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Mestre dos Djinns se passa uma Cairo de 1912 com criaturas fantásticas e não colonizada, tudo isso cercada em uma vibe steampunk.

Fatma foi a mulher mais jovem para trabalhar para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais e atualmente ela já tem alguma experiência nas costas e ainda assim não tem muitas mulheres como colegas de trabalho.

Após um assassinato em massa envolvendo membros da Sociedade Hermética de Al-Jahiz - irmandade dedicada a uma figura quase mítica que abriu um véu que trouxe os djinns para esse mundo há 40 anos e desapareceu - ela é convocada para investigar e ganha uma assistente à tiracolo nessa investigação.

E as coisas ficam mais interessantes quando supostamente o próprio Al-Jahiz volta e ele é o culpado por esses assassinatos, além de querer fazer umas punições à sociedade.

Gosto bastante da estética steampunk e pelo tanto de gente que leu esse livro e marcou no Skoob só consigo criar uma teoria de que o gênero faz zero sucesso no Brasil, pois ele está no balaio das fantasias adultas que são recheadas de referências culturais de uma região (como A Cidade de Bronze, Cidade de Jade e O Trono de Jasmim) e simplesmente ninguém está lendo o coitado.

No início do livro tive um pouco de dificuldade para pegar um bom ritmo de leitura, pois não estava considerando ela tão fluida no início, mas depois consegui me adaptar bem à escrita do autor.

Não li muitos livros com a mitologia dos djinns (além desse no momento só consigo lembrar de A Cidade de Bronze) e essa mitologia é muito interessante para ser lida, além de render uns personagens muito interessantes como Zagros e a namorada da Fatma, a Siti, sim tem romance sáfico com um pézinho no monster romance rolando por aqui em segundo plano.

A resolução do mistério do livro gira bastante em torno dos temas centrais do livro: colonialismo, sexismo e racismo, a megalomania do vilão só podia ser alguém que se relacionasse com o colonialismo mesmo

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Vencedor dos prêmios Nebula e Locus, Mestre dos Djinns (lançado pela Editora Suma, que cedeu este exemplar em cortesia) é uma fantasia steampunk com atmosfera investigativa de romances policiais perfeita para quem busca universos criativos e uma trama fascinante.

Estamos no Cairo, em 1912. Fatma trabalha para o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. É uma das poucas mulheres a trabalhar lá, apesar dos avanços sufragistas que têm acontecido pelo Egito. Que, aliás, é uma grande potência mundial, deixando países europeus para trás na corrida por destaque internacional e político.

Tudo isso devido à revolução mágica que aconteceu quarenta anos atrás, quando djinns e outras criaturas sobrenaturais vieram ao mundo, guiadas por um profeta conhecido como al-Jahiz. Ele desapareceu sem deixar vestígios, mas a magia permaneceu e se tornou parte do comum.

Quando um assassinato misterioso acontece na Irmandade Hermética de Al-Jahiz, Fatma é designada para investigar. A investigação a leva a um impostor que alega ser al-Jahiz, e é na companhia de sua assistente e de sua namorada que Fatma se determina a desmascarar esse impostor.

Mestre dos Djinns é um livro completo para quem gosta de investigação, fantasia e construção de universo. Do começo ao fim, P. Djéli Clark tece uma história fascinante sobre cultura, mitologia, fantasia e realidade.

O jeito com que o autor mistura o fantástico ao real é impressionante. Você não percebe o momento em que passa a acreditar, mas, de repente, Cairo é sim o cenário de uma revolução mágica que envolve criaturas saídas dos mitos antigos.

Não apenas o Egito, mas todo o mundo está vivendo essa revolução iniciada ali. Alguns países, como a Alemanha e a França, abraçaram as mudanças, trazendo a fantasia à sua vantagem. Outros seguem discriminantes e determinados a eliminar qualquer traço de magia da sua realidade.

Mestre dos Djinns faz paralelos muito interessantes com questões políticas e religiosas que encontramos hoje em dia. Discriminação, racismo, xenofobia, misoginia, tudo aparece na história de maneira crítica e afiada. Personagens que se sentem melhores que os outros por uma crença, ou pela cor de pele, ou pela maneira com que se portam em sociedade.

