a era da escuridão se aproxima e apenas o nascimento de um novo profeta pode salvar a humanidade. Essa profecia não é levada sério por alguns, mas quando ela começa a se realizar, essas cinco pessoas se veem unidas, mesmo contra sua vontade.

Eu pensei que seria uma leitura um pouco lenta e confusa pelo vários pontos de vista, mas não foi. A autora sabe intercalar os pontos de vista e a ação acontece o livro todo. Nós já começamos o livro com uma cena de roubo, conhecendo uma personagem, e esse ritmo de coisas rolando se mantém durante o livro. Demorei um pouco para entender todo mundo, mas depois fica tranquilo. As profecias e a magia que cada um tem são bem explicadas, deixando alguns furos e perguntas que considero normais já que será uma trilogia.

Eu gostei da forma como a autora construiu os personagens, porque, dentre os cinco protagonistas, temos desde uma ladra até um príncipe. Isso nos fez ver vários pontos de vista da cidade e as diferentes causas por quais cada um deles luta. Eles têm ideias bem diferentes e, quando o ponto de vista muda, é tranquilo perceber a mudança do narrador. As pessoas que tem poder nessa história são chamados de agraciados. Os agraciados já foram pessoas muito bem vistas por todos, mas sempre existe o preconceito e a inveja sobre elas. Essa magia é diferente para cada personagem, vou deixar para vocês descobrirem como ao decorrer da leitura, mas a autora vai explicar bem cada um deles, e nos mostrar como eles lidam com essa magia.

Temos um grande vilão, que é falado desde as primeiras páginas, mas que quando aparece deixa um pouco a desejar. E temos uma história que perde bastante tempo falando sobre as paisagens e costumes e rituais, normal para um primeiro livro. Eu sou uma leitora de fantasia assídua, então nada foi novo para mim. A profecia e a forma como o mundo precisa ser salvo é um recorte de muitos outros livros que já li. Mas eu gostei do ritmo, dos personagens, e de como a autora pode crescer isso nos próximos livros. Acredito que se você não lê muita fantasia, é um ótimo livro para começar. O sistema de magia é interessante, e tem várias questões sociais e éticas que são bem levantadas. Para um primeiro livro da autora e de uma trilogia, a história foi muito boa e tem chances bem grandes de crescimento.

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Uma ótima introdução para um universo fantástico <3

Em "A Era da Escuridão", acompanhamos uma jornada mágica pelos pontos de vista de Jude, Anton, Ephyra, Beru e o chato do Hassan. Cada um com um passado interessante e um futuro marcado por uma profecia, a última deixada por profetas que já não existem há mais de 100 anos. Destinados a terem suas vidas entrelaçadas, o começo da narrativa pode ser um pouco confuso, mas a familiarização acontece de forma rápida e natural.

Foi uma leitura muito boa. O universo é bem construído e os cinco personagens são todos muito bens desenvolvidos, com backgrounds e personalidades diferentes uns dos outros.

Eu achei que o livro demora um pouco para botar em prática a trama da trilogia. Mas, pensando bem, são cinco personagens que precisam se conhecer e que precisam ser apresentados para a gente, então é normal ter um começo mais lento e mais introdutório. Isso não é algo ruim, afinal os capítulos são curtos e a história voa.

Eu amei demais o final e acredito que o segundo volume vai ser ainda mais interessante. Não vejo a hora de Jude e Anton acontecerem, pois reizinhos.

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Quando falaram que era para os fãs de Six of Crows eu corri para ler na esperança que tivesse um grupo de personagens que funcionassem bem juntos, mas eles nunca ficam todos juntos (no máximo há encontros de 2/3) e o que tem de semelhança mesmo é que todos os personagens tem pontos de vista mesmo, além do poder de uma das protagonistas ser bem parecido com o da Nina.

Eu estava meio travada para começar a escrever a resenha do livro, mas vi no Skoob uma resenha mencionando que o livro é basicamente um prólogo e finalmente cheguei no fio da meada: a premissa do livro é a profecia e descobrir qual o papel dos protagonistas nela, e como falei acima, eles ainda não se conhecem e os destinos vão se cruzando durante o livro - só que sem a intenção de se tornaram um grupo com um objetivo em comum.

