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Esme é uma garota vietnamita que trabalha duro para ajudar sua família. Num dia aparentemente comum, uma senhora lhe oferece uma solução imperdível: ir para os Estados Unidos e seduzir seu filho para que se case no prazo do visto de turismo. Dessa forma, a mãe desencalharia o filho e Esme teria oportunidade de vida para sua mãe e filha. O problema é que Khai não quer casar. Ele acredita que não consegue vivenciar tristeza ou amor, então jamais poderia prender uma pessoa em um relacionamento dessa forma. Além disso, devido ser autista, lidar com outra pessoa em sua casa e rotina é um tanto complicado.
Quando Esme chega aos Estados Unidos, Khai não tem outra escolha a não ser abrigá-la, mas, em sua cabeça, são só três meses. Ele pode mantê-la lá e depois se despedirem normalmente, sob o trato que sua mãe nunca mais o importunaria. Contudo, a medida que Esme vai se infiltrando pouco a pouco, Khai percebe que talvez não seja tão fácil assim ficar imune a ela.
Esse livro foi simplesmente incrível. Helen Hoang traz profundidade em vários níveis que vão além do romance. Temos aqui a história e a dificuldade dos vietnamitas, assim como a luta de um imigrante na América, o livro também aborda a representatividade do transtorno do espectro autista no personagem do Khai, além de relatar o luto dentro do TEA. E dentro de todas essas nuances que a autora escreveu, ela ainda conseguiu em cada página nos presentear com um romance bem desenvolvido e vários trechos divertidíssimos.
Eu estou encantada. Já havia gostado do livro anterior da série, mas esse me pegou de jeito. Entrar na mente de Khai e como ele não conseguia entender suas próprias reações e sentimentos mexeram muito comigo. Além disso, enquanto tudo acontecia, a força da personagem da Esme me tirava o fôlego. Ela é uma garota doce que teve uma filha cedo e está disposta dar o seu sangue e suor para superar todos os obstáculos que aparecem à frente. Ainda que ela tivesse a opção de se casar com Khai em perspectiva, gostei muito que em todo o tempo a autora expôs a personagem correndo atrás das suas vitórias, como trabalhar e estudar por conta própria.
A única coisa que senti falta foi da revelação da filha dela ter se dado antes, eu gostaria de saber como o Khai lidou com isso e ver a interação dele com a menina. Contudo, não posso negar que amei como as coisas se concluíram, mostrando outras alternativas para Esme e deixando o amor livre de qualquer obrigação.
Antes de concluir, preciso confessar meu amor pelo personagem do Quan e o quanto ele foi essencial e perfeito nesse livro. Só me fez ter ainda mais anseio pelo livro dele. Nota também para a cena do Khai, Quan e Michael após a primeira vez dos personagens principais. Foi de longe uma das cenas que mais ri nos livros.
Talvez seja algo incomum de se citar nas resenhas, mas uma das coisas que mais gosto também ao ler Helen Hoang é sua Nota da autora. Acho especial ver como ela construiu o livro e o quanto significou cada percurso até a conclusão final. Saber que a Esme cavou sua própria historia até na hora de se tornar a principal desse romance, só me fez amá-la ainda mais.

My vive uma vida muito difícil no Vietnã, tendo que sustentar a filha, mãe e avó. Quando ela recebe a proposta de ir para os Estados Unidos não pensa muito e responde sim. Mas, ela terá que conquistar Khai em três meses para poder se casar com ele e conseguir se manter na América.
Khai é autista. Não vou entrar em uma descrição do que é o autismo, mas já tivemos um pouco disso no livro Os números do amor. A autora falou em uma nota que a síndrome se comporta de formas diferentes no homem e na mulher, e que as mulheres conseguiam mascarar em alguns casos. O que me fez acreditar que no homem é bem mais intenso. E é isso que vemos no Khai.
Inicialmente pensei que a mãe de Khai não iria contar quem era My, que começa a ser chamada de Esme, mas ela foi bem clara com o filho e disse que trouxe a mulher para que ela se casasse com ele. Esme acaba tendo que viver sob o mesmo teto que Khai e as interações no começo são bem ruins. Devido ao autismo e Esme não saber disso, Khai fica muito incomodado com algumas atitudes dela.
A leitura é bem gostosa, apesar de ter ficado angustiada em várias momentos da história. A mãe de Khai não ter contado sobre o autismo para Esme foi um dos pontos que mais me incomodou. Ela estava ali para conquistar ele e se casar, acho que uma ficha completa sobre o cara era importante.
No prólogo mostra um acontecimento que faz Khai acreditar que não é capaz de amar alguém. Então, é óbvio que é difícil para ele chegar à conclusão de que está se apaixonando por Esme. Mesmo com o início nada promissor, ao começarem a se comunicar eles acabam se entendendo cada vez mais. Mostrando como a comunicação é importante numa relação.
Foi muito fofo ver o Khai desenvolvendo sentimentos pela Esme sem entender o que estava sentindo. Acreditando que ela era apenas um novo vício. Mas ao mesmo tempo foi doloroso ver Esme querendo uma declaração de amor e ele não acreditava que a amava.
O livro é bem mais do que um romance, mostra a auto descoberta dos personagens. Tanto em relação a sentimentos como a desejos escondidos em cada um.
A história não me envolveu como o livro anterior da autora, mas é uma boa leitura. Recomendo!