A parte fantástica é um espelho da realidade. E é feita de maneira primorosa, com excelentes representações de opressão e oprimidos.

As personagens femininas são de encher os olhos, complexas em cada traço de personalidade, entregando carisma e interações fortes que movem a história, a investigação e os relacionamentos.

Fatma é uma excelente protagonista. Determinada, teimosa, curiosa. Apesar de não precisar mais se provar digna, tendo uma reputação como investigadora, ela ainda o faz só por estar ali como mulher.

Sua relação com Hadia, a nova assistente, é interessante. Hadia é um sopro de ar fresco e de confronto para a solidão da Fatma no Ministério.

E Siti, a namorada de Fatma, é incrível. Tem camadas nessa personagem que precisam ser descobertas e entendidas pelos leitores, mas ela é muito importante tanto para a questão do mistério quanto para o arco de desenvolvimento da própria Fatma. E ela mesma traz apontamentos interessantes sobre intolerância religiosa e racismo.

A fantasia, como eu disse, vive no decorrer da trama. Tudo nela é essencial para entender o mundo e os infinitos detalhes dele. Torna a história muito mais crível, porque foi tão bem pensada e se encaixa tão bem que não tem como não ficar fascinada por tudo ali.

Mestre dos Djinns é de uma riqueza de detalhes e criatividade que é difícil colocar em palavras. É o tipo de livro que você precisa ler e viver, porque tudo nele é importante. Dos detalhes arquitetônicos espalhados pela cidade aos mistérios estranhos envolvendo o impostor (ou será que não é impostor?) aos relacionamentos entre as personagens.

Ele não é um livro agitado, mas entrega boas cenas de ação e reviravoltas que pegam o leitor de surpresa. Apesar da principal não ter me chocado tanto, outras que apareceram no decorrer da história principal me deixaram de queixo caído.

Se eu tenho uma crítica ao livro é que o final pareceu um pouquinho corrido demais. Não a situação em si, mas como ela foi resolvida. Para a grandiosidade do momento, eu senti falta de espaço - mas não de urgência.

A tradução é de Solaine Chioro e ficou excelente. Os termos, as adaptações e a profundidade da narrativa do autor estão muito bem traduzidas. E a edição da Suma tá ótima também (feliz que trouxeram a capa original pra cá!).

Mestre dos Djinns é uma grandiosidade da fantasia e do mistério que merece espaço nas estantes de todo mundo que ama um pouco (ou muito) dos gêneros.

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Um livro que une investigação e fantasia de um modo tão único, tinha que estar entre os meus lidos com certeza!

Adoro livros que nos levam a conhecer outros lugares e culturas, então ver que Clark fez questão de deixar gírias, termos, característicos e próprios do Egito me conquistou muito, além de ser extremamente importante.

Os personagens são fascinante e o universo tem uma excelente construção e desnuda várias camadas culturais na história. Um ótimo livro.

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Livro vencedor do prestigiado prêmio Nebula em 2021 de melhor livro, indicado ao Hugo Awards e ainda vencedor de Primeiro Livro no Locus em 2022, afirmar que “Mestre dos Djinns” me deixou confusa seria simplificar demais. Precisei parar para analisar tudo que li porque temos um livro com uma mitologia tão, tão, tão rica e diferente, em uma história com representatividade, mulheres no centro e muitas reviravoltas, mas, de alguma forma, há algo que falha nessa trama e eu simplesmente não consegui identificar com facilidade. Sei que falando assim parece que eu não gostei do livro, só que não foi isso, embora sim, a trama me perca em raros momentos.

E se, depois de 4 dias após ter lido este livro você me perguntar onde a trama me perdia, vou poder enfim te responder, mas se prepare para o choque: é MUITA informação pra pouca página. Sim, isto mesmo. Eu, que vivo reclamando por aqui e nas redes sociais sobre a saudade que sinto de livros únicos, estou reclamando fortemente que essa história não deveria ter sido contada nesse formato – mas calma que ela não foi realmente. Explicando: “Mestre dos Djinns” é um livro único, mas há um conto com a personagem principal, Fatma el-Sha’arawi, que se passa antes dos eventos desta trama e é até mesmo mencionado na sinopse. Na verdade, há outros 3 contos de personagens que aparecem neste livro: “A Dead Djinn in Cairo”, de 2016; “The Angel of Khan el-Khalili”, de 2017 e ainda “The Haunting of Tram Car 015” de 2019, com a trama inédita de “Mestre dos Djinns” tendo sido publicado em 2021.

