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Se Aristóteles e Dante foi feito para quem está se descobrindo, Enquanto eu não te encontro são para pessoas que já se descobriram, mas ainda tem inseguranças e o medo de amar (ou nunca ser amado).
A história é leve e fluida, extremamente hilária e cheio de referências e gírias nordestinas que aqueceram o meu coração.
Foi lindo ver a trajetória do Lucas, seu primeiro encontro com o amor, seu desencontro e sua autodescoberta, afinal não é tão bom quando a gente se conhece?
Os personagens são cativantes e marcantes, com certeza cada pedaço de cada um deles vai estar intrínseco em mim agora.
Vamos do começo que eu aposto que vocês já sabem: eu não sou fã de livros romance. De comédia romântica, eu até acho que encaro melhor e sou mais aberta a gostar e me empolgar, o que já é o caso de “Enquanto eu não te encontro” – que sim, é uma comédia romântica leve, feliz e muito, muito gostosa de ler. Mas o livro tem muito, muito, muito mais a oferecer além de uma leitura leve e feliz: tem MUITA representatividade. Muita. De todos os tipos. Representatividade perfeitinha.
E calma que tem mais coisas pra assinalar pra vocês também: Tem um casal gay no centro de toda narrativa. Tem um casal de lésbicas que são maravilhosas. E se passa no nordeste. E tem menção aos “Instrumentos Mortais”. E tem menção à vários livros que amamos (vários MESMO). Tem muitas, muitas menções à Katy Perry. E tem menções à Taylor Swift também (eu amo as duas!). E também tem menções à cantoras indies que eu amo (Foxes!). Tem personagem chamando a mãe de “Mainha” e diversas expressões nordestinas. Sério, gente, eu não consigo nem parar de citar a quantidade de coisas que eu AMO que está nesse livro. Chegou uma hora que eu estava em uns 70% da leitura que eu só pensava que não tinha como esse livro melhorar. Mas melhora sim e eu vou te explicar muito sobre, tudo sem spoiler pra ninguém ter sua experiência de leitura estragada!
Em 2015 somos apresentados à Lucas, que mora agora em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Vindo de Luna do Norte, pequena cidade do interior, Lucas encarou a ida para a Universidade Federal estudar publicidade como sua emancipação, mesmo que ainda aceite ajuda de seus pais para alugar um apartamento com seu melhor amigo, Eric. Lucas já tinha assumido sua sexualidade para seus pais, mas uma coisa é viver em uma cidade pequena no interior do nordeste, outra é entrar no universo universitário e poder ser quem você é livremente, com todas suas cores, gostos e jeitos. Lucas e Eric tem uma longa história de amizade, mas que está sendo um tanto quanto abalada porque Eric agora está namorando um cara e parece ter deixado seu melhor amigo de lado para aproveitar aquele amor.
Lucas parece um pouco ressentido do amigo, que tenta fazer as pazes com ele o convidando para saírem naquela noite para aproveitarem, e é ai que Lucas se dá conta que aquela é a noite da abertura da grande boate que iria movimentar a noite potiguar: a Titanic. Já querendo demais conhecer o lugar e tentar aproveitar a noite, Lucas aceita ri com Eric e seu namorado Raul. E então tudo que o garoto acredita que não dá certo em sua vida começa a dar (mesmo que seja depois de um desastrado esbarrão) porque o destino coloca Pierre, um francês, em seu caminho. E em uma única noite, um coração que nunca tinha se aberto para o amor vai conhecer a magia de se estar apaixonado por um cara que é absurdamente bom – tão bom que me peguei fazendo teorias de que ele tinha de ter algum defeito, mas tá ai: não, “Enquanto eu não te encontro” não é esse tipo de comédia romântica aonde alguém vai ferir o coração de Lucas, e é sim, uma comédia romântica de erros.
A noite que Pierre e Lucas compartilham parece tão perfeita, mas tão absurdamente perfeita, que teve até uma pequena previsão de uma Drag Queen maravilhosa (alô, Holly, sua rainha!). A conexão dos dois é tão intensa que transcende as páginas e sim, você vai shippar os dois imediatamente. Fazia tempo que eu não lia um personagem como Pierre, alguém naturalmente bom, gentil, honesto, que procura por algo que ele entendeu que não tinha em sua vida na França. Ele realmente merece destaque porque foi muito, muito bem escrito a ponto de encantar até mesmo aquelas pessoas que não gostam de mocinhos e tem grandes quedas por vilões (e sabemos que muitas pessoas preferem os vilões e tá tudo bem!). Acho que foi uma surpresa entender que o grande desafio de Lucas e Pierre (por favor, qual o shipname?) seria algo bem maior: o destino.
