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Perdi o interesse após saber das atitudes transfóbicas do autor. Por causa disso desisti de terminar a leitura do segundo volume de Aristóteles e Dante.
"O mundo não é um lugar seguro para nós. [...] Mas aqui estamos, estamos nele, neste mundo que não nos quer, um mundo que nunca vai nos amar, um mundo que preferiria nos destruir a abrir espaço para nós, embora haja espaço mais do que suficiente."
Aristóteles e Dante são gays, se amam e agora tem que lidar com isso crescendo em um mundo que não é nada receptivo com pessoas como eles e tudo em meio a uma pandemia de AIDS que torna as coisas ainda mais assustadoras.
Enquanto a vida acontece eles vão aprendendo a lidar com seus sentimentos e com os desafios que lhe são apresentados ao mesmo tempo em que se abrem para novos amigos que farão muita diferença em suas vidas.
Meu Deus como eu amo Aristóteles Mendonza, sério, o crescimento desse personagem é sem dúvidas o melhor que eu já vi, do menino insuportável do 1° livro ao jovem adulto compreensivo e sensato, que entende o mundo e as pessoas, foi com certeza a melhor surpresa deste livro.
Dante continua sendo um cristalzinho precioso que merece ser protegido do mundo, apesar de algumas atitudes infantis com birras e brigas que poderiam se resolver com uma simples conversa, principalmente no final do livro, para alguém que ama tanto as palavras parece que elas faltam a Dante quando é mais preciso.
A adição dos novos personagens foi excelente, todos são maravilhosos e acrescentam muito amor e esperança a vida dos protagonistas. E os pais de Ari e Dante com certeza são do tipo que todo mundo sonha em ter, simplesmente esplêndidos.
Deixo aqui um adendo a minha opinião sobre a situação de transfobia do 1° livro, achei que neste volume o autor aprofundaria o ocorrido e mostraria a implicação deste na vida do Ari que justificaria como isso foi escrito. Não aconteceu, o autor teve a oportunidade de transformar isso em algo maior e não fez, manteve-se no erro. Fico triste por isso.
Eu AMO essa história! O primeiro livro foi muito importante pra mim e esse também foi, trouxe muitas coisas importantes e me despertou muitos sentimentos. Eu amei demais!!!
Aristóteles e Dante finalmente assumem o que sentem um pelo outro. Porém, nada na vida dos dois nunca foi fácil e ser gay na década de 1980 é colocar um alvo nas costas. E é assim que chegar esses dois vão passar o verão e o último ano do Ensino Médio, descobrindo como estar juntos e se amar em um mundo que te odeia?
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Eu esperei tantos anos por essa continuação! Quem me conhece sabe que eu sou completamente apaixonada por essa história e quando o Benjamin finalmente anunciou que nos veríamos esses dois novamente eu fiquei bem emocionada e foi assim que mais uma vez Saenz me deixou, com lágrimas nos olhos e um sorriso dentro do meu coração. Eu sempre digo que imagino Ari e Dante já senhores de idade, casados e com netos e eu terminei Aristóteles e Dante Mergulham Nas Águas do Mundo com a certeza que essa não é a última vez que eu vou ver esses dois.
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Benjamin Alire Saenz nos presenteou com um livro mais sombrio narrado por Aristóteles que tem muitas palavras presas dentro de si. Primeiro eu preciso dizer que ter Aristóteles como narrador sempre é um deleite, pois ele consegue ser revoltado e triste e um amor ao mesmo tempo. Depois disso é necessário deixar vocês cientes que esse livro tem assuntos mais pesados como a pandemia da aids, crimes de homofobia, bullying, entre outros mais pesados. A opressão que os personagens sentem aparece bem mais nesse livro.
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A única coisa que me incomodou um pouco é como o Ari ficou meio obcecado pelo corpo do Dante no começo do livro, então eu demorei um pouco a achar que a história andava, mas quando começou a andar foram tantos assuntos abordados e de tanta maneiras que eu ainda estou tentando digerir tudo. Com certeza é um livro que eu vou reler.
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É uma boa continuação que eu espero que não seja a última.
O livro é muito bom foi uma surpresa, super recomendo, agora quero um físico na estante. Se querer uma leitura rápida, esse é o livro.