Não tive problemas com as trocas de pontos de vistas, mas não tem um personagem com charme suficiente para eu ficar ansiosa para o ponto de vista dele, o fator seduzência e canalhice está bem em falta por aqui. Dos protagonistas eu só fiquei dando alguma moral para quem tivesse irmão, pois tem uma relação das boas e uma das podres, já que tudo é questão de equilíbrio, o que deixou a história mais interessante.

Para dar emoção na visualização das coisas imaginei tudo com visual de novela bíblica da Record, mas fora isso o livro tem uma boa representatividade, por não ser apenas um mar de gente branca e há também personagens LGBT+.

A Era da Escuridão ainda não é a resposta para quem quer ler mais livros com grupinhos de personagens queridos e ligeiramente ridículos - como Six of Crows e as Crônicas Lunares -, mas já que a média do segundo livro é bem superior no Goodreads, dá para ter fé que o negócio melhora.

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Essa é uma fantasia num mundo em que algumas pessoas tem algumas afinidades mágicas, que são chamados Agraciados, como força, agilidade, poder de cura ou ver o futuro. Além disso, ainda há alguns profetas que guiam a humanidade com visões do futuro para ajudá-los em tempos difíceis. O problema é que os sete últimos profetas desapareceram e a humanidade está desorientada... Mas há uma última profecia que prevê um novo Profeta que será capaz de salvá-los das trevas, assim como prevê algumas pessoas que vão atrapalhar esse processo.

Então começamos a ver o destino de cinco personagens se entrelaçarem em torno dessa profecia. Não sabemos direito quem é o Profeta e vamos acompanhando o ponto de vista de cada um desses personagens à medida que vamos entendendo mais sobre as previsões e suas funções e poderes (porque alguns deles são Agraciados).

Conhecemos Ephyra, uma assassina que está em busca de uma cura para sua irmã, a Beru, que tem uma doença indefinida. Hassan, um príncipe que está tentando lidar com os problemas de seu reino. Jude, que é guerreiro e líder da Ordem que tem a missão de encontrar e proteger o novo Profeta. E Anton, um apostador que consegue ver além das cartas.

A narrativa transita muito facilmente entre eles e se torna extremamente fluida, mas não curti tanto assim todos os personagens e achei que eles podiam ter sido melhor desenvolvidos. Alguns têm umas crenças muito bobas e que não me convenceram, mas espero que venham a ter um crescimento maior nos próximos volumes com as descobertas ao final do livro.

O interessante é que esses personagens nos trazem várias reflexões do que é certo e errado e nos enganam várias vezes por meio de algumas reviravoltas no decorrer da história. Achei que alguns pontos foram fáceis e rápidos demais, mas vamos ver o rumo que esses personagens tomarão na continuação! Acho uma ótima fantasia para quem ainda não está habituado com mundos mais complexos.

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Ninguém é totalmente bom ou mau: refletindo sobre fanatismo no nosso mundo através de uma fantasia incrível
"Aquele homem causava sofrimento e fomentava violência por onde passasse, e se atrevia a chamar aquilo de salvação."

Uma última profecia sagrada vai ditar o destino de todos. Mas e se ninguém souber como ela vai se desenrolar, como irão conseguir fazê-la se cumprir?

Fanatismo e extremismo nunca foi um tema tão presente quanto agora no nosso mundo real.

A Era da Escuridão, novo lançamento de 2020 da Editora Suma, aborda, com uma delicadeza e diversas camadas, fanatismo - tanto religioso quanto político - através de um mundo fantástico. Esse mundo - composto pela Seis Cidades Proféticas e outros locais -, um dia foi governado por Sete Profetas, figuras quase que divinas que previam diversas profecias e guiavam a sociedade. Para administrar sua criação, eles criaram os Agraciados, pessoas com "poderes" interessantes, chamadas Graças que vão desde Cristalomancia a habilidades de luta.

