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"Morro dos Ventos Uivantes", de Emily Brontë, é um dos livros que mais me marcaram. A história de Heathcliff e Catherine Earnshaw é uma montanha-russa emocional que me envolveu desde a primeira página. Para mim, "Morro dos Ventos Uivantes" não é apenas um clássico literário; é uma jornada emocional profunda que me tocou quando li suas páginas e a edição da Penguin é ótima, eu adoro!

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Me surpreendi positivamente com a leitura, não esperava que fosse tão bom e que me prendesse da forma que aconteceu! Com toda certeza irei indicar para todos!

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A ideia da romantização de O Morro dos Ventos Uivantes, romance único de Emily Brontë, nasceu por um simples motivo: a autora é uma mulher. A recepção da obra na época, todavia, foi diferente, e isso porque Emily, assim como suas irmãs, usou um pseudônimo neutro para a publicação. Não havia uma ideia romântica passando pelas cabeças dos críticos ou dos leitores comuns, pelo contrário: todos estavam horrorizados pela violência e crueza da história. A romantização da charneca onde se passa o drama de horror da família Earnshaw é fruto de misoginia. Uma mulher escrevendo? Só pode ser uma história de amor. Mas ela mesma falou, e Charlotte Brontë, sua irmã e autora de Jane Eyre, registrou, não se tratar disso. Por que, então, continuamos a pensar que há amor na história de Cathy e Heathcliff?

Um jornal de 1850, alguns anos após a morte de Emily Brontë, possui um artigo longo, de muitas páginas, que analisa detalhadamente as obras de Charlotte. O crítico em questão aproveita-se do fato de que Charlotte havia finalmente revelado ser a autora de Jane Eyre, romance que estava sendo republicado, tendo causado um grande burburinho na sociedade e no meio literário da época. Contudo, os críticos afirmavam que Currer Bell, pseudônimio utilizado por Charlotte para a publicação de seu livro, era apenas mais uma faceta de Ellis Bell - nome adotado por Emily para publicar O Morro dos Ventos Uivantes. Com a irmã morta, Charlotte achou por certo revelar a verdade, expondo o fato de ser ela autora de Jane Eyre, sim, mas não do outro livro. O mérito de Emily deveria ser de Emily.

Porém, quando ela se revelou, os críticos mudaram o tom e as rodas de conversa, junto com os jornais, passaram a dizer que é claro que Currer Bell era uma mulher - e é claro que também tratava-se de Ellis Bell. Segundo eles, dava para perceber em sua escrita os pensamentos de uma mulher. E ainda tiveram a ousadia de afirmar que ela apenas seguia com a farsa quanto a Ellis/Emily e a autoria de O Morro dos Ventos Uivantes porque o livro era um trabalho primário, muito rústico e violento para ser assumido com orgulho. A misoginia da época não conseguia admitir que havia mais de uma mulher talentosa que conseguiu driblar a crítica e ter seu romance publicado, vendido e criticado em jornais importantes. Porém, além da questão da autoria, também se iniciou aí um olhar mais "adequado aos trabalhos de uma senhorita". Essa delicadeza de olhar contornou Cathy e Heathcliff com o brilho da paixão, coisa que nem passava pelas mentes de leitores antes. Mas, como a autora era mulher, é claro que o livro deveria ser uma história de amor.

Sobre a suposta história de amor e a redenção de Heathcliff através do poder do amor, Charlotte Brontë escreveu:

"O único elo que vincula Heathcliff à humanidade é o afeto que rudemente confessa sentir por Hareton Earnshaw – o jovem a quem arruinou; e sua semi-insinuada estima por Nelly Dean. Se omitimos esses traços isolados, diríamos que ele não era filho nem de um lascar nem de um cigano, mas uma forma de homem animada por uma vida demoníaca – um ghoul, um ifrit."

Existe amor em O Morro dos Ventos Uivantes?

É difícil definir o amor. O dicionário possui muitos significados para ele. Os poetas do Romantismo encheram livros a seu respeito. Mas o que diabos é o amor? A resposta de Emily Brontë é: isso não importa. Ela não nos conta uma história de amor. Se havia ou não um sentimento amoroso entre Cathy e Heathcliff, isso não é importante, pois a narrativa de seu livro não é sobre isso. Existir amor existe, mas em Cathy Segunda e Hareton, que se conhecem e, aos poucos, vão construindo um amor - mas isso só após se livrarem dos horrores de Heathcliff e do fantasma de Cathy. A história de amor certamente não está no casal principal; quando ela começa, o livro acaba.

