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Nossa, sem palavras para descrever o quanto me emocionei com essa história. Joshua e Lauren certamente ficarão em meu coração para sempre.
O enredo mostra como o processo de luto é difícil, mas precisamos seguir em frente mesmo sem saber como. Uma leitura cheia de reflexões, lições e toca o profundo da nossa alma.
Esse é exatamente o tipo de livro que queremos fazer todo mundo ler, cada linha alcança nosso coração com um poder sem igual.
Ich weiß ehrlich gesagt nicht, wie ich dieses Buch bewerten soll, da ich es aufgrund relativ kurzer Ausleihdauer (ohne Verlängerung) nicht lesen konnte.
Já terminei a leitura de “Parem os relógios”, de Kristan Higgins, há alguns dias e confesso que não tenho o costume de demorar para escrever minhas resenhas porque gosto de estar com os sentimentos frescos e vividos da memória para tentar passar para vocês. Entretanto, sinto que fiz o certo aqui poque há muito que digerir sobre esta leitura. Sim, a trama é feita pra você chorar. Feita e escrita daquele jeitinho pra esmagar seu coração. Construída de uma forma excepcional para entregar o pior momento de todos nas páginas finais e fazer o leitor se sentir destruído, mesmo que seja em flashback. Sim, você vai chorar. Mas, de uma forma bastante bem elaborada, você também sairá deste livro com a sensação de há continuidade e de que há risadas, amor e felicidade depois de uma perda tão grande, ainda que você não esqueça aquela perda. E isto se chama vida.
Outra coisa que já quero deixar claro de começo: por mais que a premissa inicial do livro lembre (e muito) “P.S. Eu te amo”, há uma diferença central no livro (apesar de existir uma cena que parece que veio diretamente desta trama): não são somente cartas que Lauren deixa para seu marido, Joshua, quando morre. Cada carta há uma espécie de tarefa para que ele faça e comece a lutar conta o luto que está enfrentando. Por 12 meses depois de sua morte, Joshua vai honrar aquelas ações que sua esposa deixou para ele, por mais impossível que pareçam a princípio, tudo em uma jornada bastante intensa com a finalidade de tentar juntar os cacos do seu coração.
Outra coisa que já quero deixar claro de começo: por mais que a premissa inicial do livro lembre (e muito) “P.S. Eu te amo”, há uma diferença central no livro (apesar de existir uma cena que parece que veio diretamente desta trama): não são somente cartas que Lauren deixa para seu marido, Joshua, quando morre. Cada carta há uma espécie de tarefa para que ele faça e comece a lutar conta o luto que está enfrentando. Por 12 meses depois de sua morte, Joshua vai honrar aquelas ações que sua esposa deixou para ele, por mais impossível que pareçam a princípio, tudo em uma jornada bastante intensa com a finalidade de tentar juntar os cacos do seu coração.
Como já mencionei, a trama não segue a ordem cronológica dos fatos, indo e vindo no passado com um determinado dia sendo o dia chave – acho que todos entendem o que acontece neste dia. Alternando o ponto de vista de Lauren nestas cartas e o ponto de vista de Josh recebendo as cartas pelas mãos de Sarah, vemos e entendemos que a dor dele é grande demais e que o amor que sentia por Lauren era realmente imenso. Jovem brilhante, com um emprego que lhe permite trabalhar em casa e se focar em tentar descobrir uma cura para a doença da esposa, Josh puxa para si uma responsabilidade insana, mas que faz todo sentido porque ele não aceita perder Lauren. Vemos a raiva, a frustração, a dor, a falta de vontade de lidar com outras pessoas, tudo misturado em um processo que vai sendo construído lentamente. Mas Josh também traz representatividade nele, já como ele pertence ao espectro autista e tem síndrome de Asperger.
