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4,5

A história de Anna me proporcionou diversos momentos de identificação, em algumas situações, por isso a história aqui teve um impacto diferente, levando-me a recordar memórias e devorar a leitura avidamente.
A maneira como este livro leva para um lado mais "sombrio" e intenso, do que os demais da trilogia, achei extremamente potente, com uma escrita ímpar, como sempre, tornando a experiência de leitura mesclada por emoções de diversas formas, impossível de parar.
Sou fã e recomendo muito os livros da autora.

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O Princípio do Coração #ResenhaCDM

Anna é uma jovem violonista que está passando por uma situação peculiar em seu relacionamento. Juntos há um bom tempo, seu então namorado lhe fez a proposta de abrir a relação dos dois, já que ele tem ainda algumas dúvidas e precisa se sentir 100% seguro de estar fazendo a escolha certa em casar-se com ela.

Por incentivo das amigas, ela resolve fazer uma conta em um aplicativo de encontros, afinal ela também precisa de uma aventura. E é assim que conhece Quan. O papo entre os dois flui muito bem e logo fica claro que eles têm muito em comum.

O que começa como uma situação que era para durar uma noite vai evoluindo para algo maior. Eles se entendem bem e Anna consegue ser ela mesma ao lado dele, deixando à mostra seus receios e dificuldades. Porém, quando uma situação abalada completamente a estrutura familiar de Anna, ela vai acabar retomando antigos hábitos e trazendo à tona aquela pessoa que ela tinha deixado para trás.

O Princípio do Coração é um livro com uma pegada completamente diferente dos livros anteriores. Temos uma história mais dramática, com situações que buscam mexer com o emocional do leitor e que traz diversas reflexões sobre a vida, família e aceitação. Eu, que estava esperando uma história divertida e clichê, fui totalmente surpreendida.

Assim como os livros anteriores, esse também tem uma narrativa ágil e que flui com muita facilidade. Os capítulos são intercalados entre os personagens e nos dão uma visão mais ampla das situações. Confesso a vocês que esperava um pouco mais dessa história já que Quan sempre foi um personagem que chamava atenção nos outros livros. Achei que sua trama foi morna e fiquei esperando aquele brilho que ele apresentou tantas outras vezes. Também não consegui me afeiçoar à Anna. É uma boa personagem, cheia de nuances, mas faltou algo pra me conquistar.

A história é muito bonita e traz uma mensagem muito legal de superação. Eu gostei da forma como a autora construiu a trama, trazendo assuntos mais delicados com aquela sensibilidade que já lhe é característica. E sim, temos cenas hots. Não são muitas, mas são tão explícitas como as dos livros anteriores.

Terminei esse terceiro livro satisfeita com o rumo que a história tomou. Queria algo diferente? Sim. Mas a autora foi acertiva em suas escolhas e trouxe uma história que prende do início ao fim. Vale a pena conhecer.

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Essa história é diferente dos outros dois livros da Helen Hoang, é mais pessoal, mais triste, tem situações que me pegaram de um jeito que eu não imaginava, mas não de uma forma ruim. Eu refleti muito com situações vividas por Anna e Quan, principalmente por ela e seus pensamentos sobre si mesma. O Quan é um personagem que eu queria ler sobre desde o primeiro livro, e ver ele aqui de uma forma tão diferente foi um choque, mas também muito interessante. A história tem romance, mas as questões individuais dos personagens acaba sendo maior do que a história de amor entre eles e isso não me atrapalhou em nada.

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O principio do coração era uma livro que eu tinha certas expectativas, afinal finalmente teríamos um livro focado no Quan, porém, para minha supressa ele aqui é apenas um coadjuvante da história de Anna. E olha que aqui temos o livro sendo narrado em primeira pessoas com a alternância entre os dois personagens principais.

A minha experiência de leitura foi um pouco decepcionante devido ao fato de eu ter criando algumas expectativas em relação a história como por exemplo, saber mais sobre a vida de Quan e da sua família, saber como o Kai e a Esme estão depois de O teste do casamento, assim como ver a dinâmica da família com um todo.