Não é porque uma história possui um casal que ela seja uma história de amor. O que torna um livro numa história de amor é o cerne estar no sentimento e relacionamento amoroso entre duas ou mais pessoas. Quando pensamos em O Morro dos Ventos Uivantes, pensamos mesmo no incrível amor entre Cathy e Heathcliff? Porque, se for o caso, o pensamento está aquém da obra. Talvez romantizemos histórias por desejarmos gostar mais das personagens, colocando-nos em seus lugares e querendo gostar delas e torcer por eles. Mas a obra de Emily Brontë não foi escrita para ser gostada. Emily não era uma pessoa afeita a relações sociais e pouco se importava com o que pensavam dela. Isso podemos saber graças a escritos de sua irmã, Charlotte, e também a cartas e trechos de diários de pessoas que a conheceram. Ela chegou até mesmo a desprezar quem considerava o livro muito "duro" para as personagens, que não tinham um final feliz de uma história de amor. A isto ela disse que era porque aquelas pessoas eram fracas. Emily certamente não escreveu uma história de felicidade ou amor romântico. Pelo contrário: é uma história de ódio - e vingança.

Antes da noite em que ele ouve Cathy dizer que seria degradante estar com ele, Heathcliff não havia tentado coisa alguma com ela. Ele tinha uma amizade, obcecada sim, mais por questões sociais e de isolamento do que qualquer outra coisa. Mas não é como se houvesse algo romântico acontecendo entre eles. Cathy e Heathcliff eram adolescentes que cresceram juntos, a princípio como irmãos, depois, como senhorita e escravo. Com ela, ele podia conversar sem pedir desculpas, pois ela não passou a tratá-lo com desprezo após a morte de seu pai, que protegia o menino. Mas não há insinuação de relacionamento amoroso ou sexual entre os dois.

Uma das citações mais conhecidas do livro é aquela em que Cathy diz para Nelly Dean: "Eu sou Heathcliff!". Mas isso é sempre citado fora do contexto. O que Cathy realmente diz pouco antes da famosa citação é:

"Se eu estivesse no céu, Nelly, estaria me sentindo muito infeliz. [...] Mas agora eu iria me degradar se me casasse com Heathcliff, de modo que ele nunca vai saber o quanto o amo... e isso não porque ele é bonito, Nelly, mas porque é mais eu mesma do que eu."

Ou seja, Cathy não gosta de Heathcliff porque ele é bom ou porque ela ama coisas nele. Ela gosta porque se sente compreendida. Porque ela também é cruel e violenta. E apenas ele não espera que ela seja uma dama da sociedade. Mas, ainda que não seja uma por dentro, Cathy ainda é a filha rica de uma família tradicional, que precisa casar-se bem e manter as aparências. E, para tal, decide casar com Edgar Linton. Eles não necessariamente se amam, não mais do que enxergam-se como um espelho de destruição.

Ao contrário do que se é dito, O Morro dos Ventos Uivantes não é uma história de amor. Não pretendo adentrar questões filosóficas sobre o que é ou não o amor. Cathy e Heathcliff estavam apaixonados? Isso não é relevante, pois a obsessão dele não é por ela, mas sobre ela. Heathcliff percebe-se traído não porque Cathy não o ama ou porque ela o ama, mas ainda assim escolheu casar com Edgar Linton. A traição ocorre porque ela saiu de seu lado, ela admitiu sentir-se humilhada por ele ao dizer que seria degradante estar com ele. Heathcliff, um jovem não-branco, tratado como alguém escravizado pela família Earnshaw, ouviu sua única amiga, a única pessoa que não o tratava como uma coisa, dizer que era humilhante estar com ele. Foi ali que ele percebeu que sentimentos e memórias de infância não valem de nada perante a classe social. E Heathcliff estava tão abaixo de Cathy que nem era considerado parte da sociedade. A traição da amiga não foi algo romântico, mas racista e classista. Foi o espelho quebrando na cabeça de Heathcliff, que finalmente percebeu que não havia espaço para ele no mundo, e nunca haveria - a não ser que fosse rico.

