Member Reviews

Thank you Netgalley and the publisher for providing me with a copy of this book for review, all opinions are my own*

Eu não imaginava que ia gostar tanta ass desse livro mas tô muito feliz que fui surpreendida positivamente.
Essa é uma história que vai te conquistando aos poucos,acho que o fato dela se passar no Brasil e ter tanto da cultura e do cotidiano brasileiro nela fez com que eu gostasse ainda mais da história.
A história em si é maravilhosa, eu amei a mistura de ciências com meio ambiente e ao mesmo tempo política. Acho que a autora fez um trabalho incrível construindo essa história.
Eu tive uma ótima experiência de leitura, foi uma leitura até rápida de tanto que a história ia me envolvendo, no final eu não consegui parar de ler pois só queira saber como ia acabar.
Pra mim esse é um livro muito bem feito e eu super recomendo.

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Diana vê fenômenos estranhos e, quando tenta falar sobre eles, acaba achando que está louca. Quando a coisa fica séria, recebe o apoio de amigos que vêm as mesmas coisas e acaba se envolvendo em uma trama de segredos científicos, espionagem e morte.

O grande mérito da autora é a criação de personagens interessantes. Diana e os irmãos Thiago e Miguel me cativaram, os demais personagens também são bacanas. Outro ponto positivo do livros são as reviravoltas bem construídas.

Por outro lado, o texto carece de uma boa revisão. Há vários erros, especialmente de colocação pronominal. Que a autora os cometa é uma pena, mas é bem ruim que não sejam corrigidos pelo revisor. Ainda quanto à escrita, as mudanças constantes de pontos de vista são confusas e quebram o ritmo de leitura. Melhor teria sido um narrador onisciente.

O livro passa por várias questões importantes e, no geral, faz isso muito bem, mas em certos momentos falta contexto para os comentários e eles acabam soando panfletários.

Tudo bem pesado e bem medido, é um bom livro de fantasia, gênero em que a literatura brasileira contemporânea é pobre. Carol Chiovatto está acima da média. "Porém Bruxa" é melhor, mas "Árvore Inexplicável" é bom.

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Esse livro foi uma surpresa vamos dizer assim, eu não tinha dado a devida atenção a ele, só tinha visto o título sendo falado, quando recebi o livro, fiquei maravilhado com a capa dele e imediatamente a sinopse dele me fisgou, eu nem pensei duas vezes e logo estava imerso na leitura.

Esse foi o meu primeiro contato com uma obra da Carol Chiovatto e que surpresa gostosa foi essa leitura, a escrita da autora é fluida e me prendeu a leitura do começo a fim, adorei o desenvolvimento da história, os personagens são todos muito cativantes e bem desenvolvido e claramente não posso esquecer de exaltar a genialidade dela ao criar os elementos fantásticos presentes no livro que de tão bem trabalhado parecem até reais.

Diana é uma protagonista com um desenvolvimento tão bom que é basicamente impossível não gostar dela e muitas vezes se identificar com seus dilemas e dificuldades da vida, ela me cativou do início ao fim da história com seu caráter, curiosidade e resiliência. O desenvolvimento dos outros personagens me deixou muito satisfeito, o livro tem uma quantidade boa de personagens com destaque na trama e eles não foram postos lá apenas para ocupar espaço, cada um tem uma função e objetivo na história.

Eu amei essa leitura de uma forma que não esperava, ela me pegou totalmente desprevenido, já que eu não sabia exatamente o que esperar dele, adorei as reviravoltas, todos os mistérios. A história é contada durante o período da pandemia, achei muito interessante a escolha da Carol em inserir a pandemia no livro e usá-la de forma tão eficaz e coerente para o desenvolvimento do livro, ainda é possível ver a importância e destaque que a autora dá para a preservação do meio ambiente e a necessidade de investimento na ciência no Brasil. Sem dúvidas Carol entrou em meu radar de autores que preciso ler mais obras e mal posso esperar por isso.