Li Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo em 2014 e fui totalmente conquistada pela história desses dois garotos que se conheceram quando mais precisavam de um amigo e com o tempo acabaram por se apaixonar.
Eu fiquei muito feliz quando vi que teria uma sequencia da história, quase sempre fico curiosa para saber como a vida de determinados personagens seguiu após uma grande jornada de descoberta e transformação. E fica claro ao ler Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo, que a jornada de Ari e Dante está longe de um fim. Não sei se vai ter um terceiro livro, mas se tivesse, Benjamin Alire Sáenz ainda teria muito destes dois para nos apresentar.
O autor criou dois personagens em eterna evolução, que começam como dois adolescentes desconhecidos e acabam por se tornar importantes demais um para o outro e muito queridos para nós leitores.
É uma história cheia de delicadeza, sensibilidade, poesia e amor. Os livros deste autor são sempre bem profundos em sentimentos, tratando as pessoas e seu coração com muito respeito e dignidade. Sua narrativa é poética, é bela e carrega sentimentos que nos envolvem desde as primeiras linhas. Eu amo o trabalho de Benjamin Alire Sáenz e amo a saga de Ari e Dante.
É uma saga sobre recomeços, perdas, descobertas e, como mencionei, amor. Amor de todas as formas, cercado de bondade, empatia e generosidade.
Houve momentos desta história que sorri muito e outros que me desmanchei em lágrimas. Algo que eu não esperava aconteceu e foi um golpe. Ainda assim, a história não é triste, é muito cheia de esperança e termina de forma que podemos imaginar que Ari e Dante vão poder ser felizes um dia em um mundo que os aceite como são e aceite que amor é amor.
que decepção!
amo toda a poesia do 1º livro, mas nesse aqui só senti momentos repetitivos, forçados e muito mais apressados do que precisava ser. para mim, essa sequência não precisava existir.
Eu estava adiando a leitura, com medo de me decepcionar e de quebrar todo o encanto que o primeiro livro tem, mas hoje me arrependo profundamente de não ter lido antes. Li por horas e horas seguida e nunca me cansava de aridante, sempre queria mais, e mais, e mais, e mais....
Eu não tenho palavras pra descrever o meu amor por essa história.
Eu achava impossível que esse livro me quebrasse mais do que seu antecessor, mas como eu estava errado. Cada parágrafo e cada página lida era um novo aperto no coração.
Dando sequência a Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo, Benjamin Alire Sáenz presenteia os leitores com Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo, uma continuação à altura do primeiro.
A história é sequencial ao final do primeiro livro e assim encontramos Ari e Dante descobrindo os percalços de se manter um relacionamento. Tudo é mais complicado por serem um casal homossexual e vivendo nos EUA da década de 1980, durante a pandemia de Aids.
Sáenz consegue inserir a dose certa de realidade no romance, mostrando que, apesar de ambos terem diversas pessoas ao seu redor que estão dispostas a darem seu apoio, o mundo é cheio de pessoas que se incomodam com a vida alheia e acham que tudo que não se encaixa no seu padrão de normalidade deve ser exterminado. Por vezes, podemos perceber com clareza o quão perturbado Ari fica com tudo o que vê acontecendo no mundo.
Além disso, o autor consegue não deixar que a obra se torne um romancinho bobo, mostrando também os obstáculos que Ari e Dante encontram dentro de sua própria relação. A forma como eles enfrentam esses percalços deixa evidente a força dos personagens e de seu amor um pelo outro.
Em diversos momentos, me senti tocado de tal forma que as lágrimas foram impossíveis de deter. A escrita de Sáenz é emocionante, chega ao coração e ali faz toda sua bagunça, deixando um emaranhado de sentimentos.
Resenha | Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo | @editoraseguinteoficial | 4,2🌟/5🌟
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📄 Oi seguimores, como vocês estão? Hoje é dia de resenha aqui no Cantinho.
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📝 Sabe quando esperamos por anos uma continuação e quando ela é lançada não conseguimos parar até a concluir? Foi assim que aconteceu com Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo.
