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Gramática Expositiva do Chão (@editora_alfaguara) nos faz sentir tão pequenininho e, ao mesmo tempo, tão infinito... A poesia do “Caramujo-Flor” é assim, nos encanta para os mistérios, principalmente da natureza das coisas consideradas insignificantes que nossos olhos são “deseducados” desde cedo a não olharem.

Manoel de Barros nos ensina que todas as coisas possuem uma gramática específica e expositiva. Um exemplo é o chão. E para entender seus conceitos você tem que saber se arrastar como um caracol. Sua leitura consiste praticamente em escorregar e colher caminhos. Colecionar estradas, abrigar os destroços dos sonhos esquecidos e perdidos.

Eu entendo todo o processo e a importância dessa obra, as muitas inquietudes que ecoam do contexto político-social brasileiro daquele momento; ditadura militar, a vontade da liberdade, a luta, mas me encanta essa forma que o poeta nos ensina a viver; um caracol que desfaz de sua casa presa as costas e vai construindo uma nova, repleta de sentimentos, cativando cada grão de olhar, cada respiro de asas, uma verdadeira gramática do mundo

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