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A experiência de escrever sobre livros é uma verdadeira saída de zona de conforto literária. As fronteiras que atravessei e que me deixaram uma impressão muito boa foi a das biografias. Além de falar sobre a pessoa biografada, elas se tornam aulas de história, me levam a conhecer o que não vivi e a lembrar do que passei.
E mais uma a me encantar é a de Ney Matogrosso.
Um retrato da afirmação do teatro e de um novo rumo na música brasileira.
Um novo cenário borbulhante que despontou nomes como Lucélia Santos, Stepan Necerssian, os próprios Secos e Molhados, os Mutantes, Elis Regina, a tropicália, a jovem guarda, Simone, Belchior, Ednardo, Sá, Guarabira, Rodrix e tantos outros que surgiram nessa época e sentiram o peso que se abateu depois do AI5.
Ler essa biografia é ver o nascimento de um ser que hoje aos 80 anos ferve demais seu sangue latino e apaixona com sua música e personalidade. Isso sem falar no fato dele ser precursor em tantas coisas que libertariam a arte num período em que ela era vigiada, vetada e expulsa por sua autenticidade e protesto.
É ver como um fenômeno nasce e como as mesmas forças que o criaram, o fizeram se dissipar, renascer e se tornar umas das pessoas mais importantes do nosso país.
Ney Matogrosso é e sempre será uma referência em nome de música, domínio de palco, cenografia, figurino e dança.
Ney é uma força da natureza.
Adorei conhecer mais de Ney Matogrosso nessa biografia. Ela é bem escrita e bem detalhada. A partir de um determinado ponto, acho que deu uma corrida pra chegar aos dias atuais, mas não chega a ser um grande defeito. O texto é muito agradável, flui bem, sem a gente sentir que está recebendo um grande fluxo de informações.