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📝 O livro começa no ponto que o primeiro termina e neste volume o leitor começa a entender como Ari e Dante enfrentam o primeiro ano juntos. Caro leitor, já adianto que a obra inicia com um aviso da editora e também reforçando a época que o livro se passa e gostei bastante destas duas informações, pois ajuda a contextualizar a história e também entender algumas colocações ao longo da leitura.
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📝 Um ponto que destaco é que o escritor construiu um pano de fundo para este segundo volume, a época que a AIDS se tornava um surto e que nada era feito para tentar contê-la. Por conta desta ambientação, percebemos as dúvidas e os questionamentos de Ari, o responsável por narrar toda a história.
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📝 Através desses pontos pude perceber como foi difícil para ele lidar com sua sexualidade em um tempo onde a homofobia era comum na sociedade e já adianto que não foi fácil, não foi simples fazer a leitura e se colocar no lugar dele. Acredito que o autor soube trazer essa sensação ao longo de toda a narrativa.
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📝 Ademais, em Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo, é possível conhecer mais dos amigos de Ari e também entender como foi difícil para ele se abrir, ao mesmo tempo que essas passagens me emocionaram bastante, ainda mais levando em conta todo o apoio que ele e Dante receberam dos pais. Não tem como não se emocionar com a relação que é passada, pois de fato mostra como o apoio da família faz muita diferença, ainda mais se tratando da década de 80-90.
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📝 Contudo, em alguns momentos senti falta de uma maior conexão entre os protagonistas, principalmente do lado afetivo.
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📝 Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo conclui-se mostrando que precisamos sempre lutar e sermos nós mesmos.
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📖 Livro cedido em parceria com a @editoraseguinteoficial selo da @companhiadasletras.
Eu li Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo no início do ano e admito que foi um dos primeiros romances LGBTQIA+ que li e, por isso, tinha gostado. Porém, Aristóteles e Dante mergulham nas águas do mundo é um livro desanimador. O autor coloca seus preconceitos no livro e não trata temas sensíveis de forma apropriada. Há muitos livros que retratam transfobia sem seres transfóbicos e o Benjamin Saenz fez o contrário disso. É muito decepcionante encontrar livros voltados à comunidade que possuem preconceitos também.
Além disso, utilizar a época retrata como justificativa para isso não é o correto, visto que a forma como isso é discorrido pelo autor não é condizente com uma análise crítica da época, diferente de vários livros em que preconceitos são trabalhados para evidenciar como as falas estão erradas, e não jogados de forma aleatória sem falar sobre como as falas são problemáticas. Enfim, eu agradeço deveras à Companhia das Letras por essa edição e espero que entendam que essa é minha opinião específica, sem nenhuma crítica à editora, mas sim ao autor e ao livro.
Aristóteles e Dante Mergulham Nas Águas do Mundo
@benjamin.alire.saenz| @editoraseguinteoficial
Esse post de hoje foi muito difícil de escrever. Porque é só te um livro que eu esperei cinco anos para uma continuação e agora ela finalmente chegou.
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❝— Eu amo a chuva mais do que tudo.
— Eu sei. Quero ser a chuva.
— Você é a chuva, Dante.❞
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📑 Aristóteles e Dante estão namorando e agora eles precisam enfrentar o mundo. Mundo esse que é preconceituoso e passa por uma epidemia de AIDS que é associada a gays. Ari e Dante, juntos, vão passar pelas descobertas do primeiro amor, primeiras vezes e precisarão se entender para que tenham um futuro.
Aristóteles e Dante Mergulham Nas Águas do Mundo é uma obra que foi muito aguardada por todos os fãs do primeiro livro e, após anos de espera, finalmente temos ela em mãos. Mas confesso que essa leitura me deixou uma sensação um tanto ambígua ao final. Ao mesmo tempo que amei saber mais sobre esses dois que são muito queridos, senti falta de algumas coisas na história.
A história desse segundo livro começa exatamente onde o primeiro termina, não temos uma passagem de tempo entre eles. Ao meu ver, foi exatamente esse o problema, porque Ari apresenta questionamentos e dúvidas que ele não tinha no primeiro livro e sem essa passagem de tempo essas dúvidas ficam meio sem sentido.
Mais uma vez o narrador da história é Aristóteles e como ele muda, sua visão dos outros personagens também acaba mudando e vemos agora uma nova imagem dos personagens, diferente da que tínhamos no primeiro livro.