Preciso também explicar que o universo criado pelo autor P. Djèlí Clark é cultuado em todos graus lá fora – e já chego na parte de falar sobre a construção do mundo aqui. Seus contos são tidos como maravilhosos e depois da publicação do livro, ficou mais claro ainda que o universo iria se expandir. Aqui estamos no Cairo, em 1912, em um Egito que nunca foi colonizado e que sabe da existência de magia. Os Djinns caminham entre as pessoas há 40 anos e o governo inclusive tem o Ministério de Alquimia, Encantamentos e Entidades Sobrenaturais. O Egito pode não ter sido colonizado, mas, ainda assim, o machismo existe e Fatma é a agente a mais nova contratada pelo Ministério. Quando a conhecemos, vemos que Fatma não segue as regras: não usa a farda que faz parte do Ministério e nem vestidos, preferindo usar calça, ternos, chapéu e uma bengala, tudo bastante charmoso. Ela é pega de surpresa com a chegada de Hadia, que também lutou muito, muito mesmo, para conseguir seu lugar e ser efetivada no Ministério. Some ainda Siti, a misteriosa namorada de Fatma e temos o trio principal de personagens.

Voltando a trilha dos acontecimentos, o livro começa com o que parece ser uma reunião de um grupo, a qual logo se revela ser parte do que parece ser um culto a Al-Jahiz, o homem que foi capaz de abrir o véu entre os mundos e revelar a magia aos humanos comuns. Nesta reunião, uma tragédia acontece e todos são mortos por uma figura que afirma ser justamente Al-Jahiz, já como o homem somente desapareceu sem deixar vestígios, deixando seu possível retorno como uma possibilidade real. Entre os mortos, temos Alistair Worthington, lorde inglês que deixa dois filhos como herdeiros, Alexander e Abgail. O que começa como uma investigação aparentemente do tipo “mais uma” vai logo revelando-se uma grande conspiração capaz de destruir o mundo que Fatma vive, já como há alguém querendo ser o Mestre dos Djinns e, obviamente, controlá-los.

O Cairo que conhecemos é steampunk, ou seja, se passa no passado com tecnologia que historicamente não existia ainda naquela determinada época, sendo mais avançada do que deveria ser. Enquanto temos aqui máquinas imensas (calma que também já falo mais!) também temos as personagens andando em carruagens e atirando com maestria. Começando a caçada para tentar descobrir quem matou todos presentes na reunião do culto, Fatma vai encontrando com mais e mais seres da mitologia do universo que vão realmente encantando o leitor, com uma narrativa querendo causar uma reviravolta a cada 50 páginas, o que pode se tornar um tanto quanto cansativa.

Fatma é uma protagonista forte e que é capaz de fazer o que precisa, mas tem seus instintos toldados por seus sentimentos em diversas ocasiões na trama. Também senti falta de entender melhor o modo de pensar da protagonista que a leva a fazer determinadas escolhas, mas entendo que ela estava no mundo de 1912 – se já é difícil para as mulheres no ambiente de trabalho hoje em dia, imagina nessa época. A resistência de trabalhar com Hadia, que queria justamente trabalhar com a “lenda” que Fatma se tornou me incomodou bastante, mas a forma como a nova agente batalhou para ser aceita, confronta a protagonista e como falou tudo que precisava me ganhou, levando as personagens a terem a melhor conversa de todo livro porque aqui temos uma trama com ação – e quando digo “com ação”, quero dizer de verdade: temos páginas e páginas de lutas descritas com fidelidade e muita porradaria por parte de todas personagens femininas, que não temem entrar em qualquer luta corporal com suas armas.