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Árvore Inexplicável, da Carol Chiovato é uma fantasia urbana que se passa em São Paulo. Nela, conhecemos Diana, uma jovem universitária que tem a habilidade de ver um fenômeno estranho: uma névoa colorida próxima a teias de aranha em árvores. Isso desperta sua curiosidade e faz com que ele busque explicações. Até que um dia Diana conhece alguém que parece ver o fenômeno também. Após alguns percalços ela questiona a própria sanidade e muita coisa começa a desandar em sua vida.

Árvore inexplicável foi uma leitura que me deixou com um sorrisinho bobo nos lábios durante várias passagens. Com um romance que torci para dar certo logo de cara, muita cena de ação de tirar o fôlego, traições e cheio de reviravoltas! O livro se passa no fim de 2019 e boa parte de 2020 e Carol inclui a pandemia na trama. Ela faz isso de tal maneira que inclui uma dose extra de tensão e torna a trama real, apesar dos elementos fantásticos da história. Com muitas alfinetadas ao governo e realidade do país.

Eu já tinha gostado muito de Porém Bruxa e Senciente Nível 5, também da autora, mas Árvore Inexplicável me conquistou de tal maneira que entrou fácil pra minha lista de livros favoritos da vida!

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Eu amei a leitura, me tirou de uma ressaca de meseeees. Gostei da construção dos personagens, achei eles bem reais, com camadas, ninguém perfeito, e gostei de que as atitudes tem consequências

Eu adorei a relação de confiança entre irmãos, mas que são reais, tem suas dificuldades e problemas mas também tem amor e companheirismo, principalmente Tadashi e Yoko.
Acho que não tive dificuldade com nenhum aspecto mais teórico científico da história, sinceramente se teve algo que não saquei só ignorei e segui em frente pois não atrapalha em nada a história.
Eu amei as cenas de ação, me deixaram super ansiosa pra ler logo, a cena no prédio da Diana foi o ápice pra mim.
Achei a inserção de personagens LGBTQIA+ bem natural, não achei forçado ou estereotipado, gostei de ela não ficar tentando explicar oque é oque, só seguiu a narrativa.
E eu quanto ao final, acho que eu esperava que acontecesse algo do tipo, mas NUNCA imaginei que seria desse modo que isso ia acontecer. De modo geral curti a história e o final ❤️

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Este livro me instigou do começo ao fim, cada página que passava mais apaixonada eu ficava. A magia desse livro aí mesmo tempo tão comum para livros de fantasia e tão original. Foi usada de uma forma crível e encantadora. O romance do livro está na dose perfeita nem com um gostinho amargo de quero mais e nem aquele gosto de que o casal tomou todo o enredo. Me apaixonei por cada personagem, me senti dentro do grupo deles, amiga de cada um. No final ainda me sinto dentro dessa história como se tivesse vivido isso e é algo que somente os livros podem proporcionar e apenas uma boa leitura te conecta tanto ao ponto de sentir como se tudo aquilo fosse real.

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Nota: 5/5⭐+❤️

Uma fantasia urbana com um toque de ciência! Foi com essa essência que o livro me conquistou!
“Árvore Inexplicável” se passa em São Paulo, e nessa história conhecemos a Diana, uma universitária que desde jovem enxerga uma misteriosa névoa colorida próxima a árvores em diferentes ocasiões. Ela nunca soube do que se tratava essas ocorrências, já que, aparentemente, é a única a vê-las. Até que, de uma hora para outra, ela tem sua vida mudada completamente. Segredos são revelados, traições vindas daqueles que ela mais ama, e descobertas de informações que valem vidas, tudo isso se desenvolvendo no início da pandemia.

Já de primeira fui cativada pela atmosfera mágica e ao mesmo tempo realista criada pela autora. Os personagens são muito bem trabalhados, me apeguei e amei a força da amizade entre eles! Até fiquei em negação com algumas cenas evolvendo personagens queridos, precisando pausar a leitura para retomar depois de tomar um ar, então se prepare! Apesar das cenas intensas, tiveram momentos bem divertidos em que dei risadas (me identifiquei com uma fala da Yoko 🧚🤭). Temos migalhas de romance muito bem colocadas, que não tiram o foco da história, mas a complementam perfeitamente.