E rico ele ficou. Alguns anos se passam sem que ninguém saiba dele. Quando retorna à charneca, Heathcliff é um cavalheiro rico que possui uma única intenção: fazer com que Cathy perceba que ele não é degradante, que ele é um ser humano. Quando ela continua a lhe dar as costas, fazendo jogos de poder com ele e com seu marido, Linton, Heathcliff percebe que a única forma de sair por cima é vingando-se. Nas palavras de Paulo Freire, "o sonho do oprimido é tornar-se o opressor". Não é difícil de entender isso ao ler O Morro dos Ventos Uivantes. Mas nada disso redime Heathcliff.

Muito se é dito sobre como Anne Brontë, a mais jovem das irmãs, foi progressista em seus livros ao retratar relacionamentos abusivos e como homens maus são maus e ponto, sem redenção. Mas Emily também fez isso. O próprio Heathcliff passa o livro dizendo que as pessoas não deveriam achar que ele é alguém que precisa ser salvo. O modo como trata Isabella mostra isso bem. Ele afirma que Isabella não deveria "formar nenhuma boa noção de seu caráter", e se congratula quando as pessoas, chocadas com sua crueldade, lhe dizem que não imaginavam isso dele, afirmando que ele sempre esclareceu a todos que lidam com ele que não é um herói de romances. Ele não está ali tentando ganhar o coração de alguém, nem mesmo viver uma história de amor.

Isabella é a maior vítima de Heathcliff. Ele casa-se com ela apenas para vingar-se de Cathy e de Edgar Linton, seu irmão. Já planejando uma ruína ainda maior, ele friamente pergunta a Cathy se Isabella é a herdeira de Linton, pensando em casar-se com ela tanto para vingar-se ao fazê-la sofrer quanto para que toda a fortuna que um dia Cathy almejou e preferiu a ele sejam dele, e todos os outros sofram em suas mãos. É a vingança perfeita. Mas a que custo?

De certa maneira, o olhar que Isabella Linton possui sobre Heathcliff é o olhar que os leitores acabaram adquirindo ao longo do tempo. De início, Isabella acha que ele é apenas incompreendido, que as pessoas não gostam dele por questões de classe social. Todos, inclusive Cathy, a alertam de que ele é um demônio, mas ela não acredita, achando que a cunhada tem ciúme dele. Cathy gostava de ser gostada, de ter poder sobre as pessoas, mas não amava Heathcliff de forma romântica a ponto de ter ciúme dele. E gostava da cunhada. Queria alertá-la. Mas Isabella não ouviu e fugiu com Heathcliff. Apenas para ver sua cachorra ser enforcada por ele, ser humilhada em Wuthering Heights, sua nova casa, passar por todo tipo de necessidade e apanhar de seu marido. Não há nada de romântico ou heroico em Heathcliff. Ele foi forjado na maldade de uma sociedade racista e xenófoba, que o rejeitou e ensinou que a crueldade é a única linguagem a ser escutada. Mas isso não o redime.

Isabella tentou salvá-lo apenas para ser quase morta por ele, para sofrer estupro, e finalmente, quando se deu conta de que ele estava aquém de qualquer redenção, fugiu. Emily Brontë não romantiza Heathcliff. Ela mostra muito bem os efeitos de sua vilania aplicados em um relacionamento. Isabella o amava, mas foi tão abusada, de tantas formas, que passou a odiá-lo. Uma de suas falas mais icônicas, e que deixam bem claro o quanto Emily não estava escrevendo uma história de amor, é quando ela, machucada, sangrando e grávida, foge de Wuthering Heights e encontra Nelly Dean, governanta da casa de seu irmão. Lá, ela conta tudo por que passou com Heathcliff e acrescenta:

"Venci o meu desejo inicial de que ele me matasse: preferiria que matasse a si mesmo!"
Isso é dito ao lembrar de uma conversa que havia tido com Nelly Dean anteriormente, quando a governanta foi visitá-la na casa de Heathcliff. Transtornada e quebrada, literal e figurativamente, Isabella havia dito:

"Mesmo que finja serem outras as suas intenções, o que ele quer é levar Edgar ao desespero. Diz que se casou comigo de propósito, a fim de obter poder sobre ele, mas não vai obtê-lo, hei de morrer antes disso! Só espero e peço a Deus que ele esqueça sua diabólica prudência e me mate! O único prazer que consigo imaginar é morrer, ou vê-lo morto!"

