Depois, de Stephen King.

“Agora eu tenho vinte e dois, quase vinte e três, e moro no mundo do depois. [...] Eu entendo que ainda sou muito jovem e tenho certeza de que, quando olhar para trás, eu vou ficar impressionado (com sorte, não repugnado) com o quão ingênuo e inexperiente eu era. Mesmo assim, vinte e dois fica a anos-luz de treze. Sei mais agora, mas acredito em menos coisas.”

A publicação mais recente de King apresenta Jamie, um menino que vê gente morta: filho de uma trabalhadora decadente do ramo editorial que tem uma certa amiga detetive, Liz Dutton; além de sobrinho de um homem neurologicamente comprometido. A história gira em torno, sobretudo, dos efeitos de um segredo passado adiante que mais tarde exige o uso da habilidade pra fins não pretendidos à princípio.

Embora seja um livro relativamente curto para os parâmetros do autor, “Depois” entrega [como costuma ocorrer] referências a outros livros da carreira de Stephen King e se debruça sobre temáticas que ele sabe manejar com maestria. O trato conferido ao sobrenatural é excelente, pode-se dizer quase real. Mais uma vez, encontramos seres humanos com quem nos identificamos em alguma experiência ou pensamento - assim como nos defrontamos com pessoas com as quais é quase impossível simpatizar, ainda que consigamos compreender seus motivos e trajetórias.

A quem deseja conhecer o autor, penso que é um bom livro para começar: A apresentação é direta, a linguagem é fluida e divertida, os personagens são consistentes e o plot é interessante.

Um segundo King pra minhas leituras. Diferente de Trocas Macabras, o primeiro que li, esse tem o humor destacado através de seu carismático protagonista. A história é contada pelo próprio, de maneira bastante fluida. Você consegue ler bem rápido, pois o ritmo é bastante eletrizante. Vale à pena chegar ao final para descobrir o segredo da mãe do Jamie. Destaque à sempre incrível tradução da Regiane Winarski.

Agradeço ao Netgalley e à Suma pela cópia digital do livro em troca da minha opinião honesta sobre o livro.

Não sei qual a mágica do King, mas normalmente me conecto com os protagonistas dele logo na primeira página, e não foi diferente aqui. Desde o começo já estava super interessada na vida do Jamie, mesmo que fosse só uma vida normal já estaria ótimo, mas claro que o fato de ele ver gente morta torna tudo ainda mais interessante. Não só ele, mas os personagens secundários também me agradaram bastante.

Gostei muito do aspecto sobrenatural e onde ele levou o Jamie no final das contas. Em alguns momentos Jamie se envolve em situações tensas, estaria aterrorizada se fosse ele, mas como leitora não senti muito medo.

O que me impediu de dar 5 estrelas pro livro foi uma bomba jogada no final, pois a achei desnecessária, está ali pra chocar, mas não achei particularmente relevante pra história (embora tenha me deixado de queixo caído).

É um livro relativamente curto (em especial para um livro do King) e recomendo a leitura para fãs de terror e de Stephen King e também como porta de entrada para aqueles que querem começar a ler o autor.

Nota 4,5

Depois de mais de 30 anos lendo os livros do King eu sempre acho que não me surpreendo mais...

Que livro incrível, arrisco dizer que já tem lugar lugar no meu top 10 de livros dele, logo eu que odeio fazer listas de preferidos.

O livro é curto, como são os livros dele dessa coleção, mas a impressão que você tem é que ele é bem mais longo, e isso não é ruim nesse caso, ele consegue em menos de 300 páginas fazer você se apegar aos personagens e sentir que conhece eles há anos (ou no mínimo a 500 páginas).

Se tem uma coisa que eu adoro quando pego um livro do Stephen King pra ler é que, pra mim, é uma leitura muito confortável. Fazia um tempo que eu estava com as leituras empacadas, mas foi só pegar "Depois" pra ler que nem senti as horas passarem e devorei o livro. Da metade pro final, então, li tudo em duas horas. A narração do Jamie, que vai amadurecendo o tom ao longo dos capítulos e conforme ele vai crescendo, é uma delícia. Como sempre, King constrói ótimos personagens e faz o leitor se apegar rapidamente a todos eles, e você quer saber tudo o que vai acontecer com eles porque se importa. Essa, pra mim, é a melhor característica do autor. Gostei muito da forma como ele abordou o sobrenatural neste livro, explorando um tema que é até batido, mas de uma forma consistente e interessante. No entanto, o que me assustou de verdade foi o finalzinho, quando o segredo Thia, a mãe de Jamie, é finalmente revelado. Aquilo ali é terror real, o que mais me assusta, e talvez o que mais tenha assustado Jamie também. Fiquei pensando naquilo por um bom tempo depois de ler. Mais um livro delicioso e imperdível do King, com tradução da maravilhosa Regiane Winarski, que dá todo o brilho à prosa do autor em português.

