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Arsène Lupin é um notável criminoso, por sua inteligência e sagacidade, que nos mais variados golpes toma posse de grandes quantias em dinheiro, joias ou qualquer objeto valioso.
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Muitos são os casos em que se envolveu e que intrigam por todo o mistério em que estão envoltos. A forma como os golpes puderam ser bem sucedidos e toda a artimanha aplicada são curiosidades a serem reveladas para aqueles que, incansavelmente, estudam o modo de agir de um dos mais célebres criminosos.
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Neste volume, da exemplar coleção Zahar Bolso de Luxo, Lupin revela suas memórias sobre vários crimes por ele articulados e executados, toda a dor de cabeça que causou às autoridades, em especial à Ganimard, um velho investigador da polícia francesa e eterno inconformado com o fato de nunca tê-lo prendido.
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As histórias são como resumos de seus grandes planos criminosos, evidenciando a inteligência de Lupin, a ousadia como elemento surpresa, a grande capacidade de transformação da aparência física e o engodo, que coloca a vítima exatamente onde ele deseja.
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O humor também está presente e muitas vezes por conta de Ganimard virar chacota das peripécias de Lupin, que sempre prefere o uso da astúcia à violência.
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Lupin é incorrigível! Até quando parece ter a intenção de ajudar está levando sua carteira embora. Não tem como não se divertir com ele, já que faz até os mais abastados, pretensamente inteligentes, parecerem meros idiotas manipuláveis quando eleitos para seus golpes.
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Um livro muito bom para conhecer o personagem e aguçar a curiosidade pelas histórias que ele viveu.
Gostei bastante desses novas aventuras de Lupin.
Maurice Leblanc trouxe nosso anti heroi a formula antiga e tirou um pouco do ranço que agulha oca deixou em mim.
Agradeço ao Netgalley e à Zahar pela cópia digital em troca da minha opinião honesta sobre o livro.
No geral gostei de todas as histórias, mas claro que algumas se destacaram. Minha preferida foi A Echarpe de Seda Vermelha, pois achei a trama toda envolvendo o Inspetor Ganimard muito envolvente e esperta. Edith Pescoço de Cisne também é bem engenhoso e foi um dos melhores.
Porém nem só de roubos vive Arsène Lupin: Em casos como A aliança de casamento e Reflexos do sol ele vai ajudar tanto uma moça com problemas com o maridno, quanto pobres herdeiros.
Por mais que ele seja um personagem carismático, tive dificuldade de simpatizar com ele em alguns contos, como em A Palhinha, pois fiquei triste pelas vítimas, que parecem ser pessoas boas. Além disso as histórias contém várias conveniências a favor do personagem, mas isso dá para relevar.
Se você gosta de livros do tipo Sherlock Holmes e/ou gostou da série Lupin, não deixe de conferir.
Sabe quando você, leitor, se pega pensando o porquê de ainda não ter dado oportunidade de conhecer de perto alguma personagem que vive em um imaginário coletivo? E quando essa personagem está inserida em tramas de um de seus gêneros literários preferidos? Pois é! Resolvi dar uma conferida no tão famoso Arsène Lupin. E que bom que esse momento chegou.
Fugindo um pouco dos clichês de romances policiais investigativos que tenho lido ultimamente, o grande protagonista dessas tramas é, nada mais, nada menos, que um fora da lei. Lupin é uma daquelas personalidades que usam de sua inteligência, perspicácia, frieza e, porque não dizer, sorte, para se dar bem em qualquer situação. É uma personagem envolvida em um vulto de mistério, que faz até um dos grandes investigadores ficar de cabelo em pé, por não conseguir por suas mãos nele. Durante esses 9 contos, vamos acompanhando todo o desenrolar das peripécias de nosso protagonista vilão, e as tentativas sempre frustradas do Inspetor Ganimard conseguir prender o grande rei dos disfarces.
“- Simplíssimo. Essa história só vem provar, mais uma vez, que na resolução de um crime há algo bem mais importante que análise dos fatos, observação, dedução, raciocínio e outras baboseiras, e que é, repito, a intuição. A intuição e a inteligência... E a Arsène, sem falsa modéstia, não falta nem uma, nem outra.” Posição 425
Um ponto positivo é a narrativa do autor. Maurice Leblanc tem um grande poder de segurar o leitor em meio a suas páginas, tentando descobrir qual será o próximo passo de Arsène. Além dessa característica, a leveza, fluidez e agilidade também precisam ser elogiadas.
Posso parecer um pouco contraditório com essa afirmação, mas, alguns pontos que me incomodaram foram as situações extremamente fora da realidade. Tudo bem que estamos diante de histórias fictícias, mas não custava nada ter algo minimamente palpável. Lupin tem uma enorme facilidade de sair de qualquer situação embaraçosa. Sem falar na questão de ele ser “café pequeno” em relação aos seus crimes. Em todos os contos, existem outras personagens que se igualam, ou até superam seu nível de vilania, o que faz com que o leitor, muitas vezes, acabe torcendo por ele. E a grande máxima de “ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão” pode, perfeitamente, se encaixar aqui.
“Isso era na época em que Lupin, embora já famoso, ainda não havia travado suas mais formidáveis batalhas; a época antecede as grandes aventuras da Agulha Oca e do 813. Quando, sem pensar em se apropriar do tesouro secular dos reis da França ou de assaltar a Europa nas barbas do Kaiser, ele se contentava com golpes mais modestos e lucros mais módicos, despendendo esforços cotidianos, praticando o mal dia a dia, e bem também, por índole e diletantismo, qual um Dom Quixote que se diverte e se comove.” Posição 61
Em relação a parte gráfica, não há muito o que se falar, pois li em e-book. Posso apenas comentar que a capa é bem legal, e não encontrei erros.
Finalizo a resenha indicando aos amantes de contos policiais com narrativas mais aceleradas, e que apreciem personagens que habitam o imaginário coletivo.