A primeira tarefa deixada para Josh parece muito simples: ir ao mercado fazer as compras naquele primeiro mês sozinho. Claro que algo tão trivial vai se transformar em um momento de dar de cara com a dura realidade de uma vida sem Lauren. Parece algo tão banal para quem acabou de perder uma parte de seu coração, mas também faz com que Josh entenda que o mundo continua lá fora e só está parado para ele – inclusive a melhor passagem do livro é algo bem direto e doloroso, que é quando ninguém liga para saber como ele está. Não, não é pela falta de atenção, é simplesmente a constatação de que a vida de todos está seguindo e a dele vai precisar seguir também, por mais que ele não queira. De partir o coração, mas quem já perdeu alguém sabe que este momento chega de diversas formas e é uma mistura de dor, raiva e impotência.
Os outros relacionamentos também são focos de momentos e passagens que mostram quem a jovem que acabou de morrer, como a proximidade de Lauren com sua mãe e irmã, mas o segundo melhor relacionamento desenvolvido na trama é entre Lauren e Sarah, a melhor amiga. A princípio fiquei bastante incomodada como Josh via a amizade entre as duas, mas dei o benefício da dúvida porque para ele, sua esposa era perfeita e todas as pessoas queriam ser e estar no lugar dela. Com o passar da trama, Josh decide ser literalmente um filho da mãe com Sarah, dizendo com todas letras que acreditava que ela sentia inveja de Lauren. Sarah fica ressentida, mas, mesmo assim, não deixa de entregar a carta do mês seguinte para Josh, os levando eventualmente a uma cena repleta de dor e mágoa sobre o relacionamento das duas. Em mais um momento muito real, o livro mostra como podemos amar alguém e, ainda assim, nos ressentirmos por coisas que estão fora do controle de qualquer pessoa, mas, acima de tudo, como somos capazes de estar lá para as pessoas que amamos quando precisam de nós. Mais uma lembrança de como os relacionamentos são complexos, delicados e frágeis, tudo como na vida.
Mas “Parem os relógios” falha em trazer uma construção que envolve justamente Sarah. Como já falei, fiquei incomodada com a forma como Josh a trata na passagem mencionada, mas também em como tudo aponta para um caminho que termina em uma cena igual ao filme que adapta “P.S. Eu te amo”. Para uma trama que tem tantos pontos tão bem construídos e refletidos, não posso deixar de apontar que toda essa parte foi uma decepção e só por essa parte este livro não ganhou 5 estrelas. Não é algo que afetará a construção geral, mas não deixo de me decepcionar quando mulheres recebem menos do que deveriam, até mesmo na ficção.
Além de Lauren, o foco do livro é Joshua – acho que até mais do que Lauren, na verdade. Descobrimos como ele não sabia quem era seu pai biológico e como sua mãe decidiu tê-lo solo, passando a contar com a ajuda dos seus vizinhos, o casal Ben e Sumi Kim. Ben passou a ser sua figura paterna no passado, agora era um forte apoio para o jovem viúvo, e o relacionamento deles é muito bem construído. Mas o leitor também entende onde a trama de Josh vai chegar em uma das tarefas deixadas por Lauren e por mais que queria falar sobre (porque merece de tão bem escrito que é), não o farei porque seria spoiler. Só quero deixar aqui registrado que o livro mais uma vez acerta em mostrar como os relacionamentos humanos são complexos porque as pessoas são falhas e como você pode conceder o perdão quando nem ao menos se acha capaz disto.
Sinceramente, “Parem os relógios” é um livro incrível. É um livro sobre ter o coração partido pela morte. É um livro sobre querer parar os relógios e não deixar quem você ama partir. É um livro sobre luto, sobre perdas, sobre dor. Mas, além disso, é um livro que te mostra que o amor sobrevive, que a morte não tira suas lembranças e você ainda pode amar e ser feliz carregando aquela saudade que você aprende a viver com. É um livro sobre esperança também, e, quando termina, você chora de tristeza por alguém não deveria ter morrido, mas hey, esta é a vida, por mais difícil que seja. Você termina fechando o livro acredita na continuação, no amanhã, no amor. É um livro sobre os relógios voltarem a funcionar. E é assim que a vida é.