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Lançamento da Editora Seguinte - que cedeu este exemplar em cortesia - Eu Beijei Shara Wheeler foi uma agradável surpresa. É o primeiro YA de Casey McQuiston, que escreveu os aclamados Vermelho, Branco e Sangue Azul e Última Parada. E foi um ótimo primeiro YA!

A história começa com o desaparecimento misterioso de Shara Wheeler, a garota mais popular e querida de False Beach. Chloe Green, no entanto, acha que esse desaparecimento é só fingimento. Ela conhece Shara melhor do que ninguém. Elas são arqui-inimigas na escola; e, um dia antes de sumir, Shara a beijou. Isso tem que significar alguma coisa, certo?

Chloe embarca, então, em uma missão de busca, e acaba descobrindo que Shara deixou para trás diversas pistas em formas de cartas. Talvez, ao fim dessa trilha de migalhas, esteja seu paradeiro, ou o motivo do seu sumiço, ou simplesmente a razão pela qual Shara a beijou.

Eu Beijei Shara Wheeler é uma espécie de Cidades de Papel encontra Meninas Malvadas. E eu adorei! A persona de Shara Wheeler é um enigma durante boa parte do livro, e um enigma no maior estilo Regina George. Mais e mais ela parece ter se escondido atrás da faceta de garota perfeita, deixando que o mundo conhecesse a perfeição para que não descobrisse o seu lado sombrio. E mais e mais Chloe quer desmascará-la.

Chloe, aliás, foi uma protagonista... complicada. Eu gostei e desgostei dela na mesma medida. Sim, estamos falando de adolescentes, e sim, eu entendo que adolescentes têm toda aquela carga emocional gigantesca, vivendo as muitas primeiras vezes, sentindo todos os sentimentos do mundo. Mas a Chloe ainda foi babaca além da conta em muitos momentos.

É compreensível, dada a sua personalidade. E não torna a leitura ruim, de modo algum. Contribui, na verdade. Porque uma personagem estável emocional e psicologicamente não teria movido essa história; teria desistido na primeira carta, porque, honestamente, quem se importa com os enigmas?

Chloe Green se importa. Ela é obsessiva, ela é perfeccionista, ela quer ser a número 1 em tudo. E sua maior rival desapareceu e deixou mensagens misteriosas especificamente para ela - e mais algumas pessoas - decifrarem. Então é isso que Chloe vai fazer, custe o que custar.

Sua jornada é muito de entender seus defeitos e elucidar suas qualidades. Chloe é uma garota abertamente bissexual em uma cidade conservadora e em Willowgrove, um colégio católico ultra-conservador. Ela tem uma família com duas mães maravilhosas que a amam e apoiam muito, mas esse é um cenário único e diferente de tudo que False Beach tem a oferecer. E é aos poucos que Chloe entende seus privilégios e como o mundo não gira ao redor da sua vontade.

Eu Beijei Shara Wheeler não teria funcionado sem sua protagonista obcecada e paranoica, sem sua possível antagonista misteriosa e multifacetada, e sem a imensidão de coadjuvantes maravilhosos que surgem no decorrer da história.

O grupinho LGBTQIAP+ da Chloe é maravilhoso. É plural, e traz personagens que representam diferentes vivências e personalidades de maneira incrível. Casey faz um trabalho excelente em representar a juventude diversificada, em mostrar como, mesmo nessa cidadezinha conservadora e preconceituosa, há tanta gente diferente e incrível. Em como o preconceito oprime, mas não faz desaparecer, porque eles existem e importam e estão ali com sua voz e sua história.

Meus favoritos foram Smith e Rory, dois pontos importantes da história do desaparecimento da Shara. Respectivamente, seu namorado e o encrenqueiro que, pelo jeito, tinha alguma ligação emocional com ela. Chloe não os conhecia mais do que por vista, antes, mas se aproxima deles para fazer a investigação se desenvolver. E acaba percebendo que, ei, eles são gente também!

O fato de a Chloe ser forçada para fora dessa sua bolha de certeza e ego é muito importante para o desenvolvimento da história, e da personagem. E daqueles ao seu redor. Todos eles parecem estar reprimindo alguma coisa; se segurando, escondendo, se silenciando. Porque é o que a sociedade dessa cidadezinha os faz acreditar ser o melhor.