Entrando em cena a vida desastrada que Lucas sempre afirma ter, vemos o destino realmente colocar obstáculos entre os dois, fazendo com que o leitor se contorça para que o reencontro aconteça logo. E isto acontece? Isto não acontece? Eu sinceramente não quero falar porque quero todo mundo lendo essa pequena obra-prima que daria um filme delicioso de se assistir (Alô, Netflix, corre!) enquanto vemos as desventuras de Lucas e como a vida está mostrando para ele que muitas vezes desejar algo não significa que acreditamos merecer aquilo. Em diversas passagens me identifiquei muito, mas muito mesmo, com Lucas, que não se encontra principalmente porque ainda não sabe exatamente o que quer – mas sabe muito bem o que quer.
Ainda quero fazer todo aceno para a trama de Eric, que entrou no seu primeiro relacionamento e acredita que nós recebemos o amor que merecemos (Sim, você reconheceu a frase, eu sei. E sim, ela está no livro. Lembra que eu falei que vários livros que amamos são mencionados durante a trama? Então!), e me deixou com o coração apertadinho pelo personagem, com vontade de entrar na trama, ser amiga dele e o consolar. Mas, pra ser sincera, no final da leitura, eu queria entrar no livro e ser amiga de todos personagens, absolutamente todos.
No resumo, aqui temos uma trama que vai te fazer rir e ficar com o coração quentinho na medida certa, com problemas reais de pessoas jovens que estão tentando se encontrar no mundo e, claro, com uma grande trapalhada do destino para tentar separar os personagens. Há momentos altos para todos personagens, como há momentos com os quais queremos dar uns tapas neles, exatamente como acontece com nossos amigos – e como eles devem se sentir em relação a gente também –, tudo com naturalidade. Só posso dar todos os parabéns do mundo para o Pedro Rhuas que em seu 1º livro mostrou que comédias românticas são para todos, basta simplesmente ter a sensibilidade necessária para escrever personagens que nos importemos com eles. E, também, sendo sincera, por fazer meu coração de pedra derreter um pouquinho e shippar bastante os personagens juntos. Vá ler “Enquanto eu não te encontro” o quanto antes porque você precisa conhecer Lucas, Pierre, Eric, Thamy e Ana – e entender que vai ter comédia romântica com a representatividade necessária que a gente sempre mereceu.
Comecei esse texto das mais diversas maneiras, mas o final era sempre o mesmo. Apagar, apagar e apagar. Isso tudo devido a uma pergunta que não saia da minha cabeça: Como honrar nessas minhas palavras a grandiosa história que temos em Enquanto Eu Não Te Encontro? Difícil, eu sei. Mas deixo aqui então o que consegui organizar, depois de tantos surtos e emoções.
A minha relação com Enquanto Eu Não Te Encontro começou ainda de maneira independente, quando o Pedro nos apresenta pela primeira vez o seu livro. Naquele momento, enquanto realizava a leitura, já sentia uma série de mudanças internas acontecendo. Foi nas palavras do Pedro (e na de muitos outros nacionais independentes) que me senti conectado com quem eu era de verdade. Acolhido, eu estava pronto para ser quem sou e para ser quem nasci para ser.
Acompanhei o nascimento de algo fantástico, que eu defino como "Fenômeno Pedro Rhuas". Na literatura, na música, em tudo. O Pedro chegou com uma força tremenda e que segue numa crescente constante. Muitas coisas aconteceram desde aquele primeiro momento. Foram diferentes lançamentos, interações constante com os seguidores e também aquela dose de mistérios e pistas em cada aparição (parecendo até uma certa cantora pop, e não é a Katy Perry ahahah).
E assim chegamos nesse momento tão esperado por todos: o lançamento oficial de Enquanto Eu Não Te Encontro, agora pela Editora Seguinte. O meme "se juntas já causam imagina juntas" nunca foi tão real. Essa parceria fantástica entre autor e editora resultou em uma experiência ainda mais mágica para todos os leitores. Foi lindo acompanhar a jornada e o que construíram nesse trabalho.
Tendo o livro em mãos, redescobri a história. Com uma nova organização, Pedro traz em suas palavras um aprofundamento maior e nos leva por caminhos antes não explorados. E foi então que o impacto acontece novamente.
