Member Reviews

Livro excelente, ótima sequência. Conclui a saga de maneira satisfatória. Jemisin é uma das melhores escritoras de fantasia da atualidade.

Was this review helpful?

Eu tenho que começar dizendo que eu amo tudo que essa mulher escreve e sim, eu leria até a lista de compras dela.

A ideia de transformar cidades em humanos me encantou desde que eu li o conto em que ela cria esse conceito.

Nós somos a cidade foi uma leitura incrível e eu amo que ela transforma os conceitos do Lovecraft em algo totalmente diferente e como isso seria um tapa na cara dele.

Nesse segundo volume outras cidades entram na história, mesmo que o foco dela seja ainda Nova York e eu só queria várias histórias de como o nascimento dessas outras cidades ocorreram (eu quero um livro inteiro sobre Londres!).

É uma pena ela ter desistido de escrever uma trilogia, mas o final dessa história é muito satisfatório.

Was this review helpful?

Essa resenha é sobre “Nós fazemos o mundo”, o segundo livro da duologia “Grandes cidades”, já resenhado – você pode ler minha resenha sem spoilers. Como vocês podem imaginar, ao contrário da primeira resenha, esta conterá spoilers, mas leves. Tentarei não entrar demais no enredo e sem entregar nenhum elemento chave da trama.

N.K. Jemisin é uma das maiores autoras da atualidade. Ponto. Não se discute isso. Sua genialidade não se restringe só nas tramas que prendem ao leitor, mas também na sua capacidade de traduzir tão bem vozes que normalmente não ganham o destaque que merecem. Ganhadora do prêmio Hugo por 3 anos seguidos e de mais prêmios do que posso colocar nesta resenha, a ideia da (agora) duologia “Grandes Cidades” é uma das mais criativas que já vi: cidades estão despertando, possuem alma e estão “possuindo” corpos humanos, se materializando, por assim dizer.

Quando li “Nós somos a cidade”, tomei um choque com a genialidade da ideia de fazer New York, uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, despertar e ter alma. Mas como uma cidade desse porte, com pessoas de tantas partes de todo mundo que se perdem em meio a uma multidão que tenta a vida diariamente, poderia ter somente uma alma? Pois então: a cidade tinha 6 personalizações, 6 representações, 6 bairros que, juntos, formavam a alma da cidade. Vibrei a cada página, a cada personagem e suas personalidades tão distintas. Isso foi em 2021, quando o livro foi publicado aqui no Brasil, e desde então espero pela continuação. Até que chegou. E foi… Frustrante.

Voltemos um pouco no tempo para tentar explicar tudo: a ideia de “Grandes Cidades” veio de um conto da autora chamado “The City Born Great”, de 2016. O primeiro livro, “Nós somos a cidade”, foi publicado lá fora em 2020, mais precisamente em 24 de março daquele ano, basicamente quando a pandemia realmente explodiu (Prometo que essa informação será importante). Como já teci elogios suficientes, o livro foi comemorado como uma das maiores fantasias dos últimos anos e chegou os prêmios Hugo, Nebula e Locus. Era impossível não se render a trama.

Quando pesquisei para minha resenha, falei que seria uma trilogia – porque estava programado para ser. Como vocês podem entender, o segundo livro, “Nós somos o Mundo”, foi escrito durante a pandemia, na sequência da publicação do primeiro livro. E isso teve um efeito na trama e na própria autora, que deixa claro em seus agradecimentos no final do livro, onde ela fala exatamente a sensação que tive ao ler este livro – e é frustrante, bem como falei, tanto pela forma como as coisas se encaminham quanto pela sensação de que tudo está acelerado demais. Nas próprias palavras de Jemisin, nos agradecimentos do livro: “A trilogia Grandes Cidades que eu havia planejado inicialmente acabou se tornando uma duologia porque percebi que minha energia criativa estava evaporando sob o peso massacrante da realidade, e que eu não daria conta de escrever três livros nesse clima. Na verdade, cheguei muitíssimo perto de encerrar as coisas no primeiro livro, mas detesto deixar minhas histórias sem fim (e decepcionar os leitores!) depois que as começo, então concluí esta história na força do ódio e da teimosia.” Sim, era uma trilogia e se transformou em uma duologia, então a trama teve essa sensação de pressa, mais do que deveria. E deixo claro que o livro não é de forma alguma, nem mesmo remotamente, ruim. Ele só não é o que poderia ser. Talvez se eu não tivesse amado tanto o primeiro livro, teria aproveitado mais o segundo.