Casey McQuiston trabalha muito bem a questão de como a adolescência é plural e cheia de possibilidades. Mas também de como se molda de acordo com o ambiente, de como é forçada a se retrair para seguir em frente.


Além disso tudo, é um livro muito engraçado. Tem um tom satírico em vários momentos, e em outros diverte simplesmente por fluir muito bem. Casey, aliás, aprendeu a beleza dos capítulos curtos! A narrativa está no seu ápice, também, com tiradas e diálogos rápidos que funcionam bem demais para os personagens.

A tradução do Guilherme Miranda é, como sempre, um suprassumo de perfeição. Eu amo as adaptações, como palavras do cotidiano jovem aparecem para representar os adolescentes; a edição da Seguinte tá a coisa mais linda também.


Eu Beijei Shara Wheeler é um clichê que oferece sopros de ar fresco no decorrer da história. É uma espécie de mistério com comédia romântica com sátira. Traz reviravoltas interessantes, mensagens maravilhosas e sensíveis e um final doce e gentil.

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Esse foi o primeiro livro de Casey que li, mesmo com todo sucesso de "Vermelho, Branco e Sangue Azul" querido por muitos no mundo inteiro.

Senti que o livro tem um público bem direcionado, que são os jovens e adolescentes, então acabei não me conectando tanto com a obra e personagens, mesmo curtindo os personagens e adorando a escrita de Casey, que sem dúvida alguma consegue comunicar super bem as mensagens propostas.

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a garota mais perfeita de false beach, uma pequena cidade conservadora no alabama, simplesmente desapareceu pouco antes da sua festa de formatura do ensino médio. shara wheeler, a filha do diretor da escola cristã. shara wheeler, a mais bela de toda false beach, com notas impecáveis e futura oradora da turma. a não ser, é claro, que chloe green a impeça. chloe green, a garota de los angeles, que tem duas mães e é o contrário de tudo que a cidade em que mora representa. porém, chloe não tem nem tempo de impedi-la: shara wheeler a beija e some, deixando como rastro cartas misteriosas revelando pistas de onde ela pode estar.

eu li “eu beijei shara wheeler” duas vezes. a primeira foi para entender casey mcquinston para além de “vermelho, branco e sangue azul” e a segunda porque eu precisava absorver. eu precisava sentir. eu precisava ser shara wheeler ao mesmo tempo em que ser chloe green gritava em mim. não só elas, como rory e smith, tão afetados pelo fenômeno shara em suas próprias histórias.

a disputa entre as duas meninas vai além do acadêmico, vai além de uma representante de turma em uma formatura. é acirrada, é feroz, é dedicada de corpo e alma e é apaixonante. não tem um segundo desse livro em que eu não senti o quanto uma queria a outra, e não como amigas, de maneira alguma.

a estreia de casey no jovem adulto é completa e perfeita. espero que o próximo livro delu nessa faixa etária seja tão impactante.

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A premissa da história tem tudo para entregar algo legal, mas acabei achando bem cansativo.. No final, as coisas começaram a dar uma animada para mim e eu consegui por fim, engrenar na história. “Eu beijei Shara Wheeler” é uma comédia romântica adolescente, que se passa em uma cidade pequena e conservadora, então temos muito preconceito e intolerância dentro da história. É importante ressaltar que este é um livro com personagens que não são perfeitos, muitas vezes são irritantes e egoístas, mas é direcionado para adolescentes que ainda estão na jornada de autodescoberta se identificarem. Então talvez um leitor mais maduro tenha dificuldade em se envolver com a história

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A dinâmica entre Chloe e Shara é incrível! Eu adorei a maneira como a relação delas se desenvolveu, e como os personagens se entenderam e se completaram. A história foi bem escrita, com uma construção perfeita para os personagens e situações, e o romance foi construído de forma envolvente, me deixando na ponta da cadeira. Além disso, o livro apresenta um casal secundário muito fofo, que eu amei acompanhar. A história é envolvente e prende a atenção com a trama do desaparecimento de Shara e as pistas que ela deixou para trás.