No entanto, faz anos que os Sete Profetas desapareceram e o mundo foi entregue ao caos. E é nesse contexto, que conhecemos cinco jovens que, apesar de não saberem, estão conectados pelo destino e pela Última Profecia - uma que todos pensavam não existir.

"A Era da Escuridão se aproxima. Cinco almas se põem no caminho. Qual delas vai impedi-la? Qual delas vai causá-la?"

Aproveitando esse cenário caótico, nas Seis Cidades Proféticas, ainda impregnadas de cultura, fé e costumes pautados nesses Profetas, surge uma figura fomentando as dúvidas e o desespero do povo: O Hierofante. Misterioso, nunca visto por ninguém, ele prega que, nesse mundo fantástico, não vale a pena manter-se crendo nos Profetas, porque eles são mentirosos. E como se não bastasse, essa nova figura de poder também incentiva o ódio aos Agraciados, espalhando caos às estruturas de poder que os envolvem.

- Sobre a história:

A Era da Escuridão foi uma grande surpresa. Definitivamente está entre os meus livros favoritos do ano. Com personagens tridimensionais e com núcleos narrativos diferentes que de interconectam - como as obras de George R.R. Martin -, a história apresenta tantas camadas e críticas que após cada sprint de leitura, eu precisava parar de assimilar. Nesse universo, ninguém é totalmente bom ou totalmente mau. Nós vemos o pior e o melhor de - quase - todos os personagens.

Katy Rose Pool trouxe com excelência múltiplos assuntos importantes e uma construção de mundo invejável. Em alguns momentos, a similariedade com questões da vida real me impactou e me colocou para pensar. Em outros momentos, eu experienciei sensações e emoções que não experienciava em anos de leitora. A nostalgia de literaturas como Jogos Vorazes bateu e me fez aplaudir a escrita da autora.

Confesso que, no início, a história me pareceu completamente previsível e cheia de clichês, mas Katy subverte clichês e os coloca em uma nova roupagem, trazendo magia, emoção e surpreendendo MUITO o leitor. E o final, deixa o gostinho de quero mais.

Um ponto negativo e que pode afastar alguns leitores não muito acostumados com o gênero é o excesso de informações sobre o mundo, que são colocadas o tempo inteiro para nos localizar e fazer o leitor se acostumar com essa "terra estranha". Mas eu logo me acostumei com isso e embarquei na narrativa fluida e cheia de cliffhanger para nos impulsionar e nos prender.

Por fim, eu gostaria de agradecer ao Netgalley por me disponibilizar um e-book em troca de uma resenha e avaliação sincera acerca da obra. Foi uma experiência incrível e o começo de muitas outras leituras, espero.

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Chegou aquele momento. O momento de escrever uma resenha assim que acabei de ler um livro e estou completamente e absolutamente apaixonada e encantada por ele. Escrever resenhas assim sempre são os momentos que mais espero e mais temo: estou tão encantada com o livro que só penso nele, mas também tenho medo de terminar não soando coerente em minha resenha de tanto que estou surtando e panfletando o livro. Vou tentar ser bem objetiva e te falar tudo que eu gostei desse livro, mas já digo que entrou (com bastante facilidade) para minha lista de melhores do ano pelo simples fato de ser muito, muito bem escrito. Muito mesmo.

“A Era da Escuridão” é uma alta fantasia que tem 5 personagens centrais, como assinalado na sinopse: Hassan (O príncipe exilado), Ephyra (a assassina Mão Pálida), Jude (O líder dividido), Anton (um hábil jogador de cartas com um grande poder) e Beru (a garota à beira da morte), os 5 representados na capa do livro. Cada um deles tem ponto de vistas na trama, e assim que o livro começa, você se questiona se vai conseguir acompanhar porque eles estão quase todos separados – ou seja, além dos personagens principais com seus pontos de vistas, ainda temos de conhecer os personagens do seu pequeno núcleo, gravar seus nomes e entender o papel de cada um no começo da trama. Me peguei bastante preocupada com isso, mas confesso que antes da 1º parte do livro terminar (ele é dividido em 3 partes: “Arauto”, “Juramento” e “A Torre”) eu já estava completamente ambientada em um mundo completamente novo, com nova mitologia e aqueles personagens também. Agora calma que precisamos muito falar sobre a construção do lugar aonde tudo se passa.