Ari se questiona a todo momento sobre ser gay, mas ele sabe que, acima de tudo, ama Dante. Dante, por outro lado, não tem esses questionamentos, mas fica a todo momento falando que o bebê que sua mãe espera seja um menino e que ele seja hétero.
Um dos pontos altos da trama, vou ver a aproximação de Ari com o pai dele e com as amigas que ele ignorava antes. Além de uma nova personagem que me cativou bastante. Isso, ao meu ver, trouxe uma leveza a outros pontos da obra que traz um tom mais sombrio da personalidade do protagonistas.
Esse foi o post de hoje, então já salva para não perder e poder ler novamente depois! E agora me diz, você já leu Aristóteles e Dante Mergulham Nas Águas do Mundo?
Aristóteles e Dante Mergulham nas Águas do Mundo é o segundo livro da série de romance LGBT escrito pelo autor Benjamin Alire Sáenz , corresponde a Companhia das Letras no selo da Editora Seguinte, traduzido por Guilherme Miranda. Eu recebi o livro com dois cartões postais mais um marcador em parceria com a editora. Eu comecei a ler assim que chegou pois eu comprei o primeiro livro na primeira Flilpop, eu li e amei. Conheci o escritor pessoalmente até tenho foto com ele e dedicatória.
"Também temos que ser corajosos para mergulhar em águas que podem não ser muito pacíficas."
Na Flipop que estava esse escritor, o Vitor Martins entrevistou ele. O livro contém: capítulos numerados dividido em partes e agradecimentos. Ilustração da capa: Mark Brabant, Preparação: Sofia Soter, Revisão: Renata Lopes Del Nero e Natália Mori Marques.
"Entendi. Você é mais de enfiar a cara nos livros."
Essa obra é continuação do livro Aristóteles e Dante descobrem o universo, nele tem principalmente Amadurecimento, passeios de caminhonete, acampamento, enchiladas e um diário secreto. A vida de Ari mudou totalmente depois de conhecer Dante, novos desafios e jornada eles enfrentarão. Esse livro além de um romance também aborda mensagens sobre amizade, perdas, família, amor, coragem, experiências e representatividade. O livro possui referência de Oscar Wilde.
"Parecia que tínhamos mesmo nos tornado cartógrafos de um novo mundo, mapeando um país nosso e apenas nosso. E embora amar. Ari amava Dante. Dante amava Ari."
Eu gostei muito desse livro, ele me surpreendeu positivamente. Foi uma leitura muito fluída, gostei muito de voltar nesse universo com Ari e Dante e ler a continuação dessa história. Esse livro está disponível em muitas lojas online e físicas e em minha opinião se você gostou do primeiro livro vale com certeza essa leitura e eu indico.
"Ele estava prestes a falar, então o beijei. Acho que para calar a boca dele, mas também porque gostava de beijá-lo."
Antes de mais nada, preciso dizer que seria impossível falar dessa história sem tocar no assunto que recentemente tem rodeado o autor e acontecimentos do primeiro livro. Em determinada cena de "Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo" descobrimos que o irmão de Aristóteles foi preso por ter assassinado uma pessoa trans. No livro é descrito que "a prostituta na verdade era homem [...] era um travesti". E este fato, que é algo importante na narrativa para compor a atuação de personagens da família de Aristóteles, não tem destaque suficiente para ser explorado ou discutido pelas personagens como o crime que é, como um atentado contra a vida de outra pessoa.
Recentemente leitores começaram a notar estes problemas no primeiro do livro (que foi publicado originalmente em 2012) e levaram seus questionamentos até o autor em busca de um posicionamento pelas atitudes transfóbicas. Questionamentos que foram fortemente embasados pela prévia desse segundo volume da história onde, em uma conversa entre os protagonistas, Dante fala "Na verdade, eu gosto de ser um garoto. Ou melhor, gosto de ter pênis." Em meio a isso tudo, o autor começou a bloquear no seu Twitter todas as pessoas que o questionavam. Sobre isso, eu me senti realmente abalado e receoso em continuar lendo histórias do autor. Triste porque eu queria mas sabia que seria errado ler a continuação desse livro que, querendo ou não, foi uma parte importante na minha vida como leitor e autodescoberta como pessoa LGBT. Acabei resolvendo ceder à minha vontade e tirar minhas próprias conclusões sobre o que o autor faria com essa história, que foi publicada agora, quase uma década depois da anterior.
