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O Impulso aborda muito brilhantemente a questão com o instinto materno. Como é nocivo e problemático construir toda uma mitologia em cima disso, a questão de predestinação a se tornar mãe, de que a maternidade é o "já nascer sabendo o que fazer" - e o quanto ignorar o baque, os problemas, os hormônios, a exigência e as responsabilidades que um filho traz para a vida é nocivo.
Esse livro faz os paralelos com a vida real e com a REALIDADE muito bem, e perturba tanto quanto discute. Tem capítulos curtos e tensos e instiga a gente a acompanhar a história até o fim.
A primeira metade desse livro foi bem boa, interessante e realmente viciante. Mas a segunda metade já foi bem monótono e perdeu parte do que fazia o livro instigante.
Em certos momentos ele me lembrou bastante de Precisamos Falar Sobre o Kevin, esses foram na verdade os melhores momentos do livro. Além disso, eu gostei da forma como a questão da maternidade foi abordada, a autora retratou isso de forma muito interessante, principalmente a forma como o marido passa a tratar a blythe de forma diferente após o nascimento da filha deles.
Porém, estava esperando que o final trouxesse algumas respostas e que tivesse algum grande acontecimento, mas não. Na verdade foi bem anticlimático, mas entendo o motivo das pessoas estarem curtindo bastante esse livro, só não foi totalmente para mim.
“Ela se esforçou muito para ser a mulher que esperavam que fosse. Uma boa esposa. Uma boa mãe. Parecia que tudo ia ficar bem.”
O Impulso é um drama psicológico lançamento da editora Paralela para 2021, e é o primeiro livro da autora Ashley Audrain, com uma excelente recepção em seu lançamento no exterior, o livro já teve os direitos comprados para outras mídias como: TV e cinema.
O livro está para sair esse mês de janeiro e a Paralela nos convidou para ler a prova antecipada do livro e discutir os temas abordados nele. Eu li assim que chegou e trago aqui um pouco da minha experiência de leitura.
O romance nos leva a conhecer Blythe Connor uma jovem escritora, cujo principal relacionamento em sua vida é o casamento feliz com Fox. Por toda a sua vida, ela vivenciou relacionamentos familiares complicados. Que deixaram marcas profundas em sua personalidade e que a impulsionam a determinados sonhos.
Ela deseja mais do que ninguém ter uma família exemplar, atender as expectativas de seu marido e da família perfeita e amorosa dele. Ela quer ser uma mãe perfeita.
Esse desejo obviamente possui amplas camadas complexas por de trás e muitos medos e inseguranças.
“Eu olho para trás e me admiro com a confiança que eu tinha na época. Não me sentia mais filha da minha mãe. Eu me sentia sua esposa. Fazia anos quebrou vinha fingindo que era perfeita para você. Eu queria que você continuasse feliz. Queria ser qualquer outra pessoa que não a mãe que me deu à luz. E então queria um bebê também.”
Ao “decidirem” ter o primeiro filho, Blythe tem uma gravidez “normal” até a hora do parto, com uma experiência marcante e intensa, nem tudo foi como ela sonhou.
E tudo se tornou ainda mais complicado durante o período de pós parto.
As complexas emoções que a envolvem são muito reais e dolorosas, foi ao mesmo tempo interessante ler, porque estamos apenas lendo, porém, vivenciar realmente tudo o que ela passa eu não desejaria nem a uma inimiga.
No decorrer dos difíceis primeiros meses da pequena Violet, Blythe nos narra medos, desconfianças e solidão. A chegada do segundo filho é como um colete salva vidas em uma tempestade a mãe aberto, e um processo de cura... Até que não é mais...
A trama principal acompanha Blythe, porém temos mais duas linhas temporais de narrativa: Etta e Cecília, vó e mãe de Blythe, essas narrativas vai trazendo uma profundidade a trama quando nos mostram os fundamentos da criação de Blythe, podemos perceber quão as angústias dessas duas gerações trouxeram a ela.
“Um dia você vai entender, Blythe. As mulheres desta família... nós somos diferentes.”
Ela deseja ter um vínculo perfeito com a sua filha, mas nada parece tão simples e a falta de apoio e até mesmo descrença que ela sofre a fazem duvidar de si mesma.
Deixo o restante da trama densa e emocional para vocês lerem com calma!
A trama possui uma escrita muito limpa e direta. Audrain que antes de se dedicar a escrita e a família em tempo integral, trabalhava em uma editora, mostra que possui um estilo de narrativa fluido. E escolheu um tema muito importante a ser debatido que é a romantização da maternidade, a maternidade compulsória, depressão pós-parto, o abandono afetivo e o trauma que isso causa nas pessoas. Existe além disso o uso de forma inteligente de uma subtrama catalisadora de muitos debates: O que fazer quando precisamos encarar que nossos filhos podem não ser o que sempre desejamos para o mundo?
Pelos temas acima, deixarei o aviso de possíveis gatilhos sensíveis: depressão, violência envolvendo crianças, crianças sociopatas, trauma familiar, Síndrome do Esgotamento Materno (mommy burnout) são os principais que encontrei na narrativa.