Emily Brontë, portanto, passa boa parte da história dando voz à Isabella. Pode-se até mesmo dizer que Isabella possui mais voz no livro do que Cathy, o que nos mostra algo: não há um pingo de romantismo em Heathcliff. O que há é uma história de horror, o gótico que mostra um efeito colateral: a violência inflingida contra o Outro, o diferente, produz uma cadeia de mais violências que estreitam-se até destroçarem vidas.

A narrativa de Isabella não precisaria fazer parte de O Morro dos Ventos Uivantes, mas Emily Brontë escolheu colocá-la e destacá-la. Ela não é apenas a irmã do homem com quem a protagonista casa. Ela é uma jovem vítima de um casamento abusivo - e que, corajosamente, foge sozinha e grávida para Londres, isso em 1784. É uma mensagem extremamente poderosa e progressista. Não há nada de romântico aqui. Emily Brontë ainda dá voz a Heathcliff ao fazer ele próprio dizer que não é um herói romântico.

"Ela [Isabella] abandonou-se sob um delírio;", ele respondeu, "me imaginando um herói de romance, e esperando indulgências ilimitadas da minha devoção cavalheiresca. Mal posso pensar nela como uma criatura racional, tão obstinadamente ela persistiu em formar uma noção fabulosa de meu caráter, e agiu sob falsas impressões que ela acalentou."

Quem é o culpado?
Então, por que ainda se fala que O Morro dos Ventos Uivantes é uma história de amor?

Além da misoginia explícita dessa afirmação, também há outros culpados. Um deles é o cinema. As adaptações cinematográficas da obra, desde a clássica versão de 1939 até a mais recente, de 2011, constroem sua narrativa em torno do amor arrebatador entre Cathy e Heathcliff. O amor vende. E, embora filmes sejam obras independentes de livros, muito da noção romântica que se tem de um Heathcliff que faz tudo por amor e uma Cathy que literalmente morre por estar separada do seu amado vem em decorrência de adaptações que centram toda a trama complexa de Emily Brontë em algo que nem está no livro.

E só é possível ler O Morro dos Ventos Uivantes como uma história de amor se ignorarmos completamente o contexto de raça e classe do livro. Heathcliff sente-se traído por Cathy porque ela era a única pessoa que lhe tratava como um ser humano. Ele, um homem não-branco, que foi tratado como coisa desde que chegou à casa da família Earnshaw. Ele perdeu a companhia de Cathy, que disse que seria degradante estar com ele, quando Edgar Linton, um rapaz rico, futuro advogado, de boa família, branco, de cabelo loiro e olhos azuis - como é citado muitas vezes na história - pediu a mão dela. Não é um "casei-com-ele-mas-te-amo", mas sim um "casei-com-ele-pois-tenho-vergonha-de-você-seu-imigrante-imundo". Nada de bonito nisso. E Cathy nem se arrepende. Após os anos que se passam em que Heathcliff some para fazer fortuna, ela não lhe pede desculpas, levando todos à loucura com seus jogos de poder. Cathy queria todos ao seu dispor, brincando com os sentimentos das pessoas e fazendo birra quando não cediam ao que ela queria. Ela gostava de Edgar Linton, mas era atormentada por Heathcliff, pois ele a conhecia por inteiro, era um vínculo muito forte para ser facilmente quebrado. Mas não forte o bastante para superar o racismo e a vergonha por Heathcliff ser não-branco e pobre.

O autor da história de amor entre Cathy e Heathcliff são todos os homens que, assim que descobriram ter sido uma mulher a escritora de O Morro dos Ventos Uivantes, saíram a dizer que aquele era um amor intenso, como apenas uma mulher poderia idealizar. O autor da história de amor é a indústria cinematográfica, que vende um produto distorcendo o livro. O autor da história de amor é o racismo que faz whitewashing de Heathcliff, tirando todo o contexto social sobre o qual o livro se apoia para deixar apenas a história de mais um rapaz branco que não pôde casar com a menina de quem gostava porque era pobre. Mas o autor da história de amor não é Emily Brontë. O que ela escreveu foi outra coisa.