Ainda assim não achei que a história foi ruim, longe disso, porém a sensação que ficou após a leitura é que faltou alguma coisa, é como se a história estivesse incompleta. A autora continua com uma escrita que fluí muito bem, ele traz uma nova perceptiva sobre o autismo e alguns assuntos delicados que trazem a este livro uma carga mais dramática que os anteriores, e diferente dos anteriores aqui temos protagonista que estão longe de serem uma fonte de inspiração, na verdade são exemplos perfeitos do tipo de pessoa que não se deve ser. .


Porém, comparado aos anteriores parece que faltou algumas coisa.

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Sinopse bem resumida: Princípio do Coração vai contar a história do Quan (o tatuado gostosão que já conhecemos dos outros dois livros da série (Os números do Amor e O Teste do Casamento) e da Anna, uma violinista que no momento enfrenta uma dificuldade com sua música e está bem zangada com o namorado, que aliás é mesmo péssimo. Quan também está enfrentando uma situação que vamos descobri lendo o livro. Os dois se conhecem num aplicativo de relacionamento onde ambos entraram para buscar uma relação casual de uma noite só.
Já vou tirar do caminho uma questão sobre esse livro: ele não é sobre o Quan. Sim, eu tbm adoraria que tivesse mais dele, porque ele é realmente um personagem muito carismático nos outros livros. Essa é uma história sobre a Anna e mesmo nos capítulos narrados pelo Quan, o foco ainda é mais nela. Mas isso não torna essa uma história ruim ou menos interessante. Eu acho que vale muito a pena ser lida, porque é uma história sensível, delicada, mas também angustiante e realista.
Também cabe a gente lembrar que nos livros dessa série, que não é uma trilogia, não são continuações, apenas romances num mesmo universo, a gente já sabe a Helen Hoang trará 3 coisas: personagens de origem asiática, alguma personagem que está no espectro autista e que é essa personagem que será priorizada na narrativa. No caso de Princípios do Coração, a gente vai acompanhar a Anna, uma jovem que descende de uma família chinesa, descobrindo que está no espectro autista e como é para uma pessoa passar por esse processo de descoberta sendo adulta. A autora vai nos falar em sua nota que esse é seu livro mais pessoal, porque tem muito de sua biografia na história que ela conta aqui e talvez por isso tenha sido tão bem feito. A gente sente que a autora está falando de algo que entende! Acho que ela realmente conseguiu nos passar as angústias, a sobrecarga de emoções, a dificuldade em dizer não e em saber como se portar diante de alguma situação para uma pessoa que entende a vida de uma forma que é considerada diferente.
Aliás por muito tempo acreditou-se que o autismo se apresentasse apenas em homens ou com uma predominância muito maior neles. Mas hoje já se começa a estudar mais o autismo em mulheres e já se aventa a possibilidade de na verdade essa percepção ser fruto do subdiagnosticos do espectro em mulheres.
A Helen Hoang fala no livro do comportamento chamado de mascaramento, que é um termo que vem sendo usados nos debates sobre autismo em mulheres para descrever o comportamento de camuflar, fingir uma adequação e mimetizar comportamentos, expressões e formas de se portar que parecem ser as certas para determinadas situações (por exemplo: sorrir, um sorriso que chega até os olhos, para demonstrar alegria, concordância, gratidão). Isso faz com que muitas mulheres só descubram o autismo na vida adulta (que foi o caso da autora) ou sequer recebam esse diagnóstico.
A Anna recorre muito a esse mascaramento e para completar, a pobre da moça praticamente só tem relacionamento tóxico na vida!!! O namorado (um cara que foi apresentado como tudo que ela deveria querer) é um péssimo, a irmã é extremamente tóxica. A falta de empatia, compaixão e compreensão que essa irmã demonstra com a Anna é muito triste!
A família da Anna é de origem chinesa, são uma família abastada e muito machista e cheia preconceitos! Além disso, não veem tratamentos de doenças psicológicas com bons olhos. A Anna está buscando terapia, porque sente que está muito próxima de entrar em um colapso, mas ela não se sente confortável em falar sobre isso com sua família, porque sabe que eles irão criticar, achar um desperdício de tempo e dinheiro.
A Anna está enfrentando muita coisa, gente... e a dificuldade dela em dizer não para as pessoas e situações que são impostas a ela certamente vão te irritar, mas eu achei um ótimo exercício de empatia, porque a gente precisa lembrar toda hora o contexto da Anna (familiar, cultural...) e dos desafios pessoais que ela enfrenta. Acho que é interessante pensar nisso como metáfora para como agimos aqui fora dos livros com pessoas que se comportam de forma diferente do que entendemos como convencional. Acho que podemos entender como um convite ao exercício da compaixão e compreensão que deveríamos ter com todos, mas especialmente com aqueles que achamos diferente, atípico...
O livro entrega cenas picantes sim e são momentos muito legais, tal qual Os números do amor, o sexo tem um contexto diferente aqui. A autora usa como mais uma ferramenta narrativa para explicar mais dos dois personagens. Aqui, trata-se de uma questão de descoberta e redescoberta e isso é para a Anna e também para o Quan, que está saindo de uma situação que vocês vão descobri lendo o livro.
O relacionamento dela com o Quan vai sendo construído em meio a várias turbulências, mas a autora não o coloca como salvador de nada, a Anna não passa por nenhum processo milagroso de cura, pelo contrário. As coisas ficam muito ruins antes de realmente começarem a melhorar e a Anna começa a achar seu caminho de forma lenta e se tratando com ajuda profissional. Fica muito claro como é importante para nosso processo de cura, para nossa saúde física e mental, ter relacionamentos saudáveis, mas por si só, esses relacionamentos não vão dá um jeito naquilo que precisa de ajuda profissional e um grande esforço pessoal.
Dei 4 estrelas e só tirei essa uma estrela porque eu realmente gostaria que o Quan tivesse sido mais desenvolvido. A autora incluiu na história coisas que poderiam e mereciam ter sido melhor exploradas no personagem dele e não teve como não sentir falta. Ele é tão deixado de lado que a gente não consegue nem mesmo situar qual a linha temporal desse livro em relação aos outros dois, uma vez que a família dele praticamente não aparece aqui.
Não é um livro leve como os outros dois, esse é bem mais angustiante. Mas achei uma ótima leitura e recomendo muito. .

