Emmanuel Carrére conta, em um quase diário, os acontecimentos iniciados em 2015, quando resolve passar 10 dias em um retiro, praticando Ioga e Meditação.

Ele já era praticante e até já tinha seu próprio zafu (uma almofada japonesa redonda e compacta especialmente concebida para que, sentado nela, você se mantenha com mais facilidade na posição vertical durante a meditação.), e queria empreender uma jornada de autoconhecimento.

Seu retiro acaba sendo interrompido quando sabe da morte de um amigo no atentado terrorista à Charlie Hebdo e retorna a Paris.
Na sequência, uma série de acontecimentos vão se sucedendo, incluindo uma crise depressiva que o leva à internação e tratamento por eletrochoque, o diagnóstico de bipolaridade, que lhe traz um certo alívio por, enfim, descobrir a causa de sua instabilidade e ter a possibilidade de tratamento, o trabalho voluntário com um grupo de jovens refugiados, amores profundos e passageiros e, principalmente, seu encontro consigo mesmo.

O autor parece conversar conosco, com uma escrita maravilhosamente simples, sem firulas, mas cheia de significado.

Discorrendo sobre preceitos da Ioga, da Meditação, do Tai Chi Chuan, passando por depressão, ansiedade, bipolaridade, terrorismo, crise dos refugiados e luto, vamos acompanhando não apenas a sua jornada, mas o recorte histórico e social deste período.

Eu já pratiquei Hatha Ioga há muito tempo atrás e fiquei com muita vontade de retornar.
Outra vontade que deu?
Ler mais livros de Emmanuel Carrére.

Gente, me apaixonei por ele.

Era pra ser "um livrinho simpático e perspicaz sobre a ioga", como ele mesmo diz, mas acabou se transformando em um livraço.

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Ioga
Emmanuel Carrére
272 p
Editora Alfaguara, 2023
Tradução Mariana Delfino
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