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Uma ótima biografia para crianças a partir de 10 anos. Contém ilustrações, mapa, linha do tempo, glossário. Aprovado.
Entre as mulheres importantes na luta pelo direito à educação, está a jovem paquistanesa Malala Yousafzai, que aos 15 anos sofreu um atentado quando saia da escola. Seu crime? Desafiar o Talibã e se posicionar contra o regime que proibia mulheres de estudarem no Paquistão. Mas isso só fez com que ela ganhasse mais notoriedade ainda, fosse laureada com um prêmio Nobel da Paz e fizesse o mundo todo olhar para as atrocidades cometidas nos países em que o Talibã atua..
Seu maior incentivador é o pai, que sempre esteve ligado à educação e inclusive mantinha uma escola mista no vale do Swat, onde Malala morava. Foram muitos os protestos contra o fechamento das escolas a partir de 2008, nacional e internacionalmente, até o atentado. Malala precisou ser transferida para um hospital na Inglaterra, onde ficou internada por quatro meses. Ao sair, ela e o pai fundaram o Malala Fund, uma organização que arracada dinheiro e financia a educação de outras meninas em diversos países.
Li o livro escrito por ela há uns seis anos, e recentemente a Companhia das Letras lançou uma versão para o público adolescente que achei bem legal. Tem uma linguagem bem acessível e quadros explicativos, além de ilustrações e um glossário, o que ajuda bastante no entendimento do livro.
A história de Malala é muito impressionante e muito importante - a mulher pode e deve fazer o que ela quiser.
Em 2012, Malala Yousafzai sofreu um atentado a tiro do Talibã que quase tirou sua vida. A paquistanesa tinha apenas 15 anos quando isso aconteceu, mas sua imagem já era conhecida internacionalmente por defender o direito à educação para todas as crianças, especialmente as meninas. O Talibã não gostava do discurso de Malala porque acreditavam que ela pregava uma educação ocidentalizada, ou seja, para eles as meninas não deviam ir à escola.
Eu já conhecia a história de Malala, mas soube de muito mais detalhes ao ler Longe de Casa, livro em que contou sua jornada como refugiada. Após o ataque do Talibã, ela foi obrigada a deixar sua terra natal no Paquistão e passou a viver em Birmingham, na Inglaterra. Só conseguiu voltar ao vale do Swat em 2018, já com 20 anos de idade, e só de passagem com um grande esquema de segurança. Assim, ao ler Malala: Minha História em Defesa dos Direitos das Meninas conheci todas as situações que a fizeram chegar onde está hoje.
A jornada de Malala é importantíssima e, portanto, deve ser conhecida por pessoas de todas as idades: nos ensina valores, quebra preconceitos religiosos e culturais e nos inspira. Quando levou aquele tiro, Malala nem imaginaria que ganharia o Nobel da Paz aos 17 anos por seu ativismo pela educação, tornando-se assim a pessoa mais jovem a ser laureada com o prêmio, ou que estudaria na Universidade de Oxford, uma das melhores do mundo.
Malala: Minha História em Defesa dos Direitos das Meninas foi lançado em dezembro de 2020 e pretende atingir o público que está na transição da infância para a adolescência, aquela idade-limbo entre 10-13 anos, sabe? É cheio de ilustrações lindas de vários momentos importantes que aconteceram na vida da garota, mas também tem muito texto corrido. A narrativa também é muito simples, capta apenas o mais importante de cada período da vida de Malala, mas acredito que seja uma adaptação muito boa da versão original, intitulada Eu Sou Malala.
(...) Malala: Minha história em defesa dos direitos das meninas é uma autobiografia voltada para o público mais jovem, com linguagem simples e direta, é impossível não se envolver e se emocionar com os acontecimentos na vida de Malala, mas ao mesmo tempo é um livro que pode e deve ser lido por todos os públicos de todas as idades, pois também oferece uma imersão cultural que apresenta todo o contexto dos acontecimentos e os desdobramentos na vida dos envolvidos. Também é uma luz de esperança que mostra que vale a pena lutar pelo que se acredita, e que mesmo quando as consequências parecem devastadoras, há sim, luz e esperança por um futuro melhor.
“Em um país onde não se permitia que mulheres saíssem em público sem a companhia de um homem, eu e as outras meninas podíamos viajar para toda parte através das páginas dos livros.”
A história de Malala é uma das mais inspiradoras de todos os tempos. Há um momento em sua trajetória em que eu não conseguia mais diferenciar a devoção pela universalização do acesso à educação e sua personalidade. Ela esteve pronta a ceder sua vida para que meninas de todo o mundo pudessem frequentar escolas e terem educação formal digna. Não há nada que apague a forte marca que esta jovem mulher deixou, e seu legado deve ser carregado e propagado, sobretudo aos mais jovens.
Esta edição do livro foca no público infantojuvenil. Além das ilustrações muito comuns nas publicações voltadas à faixa etária, temos também um rico glossário de termos e expressões, que ajudam muito qualquer leitor que não está familiarizado com o estilo de vida e a cultura paquistanesa. Cada detalhe idiomático é muito bem explicado e referenciado ao longo do texto, pavimentando o entendimento e a imersão de todos os públicos, independente do conhecimento prévio da história de Malala Yousafzai, mesmo que apenas de ouvir sobre seus feitos nos telejornais.
Este é um livro autobiográfico que vem para emocionar e inspirar, mas também para causar reflexão, incômodo e acender a chama no coração daqueles que, em algum nível, concordam com Malala e seu ideal de que a educação deve ser universal. No meio de lágrimas, comoção e afeto por esta jovem paquistanesa, a compreensão do tema é garantia nesta obra.
Malala e eu compartilhamos a mesma idade, mas recomendo a leitura para todos aqueles mais novos e mais velhos que nós, sozinhos ou acompanhados, em projetos escolares ou por entretenimento. Uma leitura necessária, que graças aos esforços editoriais aqui, não precisa ser nada difícil.
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Agradeço à Companhia das Letras e à NetGalley por gentilmente cederem a mim este ARC. Embora eu tenha recebido este livro como cortesia, o conteúdo desta avaliação é completamente baseado em minhas próprias opiniões.
Avaliação geral: 5/5
Dispositivo usado: Kindle Paperwhite 10G
Idioma: Português (BR)
Indicação etária: conteúdo apropriado para todas as faixas etárias