É justamente por essa forma de ação misturada com motivações ao mesmo tempo egoístas e desesperadas em um universo com uma magia única que “Mestre dos Djinns” me remeteu muito a cultuada série “Mistborn”, de Brandon Sanderson – e acreditem, detesto essas comparações, mas a forma como a narrativa caminha, com personagens moralmente cinzas e uma mitologia complexa e nova me remeteu muito a “Mistborn”, e digo isto da melhor forma possível. Como também falei acima, há uma gama de seres mitológicos que adorei, variações dos Djinns, como os Nasnas, híbridos com humanos, e ainda Anjos mecânicos (há!) que fazem parte de uma trama ainda muito maior, o que me impede de falar mais e entregar qualquer detalhe a mais.

Em vários momentos queria entender melhor a complexidade daqueles seres que não seguem regras e apresentam algo demoníaco em suas aparências: chifres, olhos com pupilas de gatos, e por aí vai. Já os Ghouls, fiquei tão frustrada que não foram melhores explicados que vou me abster de comentar mais sobre eles. Enquanto isso, Os anjos são seres que foram capazes de me fazerem repetir a leitura do mesmo parágrafo várias vezes para imaginá-los da forma como mereciam. Um dos contos que não foram lançados no Brasil é justamente com um anjo no centro, e fiquei curiosa para lê-lo porque acredito que são personagens capazes de navegarem entre os papéis de heróis e Vilões com facilidade.

No saldo final, “Mestre dos Djinns” é um livro espetacular: um universo capaz de prender qualquer fã de fantasia, com representatividade necessária, ambientação impecável, capaz de levar o leitor a pesquisar sobre o Egito, com cenas de ação bastante visuais e capaz de ocupar os pensamentos dos Bookstans, mas deixa muitas (muitas mesmo) lacunas em aberto sobre até onde os Djinns e a magia deste universo pode ir, por isso acredito que mais livros seriam bem-vindos – e talvez aconteçam, certo? De toda forma, o saldo foi incrivelmente positivo, e se você procura uma Fantasia que saia da fórmula que conhecemos, “Mestre dos Djinns” é o livro que você procura. Pode apostar sem medo.

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Obrigada a editora Companhia das Letras e Suma pelo ARC.

Sobre o livro, gostei muito da historia. Eu já tinha lido a novela que se passa no mesmo universo, mas com personagens diferentes então tinha noção do mundo do livro e em Mestre dos Djinns isso aumentou. Eu AMO as ideias que o autor usou, o sistema de magia, a vibe steampunk, tudo é muito interessante. A personagem principal, Fatma, também é muito legal e gostei dos secundários também. O mistério relacionado ao assassinato também é muito interessante e me manteve atenta até o final do livro. Super indico a leitura para quem gosta de uma fantasia que foge mais dos moldes padrões, e com ideias interessantes.

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Mais um livro que comecei a ler sem nenhuma expectativa, mas o livro é uma fantasia muito boa. A história se passa no Egito, totalmente diferente de tudo que já li.

É um livro para quem gosta de investigação, universo em construção, cultura egípcia, mitologia e a mescla de real com fantasia. A revolução não é apenas no Egito. A França e a Alemanha, por exemplo, abraçam essas mudanças.
As personagens femininas entregam tudo. São complexas,fortes e move toda a história.

Representatividade, críticas, muita magia, mistério e ação, nesse steampunk você vai encontrar.

Super recomendo a leitura.

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A ambientação e a utilização da cultura egípcia foram muito bem construídas. Minha imersão na história só demorou porque é uma cultura que conheço pouco, mas quando a trama caminha e vamos nos inteirando com as terminologias, o livro cresce. Tem uma pegada steampunk, aliada ao mistério e investigação, que colocam essa história entre as melhores que li ano passado.

São muitos os temas tratados, entre eles a colonização, pois temos muitas referências à Inglaterra, cuja expansão é obliterada pelo surgimento das criaturas mágicas – ainda que não sejam apenas as egípcias, pois há uma leve menção à outras criaturas de outros países.

Os personagens são cativantes, acima de tudo Fatma, com seus ternos impecáveis, Hadia, com seu discurso sobre sororidade, e Siti, uma mulher misteriosa que já teve um caso com Fatma, e parece passear pelo mundo. É uma história com muita representatividade e diversidade, que são bem trabalhadas na trama.

