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Um relato sutil, detalhado e sem rodeios de Schawrcz, que relembra episódios de depressão e de descontrole desencadeador por causa do transtorno bipolar.
De maneira, que me emocionou muito, ele mostra todo processo que percorreu durante vários anos, desde o diagnóstico, até acertar o tratamento médico e os remédios.
É fácil se aproximar da história do editor da Companhia das Letras, principalmente quando nos identificamos em alguns pontos. Ele mostra tão perfeitamente a doença, de forma palpável e tira todo estigma que ainda possa existir.
Excelente leitura!

Um tocante relato por meio do resgate das memórias pessoais e familiares.
Ao mesmo tempo que sufocante por nos olhar imersos em suas dores, o autor também consegue nos proporcionar momentos de respiração como um aviso de que ao entendermos quais nossos problemas podemos curá-los.
Sensível.

Esse livro é de uma sensibilidade e honestidade ímpares. Deve ser difícil se expor dessa maneira, e ao mesmo tempo deve ser libertador mostrar quais são os nossos problemas e como lidamos com eles, e poder contar com a compreensão e ajuda das pessoas.
Ao recordar sua infância e juventude, Luiz Schwarcz procura as origens da sua depressão e bipolaridade. Filho de um sobrevivente do holocausto, Luiz é filho único e quando criança conviveu com a frustração de não ter um irmãozinho – mal sabia ele que essa dor também machucava demais seus pais. O pai era um homem deprimido que convivia com uma insônia grave, em função do que viveu no Holocausto. Como diz o autor: uma “culpa por ter sobrevivido a meu avô, de não o ter salvado ou acompanhado na morte”. Além disso, outras cobranças e frustrações se somavam a essa culpa, o que culminava em brigas em casa. Aos poucos, o Luiz criança passou a se sentir responsável pela alegria dos pais – algo muito grande para uma criança assimilar.
Ao longo das páginas, percebemos como essa situação familiar, momentos de bullying no primeiro acampamento que frequentou, a introspecção, culminaram na depressão e bipolaridade, e como elas se manifestaram na vida do autor, com momentos de mania bem claros seguidos por outros de depressão intensa. Muito importante que ele tenha mostrado que o paciente com depressão vai conviver com a doença, e é importante ter um bom médico, tomar os remédios direitinho, fazer terapia e praticar exercícios. Tudo isso contribui para o controle da doença.
Fiquei muito tocada pela paixão pela música, em especial pelo LP com a gravação de “My way” – essa foi a música que meu pai escolheu para tocar no violão pra minha mãe quando eles se conheceram, e cada vez que ele tocava em casa a gente via aquele brilho nos olhos dos dois. Também achei linda a declaração de amor à família, em especial a Lilia Moritz Schwarcz, que segundo ele o salvou e salva até hoje. Gostei demais desse livro, e recomendo demais – destacando o gatilho da depressão que pode ser difícil para alguns leitores.

"Com os anos, minha voz foi ficando mais baixa, as palavras mais raras, e talvez com isso eu passe a impressão de ser um homem em paz, sem conflitos interiores importantes. O tom de voz engana."
Ao recuperar com franqueza estas memórias, o editor Luiz Schwarcz constrói um sensível e detalhado relato de como a depressão e os traumas, próprios e de terceiros, podem tirar o fôlego de qualquer um e permanecer latentes em existências por fora marcadas pela aparência do sucesso.
Em "O ar que me falta", o presidente da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, não fala sobre o sucesso nos negócios, mas explora um lado que poucas pessoas conhecem: a depressão que o acompanha há anos. O próprio título da obra já é um reflexo do que o leitor encontrará ao longo das páginas. O autor mostra os efeitos da doença na sua vida e a importância de uma rede de apoio. Não é uma leitura fácil, o leitor pode sentir as dores e os fantasmas que assombram o escritor. Após a leitura, percebi como é importante falarmos sobre saúde mental na nossa sociedade, não apenas em campanhas esporádicas como Setembro Amarelo e Janeiro Branco, mas em todos os dias do ano.
Atenção: O livro contém gatilhos de depressão e temas sensíveis.
Por @varlene.santos

Livro super delicado. Conta a história da infância e juventude do autor. História super linda e escrita primorosa. O pai do Luiz, um judeu fugido da segunda guerra mundial, vindo da Hungria. O autor descreve com sutileza a sua luta com a depressão e bipolaridade. Nos levando ao seu mundo. Amei o livro.

Obra rápida e de muita sensibilidade que reúne memórias do autor em sua trajetória com a bipolaridade, indo e voltando em histórias familiares e no próprio desenvolvimento profissional. Uma boa leitura para quem deseja começar a conhecer os altos e baixos da doença ou mesmo pensar um pouco a maneira como nossas trajetórias nos moldam de modo tão significativo.

