Member Reviews
Tem uma abordagem leve e envolvente que nos faz entender com clareza o s debates postos e a compreensão do raciocínio. Uma ótima publicação e que deve ecoar pelo cenário acadêmico e fora dele.
Eu geralmente começo uma resenha contando para vocês um pouco sobre a sinopse do livro, mas esse é um livro bem diferente e eu acho que é necessário que uma introdução seja feita. Eu já estudo academicamente sobre movimentos feministas desde 2018, são 4 anos de muitas leituras sobre a história do feminismo, reflexões sobre a luta feminina por igualdade, diversos livros famosos e não tão famosos assim e principalmente fugindo de ficar apenas com opiniões de internet acerca do movimento. Durante a pandemia eu li um artigo em espanhol acerca de uma corrente de pensamento relativamente nova que descentralizava a luta feminista e tentava fazer um resgate de lutas de mulheres ao longo do século, mulheres não -brancas, mulheres colonizadas, escravizadas e que não faziam parte do feminismo branco, burguês, colonizador e europeu ou americano. Aquele artigo plantou uma semente que ia além de Mulheres Que Correm Com os Lobos e que queria conhecer mulheres que correram com panteras, com leoas e tantas outras que tiveram sua ancestralidade apagada.
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E foi assim, com essa memória e curiosidade latentes que eu descobri o livro Feminismos da Lucy Delap. Em Feminismos a autora descentriza a história do Feminismo, mostrando lutas de mulheres não - brancas que muitas vezes são anteriores as lutas feministas que ficaram famosas e que são grandes best sellers.
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A autora também traz algumas reflexões acerca das necessidades de cada sociedade e dos avanços feitos por mulheres dentro do que hoje poderia ser considerado banal. Ora, enquanto mulheres estavam lutando por sufrágio na America do Norte, outras estavam lutando ainda pelo direito a não ser mutiladas em outros lugares do mundo. Como podemos falar de um movimento unificado se somos tão plurais? Como falar que o movimento pelo sufrágio feminino começou nos EUA ou na Europa, se antes disso em países periféricos mulheres não - brancas já lutavam lado a lado com homens pelo direito a um país democrático?
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Esse livro é riquíssimo de dados, fatos, historias e principalmente nos leva a refletir sobre a bolha criada principalmente na internet onde parece que apenas alguns livros viraram bíblias. É importante sempre se atualizar, sempre questionar e principalmente não criar ídolos. Todos estamos em constante evolução.
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Eu recomendo demais para quem quer saber um pouco mais sobre a história das mulheres no mundo.