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A Corneta foi favoritado com sucesso.

Que delícia de leitura.
Eu conhecia e admirava Leonora Carrington como pintora, um dos grandes nomes do Surrealismo.

Que surpresa maravilhosa descobri-la uma escritora tão sensível e criativa.
Leonora absorveu divinamente as culturas com as quais conviveu mais de perto.
Nascida na Inglaterra, morou na França, Espanha, até se estabelecer no México e sua obra carrega elementos desde Mitologia Nórdica, Deuses pagãos, Celtas, Cristianismo, Cultura pré-colombiana, Contos de Fadas, tanto nas pinturas como neste romance espetacular.

Marian, a protagonista, tem 92 anos e mora com seu filho Galahad (olha os cavaleiros da Távola Redonda ai), sua nora Muriel e o neto escroto Robert.
Com problemas de audição, recebe uma corneta auditiva de sua amiga Carmella e acaba ouvindo os planos da família de levá-la para um asilo.

Mesmo a contragosto Marian vai, junto com seu baú.
Mas a casa para onde ela vai é praticamente um castelo encantado, com prédios em forma de torres, cogumelos, bolos coloridos e companheiras tão fofas quanto ela.

Diversas vezes me peguei gargalhando com as loucuras que este grupo de velhinhas apronta.
São 10 senhorinhas, de 70 a 100 anos absolutamente cativantes.

Os diálogos de Marian e sua amiga Carmella são impagáveis.

Aparentemente sem lógica, esta grande viagem fantástica, surreal, traz ótimos questionamentos, mas o principal é que precisamos nos deixar levar por nossa imaginação.

A pintura da capa é de Leonora, assim como algumas obras que coloquei no carrossel onde tem, também, foto de uma corneta auditiva, precursora dos aparelhos auditivos.
Recomendo muito.
Se deixe levar nesta viagem.

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A Corneta
Leonora Carrington
216 p
Editora Alfaguara, 2023
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Talvez este tenha sido a história mais maluca que eu já tenha lido. E olha que eu costumo ler muita coisa esquisita. Até o presente momento ainda não me decidi se amei o livro ou não. As personagens, sobretudo a principal, são extremamente carismáticas. Pôr no centro de uma narrativa uma senhora aos 92 anos de idade é simplesmente genial. Depois de tantos anos de vida o que mais a pode surpreender?

Mirian tem problemas de audição, e sua melhor amiga a deu de presente uma corneta para auxiliar sua deficiência. Com o novo brinquedo ela descobre que seu filho planeja leva-la a um asilo. A partir do momento que ela se instala nesse novo lugar coisas estranhas começam a acontecer. É como se um novo mundo surreal se abrisse diante de seus olhos.

Fui sem saber absolutamente nada sobre essa história e acompanhar os pensamentos e conversas de velhinhas foi completamente inusitado. Se o livro ficasse apenas no cotidiano desse asilo já seria fascinante, mas a autora coloca dentro do livro referências mitológicas que parecem absurdas nesse mundinho tão comum delas.

O ponto auto é a crítica ao tratamento que a sociedade dá aos idosos e como eles não são levados a sério e nem ouvidos. Todos os absurdos e conspirações que as personagens passam a tarde conversando vão aos poucos se tornando verdade, o que nos faz refletir sobre julgamento e distanciamento de gerações.

É uma leitura divertida, cujos acontecimentos são impossíveis de se presumir. Apesar de ter seus autos e baixos é um livro fluído que prende e gera muitas discussões. Ao fim fiquei me perguntando o quanto de tudo aquilo era de fato real no universo da história, e depois de muito pensar acredito que a grande reviravolta que traz o absurdo à tona é uma engenhosa metáfora sobre a vida, posteridade, amizade e companheirismo.

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Uma das melhores leituras do ano, sem dúvidas, Uma senhora de 92 anos é despachada por sua famiília para um asilo. E o que seria apenas uma história de rejeição, abandono e solidão, ganha destinos nada convencionais. O realismo mágico de Leonora Carrington caminha entre hilário, bizarro e profundo, mesmo quando beira o nonsense, na verdade está carregado de significado.É um verdadeiro manifesto contra o etarismo e um lembrete da imensa capacidade das mulheres.

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Gente que leitura potente !!!

Peguei esse livro despretensiosamente, mas quando vi já o havia lido inteiro em poucas horas e estava com a cara inchada de tanto chorar.

Sim, chorar!

Apesar da escrita divertida, poetica e cheia de mitologias e referências a cultura, Eleonora Carrington fala sobre temáticas sensíveis e é impossível não sentir a dor que por vezes abraça Marion.

A personagem principal, que é a narradores da história é uma mulher idosa e por isso, a narrativa flutua entre uma dolorosa lucidez, memórias de um passado nem sempre feliz e momentos de devaneios cenis ...

A autora não é conhecida como uma das principais vozes do surrealismo atoa! Ela usa e abusa das figuras de linguagem, da mitologia celta, das criaturas mágicas e/ou míticas ...

Mas é um texto lúcido, claro e cheio de mensagens sobre a finitude da vida, sobre a solidão, sobre o envelhecimento, mas também sobre como sempre é tempo de viver e experimentar.

Só posso PEDIR a vocês que leiam, se apaixonem e se deixem transformar por essa leitura, pois sim esse é um texto transformador, que te fará olhar com outros olhos para a vida.

Do lado de cá, mais um favoritado pra esse ano de leituras tão boas !

Obrigada @editora_alfaguara e @companhiadasletras por esse presente !

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Esse livro foi uma grata surpresa do início ao fim.
A história, centrada ao redor de uma senhora idosa enviada por familiares para um asilo, ganha contornos muito peculiares ao longo do livro. As linhas tem quê de surrealismo que eleva a narrativa, deixando a jornada da senhorinha nesse local desconhecido muito mais interessante. Figuras pitorescas surgem aqui e ali, os moradores do asilo também são descritos por meio de um certo caleidoscópio especulativo/mágico que afeta até mesmo a estranha pintura de uma freira, localizada na sala de jantar do asilo.
É um livro curto, mas nem por isso entrega pouco. A imaginação aqui não tem limites.
Uma leitura bem fora do padrão, que eu gostei muitissimo.

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