Assim como os críticos quando descobriram que a autora do livro era uma mulher, muitas pessoas hoje em dia afirmam que O Morro dos Ventos Uivantes é uma história de amor - mas um amor tóxico. O argumento, que infelizmente já li muitas vezes em muitos lugares, sempre volta ao mesmo lugar: Emily Brontë escreveu isso porque provavelmente viveu uma vida de abusos em casa, com homens vitorianos violentos.

Novamente, essas pessoas partem do pressuposto de que uma mulher não pode escrever sobre nada além de sua vida e de suas experiências. Como se o terreno da ficção, da imaginação, fosse puramente masculino, e as mulheres estivessem eternamente presas a suas memórias. A misoginia, portanto, persiste.

Qualquer pessoa que vá ler uma biografia das Brontë ou mesmo se inteire sobre as vidas das mulheres no século XIX encontrará não mocinhas indefesas, mas mulheres ágeis, que faziam mil tarefas por dia e, quando criavam arte, o faziam com entusiasmo e criatividade. Nem tudo é sobre a experiência pessoal de uma mulher. Pensar isso é encaixotar todas as mulheres em um só lugar - apertado, escuro e fedendo a naftalina.

É muito interessante olharmos para as vidas de escritores e tentarmos compreender por que escreveram tal coisa, quais foram as suas inspirações, o que os levou a pensar de tal maneira e criar tais personagens... Mas nem tudo é um reflexo da própria vida. E a mentira sobre Emily Brontë ser quase tão fantasmagórica quanto a própria Cathy do início do livro é apenas isso, uma mentira. Uma que reduz a escritora incrível e mulher prática que ela era. Sim, Emily Brontë tinha ares misantropos, como muitos que a conheceram relataram. Mas ela também era responsável por cuidar das finanças da família. Ela tinha uma mira ótima e sabia atirar muito bem. Interessava-se por música e passava boa parte de seus dias envolvida com o piano e com concertos, sempre que podia. Houve até mesmo um professor que dizia que ela deveria ter nascido homem - o que é uma fala ridícula hoje, mas nos possibilita entender como ela estava longe de ser a mocinha amuada e romântica que precisa ser salva, essa imagem apagada de sofrimento que é imposta a ela ainda hoje.

Sua própria irmã, Charlotte Brontë, achava Emily rústica demais, com uma escrita um pouco difícil, e condenava a criação de Heathcliff, uma personagem tão longe do romantismo. Charlotte não considerava isso muito certo e tentou "aparar" arestas da obra da irmã após a morte da mesma. Felizmente, O Morro dos Ventos Uivantes continua sendo lido como Emily Brontë o escreveu. O próximo passo é tirarmos o véu desbotado e misógino da romantização e o entendermos como Emily pretendia.

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Foi a 8° vez que fiz a leitura desse romance. E é sempre, sempre como a primeira vez. As mesmas sensações ao avançar pela narrativa, e ao sentir como será o desfecho inevitável. Esta edição, da Darkside (perfeita sem defeitos), apresenta alguns conteúdos inéditos, que dão mais profundidade à obra e a vida de Emily. Mas, na minha opinião, poderia ter passado sem. Achei essas partes um pouco maçantes.

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Um livro que não agradará a todos por ter personagens com personalidades difíceis de serem gostados.

Apesar de eu me encaixar nessa categoria por achar os personagens intragáveis; foi um livro que li do início ao fim para saber até onde ia aquela vingança do Heathcliff e de como se encerraria aquele ciclo de ódio.

O livro carrega alguns elementos que apelam ao horror gótico e termina magistralmente com uma conclusão arrebatadora.
Vários pontos positivos a essa narrativa "sufocante", pois você só se sente liberto e calmo uma vez que conclui a história!

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Em breve a resenha sai no site do Multiverso X!

Foi minha primeira experiência lendo algo de uma das Bronté. Foi uma descoberta ver que era um novelão ótimo de acompanhar, gerou bate papos com amigos e os textos de acompanhamento foram bons de ler. Só senti falta de uma menção ao fato da identidade étnica de Heathcliff, acabei caçando outros textos de apoio que pudessem trazer reflexões sobre o tema.

Uma ótima edição. :)

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Feliz de ter finalmente deixado o medo e a insegurança de lado e ter lido esse livro.
Uma história ao mesmo tempo fascinante e perturbadora.