Como já falei acima, a sensação de celeridade é constante. Começando aqui 3 meses depois da grande batalhe que encerra “Nós somos a cidade”. A narrativa parece estar cada vez mais rápida, contando como Manny tem tomado as rédeas financeiras do grupo e como está apaixonado por Neek, que parece mais irritante, grosseiro e impaciente do que nunca. Padmini termina representando muito todos imigrantes com seu núcleo familiar e enfrentando seu maior medo logo no começo do livro, enquanto Brooklyn está lidando com a política, afinal, ela é uma vereadora – que vai se candidatar a prefeita. E durante a evolução dos personagens e seus relacionamentos, se passa mais um mês na trama. Acho que você já entendeu meu ponto.

Não consigo explicar como me sentia frustrada lá pelo meio da trama porque a sensação de que tudo estava radicalmente corrido era insana, então chegava em algum momento chave – um ataque da mulher de branco, R’lyeh, ou a revelação do passado de Manny – e tinha certeza de que a mesma N.K. Jemisin estava lá, com toda sua capacidade de desenvolver tramas inesperadas e da forma como prende qualquer leitor ávido por uma boa história. E na sequência tudo voltava a correr e a frustração me inundava novamente com muita força. Pra ser sincera, já terminei de ler há 4 dias e não parei de me perguntar o que aconteceu aqui. Talvez o problema seja esta leitora que é muito detalhista e até mesmo em suas resenhas escreve demais, e gosta de ler a evolução dos personagens. Não descarto essa hipótese de forma alguma.

O livro tem momentos altíssimos e um bom desenvolvimento de personagens, além da participação de outras cidades e do nosso já conhecido Paulo e ainda a percepção de que há muito do nosso mundo atual aqui, coisa que a autora faz com um brilhantismo tão grande que não podemos deixar de plaudir – Os Homens com Orgulho é o principal exemplo. Como já falei, temos N.K. Jemisin escrevendo, o que nos prepara para esperar e receber momentos de brilhantismo e originalidade, mas o modo como ela transforma um dos grandes vilões aqui em basicamente uma corporação imobiliária (sem spoiler!) me deixou quase confusa porque sim, sabemos que os predadores imobiliários podem ser vilões em cidades (imaginem em uma cidade grande como NY!), mas estamos falando de uma força capaz de andar entre mundos e que não aceita o nascimento desta cidade. Entendo o ponto da autora, só terminou sendo repentino demais. E não me peçam para falar sobre o final porque tive tanta decepção com a forma como tudo é resolvido que só posso dizer que ao ler os agradecimentos, me senti melhor ao me sentir traída porque há uma confissão ali.

Acho que o que precisava falar realmente é o que já disse: se eu não tivesse amado tanto o primeiro livro, talvez eu tivesse aproveitado melhor o segundo. Acredito nisso. E sei que parece que odiei o livro, mas não, não é assim: as cores que New York, a sensação de ler algo de Fantasia tão bem bolado a princípio, a representatividade forte, tudo isso tem a assinatura da N.K. Jemisin a ponto de não ter me feito abandonar este livro. Se você leu “Nós somos a cidade”, te indico ler “Nós fazemos o mundo” – leia e venha conversar comigo porque sua percepção da história talvez seja outra, de que o livro teve o que precisava e assim encerrou. Talvez eu entenda que, como a minha própria cidade, estou velha e rabugenta, querendo consertar coisas que não posso e não olhando pro futuro, que é muito mais célere do que jamais serei – e talvez precisasse ser para aproveitar esta narrativa como merecia.

Was this review helpful?

Nós fazemos o mundo é o segundo volume da duologia iniciada com “Nós somos a cidade”, e a grande rainha Jemisin nos entrega um final espetacular para as nossas “Grande Cidades”.

Três meses após a ameaça alienígena atingir Nova York em uma batalha épica, os seis distritos nova-iorquinos estão novamente desafiados a salvar o mundo.

Os avatares que representam Nova York, bem como seu avatar principal, vão trazer muita ação, perseguições dignas de filme e os melhores diálogos (cômicos e irônicos na medida certa). Jemisin nos ganha, no entanto, quando personifica os distritos e cidades e consegue nos fazer lutar por cada um deles. E assim traz toda uma pauta política e questões marcantes como racismo e gentrificação, aliadas à questão dos imigrantes e das diferenças salariais entre os sexos.