Podcast Teste da Estante: Disponível no Spotify.

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Anna e Quan são bem diferentes e ao mesmo tempo iguais, os dois tem um longo caminho a percorrer até perceberem que precisam se colocar em primeiro lugar e que merecem ser amados do jeitinho que são.

A autora é capaz de tocar nossa alma com um tema tão profundo, e ainda tocando no assunto sobre o espectro autista de forma tão delicada.

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Este é o terceiro livro da série, mas nada impede a leitura sem ler os outros 2. Entretanto, acho que isso afetou um pouco a minha percepção, pois como eu não havia lido os primeiros livros, no começo eu fiquei, "esse cara está sendo um babaca agora ou ele já é assim", "por que ela sempre faz isso?", mas nada muito grave.

"É a última vez que recomeço tudo do zero"

Começo dizendo que se meu namorado virasse para mim e falasse que queria ter um relacionamento aberto me comparando a teste drive de um carro, pois ele não poderia ficar com o primeiro carro da concessionaria, teria que testar outros para ter certeza que aquele era o melhor carro, ele já seria um ex na hora, nem um segundo a menos.

Esse livro não tem muito foco em romance, mas sim nas nuances dos problemas individuais que vão muito mais fundo no ser humano. Trás assuntos importantes que não costumo muito ler em livros, o relacionamento de pessoas atípicas e como se recompor após passar por um câncer, pois é inegável passar por uma situação dessa e se sentir inteiro novamente, é um processo bem complicado. Eu amo livros de romance, e achei que fosse me decepcionar um pouco com isso, ao contrário, esses pontos me prenderam ainda mais na leitura.

