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A ação de O Cerco se passa o quanto dura a apresentação da Sinfonia n° 3 de Beethoven, conhecida como "Heroica" em um teatro de Havana, em período após a queda do ditador Gerardo Machado, em 1933.
Os acontecimentos externos a este ambiente são memórias e fluxos de consciência dos principais personagens.
Um deles é o bilheteiro do teatro, aficionado por música, que se delicia com os concertos apresentados e olha com certo desprezo o público que frequenta os espetáculos, muito mais como oportunidade para exibir joias e casacos de pele (mesmo que não combinem em nada com o calor), do que pelo apreço ou entendimento das peças apresentadas.
O outro é um homem misterioso, amarfanhado, que adentra o teatro como espectador durante o intervalo, com tanta pressa que nem aguarda o bilheteiro lhe fornecer o troco.
Logo após sua entrada tempestuosa, dois outros homens entram, também intempestivamente, pouco antes de as portas se fecharem.
Vamos descobrindo um pouco de quem são cada um deles e suas ligações.
O primeiro homem a entrar o teatro é um ex integrante de movimentos comunistas que tenta se abrigar e fugir desta Havana sitiada e opressora que cria um verdadeiro cerco às forças de oposição, com violência, perseguições e torturas.
Confesso que tive um pouco de dificuldade em acompanhar a leitura, devido à fragmentação narrativa que o autor criou e fiquei um tanto insegura se montei todas as peças adequadamente.
Mesmo assim, há que se destacar a escrita primorosa do autor.
Foi uma experiência desafiadora.
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O Cerco
Alejo Carpentier
120 p
Companhia das Letras, 2023
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