O envolvimento da ciência foi a cereja do bolo! O pessoal que ama a área biológica vai se apaixonar! E aqui percebemos o cuidado que a Carol teve em dedicar uma parte em pesquisa para escrever esse livro, trazendo um ar mais realístico para essa fantasia.

Essa leitura foi extremamente visual pra mim. Eu consegui imaginar cada detalhe na minha cabeça. Inclusive, as cenas de ação são um sabor! A descrição da árvore inexplicável é precisa (a árvore inspiração para a árvore citada no livro é real e fica no Ibira, tô morrendo de vontade de ir conhecer).

Recomendo pra quem está procurando uma leitura com muita tensão, discussões éticas e ambientais, representatividade LGBTQIAPN+, fortes amizades, e com um boy pesquisador (que roubou o meu coração). Enfim, não posso falar mais pra não dar spoilers, mas se prepare para criar várias teorias durante a leitura.

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O novo livro de Carol Chiovatto é fenomenal. Com uma narrativa instigante, fluida e mágica, "Árvore inexplicável" me surpreendeu ao debater temas como o poder da educação, a necessidade de investimento na ciência brasileira, a inteligência animal e o respeito pelo meio ambiente. É facilmente uma das minhas melhores leituras do ano!

A sinopse é vaga — e é bom que seja assim, porque quanto mais descobrimos o que está em jogo, mais complexo o livro fica. A primeira parte se lê quase como uma ficção contemporânea, acompanhamos a vida atarefada de Diana e o círculo de amizade dela. Na segunda parte, descobrimos as particularidades de todo o mistério que o livro traz desde o capítulo um. E na terceira e última, é dedo no c* e gritaria!!!

Já era fã da autora pelos ótimos "Porém bruxa" e "Senciente nível 5", mas "Árvore inexplicável" me conquistou de um jeito diferente. Não acho que o livro é perfeito do começo até o fim, mas ele é inovador e interessante o bastante para que as discussões sobre fauna, flora e educação me conquistassem ao ponto de mais nada importar. É visível como os assuntos são importantes para a Carol, e não tem nada melhor do que ler uma pessoa defendendo apaixonadamente aquilo em que acredita.

Me apeguei aos personagens de cara, fiquei maluco para conhecer a tal árvore inexplicável em São Paulo, senti o coração bater forte durante as cenas de ação e sai da leitura interessado em ler alguns títulos de não ficção que conversam com o tema do livro.

Espero que esse livro seja um sucesso e ganhe muitos prêmios, porque ele merece toda a atenção! Recomendo DEMAIS (inclusive já quero reler agora).

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Infelizmente eu não tenho maturidade para fazer uma postagem racional depois de terminar de ler esse livro, sabe? Tudo que eu quero é chegar aqui e dizer: comprem e leiam Árvore inexplicável!

Mas, OK, acho que não posso só fazer isso.

Desde jovem, Diana enxerga clarões em algumas árvores e teias de aranhas, algo que ela chama de ocorrência. Quando ela percebe que talvez não seja a única a enxergar o fenômeno, decide ir atrás de algumas respostas.

Lendo Árvore inexplicável você vai você se apegar a cada um dos personagens – e que personagens! - vai passar por cenas de ação cada vez mais empolgantes e enlouquecer com os plot twists absolutamente inesperados (alô parte 3!) que vão te fazer virar a noite lendo.

Ouso dizer que ninguém escreve São Paulo como a Carol e é sempre uma delícia ler minha cidade em suas narrativas (a primeira vez foi em Porém Bruxa) e me sentir representada na raiva, indignação e alegrias também - por que não? - dos personagens. Talvez eu nunca mais olhe para os cenários do livro do mesmo jeito de antes.

