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Não existe nada melhor do que enemies-to-lovers. Eu vou afirmar isso até o último dia da minha vida e mesmo no além eu falarei sobre isso. Eu amo demais, eu adoro quando, às vezes, na ficção, tudo é apenas uma questão de uma atração que está sendo segurada pra não explodir e as duas pessoas na verdade são loucas uma pela outra.

E é justamente isso que acontece em “As regras do jogo”. Cacau (na verdade o nome dela é Amélia, fiquei bem surpresa com isso) tem certeza de que tudo de pior que existe no mundo está personificado em América. Ela simplesmente odeia a garota desde um fatídico dia no passado em que a garota beijou o então namorado de Cacau. Desde então tudo que ela cultivou sobre América foram anos de raiva, rancor, desprezo.

Porém é claro que acontece situações em que uma acaba precisando da outra. Cacau descobre que para talvez conseguir a tão sonhada bolsa de estudos de intercambio nos Estados Unidos não basta apenas ser uma boa aluna, ela precisa ser uma aluna que participou de coisas na faculdade. E então ela tem ideia de entrar para a atlética – só que pra isso, ela precisa da ajuda de América, mas não está disposta a pedir ou depender da garota para qualquer coisa.

E então a oportunidade bate na porta dela quando América precisa se mudar da república que está vivendo e precisa de um lugar para ficar – justamente quando Cacau começa a busca por uma colega de apartamento, porque o orçamento está ficando bem apertado e ela precisa guardar dinheiro para o intercambio também. É assim que América vai parar no apartamento de Cacau. Apesar de odiar a situação, ela procura a garota e promete que, se Cacau aceitar que ela more lá, ela ajuda Cacau a entrar para a atlética.

Assim as duas criam uma lista de regras para dividirem o apartamento e ficarem em paz, pelo menos até o final do ano, quando América irá embora pra outro lugar e Cacau espera estar bem longe nos Estados Unidos. E é basicamente uma lista sobre organização do apartamento, sobre as tarefas que elas vão dividir, sobre as coisas que elas podem fazer ou não. No começo, obviamente, é tudo muito tenso entre elas, chegando ao ponto de América se refugiar na casa de uma amiga, apenas porque não aguenta a tensão da divisão do apartamento, mas aos poucos elas começam a se entender.

Quando elas começam a treinar juntas para que Cacau aprenda o básico de basquete e América leva Cacau como sua motorista para a atlética, as coisas passam a ficar mais complicadas ainda entre elas – e nenhuma das duas sabe exatamente como agir e lidar com aquela situação nova e diferente.

Cacau é absolutamente apaixonante. Ela tem um sério problema de ansiedade, então ela está sempre se questionando as coisas, se está agindo certo com tudo e ela é bem, mas BEM rancorosa. A gente vê isso quando ela não consegue nunca passar muito tempo sem jogar na cara de América sobre a garota ter ficado com o namorado dela.

E América… como ela bem pontua em algum momento no livro: tudo que ela faz é revidar, porque geralmente quem começa a briga das duas é Cacau. E ela também é apaixonante demais. Confesso que cada vez que o ponto de vista pulava para o dela, eu dava mais sorrisinhos e risadinhas, porque adorava saber o que estava se passando na mente dela apesar de toda pose de badgirl que a garota tem.

Tudo no relacionamento delas no livro é muito bem desenvolvido e muito bem pontuado, todas as coisas são esclarecidas e até os dramas menores, de enredo pessoal das duas, vai se desenrolando e tendo uma construção muito boa e explicada. E eu simplesmente adorei a forma como Arquelana falou no livro sobre ansiedade. Sei que muita gente mesmo vai se identificar.

Mas e agora que eu terminei o livro, eu fico como? Eu poderia ler uma trilogia inteira sobre as duas, passando pelo que acontece depois, no epilogo e então na vida “adulta” fora da faculdade. Tudo que eu mais senti quando o livro acabou foi que eu nunca teria o bastante de Cacau e América, eu sempre vou querer mais.

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Arquelana tinha uma missão: a de escrever uma comédia romântica sáfica que arrancasse risadas e suspiros na mesma medida. Felizmente, ela cumpriu isso muito bem!

Não tem como não se acabar de rir com Cacau e América, personagens tão parecidas e tão diferentes que têm suas vidas colidindo. Acompanhar o relacionamento das duas ir de uma implicância "gato e rato" até um romance leve (mas arrebatador) foi incrível.

Mais uma vez, a autora se mostra como um grande nome do romance nacional!

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