Livros de memórias/biografias só costumam chamar minha atenção quando o biografado é alguém que conheço e/ou por quem tenho curiosidade em conhecer mais.
Aqui a vontade de conhecer essa história se deu ao assistir uma entrevista com o autor num encontro virtual da editora para livreiros e blogs parceiros.
Fiquei impressionada com o breve relato do autor na ocasião, sobre o livro que fala da sua depressão precoce (ainda jovem) e a luta para sobreviver a essa doença que não escolhe classe social, embora, como ele mesmo diz, a condição financeira facilita e muito o tratamento.
A escrita é direta, fácil de ser compreendida e o envolvimento do leitor se dá naturalmente, pois me parecia que estava lendo um desabafo de um conhecido, já que a impressão que ele passa é a de que não poupou detalhes por mais íntimos que fossem.
Uma narrativa que contempla três gerações de uma família judia que sofreu as agruras da perseguição dos nazistas na segunda guerra mundial. E que começa com a ida de trem de seu avô Láios acompanhado do filho André (pai do autor) para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde o primeiro numa oportunidade única mandou o filho pular do trem o que o salvou da provável morte no campo, mas o levou a ter um sentimento de culpa durante toda a vida por não poder impedir o destino do pai.
Narrativa emocionante, sensível e triste, mas também, e principalmente, generosa pois ao abrir seu coração e expor suas feridas Luiz Schwarcz, empresário bem sucedido, fundador da Cia das Letras, uma das maiores editoras do país, inspira e mostra a capacidade de em meio ao caos emocional conseguiu construir uma bem sucedida carreira profissional.
Seria maravilhoso se ele escrevesse também essa parte da história, contando como foi possível em meio a tanto sofrimento criar a Companhia das Letras, editora maravilhosa que tanto amamos.

Esse livro chegou no momento certo, veio como água no deserto do meu coração que ansiava por criatividade. Esse livro encheu minha mente de novas ideias. Lê-lo e estar de frente com um título com o qual tanto me identifiquei, foi a melhor experiência literária de 2021.
Dói certos trechos, mas ensina também. Que livro inspirador.

O AR QUE ME FALTA
Escrito por Luiz Schwarcz, "O ar que me falta" é uma não ficção que conta a história de sua família que, precisou fugir do terror nazista deixando para trás toda uma história.
André, o pai de Luiz, conseguiu escapar de um trem a caminho de um campo de extermínio, quando Láios, o avô de luiz, o fez pular na tentativa de se salvar do horror que os aguardavam. Láios permaneceu no vagão.
André e Mirta, mãe de Luiz que era uma refugiada croata, se conheceram no Brasil, a história trágica dos dois pesando nos ombros, acabou por marcar a vida do filho único, que, vendo o pai carregar os remorsos por ter se salvado ao mesmo tempo em que não podia evitar o fim terrível de Láios, passou a se sentir responsável por manter o casamento permeado por silêncio e dor que seus pais levavam, na tentativa de amenizar essas culpas.
Mas assumir uma responsabilidade que não o pertencia, acabou por acarretar em muitas angústias que o acompanharam por toda a vida.
Ao escrever, Luiz resgata essas memórias com incrível sensibilidade, relatando e detalhando, como a depressão os traumas e as dores, não só dele mas de sua família, são capazes de marcar a vida, e permanecerem latentes, independente de qualquer posterior sucesso.
A música o ajudou em sua trajetória, trazendo refúgio e respostas para muitas de suas perguntas.
A escrita de Luiz é sensível e sincera, amarga em alguns pontos até mesmo para o leitor.
O testemunho de Luiz nos transpassa de forma lancinante.
Me vi absorta imaginando diversas cenas, e o sentimento de impotência que Luiz vivia enquanto o ar lhe faltava, era pungente em mim ao atravessar as páginas de sua história.

O ar que me falta é um livro que me fez sentir tudo intensamente desde a primeira página até a última, terminando nos agradecimentos. O Luiz tem uma escrita forte que gruda em nosso inconsciente e nos faz pensar em sua história dias depois de tê-la lido. Esse é o poder dos detalhes de sua vida. Eu posso dizer que muitas vezes me vi engasgada com os relatos perante a Segunda Guerra Mundial e me vi desolada quando era hora de falar sobre a sua depressão e a sua bipolaridade; também me vi preocupada com ele e com sua família, desejando a cada página que tudo ficasse no mínimo bem. Os paralelos que o autor faz entre a sua depressão e a possível doença em seu pai e avô são de formas belíssimas, cheias de respeito e compreensão, ainda que com um grande toque de curiosidade pelo próprio Luiz que ansiava por saber mais. As relações familiares têm seus problemas, assim como qualquer outra, e em nenhum momento Luiz tenta esconder isso ou as situações financeiras, verdades que dão base para toda a sua história e a deixa ainda mais verdadeira, mais perto de nós. Eu gostei muito do livro e adorei que o Luiz tenha tido esse desejo de compartilhar conosco um pouco de sua trajetória e de seus entes queridos. Eu queria ler esse livro desde que assisti a uma live de um evento da Companhia em que o Luiz falou sobre o livro e leu um trecho, então me senti muito grata, escolhida e acolhida em receber esse exemplar. É um livro indicado para todos, independentes se são leitores de biografias ou não. Esse é um relato importantíssimo que deve - e precisa - ser ouvido e conhecido.