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Um clássico da literatura mundial que nos faz refletir sobre muitas questões do passado e da atualidade. O amor de Heathcliff é intenso e destrutivo, o que nos leva a refletir sobre o tipo de amor que encontramos por aí.
Uma leitura necessária para todos.

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A história é perfeita! Para quem não sabe, esse drama traz em sua trama a trágica e envolvente história de amor entre Catherine e Heathcliff. Uma mistura intensa de traição, mistério, vingança, rancor e um amor proibido que suga toda nossa atenção.

O Morro dos Ventos Uivantes é sem dúvidas o clássico que mais divide opiniões entre os amantes de literatura. E esse amor impossível transpõe gerações e vem cativando a cada nova edição lançada.

Essa perfeição aqui, tem a tradução de Júlia Romeu, introdução de Pauline Nestor e o prefácio de Cintia Schwantes. É uma ótima opção de presente para colecionadores (inclusive eu estou aceitando uma hahahah).

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Sempre tive a impressão que "o morro dos ventos uivantes" se tratava de uma história de fantasmas, e até certo ponto estava certa. Contudo o romance ultrapassa esse termo preconcebido dos meus achismos. Sei que esta história divide opiniões e os extremos são os que mais comportam as avaliações sobre ele. Ainda não consegui organizar de fato os meus sentimentos a respeito deste livro, mas me encontro definitivamente no meio do caminho: é um livro que provavelmente irei reler em algum momento do futuro, porém a história não me arrebatou por completo.

O que temos nestas páginas é uma narrativa sobre amor, obsessão e, sobretudo, vingança. O sr. Loockwood está se hospedando em uma das propriedades do sr. Heathcliff, uma pessoa que se mostra muito rude e peculiar. Esta figura desperta em Loockwood uma grande curiosidade, e após um episódio quase catastrófico em sua casa o inquilino insiste em adentrar ao passado de Heathcliff através das histórias vivenciadas por sua governanta.

E é através estas que conhecemos o passado tão tortuoso de Heathcliff, e como os maus tratos da infância reverberaram em sua personalidade e caráter. Junto a isso o amor juvenil e obsessivo o assombra para além das sombrias cortinas da morte. Seus planos de vingança ultrapassam gerações, os reflexos desses atos são perceptíveis em si e naqueles que o rodeiam.

Durante a leitura foi difícil me apegar aos personagens, pois todos são cinzentos e odiosos em diferentes graus. Mesmo aqueles que nutrimos empatia apresentam atitudes reprováveis que nos dão uma sensação ambígua. Estamos lidando com protagonistas que não irão dar a outra face e sim usar a vingança como motivação para seus objetivos.

Em contra partida, a narrativa me cativou quase que instantaneamente. Percebi que adoro histórias contatadas com um certo distanciamento, seja pelo tempo dos acontecimentos ou por personagens secundários. Finalizei a leitura com um sentimento conflitante, não saberia definir os pensamentos sobre o livro. Há momentos que a história retorna em meus pensamentos e reflito que, quem sabe, daqui a um tempo eu consiga digerir tudo o que o livro tem a oferecer.

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O Morro dos Ventos Uivantes é um título que me remete a um lugar de atmosfera sombria e assustadora. Desde que soube da existência desse clássico, o título dele já me despertou um certo interesse. Neste livro, o leitor não deve esperar por um romance convencional, pois irá se decepcionar. A narrativa contida nestas páginas é, principalmente, uma história de vingança.

Os personagens deste livro são bastante complexos, com sentimentos conflitantes e em vários momentos da leitura eu detestei, praticamente todos eles. Creio que esta antipatia se deu pelo fato das personagens apresentarem características e ações condenáveis.

O livro não possui uma história linear. A trama começa praticamente no final dos acontecimentos, é narrada em primeira pessoa por Mr. Lockwood e em seguida, Nelly passa a relatar os fatos. Os cenários desta obra são tão bem descritos que durante a leitura é impossível não se sentir envolvido pela atmosfera nebulosa, fria e melancólica do livro.

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O morro dos ventos uivantes é o melhor livro que eu já li. A forma como a Emily te fisga e te faz querer saber da historia de pessoas que não são as mais desejáveis é incrível. Além disso, essa tradução da Pinguim ficou muito semelhante a original.

