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Já havia lido Hibisco Roxo, e apaixonei-me pela escrita de Chimamanda. Mas achei a leitura de Americanah um pouco cansativa descritiva demais em alguns pontos). A história, em si, é arrebatadora, desde o início na Nigéria, o desenvolvimento das amizades e romances - sempre ressaltando raça, nacionalidade, dinheiro e estudo lindamente interligados, culminando em um final surpreendente. Recomendo muito!

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Começo a relatar minha experiência com a leitura pela narrativa riquíssima da autora, que me conquistou nos primeiros capítulos. Ela consegue nos situar em momentos históricos de forma natural, nos inserindo na rotina dos personagens, dando uma fluidez que vai ganhando força na medida em que as páginas vão passando.

Os personagens são seres humanos reais: com qualidades e defeitos que podemos identificar em nós mesmos. Existe a dualidade e autenticidade da vida real que faz com que o leitor acredite que Ifemelu e Obinze poderiam ser pessoas que, um dia, poderia conhecer e apertar a mão.

A história se intercala entre passado e presente, com pequenas interrupções para incluir os textos do blog de Ifemelu; cheios de ironia e bom humor, são verdadeiras aulas.

Preconceitos, cultura, pertencimento, luta, diferenças. Tudo isso é abordado de forma direta e natural. O enredo parece simples, mas é tão bem construído e sincero que você sente que a alma da autora está ali, em cada palavra.

É um daqueles livros que arrebatam. Entrou para uma lista seleta de obras que vou recordar pra sempre e que vou indicar para todos! Leia!

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O livro conta um período na vida de Ifemelu, jovem de origem nigeriana que se muda pros Estados Unidos com o sonho de completar seu curso universitário.

Apesar de parte da história retratar a vida da protagonista ainda na Nigéria retratando os motivos pelos quais os jovens nigerianos tendem a sair do país para estudar, grande parte do livro ocorre durante o período em que ela mora nos EUA.

É lá que ela amadurece, não só em idade, mas como pessoa e encontra sua voz no mundo escrevendo um blog sobre raça e as diferenças entre afro americanos e o que ela chama de American africans, que são aqueles como ela que nasceram na África e imigraram.

A grande sacada do livro são os trechos do blog de Ifemelu que estão presentes em alguns capítulos sempre ligados a alguma conversa dela com seus amigos americanos.

Pra quem gosta de livros que parecem ser sobre nada, mas são sobre tudo, sobre a vida, sobre crescimento, amadurecimento. Pra quem gosta de personagens femininas fortes e inspiradoras, mas que ainda assim tem defeitos. Pra quem entende que parte da população do mundo é privilegiada e que tem empatia pra perceber que o mundo é muito mais que as suas experiências pessoais.

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"Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos" - Charles Dickens.

É o melhor resumo sobre como me senti lendo Americanah.

O romance de Chimamanda Adichie é encantador quando se inicia: os personagens parecem fortes, incríveis, desenvolvidos, com várias facetas, tudo vai muito bem enquanto nos familiarizamos com a história de Ifemelu e Obinze, dois nigerianos que se amavam e acabam indo para lugares diferentes, Ifem vai parar nos EUA enquanto Obinze embarca para Londres.

A história apresenta com firmeza como era a vida deles na Nigéria e realmente faz o leitor sentir como é viver ali, com as desvantagens, as vantagens, o que diverte e o que é difícil para as famílias e a necessidade que alguns acabam sentindo de se mudar para outros países em busca de uma educação melhor para um futuro melhor.

Chimamanda Adichie resolve então se estender para todo o sempre em páginas e mais páginas falando sobre raça, nacionalidade e sobre como o preconceito existe nos dias atuais. O que não está errado, mas acredito que perdemos muito dos personagens enquanto ela foca nisso.

Parte da história não parece estar realmente conectada aos personagens em certos momentos e Ifemelu é uma protagonista difícil de gostar, não por ser inúmeros defeitos, mas por sua arrogância em diversos momentos, mesmo em situações muito complicadas eu pouco me senti conectada a uma personagem que deveria me gerar algum tipo de identificação.

Então apesar de gostar muito do que me foi apresentado, o livro pareceu sem fim e muito exaustivo, eu lia e lia e parecia que as páginas simplesmente se recusavam a passar.

Chimamanda é uma autora fantástica e uma escritora envolvente, mas Americanah não me prendeu da mesma forma que seus contos em "No seu pescoço" e foi uma pena.

Recomendo para quem gosta de livros nigerianos e da escrita da Chimamanda, mas recomendo calma e menos empolgação.

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