Preciso deixar registrado aqui também o feito que Carol conseguiu ao unir pesquisa/ciência com ficção de forma que tudo funcione bem, sem infodump para o leitor. Para melhorar, a história é tão fresca, tão atual, que se passa durante 2020, sim, durante a pandemia de Covid-19 e sim, isso aparece na narrativa, assim como outras questões tão atuais e urgentes da nossa sociedade. É uma passadela no meio de uma narrativa de ficção? Sim, mas quem disse que não é o suficiente, né?

Enfim, eu nem sei como consegui me surpreender com esse livro se não tinha como esperar outra coisa além de excelência da Carol, sabe?

Compre e leia Árvore inexplicável.

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Eu não sei nem por onde começar a comentar esse livro. Eu amo a escrita da Carol e já tinha lido os outros dois romances dela, portanto sabia o que esperar da escrita, mas Árvore Inexplicável ainda assim me surpreendeu e se tornou meu livro preferido dela.
Se às vezes foi uma leitura que doeu, é justamente pelo fato de ela conseguir traduzir a realidade brasileira na obra e refletir sobre nossos problemas de uma forma que não fica forçada. A vontade era entrar nas páginas e reclamar de tudo junto com os personagens.
Boa parte da história se passa durante o início da pandemia, portanto, às vezes foi difícil reviver os momentos mais difíceis que nós passamos, mas em certo ponto o ritmo acelera e o enredo fica mais direcionado à parte fantástica da trama que, aliás, também é muito boa, já que os elementos fantásticos são interessantes e têm relação com a nossa realidade.
Os personagens e as relações entre eles também são bem trabalhados. As atitudes e decisões erradas ou problemáticas são tratadas como tal, e ela sempre toma o cuidado de não romantizar atitudes possivelmente tóxicas.
A verdade é que, se houve algo em algum momento que eu pensei que poderia ser melhor, ficou perdido em meio a todos os pontos positivos, e eu nem lembro mais o que foi!
Obrigada ao NetGalley e à editora pela disponibilização da cópia digital.

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O livro Árvore Inexplicável é uma fantasia urbana que se passa em São Paulo há alguns anos atrás e é pautado por todas as transformações que o mundo passou nesse período. É sempre revigorante ler uma fantasia que se passa em um contexto próximo de nós. Mesmo não morando em São Paulo, e conhecendo pouco a cidade, as referências culturais e sócio-políticas conversam com todo o país e criam uma sensação de proximidade e de pertencimento com a história.

A escrita da Carol Chiovatto é uma delícia, super fluída e os pontos de tensão te fazem querer não parar e ler mais e mais até o final do livro. Faz muito tempo que um livro não me empolgava tanto a ponto de ficar lendo até às 3 da manhã e só não virar a noite lendo por não conseguir mais manter os olhos abertos.

O final deixa algumas coisas em aberto, o que não é um ponto negativo, pois dá margens para pensarmos o futuro dos personagens e para desejar uma continuação da história!

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Esse livro me deu tantos sentimentos e foi uma experiência tão intensa que precisei respirar para escrever essa resenha. Foi uma experiência forte em todos sentidos porque “Árvore Inexplicável” é um livro tão maior do que a sinopse entrega. Um livro que se passa em uma cidade que eu particularmente adoro (sim, eu adoro São Paulo) e que tem alguns pontos altamente fortes, mas também tive um pouco de problema com o ritmo da leitura. O que eu quero que você tenha em mente, já ao abrir esta resenha, é que a escrita da autora, Carol Chiovatto, é realmente muito, muito boa – boa a ponto de você não conseguir parar de ler, além de desenvolver bastante os relacionamentos. Quando a Editora Suma me ofereceu a leitura do livro antecipadamente, eu vibrei com a oportunidade e me programei para lançar esta resenha hoje, o dia que o livro é oficialmente publicado.

