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Infelizmente eu não consegui terminar de ler. Parei pela metade e de alguma forma esse livro realmente não foi pra mim. Não gostei da escrita que achei arrastada e enfadonha e mesmo interessada pelas ideias acredito que elas me foram passadas do jeito mais chato possível. Provavelmente é um problema mais meu do que do autor.
A grande magia do mundo literário é essa vastidão de gêneros, universos, estilos, que nos surpreendem sempre. A cada dia vamos esbarrando com novos autores ou autores veteranos, que não sabíamos de sua existência. É o caso de Thomas Ligotti. Só tive conhecimento de sua grandeza, após essa oportunidade de ler suas obras.
Esse livro nos apresenta suas duas primeiras coletâneas de contos de horror. E, o que posso adiantar é que foi uma experiência bastante peculiar. No início senti uma certa dificuldade, pois, além da narrativa ser bastante descritiva, ficava com a sensação de que era tudo muito bizarro/estranho. Passada essa primeira impressão, as coisas fluíram de maneira satisfatória. Outro ponto interessante é que, mesmo não havendo cenas grotescas, violentas, ou coisas parecidas, a atmosfera densa se fez presente durante boa parte de cada conto. Foi nesse ponto que entendi o que significa horror filosófico, e o Ligotti é mestre nesse gênero.
“Dizem que a morte é um grande despertar, uma emergência das mistificações da vida. Rá, só me resta rir. A morte é a consumação da mortalidade e - para revelar um grande segredo - apenas salienta as imperfeições mortais. Claro que é preciso um grande mestre para arrombar um par de olhos pós-morte depois de serem costurados pelo Dr. Morte. E mesmo depois essas criaturas têm pouquíssima utilidade.” Posição 1316
A escrita do autor é um dos grandes pontos positivos de suas obras. Confesso que fui surpreendido, pois não aprecio narrativas excessivamente descritivas, e acabei sendo fisgado por ela. A riqueza de detalhes, tanto dos cenários, como situações, cria uma atmosfera única, tanto na trama em si, como na relação leitor x obra. Consegui visualizar tudo o que estava lendo, e, em alguns momentos, ficar com a sensação de estranheza vividas pelas personagens.
“Loucura, caos, confusão até os ossos, devastação de inúmeras almas - enquanto berramos e perecemos, a história lambe o dedo e vira a página. A ficção, incapaz de competir com o mundo em termos de vivacidade e da dor e efeitos prolongados do medo, compensa a seu próprio modo. Como? Inventado meios mais bizarros para fins ultrajantes. Dentre esses meios está, claro, o sobrenatural. Ao transformar provações naturais em sobrenaturais, achamos força para afirmar ou negar seu horror simultaneamente, para saborear e sofrê-lo ao mesmo tempo.” Posição 2848
Em relação a parte gráfica, a editora está de parabéns. A capa é bonita, e a diagramação interna é simples e agradável para os olhos. Encontrei alguns erros de digitação, mas nada que atrapalhe a leitura.
Finalizo a resenha indicando aos amantes de contos de terror/horror, com uma pegada mais próxima a estranheza/bizarrice, e que apreciem uma narrativa bastante descritiva.
Nesse livro de contos vamos encontrar várias histórias de terror e com uma prosa bastante detalhista o autor vem encantando leitores fãs de Franz Kafka, Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft.
Logo de cara temos um conto que narra um pai preocupado com sua família, pois ele mora perto do presídio e seu trabalho é lidar com criminosos condenados. Particularmente um dos presos é bastante perturbador e a medida que o leitor vai passando as páginas o medo vai crescendo. Esse foi o conto que me motivou a continuar a leitura de forma frenética, pois é bem interessante, mas nem todos os contos têm o mesmo ritmo e isso sempre atrapalha um livro de contos.
Apesar de uma escrita bem imersiva e com histórias diferentes, interessantes e cheia de criaturas sombrias, o livro é extremamente detalhista, o autor é bastante descritivo ao ponto de ficar chato e isso pode atrapalhar algumas pessoas durante a leitura.
A escrita não é ruim, pelo contrário, é ótima! Mas, em vários momentos me vi entendiada e parecia que eu não saia do lugar durante a leitura, quanto mais eu lia mais história havia e alguns contos se tornavam iguais aos outros e não me emocionaram tanto quanto eu gostaria!
Algumas histórias são sobre trevas, monstruosidades feitas no escuro, medo, assassinos, criaturas perturbadoras e muito terror psicológico, mas infelizmente apesar de tantos contos diferentes eu gostei apenas de dois! Não foi uma leitura de todo ruim, apesar de tudo, foi apenas mediana e acredito que tenha mais efeito nos fãs de Franz Kafka, Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft.
No mais fiquei apaixonada na arte da capa e na diagramação do livro, a edição física está linda e se você quer embarcar em uma trama diferente no estilo terror, dá uma olhadinha nesse livro!
Um livro repleto de pesadelos, mistérios, absurdos, tragédias e acontecimentos sem explicação lógica.
Difícil até explicar sobre o que são os contos porque pelo menos a maioria é uma grande viagem e termina de um jeito bem diferente de como começou.
Um dos mais racionais é o primeiro que tem pais preocupados por morarem pertinho do presídio onde o pai trabalha e um prisioneiro ameaçador vive lá.
Tem um cara obcecado por palhaços que vai pra uma cidade só pra participar de um festival que tem vários deles. Mas tem algo errado com a cidade. Ou algo certo?
Tem até conto de pessoa com tentáculos, um hospício imponente em uma cidade triste, assassino descrevendo suas vítimas de um jeito fantasioso, muitas cenas de desespero, loucura, confusão e trevas.
A escrita do Thomas Ligotti é muito imersiva, mas está longe de ser direta ao ponto. O autor ama descrever coisas. É mais indicado para os leitores mais pacientes que gostam de apreciar cada palavra e não se importam com história atmosféricas de construção mais lenta.
Em alguns momentos fiquei entediada com o texto em excesso e parecia que eu não saía do lugar na leitura. As histórias são boas e muito visuais, mas os personagens são insossos, o que não ajuda muito. A escrita é inteligente, mas no aspecto da emoção não me pegou tanto no geral.
Thomas Ligotti é comparado com Franz Kafka, Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft e acho mesmo que o estilo combina e quem é fã dos 3 autores, pode curtir esse Canções de um sonhador morto & Escriba-sinistro.
As histórias de Ligotti, apesar de apresentarem fragmentos e passagens admiráveis, muitas vezes giram em torno de personagens e cenários similares, oferecendo variações de enredos que sugerem um ciclo repetitivo de eventos, mergulhando na insanidade e no contato com o desconhecido. O autor apresenta um mundo de horror cósmico, incorporando elementos de desespero e loucura que se assemelham aos temas de Lovecraft, enquanto explora a perda de sanidade e a iminência de outros universos e entidades assustadoras.