A vida não é útil
by Ailton Krenak
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Pub Date Aug 07 2020 | Archive Date Feb 25 2024
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Description
Em reflexões provocadas pela pandemia de covid-19, o pensador e líder indígena Ailton Krenak volta a apontar as tendências destrutivas da chamada "civilização": consumismo desenfreado, devastação ambiental e uma visão estreita e excludente do que é a humanidade.
Um dos mais influentes pensadores da atualidade, Ailton Krenak vem trazendo contribuições fundamentais para lidarmos com os principais desafios que se apresentam hoje no mundo: a terrível evolução de uma pandemia, a ascensão de governos de extrema-direita e os danos causados pelo aquecimento global.
Crítico mordaz à ideia de que a economia não pode parar, Krenak provoca: "Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro". Para o líder indígena, "civilizar-se" não é um destino. Sua crítica se dirige aos "consumidores do planeta", além de questionar a própria ideia de sustentabilidade, vista por alguns como panaceia.
Se, em meio à terrível pandemia de covid-19, sentimos que perdemos o chão sob nossos pés, as palavras de Krenak despontam como os "paraquedas coloridos" descritos em seu livro Ideias para adiar o fim do mundo, que já vendeu mais de 50 mil cópias no Brasil e está sendo traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano e alemão.
A vida não é útil reúne cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives realizadas entre novembro de 2017 e junho de 2020.
Pesquisa e organização de Rita Carelli.
Available Editions
ISBN | 9788535933697 |
PRICE | |
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4,75/5
Assim como em seu livro anterior 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo', Ailton Krenak nos entregou cinco textos impactantes, reflexivos e muito atuais. Destrinchando os impactos da pandemia de Covid-19 no mundo, Krenak continua a nos afrontar com suas ideias anti-consumistas, e filosofias já abordadas antes, como: O que é ser humano? Qual o sentido da vida, se ela tiver um sentido? O que nos conecta com nossa ancestralidade?
Em 'Não se Come Dinheiro', meu texto favorito do livro, Krenak entoa mais uma vez o altíssimo consumismo da população, os impactos da pandemia e a relação dela com o dinheiro, afinal, não há dinheiro que compre de volta uma vida perdida.
"Não é preciso nenhum sistema bélico complexo para apagar essa tal de humanidade: se extingue com a mesma facilidade que os mosquitos de uma sala depois de aplicado um aerossol. Nós não estamos com nada: essa é a declaração da Terra."
Em 'Sonhos para Adiar o Fim do Mundo', o autor fala mais sobre a podridão atual do ser humano, da falta de empatia, e uma reflexão sobre um novo modo de viver pós-pandemia, na esperança que isso não seja apenas uma crise, mas um momento de renovação na humanidade.
"Destruir a floresta, o rio, destruir as paisagens, assim como ignorar a morte das pessoas, mostra que não há parâmetro de qualidade nenhum na humanidade, que isso não passa de uma construção histórica não confirmada pela realidade"
Em 'A Máquina de Fazer Coisas', o assunto abordado é mais filosófico: o que significa ser humano? Ter humanidade? Nos sentimos com um pertencimento à nossa vida? Isso casado à modernização constante da tecnologia, que traz ao ser humano a sensação de que as coisas ficarão melhores no futuro. Mas será que realmente irão
"Continuamos usando todos os artifícios da tecnologia, da ciência, para endossar a fantasia de que todo mundo vai ter comida, todo mundo vai ter geladeira, todo mundo vai ter leito hospitalar e todo mundo vai morrer mais tarde. As pessoas hoje querem nascer em hospitais e depois viver blindadas quanto à possibilidade de morrer. Isso é uma falsificação da vida."
Em 'O Amanhã Não Está a Venda', Ailton dialoga sobre o significado 'espiritual' da pandemia, e a esperança de vivermos um 'novo normal' a partir daqui. Esse texto está disponível gratuitamente na Amazon e uma resenha dele já foi feita aqui.
"O que estamos vivendo pode ser obra de uma mãe amorosa que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não porque não goste dele, mas por querer lhe ensinar alguma coisa. 'Filho, silêncio.'"
Em 'A Vida Não é Útil', o texto que considero mais radical no livro, a ideia transmitida é de que a vida que nos foi dada é uma dádiva, e muitos encaram a vida para ter uma utilidade, um propósito, e a frustração que isso pode fazer. Ele também conversa mais sobre o corte de laços com nossa ancestralidade.
"Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil? Nós temos que ter coragem de ser radicalmente vivos, e não ficar barganhando a sobrevivência. Se continuarmos comendo o planeta, vamos todos sobreviver por só mais um dia."