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Se em “Vermelho, Branco e Sangue Azul” existia a dúvida sobre a autora escrever YA ou NA, em “Eu Beijei Shara Wheeler” não há. Casey McQuiston aposta todas as suas fichas no YA e entrega tudo o que se têm direito no gênero: muitos clichês, primeiro beijo, autoconhecimento, referências pop, e por aí vai... com todo um tom leve de se contar história.

A autora tem uma boa escrita, uma narrativa linear e coerente, e consegue prender o leitor com alguns mistérios que introduz na história, como o sumiço de Shara Wheeler, e o motivo para que ela tenha feito isso logo após beijar Chloe (sua “inimiga”) e Rory (o vizinho), mesmo namorando Smith (o quarterback).

O romance entre as garotas fica claro, desde o início, que irá acontecer, mas demora demais a tomar forma e não empolga muito. Por conta disso, principalmente, não criei muito vínculo com as protagonistas. Gostei mais dos personagens secundários, Rory e Smith, e fiquei muito mais interessado na história de ambos – que, entretanto, não é tão detalhada por não ser o foco.

Sendo assim, se destaca muito mais na narrativa a construção das amizades inesperadas entre pessoas de tribos diferentes durante as adversidades. O amadurecimento e descobertas desses jovens ao se permitirem novos laços é lindo de se ver.

Outros pontos fortes da obra é como a autora traz muita representatividade queer com responsabilidade e a forma como trabalha sexualidade de forma leve, o que faz com que muitas pessoas, em especial as mais jovens, consigam se enxergar e se inspirar nesses personagens.

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Eu acho que a representatividade LGBTQIAP+ é o principal ponto alto dessa história. Não foi uma leitura boa para mim, talvez por não estar no público alvo da história, mais middle grade / juvenil, acredito - e totalmente diferente de VBSA, que eu amei.
No entanto, achei legal a forma como a autora inseriu alguns assuntos bem pertinentes com visibilidade para a idade, trazendo a tona discussões importantíssimas.

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Eu beijei Shara Wheeler foi uma experiência nova para mim quando o assunto é Casey McQuiston. Depois de ler Vermelho, Branco e Sangue Azul e Última Parada, nesse livro temos um young adult bem gostoso de ler (e sem as cenas quentes que são tão famosas nos livros du autore).
Eu gostei muito da representatividade presente na história, mostrando que mesmo em lugares muito conservadores a comunidade LGBTQIA+ existe e resiste (mesmo que muita gente prefira fechar os olhos e fingir que não vê, rs).
A ambientação do livro foi muito gostosa de ler, com aquele clima de mistério permeando mais da metade da história e me deixando muito curiosa para saber onde estava Shara Wheeler. A inteligência e perspicácia da Chloe foram contagiantes, mas eu nunca vi uma personagem ser tão movida na base do ódio igual ela!
E falando nisso, a forma como a raiva é abordada ao longo do livro foi muito coerente com a idade dos personagens, retratando bastante o turbilhão de sentimentos que o ensino médio traz.
Em diversos momentos lembrei do livro Cidades de Papel, do John Green, na busca pela Margot antes da formatura, mas em Eu Beijei Shara Wheeler o mistério foi ainda maior, senti que a Shara era quase um acontecimento naquela cidade e mesmo assim ninguém a conhecia de verdade.
A única coisa que não me agradou tanto foi… A Shara Wheeler! Pois é, a personagem que dá o nome à história não me conquistou. Por mais que as motivações dela fizessem sentido, não gostei das atitudes dela e da forma que foi desenvolvida. Mas uma coisa eu tenho que admitir: a coragem das personagens femininas, incluindo a Shara, são impecáveis na história.
Para quem gosta de um enemies to lovers com uma pitada de humor e mistério, vai amar esse livro! E para os fãs de Casey McQuiston: mais uma vez os refrescos!

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Chloe está no último ano do ensino médio e vive em uma cidadezinha ultraconservadora, antes de deixar essa cidade para trás e ir para a faculdade, ela deseja ser a melhor aluna e oradora da turma .. mas que isso aconteça ela precisa ser melhor que Shara Wheeler. São muitas coisas para se preocupar e quando Shara beija Chloe sem qualquer motivo (e some no dia seguinte) a garota fica a beira de um ataque.