É um drama e thriller psicológico, a narrativa e constante e foca totalmente nas mulheres e nos sofrimentos que elas passam para atenderem às pressões da sociedade e família. Merece uma leitura, até porque o debate dos temas abordados nos livros ainda são muito recentes e precisam serem debatidos.
O esgotamento materno é uma realidade, a romantização da maternidade deve ser combatida, assim como a valorização das mulheres que desejam serem mães e compreensão, aceitação e valorização também das que não desejam.
Gostei do livro, no geral muito bem escrito, não me surpreendeu e nem se tornou um favorito, contudo duas cenas me impactaram muito, não gostei particularmente do final do livro, mas foi porque idealizei algo mentalmente e me sentiria vingada por Blythe se fosse como eu queria!
O livro chamou a minha atenção, pretendo ler os próximos livros da autora. Gostei do estilo da escrita dela.
Recomendo a todos que gostam de uma leitura com doses de thriller, de drama psicológico e temas polêmicos. Leitura recomendada a todos que desejam ter uma visão realista da problemática do esgotamento materno.
Uma boa leitura e até a próxima.
Este é um livro sobre maternidade, mas não sobre as delícias da maternidade. Nada aqui é ilusório ou romantizado. Temos uma mãe, que teve uma mãe que não nasceu para isso, que também teve uma mãe que não nasceu para isso, mas que queria ser diferente dessa linhagem torta.
O Impulso é o tipo de livro que você lê para finalmente entender que não se deve julgar uma mãe, sob nenhuma circunstância. Não sabemos o quanto ela sofre, o que ela passa em casa, quais são as suas questões internas, o que ela abdicou na vida para maternar. Todos dizem que mulheres tem instinto materno natural... Uma grande mentira!
“O impulso” é um livro que, já nos primeiros capítulos, prendeu muito a minha atenção.
Inicialmente, vamos acompanhando como a protagonista conheceu o seu marido e como se deu a decisão de engravidar.
Mas não acompanhamos somente a história dela. No livro, deparamo-nos com a história de três gerações: três mulheres, em diferentes épocas, mas com o mesmo DNA. que enfrentam os mesmos problemas.
A maternidade não é tão romântica quanto dizem por aí, são muitos os desafios e muitas mulheres vão ter mais dificuldades que outras. É essa a mensagem que o livro trabalha.
É um enredo angustiante, coisas acontecem que nos deixam com muitos pensamentos e dúvidas. Não sabemos ao certo quem está com a razão.
No começo, o livro me atraiu muito, mas quando cheguei na metade, eu estava cansada da história. Depois dos 50%, eu li apenas porque queria saber qual era o desfecho, isso porque realmente me cansei de toda aquela situação.
O desfecho é interessante, mas fiquei insatisfeita por o livro terminar na melhor parte. Sei que foi intencional e que muita gente vai gostar disso, mas eu estava ansiosa por aquela revelação e queria ter tido mais detalhes sobre ela.
Enfim, é um ótimo livro, só não é meu estilo favorito.
O Impulso logo será lançado aqui no Brasil pela Paralela. O thriller que aborda o lado não tão bonito da maternidade é uma das apostas da editora para esse ano. Bem, para quem for esperando um Verity 2.0, melhor ir abaixando as expectativas.
Ao longo de 300 e tantas páginas, vamos acompanhar Blythe e seu relato como mulher e mãe, em paralelo com pedaços da história de sua própria mãe e avó. A narrativa aqui me lembrou muito a mesma de Precisamos Falar Sobre o Kevin. Esse foi um detalhe que atrapalhou um pouco a minha experiência, já que não me dou muito bem com capítulos de monólogos eternos. De fato rola fazer um comparativo entre esse livro e Kevin, visto que os dois são relatos de mães de sua relação com seus filhos. O lado positivo é o fato do tamanho dos capítulos serem pequenos.
Assim como o livro da CoHo, O Impulso abordou a questão da romantização da maternidade e a expectativa da sociedade com a mulher sendo mãe. Esses detalhes a autora soube trabalhar muito bem na Blythe, bem como suas inseguranças e dúvidas como mulher e como mãe. Ver um pouco da vida da mãe e avó de Blythe ajuda muito a entender as motivações da personagem, principalmente no seu relacionamento com a filha (do capiroto) Violet e seu marido (lixoso) Fox.
Em relação ao suspense, achei que a autora soube criar uma boa atmosfera. A cada acontecimento envolvendo Violet, você consegue perceber a angústia de Blythe em acreditar ou não do que sua filha era capaz. O final já era algo que eu esperava, então não fez muita diferença para a minha opinião em relação à criança.
No fim das contas, apesar de ter esperado um Verity 2.0 e ter recebido um Precisamos Falar Sobre o Kevin 2021 edition, O Impulso foi uma boa leitura.
