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Vamos aos fatos históricos para situar a narrativa.
Já ouvimos falar na Batalha de Kuala Lumpur, entre as forças de invasão japonesas e as forças britânicas na então capital dos Estados Federados Malaios, um protetorado britânico. A partir do final de dezembro de 1941, os japoneses começaram a bombardear a cidade; forças terrestres chegaram à cidade em 11 de janeiro de 1942, mas apenas quando nos deparamos com os efeitos sobre pessoas reais, alcançamos a dimensão do quanto a crueldade pode ser desmedida
É neste contexto histórico que se desenrola a história de uma família da Malásia destruída pela guerra.
Cecily e seus filhos Jujube, Abel e Jasmin são algumas das milhares de vítimas da ocupação japonesa, no período de 1941 a 1945.
Cecíly sente uma culpa, que vai acompanhá-la por toda a vida.
Ela conhece e se envolve com um alto militar japonês e, convencida de que a expulsão dos britânicos é o melhor para o país e a população, ela se torna uma espiã que auxilia nos planos de ocupação japonesa.
Não demora muito ela começa a sentir os efeitos dentro de sua própria família, quando Abel, assim como muitos outros jovens, simplesmente desaparece.
A narrativa vai alternar o que acontece com cada um deles, cujos destinos são cruelmente separados.
Uma história comovente, de muita luta, resistência e resiliência.
Não tem como não se emocionar com Jujube, Abel e Jasmin e tantos outros personagens devastados pela violência e abandono, como a pequena Yuki.
Eu conhecia muito pouco sobre estes acontecimentos e me vi envolvida pela escrita da autora.
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A tempestade que criamos
Vanessa Chan
272 p
Editora Paralela, 2024
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O livro é uma leitura poderosa e envolvente, que oferece uma visão íntima das lutas e dos triunfos de uma família diante das adversidades. Vanessa Chan mostra-se uma escritora talentosa e sensível, capaz de capturar a complexidade da experiência humana com profundidade e empatia.
que a guerra não traz nada de bom, já sabemos. mas se fosse possível mudar seu rumo, será que o mundo se tornaria melhor?
a Malásia dominada pelos britânicos sempre despertou ódio em Cecily. cansada da opressão a que os malaios eram submetidos, bastou Fujiwara surgir com o discurso de que “asiáticos apoiam asiáticos”. ela se apaixonou e começou a espionar para os japoneses.
alternando entre 1935 e uma década depois, vemos Cecily e sua família enfrentando as consequências de sua colaboração na 2ª Guerra Mundial.
“a tempestade que criamos” é um retrato profundo e doloroso sobre pessoas que foram destruídas pela guerra, sobre a realidade nua e crua da maternidade, e sobre o resultado de nossas escolhas. as vezes, sim, o mundo nos devolve tudo o que fizemos a ele.
esse é um dos livros mais profundos que eu já li. recomendo a todos que se interessam a ver o ponto de vista que nunca é mencionado durante as guerras.
Uma das melhores leituras do ano até agora! Livro maravilhoso e triste, é uma ficção histórica que se passa na Malásia de 1945.
A Malásia era uma colônia britânica, e apesar de não ser um país livre, permitia aos colonos uma série de "liberdades", como educação e segurança. Entretanto, o Japão queria expandir seus territórios e tinha muito interesse na região. Com o slogan "Ásia para os asiáticos", conseguiu convencer alguns malaios a apoiá-los, entre eles Cecily. Ela era uma dona de casa mãe de três filhos, casada com um burocrata de médio escalão e com acesso a segredos militares. Traiu os britânicos pensando que com os japoneses teriam acesso à liberdade... mas na verdade viu sua vida desmoronar, seu país mergulhar numa recessão, com muita violência pelas ruas e perigos para sua família. Cecily luta muito com a culpa, pois sabe que as dificuldades que enfrenta são consequências de suas atitudes no passado. E o preço que ela está pagando é altíssimo.
A Tempestade Que Criamos é uma estória sobre as agruras da Segunda Guerra Mundial em uma parte do mundo que para nós, sul-americanos, é pouco conhecida e não é ensinada nas escolas. A crueldade japonesa sobre a população dos países invadidos é conhecida, mas eu nunca havia lido um relato tão pungente e desalentador como o contido neste livro. Toda a família de Cecily pagará o preço por sua colaboração como espiã e a cada novo capítulo o desespero cresce por causa das consequências de cada decisão errada. O preconceito dos colonizadores ingleses também é causa das "tempestades" criadas.
Apesar de ser um estória de ficção, está calcada em fatos e acontecimentos reais, o que ainda me emociona mais.
Agradeço à Sra. Chan, à Cia. das Letras, e à NetGalley pela cópia grátis deste livro.
The Storm We Made is a story about WWII in a part of the world that for South Americans is very little known and it's not taught at schools. Japanese cruelty over the population of the countries they invaded is known but I had never read such a heartbreaking story as the one in this book. Cecily's family will pay the price for her spying for the Japanese and at each new chapter there is a growing despair because of the wrong choices they made. Prejudice from the English towards the colonized population is also responsible for the "storms" created. Even though it's a work of fiction, The Storm We Make is based on real facts, which breaks me even more.
I thank Ms. Chan, her Brazilian Publisher, and NetGalley for the free copy of this book.