Chloe descobre que Shara também beijou outro garoto e depois de invadirem a casa de Shara e achar pistas sobre o que pode ter acontecido com ela, os dois vão falar com o namorado dela para enfim tentar juntar as peças desse mistério.
Shara é conhecida como a menina de ouro do colégio, é filha do diretor e sempre foi "perfeita", mas essa situação coloca tudo sob outra perspectiva. Vemos toda a história pelo ponto de vista de Chloe que está obcecada em ser melhor do que Shara e acaba transformando a história em algo enfadonho e um pouco obsessivo.

Chloe em diversos momentos se acha superior aos outros porque veio da Califórnia e critica muitas atitudes da Shara, mas tem diversas atitudes egocêntricas e até tão ruins quanto a outra.
Eu tentei dar um desconto, pois no livro os personagens são adolescentes, mas além de não conseguir me conectar com a história, a escrita foi enfadonha e do meio para o fim eu só queria terminar a leitura a qualquer custo.

Tem diversos momentos ótimos nessa história como o apoio entre os personagens em situações horríveis, o livro aborda a questão racial e fanatismo religioso; inclusive vale ressaltar aqui que eu gostei muito mais de ver os personagens secundários. A busca pelas pistas que Shara deixou começa bem, mas depois vai ficando chato e sinceramente o final não é muito bom, o relacionamento entre Shara e Chloe é mal trabalhado e me frustrou demais.

Eu amo muito a capa desse livro e a diagramação está linda, é uma pena que eu não tenha gostado da história, mas estou lendo outro livro da autora no momento e estou gostando bastante.
Tentei não dar spoiler sobre o livro e espero que caso você leia a sua leitura seja muito mais proveitosa que a minha!

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Comecei a ler Eu Beijei Shara Wheeler sem a mínima noção do que esperar da história. Não sou muito de ler sinopses, vocês sabem, mas acho esperava algo diferente, ainda que eu não saiba explicar exatamente o quê. No fim das contas fui surpreendida, porque apesar de ser um clichê digno de Sessão da Tarde, Casey McQuiston abordou um tema importantíssimo e muito corriqueiro na comunidade LGBTQIAP+: coexistir em um ambiente conservador.

Na trama, os personagens, incluindo a protagonista Chloe Green, vivem em False Beach, uma cidadezinha no interior do Alabama. O grande problema é que toda a cultura do lugar é proveniente de um fanatismo religioso extremo, então tudo o que foge do padrão "família tradicional" é condenado. Quem cresceu no lugar apenas aceita as "regras" impostas, mesmo sem concordar com elas... Mas imaginem só ser uma pessoa assumidamente bissexual, filha de um casal lésbico, e ter que lidar com tudo isso? É o caso de Chloe Green.

É justamente por causa disso que o que ela mais deseja na vida é terminar o Ensino Médio em Willowgrove — que é, inclusive, um colégio influenciado pela Igreja — com maestria e dar no pé. Aqui no Brasil isso não é assim tão comum, pelo menos nas escolas onde eu estudei, mas nos Estados Unidos o melhor aluno do último ano se torna orador da turma durante a cerimônia de formatura, e esse é o principal objetivo de Chloe. A questão é que a protagonista tem uma candidata à altura: Shara Wheeler, linda, inteligente, popular e filha do diretor, o cara mais crente de False Beach.

Mas eis que acontece algo muito inesperado: faltando pouco mais de um mês para a formatura, Shara simplesmente desaparece. Todo mundo fica surpreso porque Shara é certinha demais para fazer esse tipo de coisa, mas Chloe tem um motivo a mais para ficar desconfiada: exatamente no dia anterior ao sumiço, Shara a beijou do nada. E não só a beijou como parece querer ser encontrada por ela, uma vez que deixou cartões pela cidade inteira dando pistas sobre o seu paradeiro.

O livro praticamente inteiro é essa busca incessante por Shara. Apesar de ser liderada por Chloe, vários outros alunos de Willowgrove acabam se envolvendo por terem certa ligação com Wheeler. Quem já leu Cidades de Papel vai encontrar diversas semelhanças entre os enredos, mas ainda assim acho que Casey McQuiston inovou, principalmente por causa dos personagens que são praticamente todos LGBTQIAP+.