Assim que você abre a primeira página do livro, você já dá de cara com um mapa do mundo aonde tudo acontece. Isso me ajudou bastante para entender porque os personagens viajam pelos lugares que estão assinalados. Mas, além disso, preciso explicar que o mundo no qual estamos não é o que conhecemos: agora a humanidade possui os Agraciados, que são pessoas que receberam a graça de um poder, que são: A graça do coração (que aumenta a força, a agilidade, a velocidade e os sentidos), a graça do sangue (que é capaz de extrair energia para curar ou ferir), a graça da mente (capaz de criar objetos) e a graça da visão (capaz de sentir e localizar seres vivos). Esses agraciados receberam esses dons depois que os Sete profetas sumiram, o que aconteceu há 100 anos na narrativa. Mas, antes de sumirem, eles deixaram uma última grande profecia guardada por todos esses anos pela Ordem da Última Luz e seus paladinos, os quais juraram que iriam cuidar do profeta que surgiria segundo a profecia (que você pode ler na quote acima). O “problema” dessa profecia é que ela previa algo que era simplesmente chamada por “A Era da Escuridão”, que levaria ao fim do mundo.

Eu sei que você pode pensar: “Mas nossa, outro livro prometendo o fim do mundo?” e eu teria de te responder que sim, mas, ao contrário do que estamos esperando, aqui os papéis das pessoas não estão em evitar o fim do mundo e sim na própria Era da Escuridão, que levará ao fim do mundo. O mundo não vai acabar rapidamente e ainda temos 3 arautos que a profecia deixa claro: um enganador, a mão pálida e “quem jaz no pó”. A grande sacada do livro é justamente não fazer acompanhar quem vai EVITAR o mundo de explodir ou irromper em chamas, e sim em quem acredita que pode salvar o mundo e justamente levar ele a destruição. Não é algo que nunca vimos antes também, mas é algo construído em um mundo que fica subentendido acontecer daqui há 2 mil anos no futuro e com forte influência romana (sério, eu quase morri de amor).

Cada um dos personagens está sendo guiado por um motivo diferente, e não temos aqui ninguém tentando ser um herói ou tentando salvar o mundo no começo da narrativa, e sim fugindo de seus próprios demônios ou tentando salvar alguém que ama. A medida que o enredo vai se desenrolando, vamos tentando entender qual o papel de cada personagem dentro daquele jogo de sombras, enquanto somos apresentados ao grande vilão da trama: o Hierofante (grande influência romana, lembra?), que na verdade não se sabe muito sobre ele, somente que é alguém que basicamente criou e lidera uma seita de fanáticos que acreditam que os Agraciados são o problema do mundo deles e que todos precisam ser exterminados. Claro que muitos agraciados, por seus poderes, se tornaram cidadãos com grande peso e alguns fazem parte de elites de luta, como Jude, que será nomeado o Guardião da Palavra e capitão da Guarda Paladina – sim, o que é mencionado na profecia. Jude ainda precisará escolher sua guarda e lidar com a volta de um velho amigo que estava sumido há um ano, tudo isso enquanto questiona o seu próprio papel dentro da Ordem da Última Luz, a qual promete seguir o último profeta e ajudar como puder, ao contraposto do Hierofante e as Testemunhas, os quais querem purificar o mundo – e até já possuem uma grande arma contra os Agraciados, mas hey, esta é uma resenha sem spoilers, então é só isso que falarei.