"Existe alguém realmente vivendo ou estamos todos só lendo as falar de um roteiro infindável e escrito pelos outros?"

Ao longo do livro vemos a história de Quan (que homem meus amigos) e Anna (uma mulher que se descobrir autista na vida adulta). Anna é uma mulher adulta que gera a sua personalidade e ações em cima do que as pessoas esperam dela, sua atitudes são traçadas da maneira que irá agradar as pessoas ao seu redor, sem nunca pensar em si mesma e no que ela queria para si, e na terapia, para tratar o bornout, ela se descobre autista, a partir dali toda a sua vida muda, o medo do diagnóstico, a aceitação e compreensão dela mesma e das pessoas a sua volta.

Em muitos momentos eu fiquei com ódio da Anna, por ela não conseguir se impor e acabar magoando o Quan e a si mesma por isso, dava vontade de sacudir essa mulher e gritar, entretanto, entendo que essas reações seja relacionada a condição.

Eu simplesmente amei o Quan, ele respeitou em todos os momentos as decisões da Anna, aguardando o seu tempo, até que ela estivesse pronta, ele é gentil, amoroso, carinhoso e muito maduro. A evolução de Anna foi visível, a aceitação de si mesma e a imposição que ela precisava, se colocando em primeiro lugar.

As cenas hots foram muito bem escritas, Quan se mostra um homem incrível na cama, preocupando-se se Anna estava confortável, a vontade, realmente disposto a entender a mulher do seu lado e respeitando-a em todos os momentos.

"Só existe um lugar onde a perfeição existe - na página em branco. Nada do que sou capaz de fazer se compara ao potencial ilimitado do que eu poderia fazer. Mas, se eu permitir que o medo da imperfeição me prenda num ciclo perpétuo de recomeços, nunca mais vou criar nada. E nesse caso ainda poderia me considerar uma artista? Qual seria o meu propósito, então?"

Achei sua família tóxica, onde nada menos que a perfeição era aceito. Onde somente ser ela mesma não seria algo de bons olhos. Fiquei bem triste com a situação do pai da Anna, pois só quem passa por uma situação parecida, de possuir um familiar em situação de acamado sabe a dor que gera também na família, nem todo mundo consegue trabalhar como cuidador, onde abdica da sua vida para cuidar de uma outra dessa maneira.

Eu amei o final, fiquei bem feliz ao "vê-la" finalmente tocando e todos que a amavam ali, compartilhando deste momento ao lado dela.

A capa e todo o projeto gráfico está magnifica, amei cada detalhe deste livro. A leitura é bem rápida e bem fluída, fazendo terminar o livro em poucas horas. A Helen trabalha bem os pontos dentro do TEA, explicando o ponto de vista de personagens que passam por isso, principalmente a descoberta na vida adulta.

Esse é um livro de superação, para Anna, Quan e principalmente a Helen, pois como a mesma descreveu, esse livro era de certo modo, baseado em um momento da sua vida.

Recomendo demais a leitura!

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Mais uma vez, a Helen me surpreendeu. É um romance com uma proposta de casal simples, mas que foca na descoberta do espectro e cuidados especiais, ambos fazendo referência às experiências reais da autora. Além disso, o Quan se mostrou tão incrível quanto parecia e foi lindo ver ele, Michael e Khai juntos mais um vez.

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Anna está a beira de um burnout depois de não conseguir mais finalizar uma peça no violino depois de um vídeo dela performando se tornou viral, e do nada o seu namorado de longa data decide abrir o relacionamento para testar se eles devem ficar juntos mesmo. Já que o desejo dele é de que eles tenham a chance de conhecer outras pessoas, Anna decide entrar em aplicativos de relacionamento.

Em um desses aplicativos Anna conhece Quan, que depois de se curar de uma doença séria não consegue mais sair casualmente com as pessoas.

Senti que O Princípio do Coração teve uma barrigada em relação a parte do enredo referente ao romance, pois o início trabalha muito bem a forma que os dois se encontram e começam a se relacionar, tudo isso de forma super cativante, daí entra um foco absurdo nos dramas familiares da Anna, que são bem trabalhados, mas não é muito o que eu espero de uma comédia romântica.