Ainda entrego uma coisa que foi bastante importante para mim e que causou impacto direto na minha leitura: o livro se passa no começo do confinamento da pandemia. Eu não sabia disso antes de me jogar por completo na narrativa e senti um aperto no peito ao relembrar o começo de tudo que ainda estamos passando com a pandemia. Carol ainda apresenta a cidade para quem não a conhece e fiquei fascinada pela cidade que já existe e o livro me apresentou, e mais ainda ao entender que as localidades do livro são reais, o que me faz pensar em visitá-las quando estiver em São Paulo uma próxima vez. Dito essas linhas gerais, vamos ao que realmente interessa: a trama de Diana!

Diana é uma jovem que luta por uma chance de ter uma vida melhor. Vindo de uma família não estruturada, ela está prestes a se formar em história na USP e mesmo eu, que não moro em São Paulo, entendo que a USP está terrivelmente longe de Guarulhos, cidade da grande capital. Ela ainda trabalha e passa horas por dia em conduções públicas, a transformando em uma jovem como tantas outras que batalham e acordam muito cedo todos os dias em busca de um futuro estável. Nesta procura por uma vida melhor, Diana mal tem tempo de conviver como gostaria de com seus amigos – entre eles Tiago, sua namorada Yoko e o irmão dela, Tadashi. Logo no começo da trama, Diana vê algo que ninguém mais vê: mais uma experiência de névoa próxima de árvores antigas, os quais aprendeu a chamar de “ocorrências”. Com o tempo, já como vê essas aparições desde sempre, a jovem começou a anotar todas aparições – e é assim que vê um jovem que também aparentemente viu o mesmo que ela, em um quiosque da USP. Logo depois, ela descobre que o jovem se chama Miguel é o irmão mais velho de Tiago, seu amigo.

Sentindo que enfim pode ter a confirmação de que mais pessoas viam o que, até ali, somente ela via, ela aceita uma carona dos irmãos para conseguir conversar com o rapaz, que, para sua total decepção, parece não ter visto nada. A vida continua acontecendo e o envolvimento dos dois parece inevitável, já como Miguel é um cara aparentemente legal e que está afim dela. O grupo de 5 amigos parece firme e forte, até que Diana descobre que, na verdade, todos estão mentindo para ela – e é aqui que eu paro de falar da trama porque obviamente entregaria demais e seria spoiler. Aqui se encerra a primeira parte do livro, que temos somente o ponto de vista de Diana, deixando a parte introdutória para trás, com quase nenhuma resposta para o leitor.

Até essa parte do livro, eu confesso que estava completamente entregue e curiosa sobre o que seriam essas ocorrências que Diana descreve que aconteceu de forma diferente a cada aparição, e estava gostando muito de todos personagens – e aqui preciso fazer uma parênteses para a representatividade na trama. Tiago, um dos personagens principais que mais pra frente tem ponto de vista (falarei sobre isso adiante), é um homem trans – ele simplesmente é porque é assim que o assunto é tratado, com toda naturalidade possível. Ele está em um relacionamento desde os 15 anos com a já mencionada Yoko, e são apaixonados um pelo outro, sendo o relacionamento saudável e é isto. Tadashi, o irmão de Yoko, é gay e está em um relacionamento complicado com seu ex-atual-ex Benjamin – e o motivo para tal é algo bastante real. A mãe de Tiago e Miguel é separada do pai deles e está em um relacionamento com outra mulher, e até mesmo uma ex-esposa da madrasta dos garotos aparece na trama, tudo com bastante naturalidade, exatamente como deve ser.

