O livro "O Ceifador" nos transporta para um futuro em que a humanidade superou sua maior limitação: a mortalidade. Neste mundo, a morte deixou de ser uma preocupação cotidiana, e os seres humanos podem viver inúmeras vidas, revivendo sempre que necessário – desde que sua carne esteja intacta e não tenham sido coletados. A única exceção a essa regra é o trabalho dos "ceifadores", uma classe especial de pessoas encarregadas de realizar a coleta definitiva daqueles que não voltarão à vida. A construção desse universo certamente exigiu grande criatividade de Neal Shusterman. Os cenários descritos nos fazem refletir sobre a natureza humana e o impacto que a ausência da morte teria em nossas vidas. Afinal, muito do que fazemos – trabalhar, estudar, suportar as dificuldades do dia a dia – é motivado pelo temor da morte e pelo desejo de deixar um legado. Neal nos apresenta um mundo que transcendeu essa preocupação, mas, ao mesmo tempo, revela um universo repleto de conformismo e novas ambições.