Blythe Connor não teve uma infância como uma criança qualquer. Muito traumatizada por diversas coisas que sofreu ainda criança, ser mãe nunca foi algo que esteve em seus planos. Mas depois que terminou a faculdade e se casou com Fox veio aquela necessidade que todos exigem dela: ser mãe.
Blythe acaba aceitando que essa será a melhor forma de mostrar para si que pode vencer esses traumas e não medirá esforços para ser a melhor mãe do universo. Após a chegada da filha, nossa protagonista acaba descobrindo que a maternidade que muitas mulheres vivem não acontece da mesma forma com ela. Tudo é muito cansativo, sua filha parece não gostar dela, além de comportamentos bizarros que não condizem com a de outras crianças de sua idade. Fox, seu marido não tem dúvidas que é coisa da cabeça de Blythe, é tudo cansaço.
“Algumas mulheres dizem que ser mãe é sua maior conquista. Mas não sei. Não sinto que conquistei muita coisa ainda.”
PÁG. 54
Anos de passam e ela decide ser mãe novamente, essa seria a chance de ter uma maternidade perfeita, aquela que todos dizem que ela vai amar ter. E sim, com a chegada do pequeno Sam sua vida ganha mais cor. Violet, sua filha mais velha parece estar tomando jeito até que um grave acidente acontece… Ou talvez não teria sido um acidente, não é mesmo?
Se você está esperando um thriller policial, pode ir parando por aqui. “O Impulso” se trata de um drama psicológico sobre maternidade, e principalmente sobre a não romantização desse momento que não é positivo para todas as mulheres. Além disso o livro trata de assuntos como abandono parental, gaslighting que é um tipo de abuso psicológico no qual informações são distorcidas, seletivamente omitidas para favorecer o abusador ou simplesmente inventadas com a intenção de fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade.
O é narrado por Blythe, como se ela estivesse escrevendo uma carta para Fox contando como foi essa experiência, dor, e do quanto ela precisou dele. É um livro que trás muitas reflexões sobre as expectativas e frustrações em relação à maternidade idealizada. Sofri muito com Blythe ao longo dessa leitura e como mulher, me solidarizei com um momento que em muitas das vezes só é dada para a criança e a mulher é deixada de lado.
“A maternidade é assim – só existe o agora. O desespero do agora, o alívio do agora.”
PÁG. 149
A escrita da autora é simples, gostosa, envolvente, crua, e as vezes um tanto quanto dolorosa. Devido aos capítulos curtos e a curiosidade para saber o que estava prestes a acontecer foi impossível largar o livro até chegar a última página. “O Impulso” foi lido em poucas horas e não tenho dúvidas que tem tudo para conquistar muitos leitores aqui no Brasil.
O livro está previsto para ser lançado por aqui no dia 22/01 e já teve os direitos de publicação adquiridos em mais de 30 países. Além disso, os direitos para uma adaptação também já foram comprados e confesso que tem tudo para ser uma excelente série ou filme. Para o primeiro livro da autora, até que ela começou super bem, não é mesmo?
Por Bia Sousa
Quando o sonho da maternidade vira um pesadelo.
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E se sua tão sonhada filha não fosse a doce e amável criança que você tanto sonhou? Seria uma pequena menina capaz de maldade ou tudo não passaria de uma impressão errada da mãe?
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"Fazia anos que eu vinha fingindo que era perfeita para você. Eu queria que você continuasse feliz. Queria ser qualquer outra pessoa que não a mãe que me deu à luz. E então queria um bebê também."
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Blythe vem de uma família de péssimos exemplos maternos e seu maior receio é não ser a mãe perfeita que Fox, seu marido, espera dela. E ela fará de tudo para mudar essa cadeia de péssimas mães, contudo com o nascimento de Violet, sua primeira filha, Blythe percebe que lhe falta algo que existe em todas as outras mães.
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"Eu comecei a compreender, durante as noites sem dormir, repassando mentalmente o que havia ouvido, que todos crescemos a partir de algo. Que levamos a semente adiante, e que eu era parte do jardim dela."
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Sua apatia seria uma herança de família ou uma reação à filha que não parecia ter saído de seu ventre? Violet aparenta ser incapaz de amá-la e Blythe se esforça para não sentir o mesmo. Até que acidentes terríveis e sinistros surgem no caminho da família, fazendo Blythe questionar tudo o que acredita e sente por sua filha.
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"O coração de uma mãe se parte de um milhão de maneiras em sua vida."
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Um suspense que te prende do início ao fim, deixando o leitor preso naquele cotidiano sinistro e repleto de sentimentos conflituosos à própria filha. Narrado em primeira pessoa, Blythe conta sua história, enquanto trechos da vida de sua mãe e sua avó intercalam os momentos mais marcantes dos primeiros anos de Violet.
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"A raiva dificultava a respiração. A tristeza dificultava abrir os olhos, deixar a luz entrar em mim. Eu pertencia à escuridão, a escuridão me possuía."
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É impressionante o clima de tensão mantido por Blythe e seus sentimentos são palpáveis, saindo das páginas e nocauteando o leitor. Uma leitura maravilhosa e imperdível! Leitura obrigatória!