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Esse livro é uma ótima fantasia steampunk publicada pela @editorasuma

Eu fui surpreendida de maneira bastante positiva pela trama, que apresenta um mundo que mistura o antigo e o moderno, com criaturas mágicas fascinantes conhecidas como djinns, boa dose de mistério e uma protagonista feminina forte e destemida.

Há ainda o bônus de a história ser ambientada no Egito, o que traz um clima bem diferente do que estamos acostumados, visto a Europa e os EUA serem locais que encontramos mais comumente nos livros e filmes.

A ação vem desde a primeira página e a protagonista vive escapando da morte e passando por muitas aventuras. É emoção do começo ao fim. Eu lia querendo respostas, ao mesmo tempo que estava com pena de chegar ao final.

Foi um livro que me encantou e fez viajar para outra realidade. Só matei a charada principal quase no final e achei que a escolha do autor para esclarecer tudo se encaixou bem em tudo que ele mostrou no decorrer na história. Não é um final corrido, é tudo conduzido com calma e ainda nos deixa querendo viver novas aventuras ao lado da agente Fatma. Recomendo!

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A ambientação do livro é impecável, mergulhando o leitor em um universo repleto de mistério e detalhes cativantes. O autor apresenta um cenário extraordinário, enriquecido pela presença de criaturas incomuns, o que agrega um diferencial significativo ao enredo. A riqueza e autenticidade do universo ficam evidentes, especialmente por explorar uma cultura fascinante e pouco conhecida no contexto ocidental. Além disso, os personagens cativantes são um ponto alto do livro, prendendo o leitor em meio a uma trama intrigante e instigante.

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Um universo super interessante, principalmente por se passar em Cairo! Mas é difícil gostar de alguns personagens do livro.

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Mestre dos Dijnns
P. Djèli Clark
352 págs.
Ed. Suma
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"— Não haverá guerra alguma— respondeu lorde Worthington. Sua voz ressoou baixa, porém clara, silenciando a mesa.— Vivemos na era da indústria. Construímos navios para atravessar os mares e dirigíveis para vagar pelo céu. Com a nossa manipulação de gases tóxicos e as resgatadas habilidades de alquimia e artes místicas do seu país, quais novas armas terríveis esta era poderia criar?— Ele balançou a cabeça, como se para afastar o pesadelo conjurado.— Não, este mundo não pode se dar ao luxo de uma guerra. É por isso que tenho ajudado o rei de vocês com a cúpula das nações que está por vir. A única forma de seguir em frente é com a paz, ou iremos, de certo, perecer."
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Egito, 1912. Estamos em sua capital e nossa protagonista é uma jovem mulher, Fatma, que enfrenta tudo e todos em busca da verdade e da paz entre seres humanos e djinns, gênios libertos por al-Jahiz e que uma sociedade secreta que o cultua é descoberta ao ter seu fundador assassinato brutalmente.
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Através de uma escrita limpa e superenvolvente, o autor desse livro genial (literalmente) vai nos levar através das suas páginas mágicas por histórias milenares como A História das Mil e Uma Noites mostrando toda cultura linda, colorida e bela do Egito e na busca pelo assassino vamos nos deparar em um Egito utópico onde as mulheres têm vez e são valorizadas, contudo o preconceito de raça e cor é muito forte, bem como descobriremos que não importa o lugar e ano, o egoísmo e sede de poder humano continuam sendo os mesmos pq, coincidentemente, estamos sendo testemunhas de uma guerra sanguinolenta naquela região onde não há respeito por nada nem por ninguém, e tudo isso em nome da religião e de uma crença....
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Não à toa o livro foi vencedor de dois prêmios pela sua fantasia associada à ficção-científica: o Nebula e o Locus.

Se você gosta de história de gênios, de mulheres desbravadoras e de um bom mistério, você terá doses abundantes desses ingredientes neste livro que fará você querer viajar no primeiro tapete mágico para o Egito.