Acho que esse é o momento que vocês pensam: "Uai, mas a cidade não é inteira controlada pelo conservadorismo relegioso? Como assim praticamente todos os personagens de destaque são LGBTQIAP+?" Por motivos óbvios, gente: pessoas LGBTQIAP+ simplesmente existem! A diferença é que a maior parte acaba tendo que se esconder quando vive em ambientes hostis, que basicamente é o que acontece em Eu Beijei Shara Wheeler.

Em False Beach, Chloe é o ponto fora da curva, mas é porque veio de fora. Ela sempre teve o apoio de suas mães, nunca precisou se esconder de fato, e também não sentiu vontade de "voltar para o armário" ao se mudar para estudar em um colégio religioso... Mas o mesmo não pode ser aplicado aos amigos dela, que são obrigados a manter as aparências. Às vezes temos que escolher nossas batalhas para ter um pingo de paz, e muitas vezes isso significa viver nas sombras.

Acho que o principal ponto levantado por Casey McQuiston é como a religiosidade cega as pessoas. Não só os fanáticos, que usam a palavra de Deus para justificar a homofobia, racismo ou qualquer outro preconceito que têm. Shara Wheeler, por exemplo, precisou beijar Chloe Green por um motivo deveras idiota para entender quem ela era, entendem? De uma forma ou de outra, quando a gente cresce vendo esse tipo de coisa, acaba achando que tem algo errado de verdade com a gente, o que é muito triste.

Eu gostei muito do livro por se sentir representada de todas as formas possíveis. Não que eu precise sair por aí dizendo que sou bissexual, mas por muito tempo tive que manter essa informação só para mim por causa de fanatismo religioso. E por mais que as coisas tenham melhorado, acho que aqui no Brasil, por exemplo, a gente sofre demais e perde demais por ter energúmeno em posição de poder que legitima a todo momento usar a palavra de Deus para nos condenar, como se ele mesmo fosse Deus para saber o que é "certo ou errado".

Acabei de perceber que esse texto ficou comprido demais, mas eu ainda quero deixar uns apontamentos sobre a história em si antes de me despedir de vocês. Não esperem um grande mistério envolvendo o sumiço de Shara, se não a decepção vai ser bem forte. Na verdade, acho que os motivos dela foram até banais demais para a grandiosidade da mensagem do livro, mas ao mesmo tempo não dá para esperar muito de adolescente privilegiado, né? Também achei que o romance entre Chloe e Shara acabou deixando a desejar por causa da caçada, que durou tempo demais... E por esse mesmo motivo, achei que os personagens secundários ficaram muito apagados. Queria ter lido mais sobre eles, seus anseios, descobertas, como lidavam com as situações envolvendo sexualidade e identidade, enfim.

Eu Beijei Shara Wheeler foi meu primeiro contato com Casey McQuiston, mas já consegui entender porque todo mundo gosta tanto dela: ela ajudou a tornar nossos sonhos reais ao trazer para o nosso universo esses clichês impossíveis que só víamos com pessoas heterossexuais, e sou muito grata por isso.

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|| Eu Beijei Shara Wheeler
@casey.mcquiston | @editoraseguinteoficial

❝Ame Deus em primeiro lugar, ame Shara Wheeler em segundo.❞

📑 Chloe é uma das melhores alunas de Willowgrove, mas, diferente de Shara Wheeller — sua rival —, ela sempre ficou em segundo lugar. Chloe só tinha um objetivo, ganhar de Shara e ser a oradora na formatura. Mas sua rival some um mês antes da formatura e lhe deixa várias cartas. Agora Chloe só tem uma opção, achar Shara e provar que ela nunca foi boazinha.

Mais um livro da Casey Mcquiston que eu leio e termino encantada com a história que ela criou. Quando comecei a ler esse livro eu não sabia muito sobre o que esperar, pois não tenho o hábito de ler sinopse - sim, eu julgo o livro pela capa -, e a autora não me decepcionou.

Eu Beijei Shara Wheeler é um romance YA contado em dias que faltam para a formatura e dias desde que Shara sumiu. Assim, saímos numa caçada junto com Chloe, Smith e Rory para encontrar Shara. Mas o que ninguém imagina é o rumo que as coisas tomam e percebemos que ninguém é totalmente bom, assim como ninguém é totalmente ruim.

