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Vocês acreditariam se eu dissesse que nunca assisti aos filmes e desenhos do tão conhecido "menino lobo"? Pois é! Não sei explicar o por quê, mas creio que minha curiosidade e as oportunidades de conhecer esse universo nunca se encontraram. Até que chegou o grande dia: Em meio a outras opções de leituras, não tive dúvidas! Resolvi logo mergulhar nessa tão conhecida história.
"Mowgli: Os Livros da Selva", conta com uma junção de contos que englobam a vida de nosso protagonista, desde o dia em que foi adotado ainda bebê pelos animais da selva, até sua adolescência. Cada um desses contos vai nos dando uma gama de aventuras incríveis vivenciadas por Mowgli e seus companheiros. Mas, engana-se quem acha que os contos ficam apenas nessa parte aventureira. Fui surpreendido pela quantidade de ótimas reflexões. Impossível ler e não começar a fazer paralelos entre a sociedade e a selva.
Posso garantir que, a galera da selva é muito mais evoluída do que nós, humanos (risos). Outro ponto bastante interessante é o conflito interno vivenciado pelo nosso protagonista: Sabe aquela fase da nossa vida em que não conseguimos nos encaixar em lugar algum? Somos "algo demais" para um grupo, mas somos "algo de menos" para outro? Então, esse é um dos dilemas que ele sofre em determinadas passagens: É "selvagem" demais para viver entre humanos, mas é "humano" demais para viver entre os animais da selva.
“Mãe Loba lhe disse uma ou duas vezes que Shere Khan não era uma criatura confiável e que um dia ele teria de matá-lo. Um lobo jovem se lembraria a toda hora do aviso, mas Mowgli se esqueceu, pois era só um menino, ainda que, se falasse a língua dos homens, ele mesmo se diria lobo.” Posição 275”
Outro ponto positivo que destaco é a narrativa do autor. Desde a primeira página somos conquistados por sua escrita leve e fluida, em que fica bem difícil larga-la. As únicas coisas que nos obrigam interromper a leitura são nossas obrigações cotidianas.
No quesito personagens, impossível não se apaixonar por Mowgli e seus companheiros de vida e evolução, Bagheera (a pantera), Baloo (o urso), Kaa (a cobra píton), e odiarmos Shere Khan (o velho tigre, antagonista do menino lobo).
“E foi assim que Mowgli entrou para a Alcateia de Lobos de Seeonee, ao preço de um touro e graças às palavras favoráveis de Baloo.” Posição 251
Em relação a parte gráfica, a Zahar está de parabéns. A tradução está bem-feita e não encontrei erros. Outra surpresa foram as ilustrações inseridas em meio aos contos. Nota mil.
Finalizo a resenha indicando a todos os que assistiram aos filmes e desenhos, mas nunca tiveram a oportunidade de conhecer os contos. Os amantes de lendas indianas também vão amar as aventuras do menino lobo.

"Eu já deitei no orvalho sobre as estrelas na noite escura, e sei. A floresta é minha casa. Por acaso um homem teme seu próprio teto?"
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🗨️ Certamente, você já deve ter assistido a "Mogli - O menino lobo", a animação e o filme da Disney são, na verdade, adaptações cinematográficas do livro escrito por Rudyard Kipling e publicado pela primeira vez em 1894. A Zahar decidiu lançar uma edição de bolso de luxo da obra no início desse ano. Aqui, o leitor conhece mais detalhes sobre as leis da selva e a cultura indiana. É como se o leitor entrasse literalmente na selva e pudesse acompanhar a trajetória do pequeno Mogli de perto. A leitura proporciona reflexões sociais e filosóficas e faz o leitor pensar sobre vários aspectos da vida, como o valor da amizade e a relação entre o ser humano e a natureza. Vale lembrar que a história é mais complexa do que a apresentada nos filmes, a linguagem é mais detalhada e específica. Por fim, gostaria de mencionar que eu sou simplesmente apaixonada pelos clássicos publicados pela Editora Zahar. Projeto gráfico, diagramação, edição, tudo é simplesmente perfeito e com esse livro não é diferente.
Por @varlene.santos ⠀
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📋Ficha Técnica:
🔹Título: Mowgli: Edição bolso de luxo
🔹Autor: Rudyard Kipling
🔹Ano: 2021
🔹Editora: Zahar
🔹N° páginas: 320
🔹Avaliação: ⭐⭐⭐⭐