Um clássico da literatura brasileira, realmente um privilégio de se ter nas mãos qualquer livro de Jorge Amado. Capitães da areia é um retrato de uma época em que a infância brasileira possuía significados diferentes, de acordo com sua origem. Permeada por violência, o livro é uma exposição da vulnerabilidade social brasileira, principalmente quando se fala de infância. Um clássico que venho lendo repetidas vezes ao longo da vida e sempre expõe novas visões.

Sempre quis ler Jorge Amado e aproveitei a disponibilização pelo NetGalley para começar por Capitães da Areia. Se soubesse antes que esse é apenas o terceiro livro do autor, teria lido com menos expectativas. O livro não é ruim, mas claramente Jorge Amado ainda era um neófito na arte da escrita. É uma ficção de denúncia e tem seus méritos, mas por vezes o livro é repetitivo; em outros momentos, é panfletário. De qualquer modo, as crianças são personagens interessantes (o padre que faz amizade com elas também), e me vi curiosa pelos seus destinos. Boa leitura, pretendo ler outros mais maduros do autor.

Esse foi meu primeiro contato com o autor e amei muito a leitura. Sempre fico com dificuldade para falar sobre livros que gostei muito.
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Em Capitães da Areia, conhecemos uma gangue de meninos (crianças e adolescentes), em sua maioria órfãos que vivem nas ruas. O livro já começa com recortes de jornais noticiando os crimes do bando.
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Foi uma leitura dolorosa e difícil em muitos dos pontos pois retrata algo que ainda hoje é a realidade de muitas crianças. A diferença entre classes fica evidente durante toda a leitura e o que mais chama atenção é como os meninos precisam crescer rápido. Eles tem atitudes de adultos, mas fica notável o quanto no fundo ainda são crianças e precisam de carinho e atenção.
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É bonito ver o senso de lealdade que os meninos possuem entre eles, em que alguns recusam a chance de sair do grupo e ter uma vida "normal", para continuarem ali.
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Tem muita atitude dos meninos que me causaram revolta ao ler, principalmente o tratamento que davam as meninas, especialmente as meninas negras que passavam por seu caminho.