O livro aborda um tema que é considerado um tabu e por isso ainda é pouco discutido. O que não deveria ser o caso, a escrita do autor é extremamente esclarecedora e rica em informações. Com toda certeza é um livro extremamente necessário e que pode ajudar muitas pessoas.

O ar que me falta
O ar que me falta de Luiz Schwarcz, 2021, retrata a depressão do editor e conta ainda como ele descobriu a bipolaridade, perpassando sua infância até os dias de hoje retratando comportamentos e relações familiares.
Nesta autobiografia o editor reúne diversas situações de sua vida, unindo passado e presente nos fazendo mergulhar em sua história e compreender comportamentos e ações que o tornaram quem é atualmente e os caminhos para o autoconhecimento, descoberta e aceitação do transtorno até a adequação.
Acompanhamos os caminhos da infância a fase adulta permeada por culpas e responsabilidades impostas que não lhe cabiam, a morte do avô, o casamento dos pais, tudo isso mediado por conflitos de querer estar em lugares e fazer coisas que não lhe eram permitidas, não por imposição explícita, mas pela cultura e o querer se adequar a padrões.
É muito interessante e, particularmente, mexeu bastante comigo a forma como o autor descreve seus rompantes de maneira detalhada e sem rodeios. Cada episódio, cada pista de que algo precisava ser visto e cuidado e como a incidência desses comportamentos podem agravar e desencadear coisas graves.
“quem tem depressão vive apenas em função do momento. O julgamento é sempre absoluto e no presente”
“a depressão não me abandonou completamente. Fica quieta por meses ou anos...”
Isso mexeu diretamente comigo, eu sei que parece clichê dizer que quando gostamos de um livro podemos encontrar traços de nossa personalidade ou nos enxergar em certos personagens, mas quando isso acontece em um livro não ficcional é diferente, ao menos para mim, e por vezes me fez chorar e pensar em minha vida, minha infância. Fez entender certos comportamentos e, principalmente que não estamos sozinhos.
A lição que fica é que a família tem papel importantíssimo no dia a dia da pessoa que sofre de depressão. E quero dizer que caso não tenha apoio desta, tenha amigos ou procure ajuda. Você não está sozinho.
Não sei se a colocação que fiz sobre a aceitação do transtorno é correta à vista clínica, mas na minha humilde opinião, quando aceitamos o que temos e sentimos o tratamento fica mais confortável e de melhor condução.
Leiam este livro.

O ar que me falta, é justamente essa sensação que Luiz Schwarcz, fundador da Companhia da Letras, descreve como um dos sintomas da depressão. ⠀
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O escritor dedicou o livro para contar um pouco de sua vida, da família e do histórico de depressão que provavelmente acompanha gerações, desde o avô que somente conheceu através de foto e que tinha um olhar sério e triste ao pai que sofreu a vida toda com a culpa por ter fugido sozinho que um campo de extermínio nazista e deixado para trás o próprio pai (o citado avô de Luiz).⠀
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No livro o autor também fala sobre a infância difícil, da criança que não tinha muitos amigos, sofria bullying e que carregava o peso do relacionamento conturbado dos pais; do adolecente tímido e recluso em seu quarto que já demonstrava os sintomas bem delineados da depressão; e do adulto que enfrentou grandes problemas da vida pessoal e profissional em razão do transtorno. ⠀
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Luiz compartilha muitos momentos marcantes de sua vida relacionados à depressão e como o diagnóstico e os tratamentos foram difíceis mesmo com recursos disponíveis. Atualmente o autor considera que a depressão está controlada e que aprendeu a conviver nesse quadro.⠀
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É importante ressaltar, Luiz não dedicou o livro para falar da carreira de sucesso , mas sim da depressão, que muitos sequer imaginam ao vê-lo medicado e controlado o que ele já passou, como também aproveitou para contar a história da família.⠀
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Adorei conhecer um pouco do Judaísmo, em que pese do livro não ser dedicado a essa finalidade, o escritor fala um pouco da doutrina e cultos, e da perseguição que os judeus sofreram.⠀
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O livro tem uma narrativa sensível e é possível sentir o respeito que o escritor transmite com sua história ao expor momentos íntimos de sua vida, no entanto, senti a narrativa um pouco rasa, alguns passagens importantes são narradas de forma rápida, sem muitos detalhes da forma que aconteceram. ⠀
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Acredito que a intenção do escritor era abrir as portas da sua vida íntima para falar da depressão, que acomete milhares de pessoas sem distinção, e deve ser diagnosticada e tratada.⠀
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Deixo a minha indicação de leitura, valeu muito a pena a experiência. ⠀
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