Durante a busca pelo paradeiro da menina, Chloe, Smith e Rory começam a ver um novo lado de Shara que eles não conheciam e um novo lado de si mesmos. Mas Chloe é a última a perceber isso e a forma como ela acabou percebendo isso me incomodou um pouco, pois foi, na minha opinião, um tanto corrido demais.

Casey McQuiston aborda assuntos delicados, como: religião, preconceito, família, entre outros assuntos, de forma sensível e leve. Apesar do início da história não ter a mesma fluidez dos outros livros da autora, é impossível começar a leitura e não querer saber o verdadeiro paradeiro de Shara Wheeler.

Eu Beijei Shara Wheeler é uma história que vai agradar aos leitores que buscam uma história diferente e com muita representatividade.

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“Eu beijei Shara Wheeler” não é absolutamente nada do que eu pensei que fosse. Claro, eu tinha lido a sinopse, mas quando a li, a primeira coisa que pensei foi que me lembrava muito de “Cidades de Papel” do John Green e eu até comentei isso com a Vi na época que vi a sinopse, então eu confesso que estava com um pouco de medo de pegar o livro e ler e me decepcionar, porque quem me conhece sabe que eu sou uma verdadeira cadelinha da Casey.

Bom. Fico feliz por estar enganada. Primeiro porque não só me decepcionei, como eu estou completamente APAIXONADA por essa história. De verdade. Eu amo muito “Vermelho, Branco e Sangue Azul” e “Última Parada”, mas esse livro me pegou de uma forma que eu não conseguia parar de ler ele porque eu precisava terminar, tão obcecada quanto a própria Chloe Green.

E é aí que eu vou começar.

Chloe Green está no último ano do ensino médio de uma pequena cidade e é uma das poucas pessoas que moram lá que é assumidamente lgbt. Então as pessoas conservadoras da cidade já levam isso como um “motivo” para pegar no pé dela e por isso ela resolve ligar um dane-se bem grande e decide que, se é para incomodarem ela, ela vai dar motivos. Então Chloe, apesar de ser uma aluna com notas excelentes – o que ninguém pode usar contra ela, vive se metendo nas mais diversas confusões.

Do outro lado está Shara Wheeler, que é basicamente o oposto. Shara é um anjo, é uma garota que é absolutamente adorada por todos, a cidade inteira agindo como se ela fosse uma santa e a única pessoa que não acredita nesse ato de bondade nem por um segundo é Chloe. Chloe e ela vivem competindo pelo primeiro lugar da turma e, o que as duas mais querem, é serem as oradoras da formatura da turma delas.

O problema é que, justamente pouco tempo antes da formatura, Shara encontra com Chloe em um canto da escola, a beija na boca e simplesmente desaparece. Não só desaparece como deixa a cargo de Chloe juntar os pedaços de informações que ela deixou, que vão guiar direto até onde ela está. Assim Chloe, com a ajuda de Smith e Rory (que são: o namorado de Shara e um vizinho dela, que também foi beijado por ela antes dela desaparecer), começa a investigar para descobrir onde a garota foi parar.

No meio de um monte de pistas desconexas, que só serve para deixá-los mais confusos – e os dois garotos, aparentemente apaixonados por Shara, meio magoados, tudo que Chloe quer é encontrar a garota porque não quer ser uma oradora porque a outra desistiu e porque quer provar para todos que ela não é o anjo que diz ser e isso a deixa bem obcecada, a ponto de colocar em risco tudo que ela conseguiu até ali.

Chloe definitivamente não é a mocinha que eu estava esperando. Ela não era, como em outras mídias, obcecada com Shara porque achava que ela era uma mulher linda por quem ela estava apaixonada ou porque achava que elas estavam destinadas a ficar juntas (esse é o papel de Rory, mas já chego lá). Tudo que ela queria era apenas desmascarar Shara e por isso estava atrás da outra, não por um amor não correspondido.

Assim como Shara também não era nada do que eu pensava primeiramente. Conforme o livro vai passando, nós vamos vendo mais dela – mas não vou falar como essa história entre as duas se conclui não, isso é algo que merece ser lido no livro mesmo.