Reler o livro não foi apenas olhar para trás e identificar o que mudou na história, mas sim, olhar para mim mesmo e ver quem eu era naquela primeira leitura e quem sou hoje. Foi nostálgico e especial, e encontrei também conforto e carinho em cada página. O livro me abraçou, contou sua história e me fez acreditar na minha. Resumidamente, foram muitos os surtos e as lágrimas.
Enfim, a maneira que foi finalizado, com todos seu conteúdo extra, não deixou dúvidas. Enquanto Eu Não Te Encontro já está entre os favoritos da vida!
Eu acabei de terminar Enquanto Eu Não Te Encontro do @pedrorhuas, finalizei o livro com os cheios de lágrimas e desesperado procurando algo mais da história.
Mas, vamos lá, deixa eu te falar um pouco sobre esse livro.
🛳 LUCAS HENRIQUE
O livro conta a história de Lucas, morando agora em Natal com seu melhor amigo desde o jardim de infância, Eric. Os dois são orgulhosamente gays. Lu nunca se apaixonou e acha que talvez seu coração esteja quebrado, mas o que ele não esperava é que tudo mudaria quando ele adentrasse TITANIC.
🛳 AGORA VAI? NÃO FOI! EITA, MAS AGORA VAI, NÉ?
Enquanto Eu Não Te Encontro fala de encontros e desencontros. Depois de uma noite arrebatadora com Pierre em meio a luzes, calça suja e quedas no banheiro, Lucas acaba sem poder entrar em contato e cumprir sua promessa. Nesse momento adentramos em uma parte reflexiva da história. E tão bem escrita que só você lendo pra ter noção.
🛳 POP!
Uma das coisas que mais amei foram as várias citações a divas pop, álbuns, momentos e livros. Pedro consegue, no decorrer da história, criar uma playlist que vai fazer qualquer amante de música pop enlouquecer.
🛳 CONCLUSÃO!
Eu poderia apenas colocar aqui: PERFEITO! Mas acho que dizendo só isso poucos iriam de fato procurar o livro para ler. Então digo que Enquanto Eu Não Te Encontro é um livro LGBTQIAP+ que mostra as dores de se ser quem se é, mas acima de tudo, mostra quão orgulhosos precisamos ser, mostrar nossa essência, existir e ter em mente que não estamos errados. É um livro sobre amor, sobre amizade, sobre ser nordestino, sobre ter em mente que o Universo conspira sim, mas também devemos fazer a nossa parte.
Peço que se permitam a chance de conhecer a história de Lucas e Pierre, que conheçam a escrita maravilhosa e divertida de @pedrorhuas...
Valorizem nossos autores e as histórias ambientadas em solo nacional!
Se você não ficou com vontade de ler esse livro depois de tudo isso que falei, volte e leia de novo até ficar com vontade!
Lucas é inegavelmente desastrado. E é esse desastre que o coloca em uma situação constrangedora envolvendo uma calça branca e bebida na inauguração do Titanic, mas é fácil perdoar a outra pessoa envolvida. Afinal, Pierre é lindo e possui um sotaque envolvente demais para deixar passar, parece alguém saído diretamente de um sonho e, se for um sonho, Lucas espera não acordar. Mas um outro desastre ainda aguarda eles...
Isso é uma carta de amor. Não existem, em qualquer língua, palavras o suficiente para expressar o que 'Enquanto Eu Não Te Encontro' representa. é simplesmente impossível.
A grandiosidade na história simples que Pedro conta é algo que acontece muito pouco. Esse é um verdadeiro clichê que bebe de muitas histórias que já amamos, mas que ao mesmo tempo é totalmente diferente, sabe por quê?
Porque esse livro é orgulhosamente brasileiro, orgulhosamente nordestino, orgulhosamente LGBTQIA+!
Personagens memoráveis, únicos e incrivelmente fáceis de se identificar carregam a história com uma graciosidade ímpar, de maneira tão divertida e tocante que deixa o leitor sem saber o que fazer a não ser se encantar por tudo que esse livro representa.
Então eu sigo novamente que essa é apenas uma carta de amor. Porque eu sinceramente não sei como não poderia ser.
'Enquanto Eu Não Te Encontro' é um clichê perfeito que traz à tona muito mais que romance. O livro abre espaço para debates sobre colorismo, sobre autoestima, sobre pressão estética, sobre se perder em todos os sentidos da palavra e se encontrar também. Também é sobre nostalgia, de uma época bastante diferente da atual. Nenhum encontro é por acaso e é por isso que eu quero agradecer o Universo por me fazer me encontrar com essa história.
Em um momento há uma passagem que diz casa não é um lugar, mas sim uma sensação. Casa é a sensação de ler esse livro.