Enquanto isso, Hassan está exilado de sua terra natal, Nazirah, que foi invadida justamente pelo Hierofante e seus seguidores, deixando os pais lá como prisioneiros e indo para a cidade de Pallas Athos, do outro lado do Mar de Pélagos, ficar com sua tia Lethia. A cidade de Pallas Athos é aonde maior parte da ação do livro se passa e também aonde há um campo de refugiados de Nazirah, o qual Hassan frequenta mesmo sem contar quem é realmente e contra a vontade de sua tia, que deseja somente preservar a vida de seu sobrinho. A medida que Hassan vai entendendo a gravidade e o desespero que seu povo está passando, além do seu próprio de não saber de seus pais, vamos descobrindo que ele é alguém que estudou bastante para continuar sendo um bom rei como seu pai e também porque ele, ao contrário dos pais, não é um agraciado. Sua tia, mais velha, também não era, e Hassan já encontrou paz nisso mesmo ainda só tendo 16 anos e ainda podendo apresentar alguma graça, mas ciente de que seus pais eram poderosos e apresentaram seus dons em tenra idade. O coração de Hassan está no lugar certo e ele quer fazer jus ao titulo que carrega e salvar seu povo, seus pais e todos Agraciados. Mas (todo bom livro tem um “mas”) qual o seu papel nisso tudo?

Temos ainda Ephyra, a Mão Pálida (Isso não é spoiler, juro, é o primeiro capítulo do livro), uma garota que está somente tentando sobreviver com sua irmã, Beru. Elas duas são as únicas que estão juntas no começo do livro que possuem ponto de vista, e não quero falar muito sobre elas porque estamos em um terreno bastante difícil aqui, já como a ideia é não dar absolutamente nenhum spoiler. Acho que só preciso assinalar que o relacionamento das duas é a coisa que eu mais amei dentro de um livro que já amei horrores, além de falar que uma das duas também trouxe uma coisa que eu amei: ter um ponto de vista normalmente significa estar dentro da cabeça dele e saber o que o personagem pensa, mas não aqui porque os personagens desse livro escondem até de si mesmo lembranças dolorosas e verdades que eles não estão prontos para lidarem e com as duas aqui não foi diferente.

Encerrando o quinteto principal temos Anton, que foi o personagem mais misterioso de todos. Com um passado também repleto de segredos, ele está claramente fugindo de algo e todos que o encontram são capaz de notar o medo que carrega dentro de si. Ao mesmo tempo que pensamos que o personagem não vai apresentar muito, também ficamos intrigado com ele, querendo entender o que exatamente está acontecendo. E então você vai tendo mais pistas sobre ele e seu passado, compreendendo do que ele tanto foge e o que tanto o apavora.

Tudo vai acontecendo porque temos uma mão invisível e inexorável aqui, determinado aonde estes personagens estão, que são juntos em algum ponto da narrativa. Mas não se engane: eu falei somente deles porque são os principais e com pontos de vistas, motor catalisador de seus núcleos, mas há diversos outros personagens – e aqui preciso assinalar as personagens femininas. Mais um livro maravilhoso aonde as personagens femininas roubam a cena com todas suas falhas e qualidades (destaque para Penrose e Khepri). Não sinta que nenhum personagem está a salvo nessa narrativa porque não está, a sensação de temer pela vida de quem você quer vivo é real e qualquer um pode realmente morrer. Se questione tudo enquanto lê, não acredite em tudo que os personagens falam e ainda tente formar o quebra-cabeças que é o lugar de cada um nesse jogo contra a Escuridão – e eu prometo uma das narrativas mais inteligentes dos últimos anos.

Eu sinto que nem ao menos comecei a falar sobre o universo de “A Era da Escuridão” e não estou fazendo jus a narrativa, mas quero muito, muito mesmo, dar o mínimo possível pra vocês sobre a trama, além de deixar mais do que claro que acredito que vocês precisam ler, também apontando todo ambiente, seja a construção das cidades e vilas que aparecem durante o ivro, sejam as vestimentas dos personagens, tudo belissimamente narrado. Mas também não quero chegar ao fim desta resenha sem assinalar a diversidade e representatividade desse livro: existem personagens de diversas cores e sexualidades, aonde a diversidade é aceita, mas, ainda assim, lidamos com o preconceito – aqui contra os Agraciados, que são os “culpados” pelo que há de errado no mundo. Há todo o paralelo que podemos fazer com a dificuldade que a sociedade sempre enfrenta com o que há de diferente. E também não posso deixar de mencionar a trama política e religiosa que temos aqui: em um mundo aonde a humanidade há ruiu e renasceu, qual o papel de lideres religiosos? É realmente celebrar a fé e mostrar um caminho aonde as pessoas precisam aprender a se aceitarem sem encontrar culpados para as mazelas das escolhas humanas ou serem os primeiros a apontarem caminhos de salvação que ninguém é capaz de comprovar que irão funcionar, tudo através do ódio e segregação? Sei que parece que estou falando dos tempos atuais, mas estou falando da narrativa. Mesmo.

