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Contrapeso é o primeiro livro de Djuna traduzido e vendido fora da Coreia. É uma pessoa reclusa, que não revele nem sua aparência, gênero, idade e nem mesmo seu verdadeiro nome.
Em seu romance nós somos apresentados a um universo cyberpunk, onde as IAs estão bem mais desenvolvidas e a humanidade está cada vez mais deslocada do contato humano. Com um elevador que liga a terrra de Patusan (uma ilha asiática) até fora da órbita terrestre. Em seu topo está o Contrapeso, um depósito de lixo. Nessa narrativa estamos o tempo todo correndo contra o tempo para descobrir quem é o culpado pela morte do presidente da maior corporação desse mundo. Amei o livro e espero outras histórias e contos de Djuna
Já falei em tantas resenhas que sou uma cria de scifi – “Star Wars” moldou meu caráter – que nem tem graça mais, mas há mais outros filmes que também marcaram minha vida e que são do gênero: “Exterminador do Futuro” e, claro, “Blade Runner”, o qual vi ainda criança e não entendia o sentido real de sua trama, só via um homem caçando androides tão humanos que um dava um belo de um discurso na chuva e no final o tal caçador tinha um final feliz com uma das androides. Só vim realmente entender o filme quando cresci e já adolescente, li o livro no qual o filme se inspira, “Androides sonham com ovelhas elétricas”, de Philip K. Dick que vim a entender sua real natureza e amar mais ainda o filme (e nem me importo qual versão seja, só amo todos).
Claro que o mundo está se rendendo a cultura sul coreana e claro que não sou imune a isso, então quando a minha Editora favorita da vida anunciou “Contrapeso” aqui no Brasil, fui ler sobre e tomei um choque porque o autor, Djuna, publica livros de contos e romance há 20 anos e simplesmente nunca se revelou – não se sabem nem ao menos o nome real da pessoa. Critico de cinema e escritor: é isto que se sabe sobre a pessoa que trouxe esta trama cyberpunk e que é a primeira publicada fora da Coreia. Não tinha como não querer ler, mesmo sabendo que muitos gringos reclamaram do livro, motivos que falarei nesta resenha, mas sou do tipo que tenho de ler por mim mesma para entender as falhas e acertos de uma trama e aqui estou, ainda na dúvida sobre como explicar que amei esta trama – e também fiquei perdida em uns 70% dela.
Acho que o principal também é deixar claro que a ideia do autor foi para um filme, que não utilizada, se tornou este livro. Como vocês podem imaginar, há uma feroz falta de construção de mundo e desenvolvimento de personagem que ficam a cargo do diretor de uma película e também trabalho dos atores. Em um livro, o autor tem mais esta liberdade de mostrar bastante seu mundo, sua visão do que esta acontecendo e as motivações de seus personagens. Por mais que no livro possamos entender o que aconteceu mais pro final da trama, ficou faltando algo. Algo grande. Uma demonstração de emoção que fica latente quando você entende o final.
Além disso, vou frisar que os gringos não mentiram quando disseram que a trama é difícil e ouso dizer que até mesmo acima da media de tão intricada que parece no começo. Não há como identificar muito e nem ter pistas da trama que nos aguarda no primeiro terço inicial do livro, só sabemos que Mac, personagem protagonista, está investigando um possível assassinato dentro da ilha de Patusan, lugar onde o conglomerado coreano LK está construindo um elevador para a órbita da Terra. Só isso já dá ideia do tom de ficção que estamos lendo e como há muitos outros elementos não esperados no começo da leitura. Sim, a IA dá suas caras por aqui em um livro que mistura muito bem o suspense com a ficção, beirando o noir o tempo inteiro, um clima de investigação que levara a respostas inesperadas – e sim, isso acontece.
Só que também preciso assinalar que a sinopse não entrega o tamanho do papel da IA nesta trama e não será eu que farei isso, por mais que eu tenha acabado de dar dicas – não, você não vai adivinhar o que está acontecendo, confie em mim. Mac, que tanto quer investigar o que aconteceu, é o chefe do Departamento de relações externas e lida diretamente com a Frente de Libertação da ilha que luta contra o poderil econômico e esmagador da LK, que decidiu o futuro do lugar com aquele elevador sendo construído ali, trazendo empregos para alguns e infelicidade para outros.
E se você ainda se pergunta porque comecei falando de “O Exterminador do futuro” e “Blade Runner”, chegou a hora na qual eu faço a ligação com estes dois clássicos (pelo menos para mim) da Ficção cientifica: o primeiro traz uma IA tão poderosa que se torna autoconsciente e que nos lança a beira da extinção (se você não conhece a Skynet, refaça suas escolhas de vida). Já o segundo é um grande exemplo de um scifi noir que influenciou gerações, com a também consciência de androides que se tornam humanos – não é o lugar no qual você se perde falando sobre este filme e este conceito, Virna, foco. Para aqueles que estão começando a enxergar que o futuro chegou, vocês entenderão o medo que a trama de “Contrapeso” deixa no final, com a certeza de que homens com poder, dinheiro e ego demais são tão perigosos quanto armas.
Não há de se falar muito em personagens coadjuvantes porque a trama realmente se foca no mistério da forma do antigo presidente do conglomerado LK, Han Jung-hyeok, e as pistas que levam Mac até o contrapeso do elevador, nos mostrando sobre o que pode ser amor e os limites do que conseguimos entender em nossa inteligência humana. Não sei bem como explicar isso sem soar confusa ou entregar spoilers, então me restringirei a falar que a trama pode não ser para todos, mas quem simplesmente embarca, faz muito, muito sentido.
“Contrapeso” só não se tornou um favorito meu de todas as formas pelos motivos que já falei acima e não consegui ignorá-los, mas a trama é tão, tão rápida que por mais que você se perca no começo, você quer saber o que está acontecendo e até onde aquilo irá, tomando um choque no final e aquele tipo de choque que te faz pensar sobre o amanhã. Talvez mais para uns, menos para outros, mas, ainda assim, é sim, um contrapeso que nos faz flutuar no balão dos bons livros e tramas que poderiam ser melhores se com mais desenvolvimento.
Contrapeso, primeira publicação de Djuna fora da Coréia, é não só uma narrativa de ficção científica, mas também um mistério muito bem elaborado.
A estória fala sobre a construção de grande elevador na ilha de Patusan. A empresa coreana LK pretende transformar a cidade como centro turístico de idas e vindas para o planeta Terra. No contrapeso do elevador, reside o tesouro: uma informação contida no cérebro do ex-diretor da empresa, que promete ser essencial para o futuro da raça humana e dos robôs.
Contando com intrigas empresariais e com o peso da inteligência artificial e implantes neurais, Djuna consegue prender o leitor até a última página. Uma narrativa rápida e misteriosa em doses certas.
Descrito como um cyberpunk, contrapeso é uma história curiosa e cheia de reviravoltas. Uma ficção científica narrada como um Noir, tal qual Blade runner em sua versão original.
A história é intrigante e a velocidade vertiginosa, contrapeso tem capítulos pequenos o que faz sua leitura bem rápida.
Achei ainda mais interessante quando descobri que o autor é um mistério: ninguém sabe quem é Djuna nem seu gênero ou idade. Essa é sua primeira obra lançada fora da Coréia e eu espero que não seja a última.