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Juro que quando vi o livro, o título e a capa achei que fosse thriller! Sério, isso acontece muito comigo pois eu escolho os livros pela capa e nunca leio as sinopses! Mas era romance, e eu quase não leio romance! Mas esse livro me fisgou completamente. Tanto que o li em menos de um dia!

Começamos com uma menina toda triste e traumatizada tendo que voltar para a escola depois das férias, só querendo passar invisível por tudo. O motivo? Em um acidente de carro onde Ella estava dirigindo, Hayley morre e Ella se culpa pelo que aconteceu, e para ajudar, ela não lembra de nada daquela noite!

Eram três amigos inseparáveis, Ella, Hayley e Sawyer, namorado de Hayley. Como a culpa corrói Ella, a menina acha que todos a responsabilizam pela morte da amiga, principalmente o seu namorado, assim ela não vê que ele está ali para apoiá-la.

Acontece que os dois acabam se aproximando cada vez mais e quando percebem, estão envolvidos, Ella então, tomada pela culpa, Começa a ler o diário da amiga, querendo a princípio se sentir mais próxima dela, acaba então descobrindo segredos profundos e dolorosos naquele diário, o que a faz desconfiar de Sawyer, já que no diário ela conta detalhadamente os abusos que sofria do namorado, nomeado no diário como "S".

Para mim não estava fazendo sentido, em um momento Sawyer era todo amoroso com a Ella, no outro ela estava lendo que "S" estava batendo na amiga, mas como ela iria confrontá-lo? O medo só aumentava e a desconfiança não ajudava, e então ela foi procurar ajuda no psicólogo da escola, contou tudo para ele e claro, seriam tomadas providências. Só que Ella não queria acreditar no que lia e em meio às desconfianças e traições ela vai perceber que ninguém conhece todos os segredos, nem das melhores amigas!

Eu fiquei com raiva inúmeras vezes durante a leitura. Primeiro a família da Ella que até o acidente era tão unida, passou a hostilizar a menina, a culpá-la em silêncio, o que não faz sentido, muito fácil se arrepender depois que deixou a filha sozinha em seu luto.

Sawyer, só queria proteger sua amiga e seu amor, por conta disso, escondeu coisas que não deveria. Hayley estava sim sofrendo abusos físicos e psicológicos mas não era de que a gente imagina no início, e a mãe dela era uma mulher amarga e egoísta que não conseguiu enxergar o sofrimento da filha. Em resumo esse livro se resume em uma coisa: Falta de comunicação pura e simples e por isso, as consequências dos atos de todos, foram desastrosas!

Gostei bastante da leitura, não queria largar de tão curiosa que eu estava para entender qual era a versão verdadeira do Sawyer e no final, não me decepcionei!

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or um caminho de suspense e guarda para o leitor em sua trama várias boas reviravoltas.

Ella carrega uma imensa culpa, acredita ser responsável pela morte da amiga Hailey. Ella não lembra nada que antecedeu o acidente de carro e nem do depois, só acordou em um hospital e soube que Hayley foi arremessada pelo vidro da frente e seu corpo jamais encontrado. E quando encontra o diário de Hayley, percebe que a amiga estava cheia de problemas e que seu relacionamento amoroso com S era tóxico. Ella nem imagina o que a leitura do diário ira causar em sua vida.

Amo suspense e mistério e este livro me fisgou logo nas primeiras páginas. A cada trecho lido, mil suspeitas. Fiquei com a pulga atrás da orelha. Uma morte declarada sem um corpo não poderia ser uma fuga? A vida de Hayley tinha complicação bastante para levá-la a tal decisão. A seguir o fato de Ella não lembrar do acidente me fez tem certeza que a causa foi algo traumático que sua mente apagou por pura proteção. Há uma conspiração para o leitor desconfiar de tudo e todos. Para consolidar o suspense, temos o diário e o tal S. E eu tinha certeza que S não era a pessoa mais óbvia, Sawyer, o "S", parecia uma tentativa de esconder uma identidade questionável.

Leitura envolvente do começo ao fim, fiquei presa nas iscas que a autora lançou. É instigante ir montando esse quebra cabeças. E não vou contar se acertei ou não, afinal não quero soltar spoilers. O que posso dizer é que tem uma boa premissa, desenvolvida de maneira bastante atraente. Não nego que há clichês, mas foram bem executados. Há também cenas fortes, pois a autora fala abertamente sobre relacionamentos tóxicos, abusos, violência doméstica e uso de álcool sem moderação.

Esse suspense com pitadinha de drama é daqueles que nos fazem não querer largar a história até a última pagina. O desfecho foi ótimo. Recomendo!

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O subgênero de suspense para jovens adultos é algo real e veio pra ficar. Por mais que algumas autoras tenham se consagrado escrevendo somente neste nicho no qual a policia e os órgãos que cuidam de adolescentes parecem terem sumido da face da terra – e não falo isso reclamando porque adoro, há aquelas que se atentam em escrever algo crivado na realidade por mais assustador que seja, e é o que “Tudo que nunca dissemos” nos entrega, mesmo que com algumas ressalvas. Vamos por partes que falarei sobre, sem spoilers, claro.

Primeiro livro da autora Sloan Harlow, o que posso afirmar é que a escrita é muito, muito fluida e rápida. Com capítulos curtos, vamos acompanhando a trama pelos olhos de Ella e Saywer, dois dos três personagens principais da trama. Como a sinopse diz, Ella se sente culpada pela morte da melhor amiga, Hayley, já como era ela que dirigia o carro depois de uma festa e acabou batendo. Ella não tem memórias diretas da festa que estavam e nem do acidente em si porque perdeu todas memórias das últimas 24 horas antes do acidente, mas o que ela sabe muito bem é que sua vida mudou pra sempre quando acordou daquele acidente com costelas quebradas, um vazio na memória e sem Hayley, que teve o corpo levado pelo Rio.