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É sempre um grande desafio falar sobre O Morro dos Ventos Uivantes. Uma das histórias mais complexas que já li, com personagens detestáveis, porém extremamente realistas.

O Morro dos Ventos Uivantes segue a história da família Earnshaw, tendo como ponto de partida, cronologicamente falando, o momento em que o pai dessa família volta de viagem e traz para casa um menino órfão chamado Heathcliff. É com a chegada dessa criança que as estruturas da família irão mudar, e ao longo dos anos, com sentimentos de amor, inveja, rancor e ódio sendo nutridos entre Heathcliff e seus dois irmãos adotivos, Catherine e Hindley, que veremos o desenrolar de uma das histórias mais dramáticas dos clássicos da literatura, que irá gerar consequências não só para esses 3 personagens, como para muitos outros que irão entrar em seus caminhos. Uma história de amor, ódio e vingança, que se estenderá por gerações.

Foi difícil gostar dos personagens desse livro. Todos eles são complexos, bem desenvolvidos, porém de moral questionável e com atitudes extremamente detestáveis. O foco de O Morro dos Ventos Uivantes com certeza é no desenvolvimento das relações entre os personagens. Apesar de detestáveis, a história é do tipo que prende o leitor e é impossível largar o livro. Meu desejo por saber como aquela história iria acabar se sobrepôs ao estresse que passei acompanhando as atitudes duvidosas desses personagens.

O Morro dos Ventos Uivantes segue sendo um dos livros mais marcantes que já li. É uma leitura que traz reflexões indispensáveis à respeito da natureza humana e os extremos os quais o ser humano pode chegar quando o ódio o consome.

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Eu sempre lia citações de O morro dos ventos uivantes em outros livros, então não é um choque que eu sempre quis muito lê-lo. Contudo, devo dizer aqui que eu não esperava o que encontrei. Sim, eu sabia que poderia passar raiva, sim, eu sabia que era um casal trágico. Mas nem de longe achei que seria como foi.

A começar que o livro não é narrado pelos principais, a história de Catherine e Heathcliff é relatada aos olhos de um forasteiro que está na região por poucos dias e se vê fascinado pela confusão e obscuridade que gira no âmbito familiar do Morro dos Ventos Uivantes. Para sua sorte, ele encontra uma antiga trabalhadora da casa que está disposta a contar todos os detalhes sórdidos e trágicos dessa história.

E quando digo essas palavras é bem no sentido literal. Esse livro não é bonito ou mesmo amável. Ele é cru e doloroso e irá arrancar de você as emoções mais viris. Não há personagens cativantes ou apaixonantes. Não existe um amor sadio que irá fazer você suspirar. Pelo contrário, os personagens são cruéis, egocêntricos, egoístas e vingativos. Entre momentos de bondade e ruindade, a autora não teve toques para mostrar como as pessoas são na sua forma mais realista. Maldosas, racistas e estúpidas. Esse livro muitas vezes é um tanto desconfortável de ler. Contudo, apesar disso, mesmo que não houvesse nada a me apegar, me vi como o próprio forasteiro durante a leitura, presa numa história conturbada e querendo saber mais e mais.

Os personagens são únicos e intrigantes. Não há como definir suas ações, por mais loucas que possam ser. Sempre há reviravoltas e mortes, muitas mortes. Até onde uma pessoa é capaz de ir em suas ações?

O livro não traz muitas respostas, mas nos deixa intrigados. Quem é Heathcliff? De onde veio? Como conseguiu ficar rico? Em uma época que pessoas não brancas não tinham voz ou valor, como Heathcliff assumiu esse poder?

É incrível como é o ciclo de acontecimentos da história e a reta final foi a parte mais branda da narrativa com um final além do esperado depois de tantas agonias.

Eu confesso que não sei o que pensar desse livro. Está longe de ser uma história que eu goste, mas ao mesmo tempo ela martela na minha cabeça e me intriga de uma forma que não consigo definir. E talvez seja exatamente isso que a autora quis. Nunca foi para ser belo. Nem bonito.

Mas, com certeza, inesquecível.

Essa edição ainda possui ainda leitura de apoio que amei ler. Foi bom ter "alguém" para "discutir" sobre e compreender muitas passagens citadas na história. Apesar dessas leituras de apoio estarem no início do livro, eu sugiro que leiam após a história, pois possui spoilers do desenrolar da trama.

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