Também senti que a carga dramática foi bem pesada nas costas da Anna, pois ela precisa entender o que é o autismo e descobrir se ela é, tem o romance aberto, existe um enredo de burnout em relação a sua profissão, tem o abuso verbal dos familiares e o pai dela com uma doença séria precisando de cuidados, como já diz o meme: “achei a história dela parecida com a da Ju”.

Se você enxerga o livro como sendo apenas um romance solo, ele entrega o final feliz do casal e trabalha bastante com a jornada da Anna, sendo que a parte final do livro só é narrada por ela.

Agora se quiser mimos dos outros casais, por se tratar de uma conclusão de trilogia vai ficar querendo, nem todos os protagonistas dos outros livros aparecem (só a Stella, o Michael e o Khai) e nunca com interações de casal, nesse sentido O Teste do Casamento entrega muito mais.

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Acho realmente que a autora meio que enfraqueceu suas histórias. O enredo tem GRANDE potencial, os dois protagonistas são mega interessantes, mas um amor miojo estragou tudo. Queria que Quan se envolvesse aos poucos, se apaixonasse por cada descoberta, cada detalhe da Anna, principalmente com ela tendo um diagnótico de autismo mais tardio, penso que seria mega interessante ver essa evolução de uma maneira mais crescente, não instantânea como foi.

É uma leitura gostosinha, beeem rápida, mas não é o melhor da série. Uma pena que se torne uma obra esquecível com o passar do tempo...

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A Anna é a personagem mais real, corajosa e empatia dessa autora. Ela me conquistou nos primeiros livros, mas embarquei nessa leitura sem muitas expectativas.
Tem muita coisa nessa leitura: descoberta pessoal, problemas familiares, em relacionamentos atuais e novos amores saudáveis.
O desenvolvimento foi impressionante. Tanta coisa aconteceu que eu me senti ligada aos personagens de uma forma absurda que não acontecia faz tempo. Devorei e amei!

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O livro que fecha a trilogia "números do amor" consegue manter o o entretenimento, romance e reflexão que o leitor encontra nos dois livros anteriores. O primeiro segue sendo meu favorito, mas apreciei a jornada entre as páginas de Anna e Quan.

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Minhas expectativas estavam super altas para The Heart Principle. Afinal, Quan Diep é um personagem que roubou minha atenção desde Os Números do Amor. Queria poder dizer que a leitura foi tudo pra mim, mas não foi bem assim.

Vamos começar por ele, o cristal. Quan foi tudo que eu estava esperando e mais um pouco. Prestativo, amoroso, dedicado, charmoso e carinhoso, ele está se recuperando de um situação complicada na sua vida e se sente que perdeu uma parte de si nesse processo.

Anna é uma talentosa violinista, mas que se encontra em um bloqueio musical. Ela se sente pressionada pelas expectativas das pessoas ao seu redor, o que afeta completamente sua saúde mental. Junte isso tudo ao fato de se descobrir no espectro autista já depois de adulta, e temos uma Anna toda bagunçada por dentro.

Um certo interesse mútuo por polvo faz com que Anna e Quan se aproximem e criem uma conexão. As interações entre eles são bem fofas e divertidas. Os dois conseguem perceber os dilemas internos de cada um, e assim eles se ajudam ao mesmo tempo que sabem quando dar o espaço necessário.

Anna e Quan começam a se envolver quando Justin (o namorado de Anna) decide abrir o relacionamento deles. Sua justificativa é sobre ter certeza em seguir em um compromisso mais sério (leia-se casar), mas eu, você e Anna sabemos muito bem a razão dele querer isso. Eu não curti muito como Helen desenvolveu a questão do relacionamento. A decisão foi praticamente unilateral da parte de Justin e Anna só seguiu o fluxo por estar acostumada não contrariar as pessoas ao seu redor.

