Achei essa leitura difícil e não sei se compreendi todas as partes da história. Fluxo de consciência fortíssimo, algumas vezes com vários períodos juntos e muitas vírgulas, o que me levava a perder a concentração. Um pouco também de realismo mágico e sinestesia, e principalmente a questão da passagem do tempo, que deixa o leitor mais confuso ainda. Mas vale a pena o esforço de leitura, porque gostei bastante. É um livro forte, potente, em que a autora despeja todo o sentimento que uma mulher abandonada deve sentir.

O casamento dos Sweet é só fachada. Há anos ele passou a odiar a esposa, desprezando especialmente sua origem - ela chegou aos EUA em um navio bananeiro. Aliás, que personagem o sr Sweet: um homem folgado e machista que tratava mal mulher e filhos. Já a sra Sweet é só amor: por esse marido, a quem cuida e se preocupa em agradar, aos filhos, ao jardim da casa, aos caderninhos onde anota passagens da sua vida. O filho tem uma ligação com a mãe muito forte, mas a filha não.

Depois de anos evitando a esposa e se escondendo no quartinho em cima da garagem, o sr Sweet se apaixona por uma mulher mais nova e deixa a família. É devastador para a sra Sweet, que nos diz que ser abandonada é a pior humilhação. E o filho, que também sempre foi odiado pelo pai, sofre demais, pelo abandono e pelo sofrimento da mãe.

É impressionante a escrita dessa autora, a capacidade de despertar o sentimento numa leitora que teve dificuldade de ler, e mesmo assim sofreu junto. Gostei muito do livro!