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Que delícia ler um terror tão bem escrito e tão brasileiro!
O patriarca da família está doente, e seus filhos precisam cuidar dele por uma noite durante a pandemia. Assim começa "A febre", um livro sobre assombros, imposição de poder e fantasmas do passado.
O apartamento dos Soares Lobo é mais que um pano de fundo para essa história sobre traumas da ditadura e passado familiar. Nele, a luz solar tem dificuldade de entrar, os vidros batem e sussurram, e risadas são ouvidas por baixo da porta. O sobrenatural acompanha a trama e gera alucinações, visões de mortos e crises de ansiedade.
Para os filhos dessa família envolvida com a ditadura militar e o naz1smo, afastar o passado não é tarefa simples — ele está em cada situação. Por isso também que a escrita do Ferroni mistura as lembranças com o presente, como se tudo fizesse parte da mesma linha temporal. Achei uma ótima sacada.
Há momentos de tensão e cenas que parecem sair de um sonho febril. O desespero é a linguagem que os personagens se comunicam. Tantos mistérios me fizeram ler em um dia, não ia segurar a curiosidade.
Um ótimo livro!
É esse não funcionou para mim.
Começa bacana, Marco indo cuidar do
pai. E no decorrer das lembranças de
Marcos vamos sabendo um pouco mais
da sua história e toda a família. Cria-se
uma atmosfera sobrenatural que gera
curiosidade, depois chega o irmão
Cláudio, um cara nojento. Para o final
temos a visão de parte da história da
família na visão de Joana. Exatamente
aí você pensa que teremos o ápice para
fechar a história, só que..
Um ponto positivo é que Marco começa
teoricamente como um personagem
legal e se torna totalmente cinza no
decorrer da história,
Agora sinceramente, achei o
sobrenatural usado só para fazer
balbúrdia e Marco ficar com medo e ter
lembranças fraco, até porque aconteceu
também com pessoas não envolvidas na
sujeira toda, então estavam ali somente
por estar. Talvez tenha esperado uma
situação de tensão e perturbação maior.
Achei muito mais válido e com sentido
Joana e a mãe.