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Infelizmente eu não consegui terminar o livro, mas tem resenha de livro abandonado sim. O mundo é fascinante, o worldbuilding é tudo. A ideia toda de um Egito meio steampunk com djinns e magia é simplesmente incrível, mas eu não consegui passar pela protagonista.
Não sei como explicar que nossos santos não bateram, mas tudo que ela falava ou fazia eu achava uma chatice. Nossa que mulher chata. Difícil de me importar. Eu amo worldbuilding, mas eu preciso de personagens que me interessem também e Fatma simplesmente a mais chata de todos.
Leria aquele mundo com outros personagens mil vezes, mas não dei conta dela.

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Divertido, instigante e cheio de reviravoltas, me apaixonei pela escrita do autor e já quero ler mais coisas dele! Adorei mergulhar em uma história do Cairo, com uma detetive de coisas mágicas cheia de estilo e atitude, além de djinns causando e gente doida aprontando.

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Com uma premissa fantástica, que mistura fantasia com a cultura árabe e um punhado de investigação, este livro é um prato cheio para quem quer se entreter.

Minha parte favorita foi o mundo criado aqui, onde djinns (e outros seres) convivem com mortais. A cultura criada para os djinns e como se encaixaram no mundo humano foi muito bem feita. Fiquei com um gostinho de quero mais para conhecer melhor outros seres, em especial os anjos.

A protagonista, Fatma, é uma ótima guia por este mundo. A investigação de assassinatos é intrigante e nos leva a conhecer ainda mais de como tudo funciona nesta Cairo. Porém, com o tempo fica um pouco previsível quem está por trás de tudo. Ainda assim, as coisas tomam uma proporção maior do que imaginava e o final é bem satisfatório, embora não me importaria em ler uma continuação, se houver.

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Foi uma experiencia bem diferente do que eu costumo ler, peguei o livro por influencia de alguns amigos e foi uma grata surpresa! Com certeza quero ler mais histórias do autor.
O universo da história é incrível, cheio de camadas e uma cultura fascinante que eu conheço pouquíssimo a respeito, os personagens são encantadores, eu me vi presa nesse universo e desejando saber mais sobre a história de cada um.
Achei que o final ficou um pouco previsível a partir de um ponto da história, e de fato eu estava certa, mas depois que eles mostraram o que eu já esperava, apareceu um lado engraçado da história e foi muito legal. O desenvolver em si da história não foi óbvio pra mim, só um pequeno detalhe do desfecho, e o desenrolar das coisas foi bem interessante e emocionante.
Esse livro só não é um 5 estrelas pra mim por um aspecto, a linguagem do livro é cheia de termos que eu não conheço. Com o tempo e contexto eu entendi tudo dentro da história, sem precisar de pesquisas nem nenhum apoio, mas acabou prejudicando um pouco o fluxo da leitura pra mim, deixando a história mais lenta e densa. Não é uma crítica ruim, não é algo que eu desejaria que fosse diferente, eu gostei muito de ter essa experiencia de leitura, mas acho que é um fator a se considerar.

Obrigada editora e Netgalley pela oportunidade de conhecer essa história :)
4,5 estrelas

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Mestre dos Djinns foi uma grata surpresa em forma de livro.
Primeiro contato que tive com o autor, que consegue uma mescla de estilos de forma natural e instigante. P. Djèlí Clark, já premiado, mistura steampunk, fantasia e mistério no Egito antigo, ao mesmo tempo em que conversa sobre colonialismo e empoderamento.
A agente Fatma, nossa protagonista que vive no Cairo de 1912, se vê às voltas de um grande mistério envolvendo djinns e criaturas brilhantemente construídas ao longo da narrativa. As criaturas e as demais personagens são tão bem descritas que com certeza nos deixa a todos sedentos para os próximos volumes.

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QUE EXPERIÊNCIA!!!! Eu já tinha lido uma novella do P. Djèlí Clark e tinha gostado muito, então estava muito ansiosa para ler esse livro e não sai decepcionada!! Uma ambientação perfeita com um mistério extremamente envolvente. Todo o universo é um absurdo de tão bem feito, principalmente pelo uso de criaturas que não são tão comuns nas histórias ocidentais. Foi um belíssimo livro, com personagens incríveis que vou levar no coração por um bom tempo.Obrigada ao NetGalley e a editora pelo envio da arc em troca de uma resenha honesta.

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