A justificativa de Justin, sobre querer ter certeza de que Anna era certa pra ele mas antes teria que vivenciar outras experiências com mulheres, está mais para o caso de trair a violinista mas com a desculpa de "relacionamento aberto". Nunca estive nesse tipo de relacionamento, mas pelos relatos que ouço de pessoas que vivem, não é bem assim que a banda toca. Os pilares de um relacionamento aberto é confiança e comunicação, algo que falta demais entre os dois.

Outro ponto que me incomodou foi a grande passividade de Anna. Eu entendo de onde vem seus problemas, essa sua ânsia de querer atender as expectativas de todos (principalmente sua família) e querer sempre agradar. Toda essa situação chegou ao um certo limite que ela poderia ter dado um basta antes que acabasse fazendo outras pessoas sofrer (por outras pessoas, leia-se Quan).

Problemas a parte, eu adorei a participação do Michael e Khai junto de Quan. Os três juntos sempre protagonizam ótimas sequências. Comparando com os dois anteriores, esse aqui traz uma carga emocional bem mais pesada. Diferente dos outros dois livros, esse aqui é narrado em primeira pessoa e digo com tranquilidade que a leitura não teria o mesmo impacto se fosse com outro tipo de narração.

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Depois de dois livros excelentes, não tem como não vir com certas expectativas para conhecer o romance de Quan Diep. Ele sempre foi incrível nos outros livros e nesse não foi diferente. Não tenho nada para reclamar desse protagonista, pelo contrário. Contudo, de alguma forma, algumas coisas do livro não me deram a experiência que senti nos outros.

Em O Princípio do coração temos Anna, uma violonista que carrega um grande peso por ter estourado na mídia e se cobra por uma perfeição ao ponto de perder o brilho e amor pela música e ter várias crises de ansiedade. Ela vive se camuflando e querendo agradar a todos ao redor, por isso, quando Julian, seu namorado de longa data, diz que quer um relacionamento aberto por um tempo antes de se casar, ela apenas concorda.

É nesse cenário que aparece Quan. Depois de passar por um problema de saúde, ele está há dois anos sem se relacionar com ninguém e acaba tentando arriscar num aplicativo de relacionamento, a fim de achar um caso de uma noite. Lá ele encontra Anna e eles marcam um encontro. Apesar da primeira vez ter saído de mal a pior, eles tem uma certa afinidade e diálogos que os fazem querer tentar de novo. E, aos poucos, acabam se aproximando.

Diferente dos outros livros, esse é escrito em primeira pessoa, dual pov. Apesar disso, o foco é centrado na Anna e tudo o que ela passa. É uma carga bem mais dramática e pesada dos que as histórias anteriores, que você passa a entender quando lê a nota da autora. Não foi fácil por muitos momentos estar na cabeça dela. Sua passividade, apesar de ser compreensível por causa dos problemas apresentados, dá um nó e fez com que eu quisesse gritar por ela e com ela. Eu entendo o fato de querer atender expectativas que não eram dela, mas isso tomou uma proporção tão grande que foi muito injusto em dado momento com o Quan e eu não achei que depois esse fato tão bem trabalhado.

Não sei explicar bem, mas não me conectei tanto com eles como casal como aconteceu nos outros, talvez justamente por esse foco na Anna e nos acontecimentos posteriores, mesmo o Quan sendo o mais romântico de todos e perfeito em tudo. Mas não achei o livro ruim, é angustiante em certos momentos e pode despertar gatilhos em algumas pessoas.

Como a própria autora disse, foi um livro que ela demorou anos escrever e foi bem difícil para ela, então você consegue depois perceber esses momentos ao analisar o livro. Até mesmo as fases de crise, que eu acho que é quando o livro muda total o tom e passa ser mais da Helen Hoang se expressando através da Anna. Achei que o Quan ficou perdido em certo momento e apesar dela mostrar uma coisa ou outra na reta final no pov dele, eu gostaria de ter vivenciado mais sobre o problema que é apresentado sobre o personagem no início do livro.

Espero que as outras pessoas se identifiquem com a Anna e façam uma boa leitura. Eu acredito que apesar de ter sido, em partes, legal, em outras fiquei decepcionada.

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