James Conklin sempre viu pessoas mortas, desde bem pequeno mesmo. Normalmente isso não é um problema, pessoas mortas são talvez mais simples que as vivas: eles ficam sempre com a roupa em que morreram, são incapazes de mentir e não costumam incomodar Jamie.⁣
Sua mãe deveria ser a única a saber dessa sua habilidade, e ela o fez prometer não contar a mais ninguém. ⁣
Mas, durante alguns percalços, a namorada de sua mãe, a detetive policial Liz Dutton, também acaba descobrindo. ⁣
Alguns anos depois, quando Jamie já é adolescente e sua mãe e Liz nem estão mais juntas, a policial aparece em sua escola pedindo ajuda a ele: conversar com um terrorista recém morto, e desvendar o que ele programou como ataque final.⁣
E depois disso... bom, depois disso muita coisa vai acontecer. ⁣
▫️⁣
Fazia tempo que eu não lia terror, e esse lançamento do King foi uma grande surpresa pra mim. Em Depois, o autor nos apresenta a uma narrativa muito fluída e rápida, sem exagero de detalhes e com muitos pontos intigantes.
Jamie narra sua própria história, desde a primeira vez que viu uma pessoa morta, quando ainda tinha 4 anos e seu primeiro grande susto, bem como a convivência com a família, os amigos e as dificuldades pelos quais eles passavam. Vemos Jamie crescer, passar por outros momentos envolvendo mortos, até chegar aos problemas que Liz Dutton trás pra sua vida.
O autor tece os fios da história aos poucos. Em alguns momentos eu pensava: certo, mas porque ele está explicando isso? E esse outro detalhe aqui, será que é importante?
Mas no 'depois', ah, ai a gente vai entendendo. Tudo vai se conectando e fazendo sentido. O final é mais frenético, e envolve mais terror. E King ainda coloca uma última reviravolta lá no finzinho que eu duvido alguém prever 🥴
Enfim, gostei muito! Achei bem rápido de ler, e prende o leitor o tempo todo. Pra quem nunca leu King por exemplo, esse é o livro perfeito para começar e não assusta demais não. E pra quem já é fã do autor, acredito que vá gostar dessa dinâmica mais recente da escrita dele.

Por isso leiam! E venham me contar o que acharam!

O livro já chama atenção por ter poucas páginas, os leitores mais antigos dele com certeza se perguntaram "é isso mesmo?"

O narrador também é o protagonista e acompanhamos ele crescendo com um dom: ver e falar com o espírito de pessoas mortas.

O enredo é bem dinâmico, temos ação e também temos a parte psicológica que envolve os personagens de forma sucinta, mas suficiente pra torna-los interessantes.

A forma como o Jamie conta a própria história é bem engraçada, ele fala muito palavrão, então se você não gosta de ler esse tipo de coisa passe longe.

Tem momentos de tensão, de alívio cômico, temos terror na medida certa e um final chocante, mas que talvez não fosse necessário.

Recomendo, é uma fase bem interessante na escrita do King que vai te fazer lembrar das dicas que ele deu no livro Sobre a escrita

Muito bom! Tem muitas das características que Stephen King já gosta de usar nos seus livros, tipo crianças que têm ligação com o sobrenatural, escritores e livros inacabados dentro das histórias, finais que não são totalmente fechados - inclusive senti um pouquinho de "acho que vem mais coisas ligadas a essa história por aí". Gosto de como o narrador fala diretamente com o leitor e o senso de humor está sempre presente, apesar das várias cenas gore e com descrições meio asquerosas de pessoas mortas que se relacionam com o menino. Apesar de ser curto tem um monte de elemento de gêneros como romance de formação, suspense, thriller e terror (normal), apesar de frisar demais que é uma história de terror e ele de fato só aparecer lá pro final. A construção é bem longa pra poder rolar os finalmentes. Pra quem já lê Stephen King e gosta do autor, acredito que esse livro não vá trazer muitas coisas novas, mas é mais uma dose de King que a gente já conhece no meio da bibliografia dele. Muito legal, dá pra ler rápido e se divertir.

Tendo lido mais de quarenta livros do King, é muito difícil analisar tão imparcialmente porque é claro que eu amo o estilo dele. E não é diferente em Depois. A narrativa ainda é viciante e o King tem um poder de fazer a história se tornar realista ao contá-la de um jeito natural e reforçando detalhes que tornam personagens tridimensonais e os acontecimentos fáceis de acreditar.

A premissa é ótima, eu adoro: um protagonista que vê e fala com gente morta. Isso acarreta inúmeros conflitos para ele porque é claro que se alguém descobrir é perigoso, principalmente se quem descobre quer usá-lo para obter vantagens.

A relação do Jamie com a mãe dele é linda, mais uma vez o King desenvolvendo a relação entre dois personagens de um jeito forte e convincente. Por mais que ele fale de questões macabras em seus livros, o que marca mesmo acaba sendo os laços fortes entre os personagens e suas jornadas de traumas e amadurecimentos. Um dos meus aspectos favoritos dele.

Ter lido muitos livros desse autor me faz amá-lo mais ainda por algumas coisas, mas também começar a reparar em outras chatinhas que ele faz e eu não gosto, como por exemplo: descriçoes gordofóbicas que não fazem diferença nenhuma pra trama e ele nunca faz isso com personagens magros.

O final do livro é um pouco corrido, o último capítulo em específico, porque tem uma revelação muito importante que é apenas jogada e não desenvolvida. Mas no geral eu me diverti demais, li super rápido e consegui adorar todos os personagens, mesmo os mais malvados (outra habilidade do King).