Existe uma conversa de que os livros nos encontram no momento certo de nossas vidas. E eu só posso concordar! Em outros tempos, talvez o livro de Sidarta Ribeiro, Limiar, não fizesse sentido para mim. Porém, ao receber minha cópia digital no segundo semestre de 2020, eu já havia começado a questionar muitas das ideias prontas que existiam na minha mente, e isso fez com que eu conseguisse aproveitar muito mais o seu conteúdo.

O livro é dividido em 6 temas: ciência, drogas, educação, religião e religiosidade, sonhos e ambiente. Cada uma das seções é composta por ensaios, abordando diversos assuntos atuais, com novidades e questionamentos envolvidos.

A primeira seção se inicia com um capítulo impactante: o neurocientista apresenta um breve histórico das instituições brasileiras de ensino e pesquisa, sempre afetada pela política, evidenciando o momento perigoso em que nos encontramos. É um capítulo relativamente longo, mas que absorve completamente nossa atenção. Porém, embora os capítulos seguintes tratem de assuntos interessantes, senti qua faltou profundidade neles, ao menos o quanto eu esperava que tivesse em um livro, pois se assemelham a anotações, noticiários ou artigos de revistas de curiosidades.

Já as seções seguintes me pareceram mais aprofundadas, me chamando especial atenção os artigos sobre drogas. Esses textos me fizeram refletir sobre o quanto temos de preconceito com o tema e, por conta disso, muitas vezes deixamos de estudar a respeito, analisar os aspectos científicos envolvidos, como se fosse uma espécie de material explosivo do qual não se deve aproximar.

Limiar é um livro tranquilo de ler para quem gosta de assuntos científicos em geral e para aqueles que se interessam especificamente por algum dos 6 temas abordados, considerando as seções de maneira independente.