Esse acidente aconteceu semanas antes das férias de verão do penúltimo ano do ensino médio das garotas, que no hemisfério norte acontecem no nosso inverno. Agora Ella está voltando pra escola para cursar o último ano e tudo que consegue fazer é tentar se manter em pé. O grupo de amigos que tinha não era dela e sim de Hayley, então os afastou todos sem responder ligações e afins durante aqueles 4 meses. Até que encontra Sawyer, o namorado maravilhoso de Hayley da qual era super amiga, mas que também não falou desde o acidente. Claro que o luto e trauma vão começar a aproximar os dois, mas o trunfo dessa narrativa não está aí – e não pense que o que temos aqui é um romance de cura entre Ella e Sawyer se apoiando e superando a morte de Hayley porque temos 3 grandes reviravoltas nessa trama.

Voltando ainda a Ella, um ponto que achei incrivelmente bom no livro foi a quebra do relacionamento dela com a mãe, Michelle. Mulher de personalidade forte, Ella sente que decepcionou a mãe, saindo da filha perfeita, com notas A+ em todas matérias, para alguém que dirigiu um carro e causou a morte da melhor amiga e sequer quer voltar pra equipe de natação da qual fazia parte. O relacionamento com Jess, sua irmã mais nova, também foi afetado porque claro que o luto e a culpa de Ella a está engolindo viva. E provavelmente continuaria assim se Phoebe, a mãe de Hayley, não pedisse para Michelle mandar a filha limpar o quarto de Hayley, que está intocado desde o acidente. E é assim, indo lá limpar o quarto da melhor amiga morta, que Ella encontra seu diário super mega secreto.

E é aí que o leitor começa a entender que a trama não vai mesmo pro romance e sim pro suspense porque Hayley tinha muitos, muitos segredos – principalmente o relacionamento tóxico e abusivo que tinha com S. Parece óbvio que Hayley falava de Saywer só o chamando pela inicial em toda a história contada em seu diário, mas para o leitor mais atento fica claro que pode não ser, e aí a narrativa começa a brincar com todos que acompanharam Ella se apaixonando por Sawyer e não aceita sentir o medo que Ella está sentindo dele porque tudo que vimos sobre é um jovem perdido que não quer seguir os passos de um pai violento que saiu da vida da mãe e de seu irmãozinho, mas, ao tempo que vamos lendo o diário de Hayley também, vemos que aquele S. do diário é alguém para realmente se temer. Só precisamos ter certeza de quem essa pessoa é.

Temos 3 pontos de vistas na narrativa: Ella, Sawyer e o diário de Hayley, quando Ella o lê. Narrado pela voz de Hayley, vamos vendo como a garota realmente tinha uma família complicada, formada por sua mãe, Phoebe, e seu padrasto Sean. Toda essa trama e o relacionamento de Hayley com a mãe é realmente um ponto muito bom da trama pra mim porque nem toda pessoa que gera e dá a luz a uma criança se torna uma mãe – e daí temos o inverso entre Ella e Michelle, a mãe que quer ajudar e não sabe como. E não espere que as mães não apareçam na trama aqui, ao contrário de outros livros do subgênero, mas claro que o foco fica mesmo em Ella e Sawyer.

Ella está começando a surtar porque não sabe se pode confiar em Sawyer, já como acredita piamente que é sobre ele que Hayley fala em seu diário e a única pessoa que realmente confia é no psicólogo da escola, o professor Sr. Wilkens, já como o Scott, que também faz parte do grupo de amigos que Ella deixou pra trás, parece estar criando uma espécie de rancor bizarro contra ela pelo acidente que matou a vida de Hayley.

Lembre-se que falei que o livro tem 3 grandes reviravoltas (talvez até 4, se você contar mais um detalhe), mas o que quero deixar claro é o cuidado que a autora teve ao falar sobre o relacionamento abusivo de Hayley. No começo até tenta encontrar desculpas para o que estava acontecendo, mas não espere a jovem romantizar o que estava acometendo com ela: entendendo que estava presa em algo que não conseguia resolver, Hayley foi muito, muito corajosa e deixou uma lição para os leitores: quase sempre amar não é suficiente, principalmente contra homens violentos como o dessa trama. Não posso falar mais pois não quero entregar nada e nem dar pistas das reviravoltas, mas queria deixar claro que a autora me ganhou com esse cuidado e calma ao mostrar uma adolescente lidando com algo impossivelmente pesado.

“Tudo que nunca dissemos” é uma trama que ganha o leitor pelo desenvolvimento e forma como lida com temas como luto, relacionamentos abusivos e culpa, mas claro que há um toque irreal em um determino ponto da conclusão, que é corajosa (muito mesmo, principalmente para quem a executa) mas foge um tanto da realidade.

Li o livro todo de uma vez só porque na metade já tinha minhas teorias (e acertei duas das reviravoltas, mas não imaginei a terceira) e me peguei pensando muito sobre o que escondemos das pessoas que amamos e o quanto queremos ter uma vida que muitas vezes não nos cabe. Ella é uma personagem boa e forte, Sawyer é um personagem complexo e Hayley uma guerreira e sonhadora. Quanto a trama terminou, me peguei pensando no que aconteceria no futuro de quem ainda estava ali nas páginas finais e me questionei se enfim diriam tudo que precisavam dizer. Eu espero que sim. Mas o que posso afirmar é que essa trama contou tudo que precisava da melhor forma possível.

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