Eu já tinha ciência de “A Era da Escuridão” desde que foi lançado originalmente lá fora em setembro do ano passado, mas, como sou enrolada, terminei não lendo em inglês. Qual foi a minha surpresa ao saber que minha Editora da vida (Suma, te amo) iria lançar o livro – e entre o anúncio e a pré-venda foi basicamente um mês, nem ao menos consegui colocar os links de pré-venda no post de Lançamentos Literários (mas a notícia está AQUI). Fui procurar e a sequência, “As the Shadow Rises”, foi publicada em setembro agora. Os dois livros estão sendo elogiados a exaustão fora, e dizem que o segundo eleva o patamar do jogo, o que me deixa bastante ansiosa porque se for realmente melhor do que o primeiro… sei nem o que esperar dele. Um terceiro livro é esperado para ano que vem, mas ainda não temos título. Agora faça um favor para você mesmo se você for fã de Fantasias e outros mundos como eu: feche este navegador e venha ler este livro. Depois conta pra gente o que você achou porque eu tenho a sensação de que iremos ouvir falar BASTANTE dele. Estou apostando nisso.

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A história é ambientada em uma época onde as pessoas acreditavam nas profecias de profetas, mas quando estes desapareceram por cem anos e deixaram o povo sem direção, as pessoas começaram a seguir suas próprias ideias do que era certo ou errado.

A nação é formada por pessoas comuns como eu e você e pelos Agraciados. Eles possuem dons extraordinários, que podem ser tanto bons como ruins, depende de como vão se usados.

A existência dos Agraciados é uma benção para alguns e para outros uma aberração. O grupo conhecido como Testemunhas deseja eliminar os Agraciados do mundo. Este movimento de eliminação e suas ações, juntamente com outros sinais, são o prenuncio de uma época de tragédias. Um acontecimento previsto na última profecia deixada pelos profetas, que trata da chegada do fim da humanidade, da Era da Escuridão. Apenas o nascimento de um novo profeta pode salvar o mundo.

O início da obra tem um ritmo mais lento, usado para ambientar o leitor e inseri-lo nesse mundo de profecias, profetas e Agraciados. A autora consegue nos fazer entender isso de maneira simples, mas não deixa a trama ser superficial. Ela constrói um cenário bem fundamentado, que é fácil de absorver. Quando já mergulhados nesse mundo, passamos a conhecer mais fundo os personagens e então a trama vai seguindo por um caminho que vai levar ao clímax, conforme os caminhos deles se cruzam e suas vidas se unem.

Eu achei bem interessante este universo, a forma com a profecia vai tomando forma e a grandeza do poder dos Agraciados. Em particular achei muito boa a descoberta do Profeta, estava na cara quem ele era e me diverti vendo quando isso foi revelado.

É apenas o primeiro volume e pelo desfecho eu imagino que cada um dos cinco personagens principais ainda vai mudar muito no decorrer desta série. Inclusive, acho que dois deles terminaram este volume bem arrependidos de como agiram e podem vir a ser pessoas bem diferentes no futuro. Eu estou ansiosa para conferir estas mudanças e saber se eles vão conseguir impedir a chegada da Era da Escuridão. Que venha logo o volume dois!

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Por muito tempo os profetas guiaram a humanidade com suas visões do futuro transformadas em profecias. Agora, 100 anos depois do desaparecimento dos profetas, uma última profecia está para ser realizada. Cinco pessoas se juntam sem saber que a Era da Escuridão está chegando. Uma delas pode salvar o mundo e uma delas está destinada a destruí-lo.

Eu gosto muito da proposta da história com uma última profecia, profetas, poderes e tudo mais, só que eu meio que me autossabotei achando que era uma fantasia mais sombria e complexa tomando como base a capa e a sinopse, mas é o completo oposto.