Entretanto, depois dessa pequena reviravolta na trama, Diana entra em um vórtex de raiva e mágoa. Eu entendi a personagem e não acho que eu reagiria diferente, mas, dentro da trama, isso faz com que voltemos algumas casas, já como ela se desliga de tudo que pode lhe dar respostas. Claro que sendo a mulher determinada que é, ela se junta com Mayara, sua melhor amiga, e Nati, sua irmã mais nova, para investigar tudo por conta própria, iniciando logo com o pé na porta a parte 2 da trama depois de um salto temporal de 3 meses. Agora morando sozinha em uma pequena kitnet, Diana está repleta de duvidas sobre o que aconteceu, se seu breve relacionamento com Miguel foi real e principalmente em quem deveria confiar. Acreditei em sua reação e achei crível, mas, como já falei, voltamos atrás da trama. Mas, de certa forma, tudo explode pra Diana nessa altura da trama de uma forma um tanto quanto violenta a ponto de me pegar de surpresa – de verdade, há cenas de violência neste livro: lembrem-se que Diana é uma mulher jovem adulta toma decisões, e enfrenta problemas e passa por preocupações de uma.

Se você está me perguntando porque eu mencionei um determinado problema do livro com o ritmo, é justamente essa quebra entre a parte 1 e 2 do livro. Quando a parte 1 termina, como também já falei, é uma parte introdutória que termina sem nenhuma explicação, o que é frustrante, por mais que o leitor entenda que ainda não chegou a hora das respostas. Só que quando a parte 2 começa, há como se fosse uma espécie de retrocesso da trama sem as respostas das perguntas que já temos desde o começo do livro e estas não começam a simplesmente aparecerem. Porém, quando elas chegam, mostram uma trama muito, muito maior do que esperávamos: não é só uma trama sobre uma garota que pode ver uma névoa em torno de uma árvore que ninguém mais vê, é uma trama que envolve ecologia, até mesmo o ecossistema brasileiro e grande parte da politica nacional, tudo com um certo tom sombrio que eu também não esperava. A trama é adulta e quando a Parte 3 do livro começa, fica cada vez mais claro, já como há novas cenas de violência, com uma ameaça de morte tanto para nossa personagem principal quanto para seus amigos e outros pontos de vistas (que começam na parte 2) também abrem mais a trama, mostrando mais do que está acontecendo em torno de Diana e ela não tem ciência.

E um problema, pelo menos para mim, é o jeito que o Miguel trata Diana em circunstâncias… excepcionais. Enquanto a protagonista passa por um grande momento de dúvida e mágoa, seu par romântico parece escolher ser meio… grosseiro demais em terminadas situações, por duas vezes. Novamente, eu entendo as motivações das personagens, mas confesso que depois da reação dele em um determinado momento, parei de querer os dois juntos romanticamente, mesmo a própria falando para ele que não iria mais aceitar qualquer atitude naquele sentido. Mais uma vez, deixo claro: eu entendi o Miguel, só que a mulher que habita em mim ficou braba com a atitude dele. Sim, ele se redime, mas eu sou do tipo de pessoa que não esquece fácil, então foi difícil para mim “perdoar” – mas isso são minhas experiências pessoais e você, que me lê, pode não entender assim, então leia e tenha a sua opinião.

Eu não brinco quando eu digo que a trama fica mais adulta e mais sombria a medida que vamos tendo as respostas que tanto queríamos, e em uma determinada altura da narrativa, já perto do final, me peguei refletindo sobre tudo que estava lendo e isso causou um impacto em mim: o que aconteceria se descobríssemos… bem, se descobríssemos uma árvore inexplicável com uma névoa e tudo que vem com ela? Eu acredito que alguma jovem mulher passaria pelos mesmos perigos que Diana passou e que precisa de muitas pessoas para a ajudar, exatamente como na trama. Termino afirmo que “Árvore Inexplicável” é um livro bem maior do que eu acreditei quando o peguei para ler e que você deveria ler também e tirar suas conclusões sobre quais segredos seriamos capazes de suportar e lutar por ele. E sim, eu vou visitar o laguinho em Interlagos.

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Árvore Inexplicável é um livro com a cara dos anos 20, um produto do nosso tempo. O livro se passa no começo da pandemia, lida com questões ambientais, problemas de saúde mental e aceitação, temas que encontramos facilmente em jornais, mas tudo está muito bem integrado na trama. A Carol conecta tudo muito bem, não dá impressão de ser forçado, trama e temática se unem de forma tão natural que quem desconhece o processo de escrita pode se enganar achando que é fácil. Dá pra reconhecer amadurecimento no estilo da Carol, provando que o que é excelente pode melhorar. A Carol descreve cenas de ação com muita clareza, o leitor se transpõe pra cena com facilidade, e quem entende de processo de escrita ou já leu muitos livros sabe que esse convencimento é bem difícil de se acertar.

