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Paulo Coelho sempre figurou em meu imaginário desde que iniciei minha vida de leitor assíduo. Mas, por algum motivo, esse encontro nunca se concretizava. Então, vocês já devem imaginar minha reação ao me deparar com essa possibilidade caindo em meus braços, não é?!
“O Alquimista” narra a história/jornada de Santiago, um jovem pastor da Andaluzia, que parte para o Egito em busca de um tesouro enterrado entre as Pirâmides. Em meio a essa jornada, personagens vão surgindo para ajudá-lo não apenas a achar esse tesouro, mas também a construir seu amadurecimento pessoal e espiritual.
O interessante é que o crescimento de nosso protagonista é extremamente notório em todos os sentidos. As reflexões que vão moldando Santiago vão ganhando forças ao ponto de saltar das páginas, e parar no imaginário do leitor, fazendo-o refletir sobre sua própria Lenda Pessoal. Qual nosso principal objetivo nesse plano? Onde estão nossas felicidade/plenitude? Quem é(são) o(s) responsável(is) pelas realizações dos nossos sonhos? Essas e outras questões vão ganhando mais força a cada página virada.
“- Você foi uma bênção para mim. E hoje estou entendendo uma coisa: toda bênção que não é aceita transforma-se numa maldição. Eu não quero mais da vida. E você está me forçando a ver riquezas e horizontes que nunca conheci. Agora que os conheço, e que conheço minhas possibilidades imensas, vou me sentir pior do que me sentia antes. Porque sei que posso ter tudo e não quero.” Posição 597
A escrita do autor é simples, fluida e descritiva na medida certa. O que me surpreendeu positivamente foi ler uma trama filosófica com uma abordagem bem mais acessível para os leitores. Nada de palavras ou teorias que apenas “mentes brilhantes” conseguem alcançar.
“E o rapaz mergulhou na Alma do Mundo, e viu que a Alma do Mundo era a parte da Alma de Deus, e viu que a Alma de Deus era a sua própria alma. E que podia, então, realizar milagres.” Posição 1538
Em relação a parte gráfica, a Editora Paralela está de parabéns. A capa e a diagramação interna são simples e agradáveis aos olhos. Não encontrei erros.
Por ser a obra mais conhecida do autor e um dos livros mais traduzidos do mundo, minhas expectativas estavam nas alturas (grande erro). O livro não é ruim (longe disso, inclusive), mas também não me impactou como esperava. Talvez essa sensação que tive foi devido a não esperar uma trama com uma pegada motivacional e de auto-ajuda bastante forte (me senti em uma palestra com um coach. Risos). No mais, as atmosferas filosóficas/místicas deram um toque especial a obra.
Finalizo a leitura indicando aos amantes de tramas que trazem reflexões filosóficas e de auto-conhecimento.