Isso me prejudicou muito porque de cara eu super estranhei a escrita da autora que apesar de ser mega fluida, me trouxe uma sensação de algo muito adolescente e têm várias passagens em que isso fica bem marcado.

Os capítulos são alternados entre nossos 5 protagonistas e as trocas de capítulos são bem tranquilas, gostei do modo como autora conduziu elas. Um dos pontos que mais gostei é do quanto eles são diversos sendo bem diferentes um do outro e também gostei bastante do destaque dado para os personagens secundários, sinto que a autora consegue apresentar e conduzir muito bem todos os personagens no livro, dando uma boa construção para eles.

Porém eu tive uns problemas com um dos personagens, o Hassam, eu revirava os olhos internamente para cada capítulo dele e acho que colocarem ele em um romance foi algo totalmente desnecessário e só estragou a história. Para compensar, eu gostei muito do Jude e do Anton, acho que eles são os personagens mais complexos da história e gosto muito dos dramas internos de cada e de como isso vai sendo trabalhado durante o livro.

As reviravoltas da história no geral são bem óbvias, inclusive uma das mais importantes eu tinha sacado desde o começo, mas confesso que fui pega de surpresa algumas vezes porque eu me deixei levar pelo tom mais adolescente e fui confiando em todo mundo.

No geral a história tem uma boa premissa e cumpre muito bem seu papel como primeiro livro em apresentar a trama e os personagens, mas não encontrei o que eu esperava e a história não conseguiu superar muita essa minha decepção inicial. Apesar disso, estou bem curiosa para saber como a história se desenrolará nos próximos livros.

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Imagine um mundo onde pessoas nasçam com poderes especiais. Os Agraciados, como são chamados as pessoas que nascem com as Graças do Corpo, possuem dons distintos e se espalham pela sociedade de acordo com eles.

A Graça do Coração, que aumenta a força e a agilidade, a velocidade e os sentidos. Seus agraciados normalmente são lutadores de elite.
A Graça do Sangue, que doa e extrai energia para curar e ferir. Seus agraciados são curandeiros, ou não.
A Graça da Mente, que cria objetos imbuídos de propriedade únicas. Seus agraciados são alquimistas e artífices.
A Graça da Visão, que sente e localiza seres vivos, empunhada por cristalomantes.

É um pouco complicado quando pegamos um livro de fantasia de um(a) autor(a) que nunca lemos ou ouvimos falar. Muitas inseguranças batem à porta, mas a pergunta que sempre fazemos é: será que o que vou ler é algo diferente de tudo o que já consumi no mercado literário fantástico?

Sim, A Era da Escuridão promete e entrega exatamente isso nas mãos dos leitores.

A Era da Escuridão é o livro de estreia da escritora californiana Katy Rose Pool, a série já está no seu segundo livro lá fora, os fãs aguardando o terceiro, e aqui começa a ser traduzida e lançada pela Suma mantendo o projeto gráfico das capas estrangeiras (uma excelente escolha).

Nele, temos uma trama que é construída em cima de diversos personagens, o que nos dá uma visão mais ampla do mundo construído por Pool, onde os Agraciados andam pela sociedade carregando suas Graças e fazendo uso delas para construir uma sociedade mais justa. Por isso, não sabemos quais são os personagens principais e o peso que eles terão ao longo da trama.

Um príncipe exilado de seu reino.

Hassan precisou abandonar a sua cidade natal para sobreviver a uma ameaça que envolve não apenas o seu reino, mas todos os Agraciados. Com isso, perdeu boa parte da noção do que se passa a sua volta e em Nazirah, sua terra. É mantido em segurança no palácio da tia. Porém, Hassan se sente inquieto com toda a situação, e terá uma participação chave em toda a trama.

"O mármore frio e as austeras pedras calcárias dessa cidade faziam Hassan sentir saudades das cores intensas da capital de Herat, Nazirah — tons de dourado, ocre e carmim, além de tons fortes de verdes e azul vívido."