Outro ponto positivo são os personagens, suas interações, como eles lidam com o mundo ao redor. A Diana, por exemplo, reagindo ao que acontece, não apenas ao mágico mas também passando sufoco no ônibus, tendo dificuldades financeiras, a reação a certas descobertas, lidando com o início da pandemia, dado aulas online, parece tão real que poderia ser uma amiga minha. E quem leu Porém Bruxa e gostou de como a Carol desenvolve personagens LGBTQIA+ sem parecer um guia turístico apontando "Aqui temos um personagem LGBTQIA+", aqui tem mais.

Quem leu Porém Bruxa e gostou do casal vai fazer a festa aqui porque o casal não é "slow burn", mas tem muitos conflitos e falhas de comunicação que fazem sentido no contexto da história e que deixam o leitor que curte romance bem envolvido com essa parte da trama. O Miguel não é Victor, mas gostei dele ter falhas e erros e reconhecer. Além do romance, Árvore Inexplicável tem uma família mesmo, mas tem o clima de família encontrada também. Tem algumas partes que parece que tem personagem demais, mas isso de certa forma contribui pra retratar como o isolamento durante a pandemia afetou muitas pessoas. E mesmo o livro tendo um final satisfatório, dá vontade de continuar lendo sobre esses personagens. Comecei a leitura no fim da tarde de ontem, e só consegui parar quase 2 da manhã, quando terminei.

Comprei o livro na pré-venda, mas quando vi a possibilidade de solicitar uma versão antecipada no NetGalley, fiz o pedido e a Suma me enviou. Agradeço o envio, e deixo claro que essa resenha contém minha opinião independente.

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Tô aqui, tentando colocar as ideias em ordem enquanto me preparo pra falar desse livro.

Acho que devo começar agradecendo a Suma por me enviar o ebook pra ser lido antecipadamente. Vocês me pouparam de pelo menos um mês de ansiedade, até que minha cópia da pré venda chegue até aqui.

Quem me segue lá no Instagram sabe como eu adoro os livros da Carol e que eu já reli Porém bruxa e eu não perco a oportunidade de falar dele e de Senciente sempre que posso.

E esse aqui vai entrar pro time e eu vou falar muito dele pelos próximos meses, já posso adiantar isso.

A Carol tem um jeito empolgante de escrever e mesmo este livro sendo diferente dos anteriores a gente consegue identificar sua voz.

Não vou escrever muito mais nessa não resenha, apenas listar alguns pontos pra aguçar a curiosidade.

1. As cenas de ação são incríveis. Sabe aquelas de filme que você prende a respiração e só solta no final? Esse livro tem várias!

2. As relações entre irmãos. Esse livro tem várias e todas diferentes e uma delícia de ler. Ninguém escreve uma briga entre irmãos como a Carol.

3. Personagens queer estão sempre presente nos livros da Carol, mas a maneira que ela inseriu esses personagens nesse livro são outro nível! Vocês só vão entender lendo!

Eu não posso deixar de terminar dizendo que comprem e leiam Árvore inexplicável.

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Trazendo uma miríade de temas atuais misturados a elementos fantásticos, Carol Chiovatto consegue, em Árvore Inexplicável, uma obra completa. O que começa com uma amizade na faculdade se desdobra em várias pequenas partes, de todos os personagens. Dá pra ver claramente que cada aspecto ali foi muito bem pensado e muito bem desenvolvido.

A Diana é muito gente como a gente, até o final. O livro se passa durante a pandemia de 2020, o que é um pouco duro, mas a autora não se alonga demasiadamente no assunto. A Mayara e toda sua sensibilidade é minha personagem preferida.

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