Em seu objetivo, 'A Vida Não é Útil' cumpre muito bem seu papel, ainda mais nos tempos atuais, mas ainda considero 'Ideias para Adiar o Fim do Mundo' uma obra mais impactante. De qualquer forma, como tudo o que Ailton Krenak escreve, é uma leitura indispensável. Agradeço a editora por disponibilizar um ARC em troca de uma resenha sincera sobre a obra via Netgalley.
Os livros de Ailton Krenak sempre me fazem pensar sobre a relação que nós, humanos, temos com o planeta e como isso reflete nos impactos que causamos a ele, desde a construção do sistema a costumes que temos no nosso dia-a-dia.
O autor também traz importantes reflexões sobre a pandemia e como o momento que estamos vivendo impacta outras formas de vida. Adorei o livro e estou ansioso pra ler mais dele.
"Eu me pergunto quantas Terras essa gente precisa consumir até entender que está no caminho errado."
Eu li mais cedo esse ano Ideias para adiar o fim do mundo, do mesmo autor, e, apesar de ter curtido, me incomodei com alguma coisa a respeito do formato dele. Acho que essa ideia de transcrever palestras e entrevistas, tirando o contexto em que elas foram dadas, me deixou confuso. Aqui, apesar dos cinco textos serem baseados em entrevistas e lives feitas pelo Ailton Krenak, o texto é bem mais claro e direto.
"Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro."
Esse livro traz reflexões sobre a pandemia, sobre o modo como estamos vivendo e sobre como temos essa certeza de que somos criaturas tão superiores que o resto da natureza e da vida na Terra não importa tanto quanto nós. Gostei de todos os textos e das provocações do autor. Senti um sentimento de impotência enquanto lia, o que não é culpa do livro, mas de todo esse sistema que criamos para que um grupo muito seleto de pessoas tenha poder sobre nossa vida.
"Governos burros acham que a economia não pode parar. Mas a economia é uma atividade que os humanos inventaram e que depende de nós. Se os humanos estão em risco, qualquer atividade humana deixa de ter importância. Dizer que a economia é mais importante é como dizer que o navio importa mais que a tripulação."
Gostei MUITO da leitura e recomendo! Para quem quiser ter um gostinho do livro e não puder comprá-lo agora, a editora disponibilizou um dos textos, O amanhã não está à venda, em eBook de graça.
Depois de ter lido “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” e “O Amanhã não está à venda”, me convenci de que tudo que Ailton Krenak publicar vou querer ler. E foi assim que cheguei à leitura de “A Vida não é útil”. Assim como as duas outras publicações, este é uma adaptação de palestras/entrevistas e/ou lives dadas por Krenak. Dessa forma, ainda que adaptadas para textos, a oralidade deixa sua marca no livro. Aqui, encontramos inclusive o texto de “O Amanhã não está à venda”, razão pela qual até fico mais aliviada por não ter feito uma resenha à parte para ele. E, sinceramente, esse foi o texto que mais gostei de todos que li do autor, o que, creio, já vale a pena a leitura dessa seleta de textos reunidos em “A Vida não é útil”.
Àqueles que não sabem, “O Amanhã não está à venda” foi escrito durante a pandemia do COVID-19, e nele, Ailton Krenak tece duras e necessárias críticas ao comportamento humano destrutivo de seu próprio lar (nossa Terra). Este é, para mim, o texto mais claro do autor, que tem um verdadeiro cunho de carta, e talvez por isso eu o aprecie em sua forma escrita. Não que os demais textos não sejam excelentes (como os de “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”), mas ele se destacou realmente por sua lucidez em comparação aos outros.
Em “A Vida não é útil”, ele retoma suas reflexões e discursos gerados em meio à pandemia, criticando nossa equivocada noção de humanidade, nosso consumismo compulsivo e descontrolado, nossa falta de escuta e respeito àqueles que sempre tiveram o que ele chama de “memória ancestral”, ou seja, que pensam nas florestas, por exemplo, como entidades.
Você já leu algum texto de Ailton Krenak? Se ainda não leu, deveria. É o tipo de leitura muito rápida, que pode incomodar, mas ao mesmo tempo nos fazer repensar nossa relação com o mundo, nossas atitudes e, claro, nossa ideia de humanidade. É tarde para mudarmos? Com certeza, mas pior será não mudarmos nada depois da pandemia. Concorda?
Acredito que todos os livros do Ailton, são como um tapa na cara da sociedade, e com esse, não foi diferente.
Ailton aborda os temas que estão em alta, traz reflexões para a vida e percebemos o quão inutil pode ser nossas ações para determinadas colheitas futuras.
Sou suspeita a falar algo na verdade, pois sou apaixonada na escrita dele e esse como todos os outros, não decepciona em nenhum momento.
Obrigada NetGalley, esse livro é maravilhoso.
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