Uma assassina brutal conhecida como a Mão Pálida
Ephyra é o tipo de personagem que gosto, pois, apesar de ser descrita como uma Agraciada, e usar a graça do sangue para algo vil, seus objetivos são outros. É uma pessoa que é movida por sentimentos intensos e possui propósitos que iremos descobrir ao longo da trama. Mas o que faz com que Ephyra tire tantas vidas sem pensar duas vezes? Qual a sua motivação? E o melhor, qual toda a história por trás da sua motivação?

"— Você foi marcado para morrer. E a morte veio cobrar a dívida.

O olhar aterrorizado do sacerdote pousou em Ephyra conforme ela escorregava a mão por seu pescoço, até encontrar o batimento rápido do coração."

Um líder dividido entre sua honra e seu coração
Desde pequeno, Jude é treinado para substituir seu pai e se dedicar à missão mais difícil do mundo: tornar-se Guardião da Ordem da Última Luz. Porém, carregar o título de protetor nos ombros requer serenidade para abrir mão de outras coisas consideradas supérfluas, mas que Jude se pergunta a todo momento se não são essenciais para a vida. Conseguirá ele balancear seu dever e o que sente dentro de si?

"Os membros da Ordem da Última Luz eram os confiáveis guardiões dessas profecias, mesmo agora, cem anos depois do desaparecimento dos Setes Profetas. Mesmo agora que todas as profecias tinham se realizado.

Todas, menos uma."

Um jogador com o poder de encontrar qualquer coisa, qualquer pessoa

Anton possui um papel importante em tudo isso, mas que não fica bem claro no começo e, para mim, isso o faz o personagem mais interessante do livro. Ele parece um moleque que adora jogar nas tabernas (e nunca perde), mas que, ao mesmo tempo que faz amizades com seu sorriso fácil e boa lábia, foge de algo sempre quando vira a esquina. Seu destino muda quando sente um esha (energia sagrada e única de uma pessoa) forte o envolver, provocando fascínio e pavor ao mesmo tempo.

"Quando ele entrou no jardim, sentiu o zunido baixo e crescente que sempre o envolvia quando estava no meio da multidão. Ele se preparou para o ataque de cada esha emanando de cada pessoa sentada no pátio, desde comerciantes, sacerdotes e dignitários estrangeiros tomando vinho alquímico até os garçons que circulavam entre eles, carregando bandeiras de cordeiro, e as dançarinas que os provocavam com sedas brilhantes."

Uma garota à beira da morte, cansada de lutar
Ah! Doce Beru. O tipo de personagem que você tem vontade de guardar em um potinho ou colocá-la em uma estante. Beru guarda um segredo, e não posso falar muito sem revelar e acabar com a toda graça, mas seu destino vai mudar bastante as peças desse jogo.

"A lembrança se misturou com imagens dos pais verdadeiros de Beru, até ela não conseguir lembrar se tinha sido sua própria mãe ou aquela outra que trançou flores em seu cabelo e lhe ensinou o jeito certo de pegar uma galinha."

Mas por que Os Sete Profetas desapareceram? Por que os reinos estão ruindo e a guerra se instalou? Um vilão se espreita por trás da história de cada personagem, mascarado e conhecido como Hierofante, sussurra e destila seu veneno nos ouvidos dos seus inflamados seguidores, as Testemunhas, que querem modificar algo no mundo que vai fazer com que todos precisem se mexer, alguns para impedir, outros para ajudar.

Quem salva o mundo? Quem o destrói?

A Era da Escuridão é o tipo de livro de fantasia que os amantes do gênero consomem avidamente por apresentar um mundo completamente inédito e bem construído pela ótica de uma autora que está iniciando, e exatamente por isso nos surpreende com algo novo.

A quantidade de gerúndios me incomodou bastante na narrativa, e um dos pontos negativos foi que eu li pensando "está muito corrido, são poucas páginas", mas eu não sabia que era uma série quando li! E quando achamos que o livro é pequeno demais, não pode ser algo ruim, certo?

A pré-venda começou e quem adquirir o livro leva como brinde um jogo de sete cartas com desenhos que seguem o design da capa. Primoroso!

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