Smith e Rory também me impressionam bastante no decorrer do livro. Um porque, apesar de parecer, não é o “típico garoto jogador de futebol” que vemos sempre e que é um grande idiota. Ele tem uma personalidade maravilhosa e é um dos meus personagens favoritos. E aqui que Rory entra, sendo o contraponto dele em algumas partes: de início ele parece ser o carinha atrás da garota impossível, mas depois nós vemos que tem muito mais nessa história do que nossos olhos nos mostram primeiramente.

Todos os relacionamentos nesse livro me agradaram em todos os pontos: desde as amizades até os namoros, é tudo muito bem escrito pela Casey, como sempre – em VBSA, o relacionamento de Alex e Henry é o maior ponto e em Última Parada, isso se engrandece com o relacionamento de amizade que August cria com seus colegas de quarto, então em “Eu Beijei Shara Wheeler” parece que sobe um nível ainda maior. É tudo muito apaixonante.

E, com isso, eu não posso deixar de elogiar novamente, como em todas as outras resenhas da Casey, a tradução feita por Guilherme Miranda. Ele sempre manda muito bem nas traduções e é obvio que aqui não foi diferente, sabendo “abrasileirar” nas horas certas e usando piadas – e pronomes neutros também, quando necessários, fazendo a leitura ficar ainda mais recheada de coisas que nós adoramos.

Além disso tudo, não posso deixar de pontuar que, mais uma vez, Casey fez um livro MARAVILHOSO e cheinho de representatividade como ela sabe muito bem fazer.

Não tem absolutamente nada que eu não tenha gostado nesse livro, de verdade. O plot, os personagens, os relacionamentos, tudo é muito bem feito, nos entregando romance, drama, um pouco de clichê, alguns tropes românticos (não vou falar quais porque isso também entrega bastante do plot) e quando termina você sente aquela sensação gostosa de felicidade de ter lido algo tão bom e tristeza ao mesmo tempo, porque você queria bem mais daquele mundo, daquela história e daqueles personagens.

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Eu ameei tudo !

O livro é bem escrito do começo ao fim e a construção dos personagens é muito rica.
Amei a aura de mistério que envolve a trama, toda a representatividade trazida, bem como as críticas presentes no texto.
Postarei minha resenha em breve no @tiakahresenha.

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Eu beijei Shara Wheeler é um livro de romance LGBTQI+ que foi escrito pela Casey McQuiston autora de Vermelho, Branco e Sangue Azul , corresponde a Editora Seguinte, traduzido por Guilherme Miranda. Eu recebi o livro na Biena do Livro em parceria com a Editora Seguinte mais um envelope com carta, adesivos, ecobag e pôster de Heartstopper.

"Ela não precisa se perguntar o que Shara enxerga nele." p.105

Esse livro contém: dedicatória, nota da autora, capítulos numerados com horas desde que Shara Wheeler sumiu e q
uantos dias faltam para formatura com conteúdo e agradecimentos.

"Estou apaixonada por um peru-pato-frango monstro. " p.304

Essa obra é sobre Chloe Green que está um passo de terminar o Ensino Médio, Shara Wheler é muito popular, ela é considerado melhor aluna e orador da turma. Faltando um mês para formatura Shara Wheeler desparece, e antes disso ela tinha beijado Chole Green sem explicações. Ela deixa pistas cartões pela cidade e assim Chloe fica tentando seguir essas pistas junto com um pessoal revelando uma personalidade desconhecida de Shara Wheeler.

"É meio que um saco que ela seja a única que veja dessa forma." p.163

Eu gostei muito desse livro apesar do final ter achado previsível foi um livro incrível pois amei a premissa com os cartões na busca da Shara Wheeler, é um livro bem legal e foi uma leitura bem fluída. Um dia também pretendo ler Vermelho, Branco e Sangue Azul também, achei bem interessante a carta para ler no final é o segundo livro da Editora Seguinte assim o outro foi Enquanto não te encontro do Pedro Rhuas. Esse livro na nota da autora avisa que tem elementos de trauma religioso e homofobia, aviso para consultar o CVV esse aviso é muito importante, além de ter muita representatividade LGBTQI+, é um ótimo livro e eu indico.

"Chloe inspra fundo ao clicar para abrir." p.55

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