A própria autora nos diz que foi um período conturbado que quase a fez desistir de escrever uma conclusão para a estória, que foi inicialmente pensada como uma trilogia. Obrigada, Jemisin, por nos brindar com esse desfecho, e também por trazer novos avatares que tiveram sua contribuição para o grande final.

Was this review helpful?

Mais um espetáculo de história! Jemisin é impressionante, a narrativa maia absurda possível e, mesmo sem entender muito bem, mesmo não gostando de fantasia, não conseguia desgrudar desse livro. Ao terminar, deu vontade de reler a duologia. É o tipo de história que com certeza fica melhor a cada leitura, devido às várias camadas.

Was this review helpful?

Geralmente costumo ficar receosa ao ler últimos livros de séries, mas Nós Fazemos o Mundo superou todas as minhas expectativas.

N.K. Jemisin traz várias discussões importantes e relevantes aos nossos dias de hoje, tais como: xenofobia, exploração trabalhista de imigrantes, desigualdade salarial entre homens e mulheres, machismo no mercado de trabalho de tecnologia, gentrificação, políticos que usam de pautas racistas, machistas, homofóbicas e conservadoras para avançar em suas campanhas eleitorais, etc.

Em relação ao enredo, Nós Fazemos o Mundo continua tão interessante quanto o primeiro livro. Reviravoltas inesperadas, cenas de ação e perseguição, os personagens fugindo para salvar a própria vida, enfim, me senti assistindo um filme de ação.

Os novos personagens se mostraram bastante carismáticos, principalmente os avatares de Londres, Istambul e Paris. Eu diria até que, além do enredo e das críticas sociais, os personagens dessa duologia são um dos motivos principais para eu amá-la tanto. Me vi envolvida na jornada deles e torcendo por eles até o fim.

Em resumo, uma excelente duologia de fantasia urbana com ficção científica, que se mostra excelente em tudo que se propõe. Recomendadíssima.

Was this review helpful?

*Thank you Netgalley and the publisher for providing me with a copy of this book for review, all opinions are my own*

It's difficult for me to write a review of this story, I loved the first book, and I know that a lot of people didn't like the sequel so much so I was apprehensive about reading this story, but I'm happy that I liked it.
I actually think I was already so connected to the characters that there was no way I wouldn't like this book.
I'm simply in love with the premise and I think this story is one of the most original and wonderful ideas I've ever read.
I would read a book about every city in the world because I find it very interesting the way the author manages to put the essence of cities in people and how she characterizes the characters is simply perfect.
For me, this duology is about characters above anything else.

Was this review helpful?

Amo ler livros no escuro e descobrir com a leitura sobre o que é aquele universo, mas no caso do primeiro livro desse universo não foi uma boa escolha. Estranhei muito e não sabia muito bem se tinha gostado. Agora lendo Nós Fazemos o Mundo, já conhecendo o universo gostei muito mais da leitura e consegui entender porque a autora é tão aclamada!

Was this review helpful?

📚 Segundo livro da duologia "The Great Cities" ("Grandes Cidades"). O primeiro está disponível em português com o título "Nós Somos a Cidade".

🗽 No primeiro livro, somos apresentados a Neek, o avatar da cidade de Nova York, e seus parceiros (por falta de palavra melhor), que personificam os bairros da cidade, tão diferentes e complementares entre si. Também aprendemos que cidades podem nascer e ser guiadas por seus avatares, fenômeno que já dura milhares de anos mas teve sua marcha diminuída recentemente, graças a uma força sobrenatural determinada a matar as cidades ainda no parto.

🌍 "The World We Make" conclui a saga retratando a luta dos avatares de NYC para se entenderem e trabalharem juntos e, principalmente, para convencerem as cidades mais antigas de que o Inimigo também as ameaça. Jemisin caracteriza brilhantemente as diversas pessoas/cidades que apresenta e, no caso dos bairros de NYC, dá a cada um identidades e vozes próprias e marcantes.

✨ O livro se perde em alguns momentos em descrições que lembram videogame, mas o foco nas vidas pessoais dos avatares manteve o meu interesse. A resolução do conflito é magistral. A duologia é bem diferente de outras sagas da autora que já li ("A Terra Partida" e "Dreamblood"). Jemisin brilha nas sagas de alta fantasia, mas "Grandes Cidades" não fica muito atrás.

Was this review helpful?