Mesmo tendo relido o primeiro livro pela última vez há mais de 5 anos, senti que a narrativa do autor causou em mim um sentimento de "memória desbloqueada" e fiquei feliz por me reconectar com os personagens de forma tão rápida e natural nessa sequência. Para mim, o romance, os altos e baixos dos protagonistas, foi maravilhoso. Ainda mais pela inclusão de novos amigos nesse círculo íntimo de Ari e Dante (Cassandra, Gina, Susie ❤️). De modo geral, fiquei feliz por ter lido e sentido várias coisas diferentes ao viver por um tempo dentro da cabeça do Aristóteles, que é quem narra a história, escutando os pensamentos obsessivos e autodepreciativos que me faziam querer gritar com ele por ser tão inseguro em relação à tudo! Mas essas coisas me fizeram sentir que ele era uma pessoa real. E eu gostei da experiência, de vivenciar com ele todas as fases de autodescoberta, da autoaceitação, da primeira experiência romântica, do luto e da início da vida em si. A escrita do autor que é um dos pontos mais fortes da narrativa continua bonita e poética e tem a mesma fluidez presente no livro um.
Em relação à transfobia do autor, consegui identificar três momentos importantes em que a grande questão poderia ter sido abordada de forma melhor: a primeira, durante uma carta do diário do Aristóteles onde ele fala [indiretamente] para o Dante sobre a mulher que o irmão dele assassinou; a segunda, quando ele conversa com o irmão sobre o crime; e a terceira quando ele visita o túmulo da mulher.
Em todas as vezes foi interessante ver o Ari se corrigir e tentar consertar o erro da fala transfóbica presente no primeiro livro. Mas, mais do que isso, eu achei que faltou demais apresentar um contexto ou um momento para que ele entendesse onde ele tinha errado na fala dele, que alguém em algum momento o tivesse corrigido e explicado para ele todas essas questões. Poderia ter sido durante uma aula na escola em que algum professor tocasse no assunto. Aristóteles é alguém que está sempre aprendendo significado das palavras, mas o autor não deu a ele a oportunidade de aprender algo importante. Deu pra ver que o autor tentou se retratar de uma forma muito porca e o resultado, com o Ari simplesmente dizendo que ela era "uma mulher transgênero".
É claro que eu não excluo daqui os fatos de que 1) o primeiro livro foi publicado em 2012 e 2) a história se passa nos anos 80. Quer dizer, até mesmo um dia desses ninguém falava sobre essa problemática no livro, sobre a abordagem que o crime devia ter tido. Não quero que meus comentários sejam interpretados de forma errada (como se eu estivesse sendo conivente com as atitudes do autor, porque não estou) e muito menos quero tirar o direito das pessoas sentirem indignação com o posicionamento do autor. Pelo contrário. Resolvi ler esse livro não só para meu próprio entretenimento mas para me certificar de algo, para ter a minha oportunidade de julgar também a história agora, anos depois. E foi exatamente isso que fiz. Consegui ver que o autor tratou a questão da mesma forma que ele há alguns anos atrás, sem explorar nada. O contexto histórico no qual a narrativa se passa é muito importante para a ambientação dos acontecimentos naquela época, mas também serviu para sustentar o fato do autor ter feito vista grossa sobre uma discussão de extrema importância nos dias atuais. Eu acredito que em se tratando de uma obra de ficção, ele tinha e não usou a licença poética de manipular a realidade dos personagens e tentar retratar as coisas de forma melhor.
De modo geral, eu amei a leitura e continuo gostando muito do romance adolescente e dos protagonistas. Queria saber o que aconteceria com os dois e saciei minha curiosidade. Mas apesar de tudo não posso deixar de reconhecer que a minha nota de 5 estrelas fundamentada pelo meu gosto pessoal não me faz ignorar as problemáticas envolvendo o autor e sua narrativa e nem é mais importante do que a luta de grupos marginalizados.